SEPHER TESHUVAH YEHUDIM – DISCUSSÕES TANAÍTICAS PARA A TESHUVAH DOS JUDEUS MARRANOS DE ORIGEM SEFARADITA – SEDER CHOCHMAH YEHUDIM – TRATADO BERESHIT – SHA'AR 1 – DISCUSSÃO TANAÍTICA 5
Eruditos e sábios judeus, ao utilizarem a linguagem antropomórfica, ensinam que Adonai-Elohim está em aflição quando um ser humano também está em aflição, conforme registra a referência judaica talmúdica Talmud Bavli – Seder Nezikin – Tractate Sanhedrin – Chapter 6 [11]. Pelo fato de apenas, exclusivamente, somente e unicamente Adonai-Elohim ter-Se revelado apenas, exclusivamente, somente e unicamente aos Filhos de Yisrael, no Monte Sinai, isto indica que somente Ele é o Pai da Criação, segundo está escrito [5]:
Não temos todos nós um mesmo Pai? Não nos criou a todos um mesmo Deus? Por que então trai um homem a seu irmão, profanando a aliança de nossos pais?
Sepher Navi Malachim 2,10
E, juntamente com a Sua unicidade, Adonai-Elohim pode sempre ser percebido, sentido e testemunhado indiretamente por todos os seres humanos acima de tudo, e principalmente pelo Seu infinito amor, pela Sua infinita bondade, pela Sua infinita justiça e pela Sua infinita misericórdia, segundo está escrito [1,4,5]:
Assim disse o Eterno: No deserto, o povo que escapou da espada alcançou a graça, pois Ele conduziu Israel a um lugar de repouso. Ainda no passado remoto me apareceu o Eterno, proclamando: Amor eterno te dediquei e, por isto, com muito carinho te atrai para Mim.
Sepher Navi Yirmiyahu 31,1-2
E, desta forma, na Sua eterna infinita bondade, Adonai-Elohim concede atenção e providência a cada uma das Suas criaturas, conforme registra as referências judaicas tanaíticas Sepher Tehilim 145,9 e Sepher Tehilim 146,5-7. Diante disto, os descendentes de judeus marranos de origem sefaradita aprendem que Adonai-Elohim acolhe e une aos Filhos de Yisrael considerando a todos como uma autêntica e verdadeira nação de justos, tesouro eterno, único filho verdadeiro e único primogênito. Portanto, não há ensinamento judaico rabínico que motive aos Filhos de Yisrael a acreditarem nas curas espirituais e físicas, nos milagres e nos idolátricos ensinamentos e nas falsas promessas de Yeshua Nazareth, o qual realizou terríveis males.
Do mesmo modo, o Rabbi Mosheh Ben Maimon inicia a sua obra literária judaica rabínica, Mishneh Torah, ensinando que o fundamento de todos os fundamentos é o conhecimento da existência de Adonai-Elohim [12]. O Rabbi Mosheh Ben Maimon também ensina que mesmo no caso de um judeu transgredir diariamente a Torah, Adonai-Elohim sempre estará pronto para aceitá-lo de volta e lhe permitir um novo começo, e também que na Era Messiânica os seres humanos se ocuparão apenas, exclusivamente, somente e unicamente em conhecer os mistérios de Adonai-Elohim; que nesta época não haverá dificuldades, fome, guerras e sofrimento; que o amor, a bondade e a justiça fluirão com muita abundância; que tudo estará disponível como o pó da terra; e que nesta época haverá a redenção suprema de toda a humanidade [5,12].
E, do mesmo modo, o erudito e sábio judeu acharonita hassidi, Rabbi Yisroel Ben Eliezer (1698 – 1760), conhecido como Baal Shem Tov, ensina que Adonai-Elohim sempre ama a cada judeu muito mais do que os pais amam o seu único filho, nascido na sua velhice, e que este amor é incondicional, real e verdadeiro. Segundo o Rabbi Yisroel Ben Eliezer, o amor divino se aplica a quaisquer judeus sem distinção. Desta forma, ao desejarem apressar o ansioso advento da Era Messiânica, os descendentes de judeus marranos de origem sefaradita devem sempre recitar durante os serviços de orações diárias, segundo está escrito [4,5]:
E o Eterno será Rei sobre toda a terra; naquele dia, o Eterno será um e Seu Nome, um.
Sepher Navi Zecharyahu 14,9
Eruditos e sábios judeus perguntam: Mas já não é Adonai-Elohim sempre o único, como proclamado na oração Shema Yisrael? Eles respondem sim, ensinando que na época em que começar a redenção judaica messiânica, os seres humanos finalmente compreenderão que muitos fatos históricos ocorridos, incluindo aqueles interpretados como terríveis, visavam na realidade o próprio bem da humanidade. O erudito e sábio judeu acharonita hassidi, Rabbi Menachem Mendel Schneerson (1902 – 1994), costumava ensinar que a Era Messiânica se constituirá em uma nova realidade. Eruditos e sábios judeus perguntam como o Rabbi Menachem Mendel Schneerson predisse um ótimo futuro para os seres humanos cujas sociedades em que eles vivem ainda são caracterizadas por crimes terríveis sobretudo contra os Filhos de Yisrael [12].
O Rabbi Menachem Mendel Schneerson ensina que a hora mais sombria é aquela que antecede a aurora. Os acontecimentos registrados no Sepher Shemot foram precedidos pela escravidão dos israelitas. A mais intensa opressão contra os israelitas ocorrida no Egito aconteceu justamente pouco antes deles serem livres. Eruditos e sábios judeus ensinam que a redenção judaica messiânica será comparada à libertação dos Filhos de Yisrael ocorrida durante a época de Mosheh Ben Amram. Diante disto, os descendentes de judeus marranos de origem sefaradita devem se lembrar da promessa de Adonai-Elohim, conforme registra a referência judaica tanaítica Sepher Navi Mikhayahu 7,15. A redenção judaica messiânica consistirá em uma era de paz universal, na qual a existência e a presença de Adonai-Elohim serão completamente perceptíveis por todos os seres humanos. Naquela época não haverá idolatria e nem interpretações duvidosas ou enganosas sobre Adonai-Elohim. De fato, a humanidade inteira reconhecerá finalmente que Adonai-Elohim nunca construiu, criou, elaborou, engendrou, fabricou, formou, gerou, manufaturou, pensou e nem tão pouco produziu um ser semidivino encarnado com as mesmas características do que Ele próprio. E, além disto, durante a Era Messiânica a humanidade inteira proclamará que Adonai-Elohim é a única divindade e que o Seu nome é um. Diante disto, os descendentes de judeus marranos de origem sefaradita aprendem que o Credo Niceno Constantinopolitano carece completamente de sentido para os judeus porque este idolátrico credo religioso cristão católico apostólico romano registra que a divindade cristã gerou um ser com características semelhantes a ela, e isto representa idolatria para os judeus [13,14].
Ora, se o Credo Niceno Constantinopolitano afirma, impõe e registra que a divindade cristã gerou um ser com características semelhantes a ela, então existem dois seres onipotentes. Assim, a unicidade divina deixa de existir porque ela está dividida em duas. Desta forma, se uma divindade é mais poderosa do que a outra divindade, então obviamente a divindade menos forte não pode ser onipotente. E, se ambas as divindades são absolutamente onipotentes, então delas surgirão conflitos de interesses entre si e, consequentemente, nenhuma das duas divindades pode permanecer onipotente. Por outro lado, aceitar Yeshua Nazareth como Filho de Adonai-Elohim e acreditar que ele se encarnou na forma humana é ensinar que Adonai-Elohim se subordinou às exigências dos limites da matéria (animada ou inanimada). Desta forma, ao se subordinar às exigências dos limites da matéria, Adonai-Elohim precisaria deixar de ser puramente espiritual para assumir a forma de matéria e, portanto, Adonai-Elohim deixaria de ser eterno, ilimitado, imutável e infinito, e seria finito, limitado, mutável e não eterno. Mas, vale acrescentar ainda que Yeshua Nazareth possuía aparelho digestivo e, assim, ele precisava se alimentar; ele possuía estrutura esquelética óssea e, desta forma, ele caminhava e sentia cansaço; ele morreu como qualquer ser humano, como de fato ele era; em seguida, segundo relatos das fontes literárias cristãs testamentárias, um soldado romano transpassou o corpo de Yeshua Nazareth com uma lança para averiguar se ele estava ou não morto e, portanto, ele era um ser humano; por fim, após a ressurreição de Yeshua Nazareth, ele subiu aos céus de corpo e alma. Mas, entretanto, se a referência cristã testamentária Epístola de Tiago 1,17-18 registra que no Pai das Luzes não há mudança e nem sombra de variação, então como os judeus podem acreditar que no ensinamento de que no princípio era o Verbo (referindo-se a Yeshua Nazareth); que o Verbo era Deus (referindo-se ao Pai de Yeshua Nazareth); que o Verbo estava junto ao Pai de Yeshua Nazareth; e que, por fim, o Verbo se transformou em carne, conforme registra a referência cristã testamentária Evangelho de João 1,1-18? Ora, se o Verbo era o Filho de Deus, então Yeshua Nazareth é o Pai dele mesmo. E, por fim, se o Verbo se transformou em carne, então o Verbo sofreu mudança de espírito para matéria e, após a morte de Yeshua Nazareth, ele ressuscitou ao terceiro dia, sofrendo mudança da morte para a vida [15,16].
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