terça-feira, 25 de agosto de 2015

A Árvore da vida

 

                                                                             
O milenar ensinamento cabalístico identificou minuciosamente toda a formação do mundo integrado dos cem por cento. Este estudo é representado por uma estrutura denominada árvore da vida.
Esta árvore representa toda a estrutura dos mundos físico, emocional e espiritual, enfim tudo que existe. Seu entendimento vai revelar todo o funcionamento do mundo dos cem por cento. E este entendimento é parte fundamental na confecção de um mapa para uma vida significativa.
Não esqueça que todo este conhecimento ficou oculto por milênios e este é portanto um momento muito especial. Momento de compartilhar uma sabedoria divina.

10 -MALCHUT – 10%

A primeira dimensão é conhecida como Malchut, o reino do mundo físico, da matéria, e do mundo percebido pelos cinco sentidos. Uma grande parte das pessoas passa a vida percebendo apenas este mundo e acreditando que apenas o que é aparente representa a totalidade da existência. É o que se chama viver no mundo dos 10%.
A palavra chave nesta dimensão é a ESCOLHA. Tudo que nos acontece nesta vida tem relação com uma escolha feita por nós mesmos previamente. A libertação do mundo ilusório significa compreender isto plenamente e parar de atribuir os fatos de nossa vida à fatalidade.
Quais são as escolhas que você tem feito para sua vida?

9-YESSOD – 20%

Ao enxergar esta segunda dimensão, denominada Yessod, saímos de uma percepção puramente física do universo e ingressamos no caminho para enxergar o mundo dos 100%. Muitos seres humanos não atingem este nível de percepção e passam a vida apenas no mundo aparente. Nesta dimensão reside a base e o fundamento de nossas atitudes.
A palavra chave aqui é o PROPÓSITO. Somente tendo-se propósitos conscientes é que podemos realizar escolhas fundamentadas. Existem pessoas que são bonitas, ricas, inteligentes, saudáveis, sensíveis, e mesmo assim estão sempre insatisfeitas porque não possuem um propósito para suas existências. Para estas os cabalistas tem uma dica: A base de qualquer propósito é o desejo de compartilhar.
Você tem um propósito em sua vida? Se tem, ele inclui o desejo de compartilhar?

8-HOD – 30%

Hod é uma dimensão relacionada ao auto-aperfeiçoamento. Uma das razões para se estar vivo é fazer as coisas cada vez melhor. Mesmo que façamos uma mesma coisa por dezenas de anos, precisamos sempre estar nos aprimorando, re-inventando, sentindo diferente.
A palavra chave nesta dimensão é o REFINAMENTO. Para refinar a si mesmo você precisará se lapidar e neste processo terá que se livrar de excessos. Possivelmente pensará por algum momento estar perdendo alguma coisa.
Em que área de sua vida você necessita um maior refinamento?

7-NETSACH – 40%

Esta é uma dimensão relacionada à imortalidade. A palavra chave aqui é a PERMANÊNCIA. Esta é uma das grandes chaves do caminho espiritual. É necessário permanecer. É comum assistirmos pessoas buscando um caminho por um ano, depois vão para outro caminho, aí param de buscar, para então trocar de caminho novamente. Na verdade, muito mais importante do que a escolha do caminho A ou B, é permanecer e aprofundar em um caminho escolhido.
Normalmente, quando achamos que estamos em um caminho coerente surgem desafios, obstáculos aparentemente intransponíveis, que colocam todas as nossas convicções em cheque. Por isto existe uma outra palavra chave nesta dimensão: A CONFIANÇA.
Você permanece em seus objetivos?

6-TIFERET – 50%

Nesta dimensão residem os aspectos relacionados ao equilíbrio, a beleza e a harmonia. A palavra chave desta dimensão é a CONTEMPLAÇÃO. A principal ferramenta para se adquirir uma consciência contemplativa é a meditação, parte essencial do caminho do cabalista. Por mais que se estude não se chega à lugar algum sem praticar a meditação.
A meditação só terá o efeito desejado se realizada com permanência , com refinamento , estando atrelada à um propósito , e realizada por uma escolha consciente. São estes exatamente os atributos das dimensões vistas até o momento.
A MEDITAÇÃO faz parte da rotina de sua vida, como comer e dormir?

5-GUEVURÁ – 60%

Nesta dimensão a palavra chave é a DISCIPLINA. Guevurá também é associada ao DESEJO DE RECEBER. Somente pela virtude da disciplina é que é possível afastar nossos aspectos destrutivos e abrir espaço para receber o que realmente desejamos desta vida.
Conforme vimos anteriormente, existe uma contra-inteligência que nos acompanha da primeira inspiração ao último suspiro de nossa vida. Precisamos dizer não a estes nossos aspectos destrutivos para seguir em direção à uma existência plena.
Estou disposto a abrir mão do fácil para atingir meu propósito?

4-CHESSED – 70%

Chessed é a dimensão da misericórdia, associada ao DESEJO DE COMPARTILHAR. Quando atingimos esta dimensão nos aproximamos da natureza do criador e, portanto, de nossa própria natureza divina. O equilíbrio entre estas duas dimensões, Guevurá (desejo de receber) e Chessed (desejo de compartilhar) é a chave para uma vida plena.
O quanto você compartilha tudo aquilo que recebe?

3-BINÁ – 80%

A partir da dimensão de Biná encontramos a porta de entrada para o mundo infinito. A palavra chave aqui é o ENTUSIASMO. Você pode ter atingido todas as virtudes anteriores. Terá conquistado uma vida maravilhosa no plano da ação e também em todo seu aspecto emocional. Será com certeza uma pessoa espiritualizada. Mas para atingir a dimensão do mundo infinito é necessário algo a mais. É necessário entusiasmo e principalmente ALEGRIA.
Você demonstra alegria e entusiasmo com a vida?

2 – CHOCHMÁ – 90%

A dimensão relacionada a Chochmá é atingida por pouquíssimas pessoas. A palavra chave aqui é a AUTO-ANULAÇÃO. Quando atingimos esta virtude, e isto só é possível em flashes, percebemos a nós mesmos como se fossemos uma pessoa externa. Não existe mais aquele conceito tal como:
“Ah, como estou feliz que as coisas estão tão bem para mim!”, ou “Ah, como estou triste porque as coisas não acontecem como eu gostaria!”.
Ao se atingir Chochmá o ego é totalmente anulado e a sensação de liberdade é total. Só é possível atingir esta dimensão por curtos momentos.
Você se percebe como parte de um todo muito maior?

1- Keter 100%

É a dimensão do mundo infinito. Tudo que existe em nosso universo deriva da luz emanada pelo mundo infinito. A palavra chave associada à Keter é a CERTEZA. Quando se atinge a dimensão de Keter, o milagre torna-se possível, pois as limitações da matéria aqui não existem mais.
É necessário ter atingido todas as outras dimensões e ainda injetar uma absoluta CERTEZA para que se possa atingir esta dimensão e ao menos por um breve momento entender a nossa origem primordial.
Você consegue injetar CERTEZA, mesmo diante dos maiores obstáculos?

 

domingo, 16 de agosto de 2015

Os Caminhos da Cabala: REFLEXÃO SOBRE O MILAGRE...

Os Caminhos da Cabala: REFLEXÃO SOBRE O MILAGRE...: Um milagre poderia ser definido como um acontecimento sobrenatural que "acontece" de tempos em tempos, vindo de cima, sem a ...











Para Cabalá, o que determina e fundamenta a interação do ser humano com o Mundo a sua volta é o seu subconsciente e não aquilo que ele manifesta conscientemente.

Ou seja existindo uma situação haverá um milagre. "como no momento do perigo"

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

O poder do Salmos 119




Há uma tradição consagrada pelo tempo de recitar seções do Salmo 119 após o falecimento de um ente querido e a cada ano no yahrtzeit. Além disso, em situações de doenças graves, D'us não o permita, é costume recitar segmentos deste capítulo em prol do paciente enfermo. As seções escolhidas para essa recitação correspondem ao soletrar o nome do falecido ou do doente.
O Tehilim 119 é único, não apenas em sua duração (consistindo em 176 versos), mas também em termos de estrutura. É organizado em séries alfabéticas de vinte e duas estrofes, cada uma consistindo em oito versos. A primeira estrofe contém oito versos que começam com a letra alef, a segunda estrofe com oito versos começando com a letra bet, e assim por diante.
Quando ocorre o falecimento de um ente querido, ou no caso de um paciente enfermo, o Céu não o permita, é costume recitar as estrofes do Salmo 119 que correspondem às letras do nome judaico do falecido. Assim, por exemplo, se o nome da pessoa é Moshê, a recitação começa com os oito versos que começam com a letra Mem (97-104), e continua com a estrofe (161-168) depois (33-40). Essa recitação é então seguida pelas estrofes correspondentes à palavra “ben” (filho de) para um homem, ou “bat” (filha de) para uma mulher, seguida pelo nome judaico da mãe da pessoa. (Alguns costumam usar o nome do pai). Se o nome do paciente é Moshê e sua mãe era Yochevet, então deve-se recitar as estrofes das letras (que formam a palavra “ben”), seguidas pelas estrofes de (Yochevet).
Em algumas comunidades, após recitar as estrofes para alguém que faleceu, conclui-se recitando as estrofes que correspondem às letras da palavra hebraica neshamá (alma).
Quando se recita este capítulo para um doente, é costume acrescentar as estrofes correspondentes às letras, que formam a frase “kera Satan” (“rasgue o Satan”)..
O Salmo 119 apresenta algumas das preces mais famosas e belas no Livro de Tehilim, focando basicamente no anseio do suplicante pelo conhecimento de Torá e perfeição espiritual. No decorrere desse capítulo, David fala de seu desejo ardente de atingir conhecimento e cumprir mitsvot, e como ele não é movido pelas ambições que consomem a maioria das outras pessoas, como desejo de riqueza e prestígio.
A maneira mais significativa de levar mérito a alma de um ente querido, ou consagrar mérito em prol de um amigo ou parente enfermo, é reacessar as próprias prioridades e voltar sua atenção e foco na busca da Torá e mitsvot. O Capítulo 119 é talvez a expressão mais clara e inspiradora desses compromisso de fazer da Torá e mitsvot sua prioridade, em vez da busca incessante pela riqueza, fama e gratificação física.
Ao recitar o Salmo 119 e interiorizar sua mensagem fundamental para um ente querido, a pessoa leva mérito à alma do falecido, ou ao paciente que está com desesperada necessidade de Divina compaixão.

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Tumá e Tahará Tumá e Tahará Por Susan Handelman



Um dos conceitos mais controvertidos da Torá está contido nas palavras tumá e tahará. Traduzidas como “sujo” e “limpo”, ou “impuro” e “puro”, tumá e tahará – e por extensão as leis de Nidá e Pureza Familiar – com frequência evocam uma reação negativa. Ora, pergunta-se, uma mulher deve ser estigmatizada como tamê, “impura”? Por que deveria ela se sentir inferior por causa dos processos naturais de seu corpo?

Poderia ser dito que, basicamente, estas objeções surgem de um mal-entendido fundamental. Tumá e Tahará são, acima de tudo, conceitos espirituais e não físicos.

As leis de Tumá, Nidá e Micvê pertencem à categoria de mandamentos conhecidos como chukim – “decretos” Divinos, para os quais nenhum motivo é dado. Não são logicamente compreensíveis, como as leis contra roubo e assassinato, ou aqueles mandamentos que servem como memoriais a eventos em nosso passado nacional como Pêssach e Sucot. As leis de tumá e tahará são supra-racionais, “acima” da razão. Exatamente por serem de nível espiritual tão elevado, além daquilo que o intelecto pode compreender, que afetam uma parte elevada da alma, uma parte que transcende inteiramente a razão. 1

Porém mesmo que a mente humana não possa entender estes decretos Divinos logicamente, mesmo assim podemos tentar entendê-los espiritualmente e procurar seu significado interior. Nesse esforço, os ensinamentos da filosofia chassídica são uma ajuda inestimável, pois o estudo da Chassidut revela o aspecto interior da Torá, sua “alma” e pode nos guiar através de âmbitos que o intelecto humano não pode atingir sem ajuda. O Chassidismo luta pela percepção direta da Divindade subjacente em tudo que existe, e ilumina as fontes espirituais de todos os fenômenos físicos.

Tumá Como a Ausência de Santidade

O ensinamento chassídico explica que, em essência, tumá, “impureza espiritual”, é definida como “ausência de santidade”. Santidade é chamada de “vida, “vitalidade”; é aquilo que está unido e emana da fonte de toda a vida, o Criador. A filosofia chassídica elucida ainda que a verdadeira união com D’us, a verdadeira santidade, significa que a existência independente da pessoa está num estado de bitul, “anulação” de D’us. 2 Por outro lado, aquilo que está distante ou separado de sua fonte é chamado “morte” e “impureza”. Segundo a lei da Torá, a morte é a causa principal de toda tumá; a magnitude mais elevada de tumá vem do contato com um corpo morto.

As forças do mal são, na terminologia cabalística e chassídica, o sitra achra, o “outro lado”. São aquilo que está “do lado de fora”, o que está longe da presença e da santidade Divinas. Elas florescem no âmbito em que Ele está mais oculto e é menos sentido, onde há menos santidade. Num local onde D’us é menos sentido, naturalmente há mais lugar para a “oposição” a Ele. Espiritualmente falando, aquilo que é mais perverso e mais impuro numa pessoa é, acima de tudo, a afirmação do seu ser; a pessoa empurra a presença de D’us para longe e cria um vazio, um vácuo onde Sua presença deveria estar.

Este é o significado mais profundo, segundo o ensinamento chassídico, da frase “causar um chilul Hashem”, profanar o Nome de D’us: significa criar um chalal (vácuo), um local vazio da Sua presença. Santidade é sinônimo de bitul; não tem senso de qualquer verdadeira existência independente de D’us. É por isso, dizem nossos Sábios, que a arrogância é semelhante à idolatria, em essência, significa que alguma coisa é considerada como independente do Criador e se afirma a si mesma em lugar d’Ele.

Daí então, se tirarmos das palavras “pura” e “impura” as suas conotações físicas, e percebermos seu verdadeiro significado espiritual, vemos que aquilo que elas realmente significam é a presença ou ausência de santidade.

Uma Importante Distinção Entre Dois Tipos de Tumá

A essa altura devemos perguntar: Por que deve existir a tumá, afinal? Que objetivo pode ter na criação de D’us?

“O Todo Poderoso criou uma coisa oposta à outra”, nos diz o Livro Cohêlet, e como o ensinamento chassídico interpreta este versículo, tudo no âmbito da santidade tem sua contrapartida no âmbito da profanidade. Somente por meio de suas lutas aqui a alma pode ascender mais alto.

Por outro lado, esses âmbitos opostos são criados para que possa haver “livre arbítrio” em nosso comportamento. Num nível mais profundo, como explica o Chassidismo, quando rejeitamos o mal e escolhemos o bem e, além disso, quando vamos mais longe e transformamos o mal em bem, efetuamos uma elevação não apenas em nós mesmos, mas no mundo inteiro, aproximando-o da sua suprema perfeição.

Por isso, o supremo propósito de tumá, o “outro lado”, é para que possamos atingir níveis mais elevados. Como expressa o conhecido ditado chassídico: “Toda descida é para o propósito de uma subida maior,” e todas as ocultações de D’us abrem caminho para uma revelação maior. Quando a alma desce a este mundo, por exemplo, para ser revestida num corpo material, passa por uma incomparável descida iniciada na sua prévia existência puramente espiritual. O propósito dessa descida, porém, é que a alma possa se elevar ainda mais alto em sua apreensão de D’us e atingir um nível mais elevado do que tinha antes de descer a este mundo. Pode atingir essa elevação somente através do veículo do corpo, servindo a D’us neste mundo físico mais baixo.

Por um lado, há ocultação e impureza neste mundo material inferior; por outro, somente através das lutas feitas aqui a alma pode se elevar. Devemos distinguir, então, entre dois tipos de tumá, dois tipos de “descida”. Há a tumá que nós mesmos criamos quando intencionalmente nos afastamos da presença de D’us criando um vazio; e há aquela que D’us cria como parte da natureza.

Essa distinção é fundamental para nosso entendimento de Nidá (leis pertinentes à menstruação). Tumá, a impureza relacionada a um pecado, é um vazio que criamos e pelo qual nos degradamos. A tumá de nidá, no entanto, é uma parte embutida do ciclo mensal natural da mulher. Sua “descida” de um nível alto de potencial santidade (i.e., no qual a criação de uma nova vida é possível) não significa que ela está, D’us não o permita, “pecadora” ou “degradada”, “inferior” ou “estigmatizada”. Pelo contrário, exatamente porque existe tamanha santidade envolvida na possessão de uma mulher do poder Divino de criar, como se do nada, uma nova vida dentro de seu corpo, existe a possibilidade para maior tumá – mas também uma maior elevação.

Vamos tentar entender melhor a ideia de que quanto mais santidade, maior oportunidade existe para as forças da impureza entrarem. Isso não contradiz aquilo que foi declarado antes – que as forças “do outro lado” podem prosperar na ausência de santidade. As forças do mal são também chamadas klipot, “cascas” ou “conchas”, não somente porque cobrem e ocultam as centelhas interiores de santidade que dão vida a todas as coisas, mas também porque – como as cascas de uma fruta – pode, somente derivar vida daquilo que têm de sua centelha interior, a verdadeira parte viva. Quando separadas da parte interna, não tem mais sustento e “morrem”.

O nascimento de uma menina envolve um período mais longo de nidá porque uma mulher contém dentro de si o poder Divino de criar outra nova vida a partir do “nada”.

Um excesso de santidade pode dar “lugar” para as forças externas derivar sustento, assim como, por exemplo, se um barril for enchido até o topo, alguma água vai derramar. Sob essa ótica podemos entender melhor a explicação do Rebe Kotzker 3 de que a tumá pode se estabelecer somente onde a santidade esteve e se foi. Podemos conectar isto com nosso entendimento do tipo de tumá que é parte de nidá.

A Torá diz que quando uma mulher dá à luz, ela está num estado de nidá por uma quantidade variável de tempo: se a criança é do sexo masculino, ela estará tamê por sete dias e se for menina, por catorze dias.

Por que deveria haver tumá no parto?

O Rebe Kotzker explica que tumá pode existir somente quando a santidade se afasta. Como nos diz o Talmud, D’us está diretamente envolvido com todo parto e não delega quaisquer poderes a Seus “mensageiros”. Assim, há um nível muito alto de santidade durante o nascimento; o nascimento de uma criança envolve um dos poderes mais sublimes de D'us, a capacidade de criar ex. nihil – algo a partir do nada. Após o nascimento, essa intensa santidade, esta poderosa força de D'us, “se afasta” e há um potencial maior para tumá.

Alguém poderia conjecturar que o motivo de o nascimento de uma criança do sexo feminino envolver um período mais longo de nidá é que uma mulher contém dentro de si o poder Divino de criar outra nova vida a partir do “nada”. Devido a esse grande potencial para a santidade, pode haver mais tumá.

O mesmo se aplica ao ciclo mensal de uma mulher; todo mês, este grande potencial para a santidade, o potencial de uma mulher de se engajar no sublime poder de criação, atinge um pico em seu corpo (uma “subida”). Quando o potencial não é preenchido e esta santidade se afasta, os remanescentes agora sem vida deixam o corpo. E essa “descida” é susceptível à tumá. É exatamente por causa do alto nível da Divindade envolvida no processo pró-criativo que a tumá pode ocorrer.

Porém aqui novamente essa “descida”, a nidá, é para o propósito de uma ascensão mais elevada, através da purificação no micvê e um novo ciclo de construir um nível mais alto de santidade no próximo mês. O micvê – como será explicado - possibilita que a pessoa ascenda ainda mais alto que no mês anterior.

Nesse sentido o micvê e o ciclo mensal de uma mulher podem ser comparados ao Shabat e ao ciclo semanal de todo judeu. A alternação do dia sagrado do Shabat com os dias mundanos da semana é o mesmo ciclo de subida e descida – reencenado a cada sete dias. Os seis dias mundanos levam ao Shabat, durante o qual o mundo se torna elevado, purificado, e sobe até sua fonte. Todo judeu então recebe uma “alma adicional”, que ele perde quando o Shabat se despede e ele deve “descer” novamente para os conflitos da semana vindoura. É o próprio conflito para nos purificar e o mundo que confrontamos durante os seis dias quer se torna elevado no Shabat e nos possibilita subir cada vez mais alto a cada semana, em constante progressão.

Da mesma maneira que uma mulher se renova mensalmente, também o povo judeu será renovado na época de sua redenção, que culminará com sua união mais elevada com D’us.

Dormir e Acordar

Vamos tomar um outro ciclo: a alternância diária de dormir e acordar. Segundo a Lei da Torá, toda pessoa ao acordar deveria lavar as mãos, remover o “espírito impuro” que adere a ela quando está dormindo. No sono, há uma “partida da santidade” do corpo – a alma, está escrito, “ascende à sua fonte acima”. Mais uma vez, esta “lei natural” permite que a impureza se instale. Nossas mãos estão em estado de impureza ao acordarmos, por certo, mas não são “o mal”. O mesmo é verdade sobre a tumá durante a “descida natural” mensal de uma mulher. É o resultado da partida da santidade, mas não um estado de degradação, inferioridade ou vergonha.

Subidas e Descidas

Rabi Menachem Mendel Schneerson, o Rebe, oferece um entendimento ainda mais profundo sobre a natureza interior desses “baixos”, essas descidas. Pois, diz ele, a descida é na verdade uma preparação necessária para a subida, e seu supremo objetivo é a subida, a descida nada mais é que uma parte da própria subida. O Rebe explica 4 por que a Torá, ao falar de todas as jornadas dos judeus no deserto, também descreve os locais onde eles apenas descansaram como “jornadas”. Como o descanso era uma preparação para a jornada que se seguiria, os locais de repouso eram na verdade parte da jornada rumo a ascensão. Ou como no exemplo anterior: o sono dá força para a pessoa se elevar ainda mais no dia seguinte, e portanto é parte daquela subida em si – embora pareça ser um estado inferior para o corpo.

Exílio e Redenção

E num nível mais amplo, o mesmo é verdadeiro, explica o Rebe 5, sobre o exílio do povo judeu entre as nações. Se o exílio fosse apenas para o propósito de nos punir pelos nossos pecados, deveria ter diminuído com o tempo. Em vez disso, fica pior a cada dia. (A ocultação e a escuridão, no entanto, são um preparativo para – e seu supremo propósito é – uma grande revelação, a grande luz que virá na Era de Mashiach; e portanto quanto mais nos aproximamos daquela grande luz, mais espessa se torna a escuridão.) O propósito interior do exílio é que ao refinarmos ao mundo e a nós mesmos, terminaremos por atingir um nível mais elevado de santidade e unidade com D’us do que aquele existente na época do Primeiro Templo.

Conexão com a Lua

Na essência, estes “baixos naturais” – ausencias de santidade que D’us criou dentro do ciclo mensal da mulher, o ciclo semanal do Shabat, o ciclo noturno do sono, ou o ciclo inteiro da vida do povo judeu como um todo – são, no seu sentido mais interior, todos partes do processo de ascensão espiritual.

A conexão entre esses diferentes ciclos não é artificial. O Talmud compara o povo judeu à lua, pois assim como a lua cresce e diminui a cada mês, também os judeus passam por fases de ocultamento e renovação em exílio e redenção. O surgimento da lua nova, Rosh Chodesh, é um feriado menor, assinalando o início do novo mês. E este dia é também um feriado especial para as mulheres, dado a elas como recompensa por não participarem da confecção e adoração do bezerro de ouro.

O corpo de uma mulher, é claro, também segue um ciclo mensal, e o ensinamento chassídico ilumina uma correspondência mais profunda entre o ciclo de nidá e a lua nova.

O terceiro Rebe (o Tsemach Tsedec) explica 6 que em Rosh Chodesh, a lua é renovada, “purificada” e novamente “se une” com o sol; recebe novamente seu reflexo. Essa união do sol e da lua em Rosh Chodesh corresponde à união do homem e da mulher depois que terminam os dias de nidá. E da mesma maneira que uma mulher é renovada mensalmente, também o povo judeu será renovado na época da redenção, que culminará na sua união mais elevada com D’us.

Apesar do estado espiritual da pessoa, ela não é purificada até “sair” – até afetar o “exterior”. Como declara o Talmud, quando os judeus foram exilados, a Shechiná, a “Presença Divina”, foi ao exílio com eles. E como disse o Tsemach Tsedec, as letras hebraicas da palavra nidá também significam nod Heh: “D’us vaga”. Ele está em exílio com o povo de Israel.

Portanto a reunião do sol com a lua em Rosh Chodesh reflete a união do homem e da mulher, e de D’us e o povo judeu cujo relacionamento é comparado ao de marido e mulher.

Entendendo o Micvê

Entendemos que essas descidas naturais são aspectos da subida. Por que, no entanto, este processo deve ser acompanhado pela imersão num micvê, e o que tem a água a ver com a mudança de status da pessoa de tamê, “impura”, para tahor, “pura”?

Os mestres chassídicos explicam 7 que ao progredir de um nível para outro, é preciso haver um período de “nada no meio”. Por exemplo, quando uma semente é plantada no solo, deve primeiro se desintegrar, perder sua primeira existência, a fim de ser capaz de florescer. Para atingir um estado mais elevado, a pessoa deve primeiro perder ou anular seu estado anterior.

Este é o propósito do micvê: permitir que a pessoa atinja esse estado de bitul, “anulação”, o “nada no meio”, os dois níveis progressivos. Como enfatiza o ensinamento chassídico, 8 as letras da palavra hebraica para bitul quando rearranjadas escrevem tevilá – “imersão” – mais uma indicação de sua interconexão espiritual.

Para cumprir a mitsvá do micvê, a pessoa deve imergir completamente, ficar inteiramente envolvida pelas águas. Essa total imersão do ser significa perder a própria existência independente, sair de si mesmo, elevar-se tornando-se um receptáculo para a santidade. Maimônides escreve em seu Código da Lei Judaica, Mishnê Torá, que essa imersão exige a intenção do coração, a intenção de purificar-se espiritualmente de todos os pensamentos errados e dos maus traços, para levar a alma às “águas do puro entendimento”.

A Chassidut faz uma conexão ainda mais esclarecedora entre este conceito de micvê e a natureza do grande dilúvio ocorrido nos dias de Nôach. 9 Por que, pergunta-se, a água foi o instrumento escolhido para remover o perverso do mundo, e por que o dilúvio teve de durar por tanto tempo, quarenta dias e quarenta noites? Certamente se D’us tivesse desejado punir os pecadores, Ele poderia tê-lo feito imediatamente.

A resposta, explica o ensinamento chassídico, é que o dilúvio não foi apenas um castigo, mas também uma purificação para o mundo. Envolveu completamente a terra e seus quarenta dias e noites correspondem à medida de quarenta seah de água necessários para tornar um micvê ritualmente adequado. As águas do dilúvio purificaram o mundo por imersão na mesma maneira que a pessoa é purificada pela imersão no micvê. A separação e remoção de todos os elementos externos e indesejáveis têm o supremo objetivo de conduzir o mundo (e a pessoa) a um nível mais elevado. E isto nos leva de volta ao início: o supremo motivo de tumá é a separação de D’us; e ser unido significa ser “anulado” para Ele, perder o senso da própria existência independente e ser ligado à própria fonte.

Segundo a Lei da Torá, no entanto,10 a pessoa é purificada somente ao deixar o micvê, não enquanto está dentro dele. Como explica o Rebe,11 isso significa que o supremo objetivo de nossos estados espirituais elevados, nossas “subidas”, não é para sermos removidos do mundo; o propósito da criação é “construir uma morada para D’us nos mundos inferiores”. Ou seja, devemos afetar o “exterior” – levando santidade aos níveis mais baixos. Apesar do estado espiritual elevado da pessoa, ela não é purificada até “sair” – até afetar o “exterior”.

Em termos práticos, isso significa que “o essencial é a ação” – ação no mundo, no refinamento do próprio interior, e também fazer sua parte no mundo, construir “uma morada para D’us”. Assim como o estado elevado do Shabat é chamado “a fonte de bênção” para a semana inteira, e Rosh Chodesh para todo o mês, também a purificação da pessoa no micvê permeia os próprios pensamentos, palavras e ações quando ela deixa o micvê.

A Chassidut explica ainda que 12 o cumprimento das mitsvot fornece “vestimentas” para a alma. O momento da concepção é particularmente fundamental, pois o estado de espírito e a pureza dos pais determina em grande parte que tipo de “vestes” aquela alma terá.

Em suma, não somente as leis da Pureza Familiar têm um profundo significado espiritual, mas como explica o Rebe,13 o cumprimento dessa mitsvá tem uma influência profunda e direta sobre a saúde física e espiritual dos filhos – e por extensão, de todas as gerações de judeus até a eternidade.

NOTAS
1. Licutê Sichot do Rebe, vol. VIII, págs. 72;85.
2. Tanya, cap. 6: “Assim, também, são as palavras e pensamentos que não são dirigidos a D’us e Sua vontade e serviço. Pois este é o significado de sitra achra “o outro lado”, i.e., não o lado da santidade. Pois o lado sagrado nada mais é que a morada e extensão da santidade do Eterno, bendito seja, e Ele habita somente em algo que se entrega (bitul) completamente a ele…”
3. Sefer HaLickutim-Dach “Tsemach Tsedec”, vol. VI, s.v. Nidá.
4. Licutê Sichot, vol. VI, Pekudei.
5. Licutê Sichot, vol. II, pág. 358, págs. 360-363.
6. Sefer HaLikutim – Dach Tsemach Tsedec vol. VI s.v. Nidá, pág. 38-40.
7. Yom Tov Shel Rosh Hashanah 5666, má’amor II s.v. Zeh HaYom.
8. Licutê Siichot vol. I págs. 4-5; Sidur,Kavanos HaMikvah, final.
9. Licutê Sichot vol. I, págs. 4-5; Torah Ohr, s.s. Mayim Rabim.
10. Maimônides, Hilchot Avos HaTumá 6:16.
11. Licutê Sichot, vol. I, pags 14-15.
12. Tanya, final do cap. 2; Igueret HaKodesh sec. III.
13. Licutê Sichot vol. XIII, págs. 258-262, e veja referências ali.

sábado, 8 de agosto de 2015

Educação e Talmud - uma Releitura da Ética dos Pais




Ana Szpiczkowski*



Antes de dar início a esta explanação sobre judaísmo e educação, proposta deste encontro, gostaria de iniciar com a retomada de alguns princípios básicos judaicos, sustentáculos que facilitam a compreensão desta religião e dos princípios que regem a vida de um dos povos mais antigos da história da humanidade e que permanece vivo até os dias de hoje.

A Torá (Bíblia), base do judaísmo histórico, é a religião do povo judeu que, em conjunto com os preceitos da Halakhá (Lei Rabínica), contidos no Talmud (Lei Oral), e das Mitsvót, (regras de conduta obrigatória, de essência divina) são entendidas como um todo indissociável, partindo, portanto, do princípio de que ambas foram transmitidas por Deus a Moisés.

Nesta concepção se encontra o dogma fundamental e único do judaísmo, segundo o qual, a revelação divina tem duas vertentes: uma escrita e outra oral que não são nada mais que dois aspectos da mesma Lei, transmitida a Moisés no Monte Sinai. A aceitação desde dogma é de tal importância, a ponto de que o próprio Maimônides [1] , em seus escritos, se refere à importância do homem escolher para sua moradia um lugar onde a Lei Escrita e a Lei Oral sejam estudadas, para preservar a manutenção dos estudos e de sua conseqüente prática.

O judaísmo é constituído pela memória de gerações, em que os mais velhos têm a obrigação de transmitir os conhecimentos para os mais novos. Tal fato, por si só, demonstra a importância que se atribui no judaísmo à questão do ensino e da educação de um modo geral. Encontramos na própria Bíblia, em Deuteronômio [2] uma alusão à importância do recebimento e da transmissão de conhecimentos por herança. Também Maimônides, em seus mandamentos, afirma o dever de ensinar e estudar a Torá e o de honrar os eruditos e idosos que nela são versados.

Na realidade, esta iniciação deve se dar desde a mais tenra idade, pela repetição de alguns versículos bíblicos, cabendo ao pai a responsabilidade por esta tarefa. Em seguida, a criança de três anos é encaminhada ao Heder, instituição característica da educação judaica tradicional no este europeu, destinada a ensinar às crianças a prática religiosa judaica e da língua hebraica.

A partir da idade de seis ou sete anos, este estudo poderá ser confiado a um professor, que receberá remuneração por seu trabalho. Em toda cidade deverá haver um professor de crianças, cuja importância equivale à de um médico, assim como de uma sinagoga e de um tribunal rabínico, sob pena de ser colocada no ostracismo. Finalmente, as crianças não devem interromper os estudos por motivo algum, por mais importante que este possa ser.

Estudar a Torá representa usar a sabedoria e a inteligência com a finalidade de levar uma vida digna e justa. Envolve o cumprimento, a ação, a prática da vontade de Deus, em que a fé e a Lei devem caminhar em perfeita sintonia.

A questão das ações associadas à sabedoria é tratada também por Abrabanel [3] , quando este atribui à palavra “sabedoria” o sentido de pensamento filosófico, e à palavra “ações”, o fato de seguir os caminhos da Torá. Assim, mesmo que a ciência do homem seja grande, mesmo que os resultados de suas investigações sejam muitos, toda essa sabedoria será frágil, se a raiz estendida pela Torá for pequena. Ao contrário, aquele que escolhe como base de reflexão e de investigação a palavra revelada por Deus, se prende a esta revelação e atua em sua vida de acordo com ela. Este homem se parece à árvore que tem poucos ramos e muitas raízes e, como tal, resiste a todas as tempestades. Mesmo que todos os ateus e os incrédulos do mundo o assaltem, não conseguirão alterar suas firmes convicções.

A prática da educação no judaísmo, entretanto, vai além do puro e simples acompanhamento dos princípios religiosos judaicos. Ela visa ao desenvolvimento do ser humano como um todo, em suas facetas intelectual, emocional, comportamental e moral, e propõe uma prática voltada a todas as atitudes do indivíduo, no seu dia a dia, desde as mais simples até aquelas consideradas mais complexas e difíceis de lidar.

Um dos líderes religiosos judaicos mais respeitados do séc. XX, Rabi Schneerson, mais conhecido como Rebe de Lubavitch, afirma que para atingir bons resultados em educação é preciso ir além do ensino relacionado ao desenvolvimento da capacidade cognitiva dos educandos. A verdadeira educação, segundo o citado Rabi, ocorre, principalmente, quando acompanhada pela responsabilidade, ponderação, firmeza, paciência e polidez do educador. Preocupa-se com a formação do homem como um todo, com respeito à sua verdadeira essência e caráter, à sua situação e ao ambiente no qual o mesmo se insere, com um grau de responsabilidade que vai além da simples transmissão de conhecimentos. Envolve respeito pelo ser humano que está ali, ávido por receber novos conhecimentos, e que merece receber mais. Sua base consiste no cumprimento humilde de um dever de educar a nova geração, também adquirida das gerações anteriores. Trata-se da manifestação do cuidado pelo outro, Akher, em hebraico. Por sinal, é possível estabelecer uma relação entre esta palavra Akher – outro - e o termo Akhraiut – responsabilidade. Ambas, na língua hebraica, partem do mesmo radical e representam, como afirma Lévinas, uma das mais importantes premissas educacionais, que é a de manifestação do cuidado e responsabilidade para consigo mesmo e pelo outro, tema-chave do pensamento filosófico, teológico, político e pedagógico/antropológico do séc. XX. A necessidade de convivência, e da aceitação das pessoas pela coletividade e pela sociedade em que se inserem, implica no estabelecimento de regras que sejam aceitas convencionalmente e que normalizem esta coexistência.

Desta necessidade de regras para a convivência em sociedade nasce a moral. Moral difere de ética, embora a ética inclua a moral. Enquanto a moral consiste em um conjunto de hábitos e costumes formados por acúmulo de experiência ou pela preservação das tradições, a ética diz respeito ao exercício individual diante de questões, em função de algum critério pessoal. Nas construções de normas morais estão incutidos conceitos de ética para tornar possível à convivência humana. Estes representam, desde a Antigüidade até os dias de hoje, a preocupação da civilização ocidental e do homem como indivíduo, em vincular o ser humano ao seu modo de ser e agir e ao modo de ser e agir do próximo, com vistas à universalidade e à criação e adoção de regras e normas de convivência em sociedade, independentemente das diferenças setoriais, geográficas e históricas.

A moral não ensina ao indivíduo como ser feliz. Para ser feliz é preciso, antes de tudo, que o ser humano busque dentro de si, e decida se quer ou não cumprir aquilo que a moral exige.

Há momentos em que a moral, por ser universal, se torna repressiva para a auto-realização do ser humano enquanto individualidade. Há mesmo situações de conflitos, em que temos que optar por uma conduta que representa o que queremos e uma conduta que nos é moralmente imposta.

Grande parte das normas morais tem como fonte a Bíblia. Embora a ética não seja necessariamente religiosa, a religião necessita da ética. Todas as religiões se fundamentam em princípios éticos. O mundo da religião é o mundo da crença. Ao delimitarmos nossas crenças delimitamos nossa ação.

No judaísmo, a atribuição da Bíblia a Deus, faz com que a moral e a ética se tornem muito próximas. Trata-se de uma moral que emana de Deus, não do ser humano. A moral é feita por mandamentos, aos quais o judeu deve cumprir de tal maneira, a exercitar e aprender a perder a sua própria vontade para chegar a aprender a vontade divina.

A unidade do povo judeu na Antigüidade se dava não em relação a um território, mas à sua história seqüencial, relatada e escrita em um livro, “O Livro”, a Bíblia.

O grande personagem da Bíblia não ó povo judeu, mas é Deus. A obra de Deus é perfeita, e nela está o paraíso. A queda do paraíso se deu em conseqüência da curiosidade pelo conhecimento do homem e da mulher.

Deus impõe sua moral ao seu povo, trazendo não apenas a visão do paraíso, mas também da perda, da decadência e da punição, como um destino a ser suportado, sofrido e resgatado.

A ética judaica consiste em obedecer ao código moral, ao sistema de mandamentos divinos, definidos por Maimônides como positivos e negativos. Mas ela vai além. O próprio Maimônides em sua obra “O Guia dos Perplexos” [4] refere-se à questão de que o homem foi criado à imagem de Deus [5] , semelhança espiritual e não física, em que Deus insuflou no homem seu próprio espírito. Isto significa que todos os homens foram igualados pelo recebimento do espírito divino e possuem possibilidades iguais de convivência e desenvolvimento na sociedade em que vivem, independentemente de sua cor, estatura, nacionalidade, religião, cultura e demais características. Para que isto ocorra é preciso, pois, que o ser humano pratique o princípio de “amarás a teu próximo como a ti mesmo...” [6] , conforme consta em Levítico.

Na filosofia judaica clássica existem diferentes teorias éticas, das quais chamo a atenção para um tratado ético judaico, parte do Talmud, e que representou um marco para a sociedade aristocrática da época, desde 300 a.C. até 200 d.C. Consiste em um tratado que contém toda uma coleção de ditos e sentenças dos “pais”, os Sábios de Israel, de caráter fundamentalmente ético que representa não um código de valores e normas, mas uma série de condições mínimas necessárias para a sustentação de toda sociedade humana e do homem simples do povo. Muitas de suas máximas exaltam a Torá, a Bíblia, ao mesmo tempo em que propõem um aprimoramento individual do homem enquanto ser atuante na sociedade em que vive, com direitos e obrigações, onde impera a responsabilidade pessoal e coletiva.

Minha escolha por este tratado deu-se, principalmente, pela inesgotável riqueza de ensinamentos e reflexões sobre educação e indiretamente sobre ensino, nele contidas.

Uma de suas máximas que mais chamou minha atenção foi proferida pelo Rabi Elazar ben Schamuá [7] que diz:

“Que a honra do teu discípulo seja tão querida para ti como a tua própria, e a honra do teu companheiro como a reverência pelo teu mestre, e a reverência pelo teu mestre como a reverência pelos Céus”.

Rabi Elazar distingue nesta máxima três classes de honra: a que o homem reivindica para si mesmo, a de seu aluno e a de seu colega. Por outro lado, menciona dois tipos de respeito: o que se deve ao professor e o que se deve a Deus.

Na visão de Abrabanel, Rabi Elazar está se referindo a três níveis de contatos sociais.

O primeiro é o relacionamento entre uma pessoa com alguém diferente dele na questão da autoridade, como a do mestre e seu discípulo. Nesse caso, o mestre é advertido para estender ao seu discípulo o mesmo respeito que ele gostaria de receber.

O outro nível de contato social é o relacionamento entre iguais. Aqui Rabi Elazar nos ensina a honrar nossos iguais com a reverência que é dada a um mestre.

O terceiro nível se refere a aquele que se encontra na companhia de uma pessoa superior a ela, uma personalidade, com quem o relacionamento deve ser de deferência, reverência e respeito.

A apresentação dos três níveis de contato enumerados no texto sugere uma ordem crescente entre os tipos de honra e respeito.

A primeira colocação de Rabi Elazar refere-se à honra que o homem deve reivindicar para si próprio. Ele parte do pressuposto de que o amor-próprio antecipa qualquer relacionamento e que, sem ele, todos os relacionamentos seguintes ficam comprometidos, princípio, por sinal, referendado por autores contemporâneos como Knibbeler (1989), Prabhu (1992), Orlowek (1993), Buber (1973) e outros.

Ao comparar a honra do companheiro à honra do mestre, Rabi Elazar, se refere àposição de educador-educando que pode inverter-se, e o companheiro de hoje poderá um dia converter-se em nosso professor, e vice-versa. Por sinal, é possível completar esta idéia com a referência à outra máxima do mesmo tratado ético, onde é afirmado que:

“Quem aprende de seu companheiro um capítulo, ou um parágrafo, ou um versículo, ou uma palavra, ou mesmo uma única letra, tem a obrigação de tratá-lo com honra...”

O respeito devido ao companheiro de estudos, ao condiscípulo, está comparado aqui com o respeito que temos ao professor. A prática dialética de argumentação, promove a educadores e educandos o encorajamento, o desafio e o direito à discordância, e possibilita a constante reavaliação de sua atuação, tão necessária para o próprio crescimento e para o crescimento do outro.

A mensagem principal desta máxima é, sem dúvida, a idéia do “respeito”, que permeia todos os tipos de relacionamentos, e especificamente aqueles voltados à educação.

Certamente, sua importância é tamanha, que pode ser considerado como elemento norteador do processo educacional democrático, em que o professor respeita seus alunos e outros professores, assim como os alunos respeitam seus colegas e mestres.

O “respeito” como qualidade para os relacionamentos é vastamente apresentada nesta coleção de ditos. Há uma, porém, que atraiu especialmente minha atenção, pois ela faz referência à questão do “olhar” do professor em relação aos seus alunos, e da percepção respeitosa que ele deve ter das diferenças, capacidades e competência dos mesmos para lidar com as situações que lhes aparecem e lhes são apresentadas no dia a dia. Ele passa, assim, a considerar cada um de acordo com seu potencial individual e a respeitar nele suas próprias capacidades e ritmos distintos de aprendizagem. É ela:

“Há quatro tipos entre os que se sentam perante mestres: esponja, funil, filtro e peneira. Esponja é aquele que absorve tudo; funil, o que recebe de um lado e deixa escapar de outro; filtro, o que deixa sair o vinho e retém a borra; peneira, o que deixa sair o farelo e retém a farinha”.

Falando do tipo que se assemelha a uma esponja, os Sábios não se referiam ao indivíduo que absorve de tudo, sem discernimento, mas àquele que, por sua imensa curiosidade, absorve avidamente tudo o que emana da boca do seu mestre. Quando apontam para o segundo tipo, o funil, associam a este objeto à sua capacidade de absorção, superior à sua capacidade de restituição, o que significa que o aluno que se assemelha ao funil restitui com dificuldade os conhecimentos absorvidos. A terceira categoria de alunos é comparada ao filtro, que retém os sedimentos e deixa passar o vinho, do mesmo modo que o bom aluno deve “sedimentar” o que aprendeu e transmitir aos seus futuros alunos um vinho claro, quer dizer, os conhecimentos, de acordo com sua capacidade de compreender. Por último, a comparação com a peneira, que serve para reter o melhor da farinha, corresponde ao aluno que é capaz de conservar o núcleo dos ensinamentos e desfazer-se dos desperdícios.

A questão do respeito mútuo pode ser também constatada nas academias de estudos superiores, que se baseia em uma metodologia própria denominada Pilpul - raciocínio dialético, que se traduz em uma experiência bastante rica dentro do processo educacional. Consiste na participação integrada de mestres e alunos em que as declarações de cada erudito são aceitas e agregadas às afirmações de outros Sábios, e onde a diversidade de juízos é vista como parte complementar do processo educacional, que tende a propiciar o crescimento das partes envolvidas e, conseqüentemente, da própria aprendizagem. Os mestres expõem a doutrina, as Leis, e os alunos que não a compreendem inteiramente, costumam fazer perguntas. A essas perguntas segue-se a contestação dos professores, explicando-a mais claramente. Surgem objeções, os defensores das teses de seus mestres se enfrentam com seus contraditores, e todos os envolvidos têm direito à participação, à opinião, à contestação e à indagação, que conduzem ao discernimento. Ao término do debate, algumas opiniões são definitivamente descartadas e outras adotadas pelo reconhecimento do seu valor, e esclarecem certos aspectos ou conseqüências das doutrinas que até então não estavam claros.

Traduz-se em uma metodologia que pressupõe o envolvimento afetivo com o objeto de discussão, e a participação ativa no processo de aprendizagem. Muitas vezes a melodia é associada ao sistema de estudo do Talmud que, pelo fato de imprimir seu ritmo ao texto e aos seus comentários, promove a participação integral das pessoas e pode conduzir à fixação do conhecimento. Ela busca proporcionar ao aluno uma autoconfiança tal que ele não tenha receio de expor seus pensamentos e lhe permita explorar e criar novas idéias. Na medida em que o aluno vai se desprendendo da timidez, adquire coragem para se colocar diante dos colegas e mestres, vencer etapas e adquirir auto-estima mais elevada. Com esta prática, ele não estará somente escutando aos outros, mas tem a oportunidade de ouvir também a si mesmo e de tentar, cada vez mais, atingir um nível de argumentação apropriada que o faça igualar-se aos seus colegas.

O movimento de dar e receber conhecimentos, certamente, conduz o estudante ao desenvolvimento de sua inteligência, aguça o sentido crítico do pensamento e permite a elucidação de problemas. Promove a participação ativa dos elementos envolvidos no processo educacional, em uma verdadeira lição de democracia, na qual todos têm o direito de questionar, de emitir opiniões, de ensinar e de aprender uns com os outros. O professor, envolvido e interessado em seus alunos e no próprio conteúdo, transmite seus conhecimentos e desenvolve, o interesse, a motivação e o envolvimento com o conteúdo da aprendizagem, pertinentes à realidade destes mesmos alunos.

A partir dos seis ou sete anos a criança começa a ser incentivada ao estudo em parceria, denominados de Havruta, cuja origem é a mesma que amizade ou camaradagem, em hebraico.

Por falar em idade é possível encontrar na “Ética dos Pais” uma máxima cujas idéias nos que remetem aos princípios cognitivistas do desenvolvimento humano apresentadas por Piaget (1974) e que propõe a compreensão do conhecimento do ser humano a partir das etapas de seu desenvolvimento. Vejamos:

“Ele dizia [8] : Aos cinco anos é tempo de começar o estudo da Mikrá – Lei Escrita; aos dez anos, o da Mischná - Lei Oral: aos treze anos, o dos Mandamentos; aos quinze, o do Talmud – Lei Oral; aos dezoito anos é tempo de casar; aos vinte, é tempo de perseguir o trabalho; aos trinta, plenitude da força física; aos quarenta, do entendimento; aos cinqüenta, do conselho; aos sessenta começa a velhice; aos setenta, as cãs; aos oitenta, se houver vigor; aos noventa começa o encurvamento; aos cem é como se estivesse morto, passado e extinto do mundo”.

Esta máxima aponta para a questão de que o conhecimento é adquirido e se acumula por toda a vida, desde a infância até a morte, e deve ser administrado de modo a poder ser utilizado tanto nas suas próprias experiências de vida como na experiência e modelo que devem ser passados para as gerações mais novas.

A presença do estudo durante toda a vida da pessoa permite a aquisição gradativa de conhecimentos, de acordo com o grau de desenvolvimento da mesma, uma vez que é atribuída aos idosos a sabedoria adquirida pelo estudo iniciado ainda na infância e continuado no decorrer da vida. Isto porque as meditações de um nonagenário têm por objeto a mesma Torá que a criança de cinco anos começa a estudar.

Ao destacar a importância do estudo desde cedo, os Sábios estão se referindo aos ensinamentos dados em casa pelos familiares, pais e avós da criança. Cabe ao pai, ainda em casa, iniciar seu filho no estudo da Torá, para depois encaminhá-lo à escola. Consiste em um movimento que atribui um valor muito grande à presença familiar na vida da criança, em uma integração harmoniosa entre lar e escola, assunto freqüentemente estudado e debatido entre os educadores dos dias atuais.

Cabe salientar aqui, a importância atribuída ao livro como instrumento de aprendizagem. Este objeto tão valioso tem estado um tanto esquecido ultimamente, em função do uso exacerbado da tecnologia, em detrimento da leitura. O judaísmo, pelo contrário, confere a ele um valor todo especial, quando propõe que o estudo da Lei Escrita - se dê a partir dos cinco anos. Quando a criança já estiver familiarizada com as fontes escritas do judaísmo, está preparada para iniciar o estudo da Lei Oral, e desenvolver e aprimorar cada vez mais a prática da argumentação e estudo dialético, ao qual já me referi anteriormente, que pretende desenvolver a maturidade e a aquisição de experiência e vivência pelo homem, e que lhe possibilita viver plenamente e com sabedoria, até atingir sua plenitude.

Quanto ao exercício da liderança, também citada neste tratado, são feitas referências às atitudes de humildade e modéstia, o interesse não possessivo pelo outro, a ação pela justiça, a flexibilidade, a tolerância e a liberdade. A problematização é sugerida para ocupar o lugar do autoritarismo e para evitar extremismos e discriminações, assim como a consciência de sua responsabilidade, individual e coletiva, já que, na condição de líder, propõe-se a deixar um legado de conhecimentos para as futuras gerações.

É possível encontrar no tratado de Pirkei Avot. – “A Ética dos Pais”, uma das mais completas sínteses dos princípios essenciais da prática judaica com base na Torá, a qual cito a seguir:

“A Torá é superior ao sacerdócio e à realeza, pois a realeza requer trinta qualidades, o sacerdócio vinte e quatro, mas a Torá requer quarenta e oito coisas. E elas são: estudo, atenção pelo ouvido, repetição em voz alta, inteligência do coração, respeito, temor, humildade, alegria, pureza, convívio com Sábios, aproximação dos companheiros, debate com os discípulos, bom senso, conhecimento da Escritura, conhecimento da tradição... paciência, bom coração, confiança nos Sábios, resignação no sofrimento, conhecer o seu lugar, contentar-se com a sua porção, medir suas palavras, não exigir créditos para si, ser amado, amar o Todo-Presente, amar o seu próximo, amar a retidão, prezar as críticas, afastar-se das honrarias, não inflar o coração por causa do desconhecimento, não se deleitar em dar ordens, ajudar o próximo a carregar o seu jugo: julgá-lo com indulgência, pô-lo no caminho da paz; estudar com método, perguntar conforme o assunto e responder conforme a regra, ouvir e aumentar o conhecimento, aprender para ensinar, aprender para praticar, estimular a sabedoria do mestre, raciocinar sobre o que ouvir e dizer coisas em nome de quem as disse. Sabe-se que todo aquele que diz uma coisa, citando o nome de quem a disse, traz a redenção ao mundo, pois foi dito: “E disse Ester ao rei em nome de Mordekhai” [9] .

A estrutura formal desta máxima separa por grupos as características enumeradas. Primeiramente foram citados os requisitos necessários para que o homem esteja preparado para o seu estudo. Em seguida, são apresentados comportamentos pertinentes ao convívio e aos relacionamentos interpessoais. Logo após, é lembrada a importância da aquisição do conhecimento, acompanhada de um grupo de comportamentos de contensão e respeito, seguidas de instruções de modéstia, indulgência e benevolência. Finalmente são tratadas as questões relacionadas ao estudo e ao ensino, concluindo com a orientação para o uso de citações, sempre com identificação de fonte e autor, numa atitude de respeito e deferência por aqueles que, através das gerações, deixaram seu legado à disposição de seus seguidores. Ester, mencionada nesta máxima teve, já no séc. II a.C., o zelo de citar Mordekhai, seu tio, como mandante para que se dirigisse ao rei Assuero, a fim de solicitar a redenção do povo judeu. Obteve o apoio do rei e a redenção do seu povo.

Para finalizar, cito: “Com que se parece aquele cuja sabedoria excede suas boas ações? Com uma árvore de muitos ramos e raízes poucas, e assim, quando sopra o vento, ele a arranca e derruba, pois foi dito:... “Porque será como o arbusto no deserto, não verá a chegada do bom tempo, viverá em lugares áridos do deserto, em terra estéril e inóspita”. (Jeremias, 17:6) Mas, com que se parece aquele cujas boas ações excedem sua sabedoria? Com uma árvore de poucos ramos e raízes muitas, de modo que, embora todos os ventos do mundo soprem e a fustiguem, não a moverão do lugar, pois foi dito: “Porque será como a árvore plantada à beira da água, que estende as suas raízes para o ribeiro, não receia quando vem o calor, a sua folha fica sempre fresca; e no ano de secas não se afadiga nem deixa de dar frutos”.(Jeremias, 17:8)

Raschi [10] , se refere, com esta dupla metáfora, aos homens dignos e aos homens indignos, que são, de acordo com seu grau de enraizamento, mais frágeis ou menos frágeis. Ainda no que se refere à questão das raízes, é possível estabelecer uma analogia com ação e pensamento. As ações nobres devem ser, de certo modo, implantadas na criança como as raízes na terra, pois são elas que proporcionam à sabedoria o alimento e a força de que necessita para desenvolver-se. A ação é, nesta perspectiva, um elemento primordial para a obtenção de hábitos, para a retenção de conhecimentos e para o desenvolvimento do ser humano.

Finalmente, para concluir esta apresentação, gostaria de apresentar o seguinte dito: “... muito aprendi dos meus mestres, e de meus companheiros mais que deles, e de meus alunos mais do que de todos”. Creio que ele traduz, de maneira sucinta, a mensagem judaica de educação que tentei transmitir a todos. Espero que, por sua abrangência, esta mensagem possa servir como elo para a humanidade como um todo, e para o despertar do sentimento que une a todos os povos, independentemente de suas religiões e crenças, e preencher suas vidas de significado e de propósito.

Referências Bibliográficas

________________ A Bíblia Sagrada, Rio de Janeiro, Sociedade Bíblica do Brasil, tradução de João Ferreira de Almeida,1957.

________________ Abrabanel on Pirke Avot – New York, Shepher-Hermon Press Inc., compilado e traduzido por Abraham Chill, 1991.

________________ Maimônides - Comentário da Mishná - Ética dos Pais - Sanhedrin, São Paulo, Maayanot, 1993, tradução de Alice Frank.

_______________ Maimônides - Mishné Torá - Alumot, Jerusalém - Tel Aviv, 1965.

 __ Maimônides - Os 613 Mandamentos - São Paulo, Nova Stella, 1990, tradução de Giuseppe Nahaïssi.

________________ Pirkei Avot: Ética dos Pais, São Paulo, B’nai B’rith, 1976, 1a ed., tradução e notas explicativas de Eliezer Levin.

Buber, Martin - Education, in Between Man and Man, cap.III. London, Collins, 1947.

 Al Hamaasse Hakhinukhi, 1925, in Bessod Siakh, Jerusalém, 1973.

Caon, Claudia M. - A Educação Religiosa Ortodoxa Judaica - Princípios, Metas e Resultados, Dissertação de Mestrado em Educação, Universidade de São Paulo, 1995.

Kehati, Pinhas, Mishnah -Avot - Comentários a la Mishná: tratado de Pirké Avot, Jerusalém, Heichal Shlomo, 7a ed., 1976.

Knibbeller, Wil -The Explorative - Creative Way: Implementation of a Humanistic Language Teaching Model, Germany, Tübingen: Narr, 1989.

Lehmann, M. - Pirke Avot, Harambam Maimonides Corp., Miami Beach, Flórida, 1985, tradução e adaptação de Viviane Assa, revisão de Rachel Melul de Amselem.

Orlowek, Noach - My Disciple, My Child, New York, Feldheim Publishers, 1993.

Prabhu, N.S. - There Is No Best Method – Why? in Tesol Quarter Ly, vol. 24 n0 2, 1990.

Rogers, C. - Liberdade para Aprender, Belo Horizonte, Interlivros, 4a ed. 1978, tradução de Edgar Godoi da Mata Machado e Márcio Paulo de Andrade.

Schneerson, Yossef Y. - The Principles of Education and Guidance, New York, Kehot Publication Society, 1990.

Szpiczkowski, Ana – Educação e Talmud, Uma Releitura da Ética dos Pais, São Paulo, Humanitas/FFLCH/USP: Fapesp, 2002.


* Profa. Dra. de Língua, Literatura e Cultura Judaicas, DLO, USP, SP.

[1] Também conhecido como “Rambam”. Nasceu em Córdoba, Espanha, 1135 -1204. Autor de várias obras dentre as quais destaca-se “Os 613 Preceitos”, “Sefer Ha - Maor” e “Schmoná Perakim”.

[2] .“E as intimarás a teus filhos”.(6:7); “Moisés nos deu também a lei por herança da congregação de Jacó” (33:4)

[3] Abrabanel, dom Isaac, (1437-1508); Importante comentador da Bíblia, fugiu da Espanha em 1492, com a expulsão dos judeus de Espanha.

[4] Redigido entre 1187 e 1190, ele estabelece um diálogo entre o mosaísmo e a filosofia, com a finalidade de tornar possível o acesso da razão aos aspectos da Torá que não estão ao alcance da capacidade humana.

[5] Gênesis, 9:6.

[6] Levítico, 19:18.

[7] Quarta geração de Tanaítas - professores e repetidores; período de 140 a 165 d.C.

[8] Yehudá ben Temá - quinta geração de Tanaítas - professores e repetidores; período de 165 a 200 d.C.

[9] Livro de Ester, 2:22.


[10] Erudito francês de ascendência davídica, autor de comentários, que se tornaram padrão, sobre importantes textos judaicos (1040-1105).

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Tikun Shoá: O Incêndio Em Santa Maria

INICIO AS PRIMEIRAS PALAVRAS DESTE ARTIGO COM AS MAIS PROFUNDAS CONDOLÊNCIAS ÀS FAMÍLIAS DAQUELES QUE DESTE MUNDO FORAM RETIRADOS. MEUS SINCEROS PÊSAMES.

Durante a Segunda Guerra Mundial, muitos foram os que criaram Carma para si mesmos, ajudando seja na deportação e assassinato de judeus, deficientes, homossexuais, testemunhas de Jeová, negros. Outros criaram Carma omitindo-se de ajudar, esconder pessoas, vizinhos. Alguns outros por denunciarem pessoas e receberem pagamentos da Gestapo. Judeus que venderam seus próprios irmãos ou lhes negaram ajuda.

"NADA QUE FIZERMOS NESTE MUNDO FICARÁ SEM SUA RECOMPENSA, SEJA BOA, SEJA MÁ".

Clama-se por "JUSTIÇA" sem saber que a "JUSTIÇA" foi realizada. Aberta a caçada a culpados, quando culpados somos.

A TRAGÉDIA EM SANTA MARIA

Os mais de duzentos jovens mortos no sinistro incêndio acontecido na madrugada de 27 de Janeiro de 2013 não foram vítimas da "INJUSTIÇA DIVINA", mas sim, contempladas pela Sua Misericórdia ganhando uma nova oportunidade para reencarnarem e livre de um Carma terrível.

AS EVIDÊNCIAS

O incêndio aconteceu no Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto (27 de Janeiro). Os jovens foram asfixiados por gás de Ácido Cianídrico liberado pela queima da espuma de isolamento acústico da boate, o mesmo gás usado pelos Nazistas para asfixiar judeus nas câmaras de gás dos Campos de Concentração. No banheiro da Casa, onde as vítimas foram encontradas havia, entre outras, uma foto de Adolf Hitler. Os mortos estavam uns sobre os outros, exatamente como os mortos dentro das câmaras de gás nazistas. Hitler tinha um fotógrafo pessoal que capturou a maioria das suas imagens. Seu nome era "Heirich Hoffman". Um dos donos da Boate Kiss chama-se, e não casuisticamente, Mauro Hoffman. A boate Kiss fica na Rua dos Andradas número 1925 que é o ano em que Adolf Hitler publicou seu livro "Mein Kampf (Minha Luta)" que tornar-se-ia a chamada "Bíblia dos Nazistas".
                                      
A FOTO: 
DA DIREITA PARA A ESQUERDA, A IMAGEM DE ADOLF HITLER É A TERCEIRA
 
O Ácido Cianídrico Usado pelos Nazistas

UM SONHO REVELADOR

Uma amiga, qual não citarei nome, sonhou que estava na Boate Kiss na noite do incêndio. Um rabino de aparência tradicional apareceu e foi ele quem iniciou o incêndio. Qual o significado deste enigmático sonho? O Rabino é uma figura de um anjo que vem para requerer o carma daqueles que ali estavam, e que, como as evidências apontam, estiveram envolvidos durante a Segunda Guerra Mundial, de uma forma direta ou indireta, colaborando com o Holocausto.

UM CÓDIGO ASSOMBROSO

Se escrevermos as palavras "Fogo, Santa Maria, Gás Cianídrico e jovens, morrer" e as traduzirmos para o hebraico, um assombroso código se revela.

אש, סנטה מריה, גז ציאניד והצעיר למת

A palavra "fogo (אש)" marcada em vermelho junto com as demais também assinaladas em vermelho permutam-se para revelar "Auschwitz (אושויץ)". Em seguida a "fogo (אש)" temos "Santa Maria (סנטה מריה)" cuja as iniciais "SM (סם)" formam o termo "Sam" que é "Veneno" em hebraico. A seguir temos "Gás Cianídrico (גז ציאניד)" e o nome deste gás contém as mesmas letras de "Nazi (נאצי)". Juntando estes códigos nós temos a frase "Fogo, veneno, gás nazista, Auschwitz... (אש סם גז נאצי אושויץ)". E ainda há mais: As letras em azul reorganizadas formam os nomes "Hitler (היטלר)" e "Himmler (הימלר)". E tem mais... Muito mais... Como o nome do Anjo da Morte (סמאל) e se juntarmos à frase acima o nome da Boate em hebraico (נשיקה) ainda encontraremos "karma (קארמה)" e "Iom ha'Shoá (יום השואה)" que é "Dia do Holocausto".

Por mais duro e aterrador que tenha sido esta tragédia, a lição que devemos aprender é que, toda ação tem uma reação igual e contrária, e é uma lei da física e que opera também no homem.

"TODO EVENTO CARREGA EM SI MESMO O SEGREDO CODIFICADO DA SUA MISTERIOSA CAUSA".


OUTROS CÓDIGOS

O local onde a tragédia teve lugar, a Boate Kiss, tem outros códigos ocultos em suas letras. Em hebraico, Boaté "Mo'adôn ha'Laila", mas nós não vamos usar o equivalente hebraico, e sim a transliteração: בואטא נשיקה. Então, temos a frase "Boate Kiss, jovens, morrer".

בואטא נשיקה גז צעיר למות

As letras marcadas em vermelho e maiores quando permutadas, lançadas em outra ordem, revelam Zyklon B "ציקלון ב" o nome do Gaz nazista a base de cianídrico usado nas Câmaras de Gás.

KARMA COLETIVO


A dor permanecerá se não houver compreensão da sua razão. É comum caçarmos demônios no exterior para lançarmos as nossas próprias culpas sobre eles, pois nunca achamos que somos culpados. Cristãos culpam o diabo pelos infortúnios que lhes sobre eles se abatem, apesar de se declarem filhos do Rei Santo e a Bíblia deixar claro "Os que estão em Cristo estão ocultos em D'us e o maligno não os pode encontrar (Colossenses capítulo 3). O Cristo aludido no verso é o "Buddha Interior" o "Dharma" que é o refúgio na sabedoria, conforme dito no Tehilim 91 (Salmos 91): "א  יֹשֵׁב, בְּסֵתֶר עֶלְיוֹן;    בְּצֵל שַׁדַּי, יִתְלוֹנָן - Assentado no esconderijo do Supremo, à sombra de Shaddai, estou seguro".

Shaddai que é Metatron e o Anjo que revela os mistérios da Sabedoria e isto é para aquele que se dedica aos mistérios um esconderijo. Este mistério está oculto na Torah onde somos informados sobre as cidades de refúgio, que eram esconderijos para aqueles que haviam cometido algum delito, e não sendo culpado, poderiam ocultarem-se neste cidade para não serem encontrados pelo "Goel ha'Dam - O Vingador do Sangue" que é o Agente do Karma.

Uma jovem que ajudara na organização da festa universitária "Agromerados" que soa muito semelhante a "Aglomerados" e que não fora à Boate na madrugada da tragédia, teve sua vida ceifada junto com o próprio namorado na noite de sábado, dia 2.

Por um momento, um alívio de haver aparentemente escapado do karma coletivo no incêndio da Boate para morrer na estrada num acidente de carro.

Isto se parece com aquele filme "Premonição" onde os jovens escapam aparentemente da explosão de um avião para serem gradualmente encontrados pelo Anjo da Morte e serem ceifados.

TESTEMUNHO

Um discípulo querido de muitos anos, professor em Ijuí no Rio Grande do Sul, reportou-me que conheceu um dos jovens que foram ceifado no incêndio. Disse que sempre que este jovem o via o cumprimentava com a saudação nazista "Heil Hitler", aparentemente uma  brincadeira inocente de provocação por ser este meu discípulo um judeu, mas que na verdade trata-se de "memória inconsciente" de outra vida...


PREVISÃO

Acredito que o número de ceifados neste evento cármico chegará a duzentos e quarenta (240). Se esta previsão se concretizar, eu farei uma atualização no artigo revelando o porque acredito nisto e o segredo do número 240.


ATUALIZAÇÃO
12/02/2013

Acima, havia dito que, se o número de "ceifados" chegasse a 240 eu abriria o segredo deste valor. Contanto com a jovem que deveria ter estado na Boate na noite do incêndio e que morrera num acidente de carro dias depois e com o jovem morto ontem, o número é 240.

Em hebraico 240 tem um significado muito especial e particular, pois, é o valor do nome "Amaleq (עמלק)" e este é o nome de um antigo inimigo dos B'ney ha'Adam (Humanidade), da Sabedoria e da Espiritualidade.

Amaleq surgiu do casamento misto entre a Nachash (serpente) do Éden, que não era uma cobra como temos hoje, e a mulher de Adão, Eva. O fruto desta relação foi Cain e o Zohar nos diz que ele tinha a beleza dos seres celestiais pois seu pai (Samael) era um anjo e dos seres de Adamah onde ele nascera. Cain é o primeiro Amalequita. Os nazistas eram reencarnações deste povo antigo inimigo de Israel e da humanidade.

Em 1939, as SS de Himmler Reichsführer-SS do Terceiro Reich, alcançaram o número de 240.000 membros. O número é uma assinatura divina que revela que, estas pessoas estiveram envolvidas direta ou indiretamente com o Holocausto.
É significativo que este falecimento tenha acontecido ontem, no dia 11 de Fevereiro, que foi, no calendário hebraico o dia 1º de Adar que é décimo segundo mês, que é muito importante por simbolizar a derrota de Amaleq. Ontem, e não por acaso, o Papa Bento XVI anunciou a sua renuncia. Devo lembrar que Iosef Ratzinger fora membro da Juventude Hitlerista? Veja o estudo abaixo, encontrado codificado dentro das escrituras hebraicas em 2005. Neste ano, antes do Conclave terminar e ser anunciado ao mundo o novo pontífice, eu encontrei a previsão e foi então que descobri que o papa havia sido nazista, pois isto está escrito na matriz.
                                       
No centro do texto bíblico hebraico está "I. Ratzinger" e cruzando-o está "Vaticano" e junto a isto "a seguir". Cruzando I. Ratzinger está "Aglomeração de Nazistas" e também "Bar Natzei" que significa "Filho de Nazistas".
Seria um acaso o Papa ter anunciado sua resignação em Adar e no dia em que a 240ª morte do incêndio em Santa Maria aconteceu? Ou tudo estaria misteriosamente conectado?

Os segredos sobre Amaleq e as causas espirituais do Shoá (Holocausto) você encontra no meu livro "Amaleq - As Origens Ocultas do Nazismo".
                                           
 
ATUALIZAÇÃO
27/02/2013

Hoje, dia 27 de Fevereiro faz um mês da tragédia cármica da Boate Kiss, e exatamente hoje o Papa Bento XVI, ex-nazista, realizou sua última audiência pública. Seria isto um acaso? Como insistem aqueles que não creem na Sabedoria e seus mistérios. Alias, este atual Pontífice nasceu em 1927 e substituiu Karol Jozéf Vojtyla que foi o anterior Sumo Pontífice durante 27 anos...

O número de 240 mortos, e não 239 como insistem os jornais, pois a jovem que ajudou na organização do "Agromerados (não aglomerados)" foi encontrada pelo Anjo da Morte numa estrada no dia 2 de Fevereiro...


ATUALIZAÇÃO
03/03/2013

Bruno Alexandre, me escreveu ontem, citando palavras que havia escrito neste artigo: 

"Retirado de seu blog: "Acredito que o número de ceifados neste evento cármico chegará a duzentos e quarenta (240). Se esta previsão se concretizar, eu farei uma atualização no artigo revelando o porque acredito nisto e o segredo do número 240."

Junto, ele enviou o link que segue abaixo que noticia a morte da 240ª vítima (apesar de eu já haver considerado a jovem que morreu na estrada):


Realmente aquelas pessoas, jovens, era guilgulim (reencarnações) do nazismo e outros que ajudaram a concretizar a Solução Final, e não há mais dúvidas disto.
KISS
"O Segredo"

Instintivamente, algumas pessoas que, sequer são iniciadas nos caminhos da Sabedoria Escondida, fizeram ligações com o nome da Boate "KISS" com as "SS" de Himmler". Eles estavam certos.


Heinrich Himmler

Heinrich Luitpold Himmler (Munique, 7 de Outubro de 1900 — Lüneburg, 23 de Maio de 1945) foi o comandante da Schutzstaffel (Reichsführer-SS) e um dos mais poderosos homens da Alemanha Nazi (1933-1945). Foi uma figura chave na organização e execução do Holocausto. Os Neonazis fazem alusão a ele com a sigla "HH" que são as iniciais do seu nome.
                                       
 

Himmler recebendo flores de uma jovem alemã

O universo inteiro está repleto de códigos, e tudo deixa sua assinatura mística impressa, é a rubrica da alma. KISS precisa ser transliterada para o hebraico e lida ao contrário, e desta forma revela sua aterradora assinatura.

KISS
Ao contrário são as iniciais de "SS IASHUV KEVURÁ" cujo aterrador significado é "A SS Retornará da Sepultura", indicando que aquelas pessoas, em sua maioria eram mesmo reencarnações das SS de Himmler.


ATUALIZAÇÃO
18/02/2013

Nosso amigo leitor Joaquim Nabuco, escreveu-me para comunicar em 7/02/2013 que o número de mortos havia aumentado. Eu já havia constatado por estar acompanhando o caso através dos noticiários e jornais. A previsão de 240 "vítimas" foi feita através do conhecimento, da sabedoria, e não por achismo, ou por se utilizar ferramentas confusas que mais confusão criam. Ao todo são 242 pessoas mortas contando com a jovem que teve a vida ceifada em um acidente de carro no sábado dia 02/03/2013 e que fora uma das que participaram na organização do "Baile Agromerados".

Vamos então, aos segredos do número 242. O nome Zacarias vem do hebraico "Zachar-Yah" cujo signficado é "lembrando por D'us" ou "D'us se lembrou" tanto no sentido positivo como no sentido negativo. No sentido cármico "D'us se lembra dos nossos pecados" mas também "Ele se esquece deles" se tivermos feito voluntariamente o "tikun (Correção)".
Amalek: The Hidden Origins of the Nazism - Watch today’s top amazing videos here
Não há como fugir do fato de que, o que houve na Boate Kiss na madrugada do Dia da Lembrança do Holocausto foi um karma coletivo. Estamos cercados pelas evidências e negá-las seria negar a sabedoria.

O CÓDIGO 613

Os praticantes da Torah, são os praticantes dos 613 preceitos que ela possui, e não apenas isto. O corpo humano possui 613 órgãos e tendões que espelham os 613 órgãos da alma e que por sua vez são as manifestações das 613 bilhões de estrelas que a galáxia possui e que foram criadas pelas 613 mil letras que a Torah contém. Assustadoramente, a Boate Kiss estava estabelecida sobre 613 m² de área construída.

Descobertas todas estas evidências, não nos é possível negar que existe algo sobrenatural sob o evento trágico do incêndio da Boate Kiss que o liga diretamente com a Solução Final Nazista.


Novamente, meus mais sinceros sentimentos a todos os familiares que perderam seus entes queridos, pais e mães que perderam seus filhos, mas é necessário escrever sobre isto para que haja compreensão, pois sem ela a dor jamais será dissipada.

Se você deseja compreender os mistérios da Roda das Almas, karma, reencarnação suas bençãos e maldições, poderá adquirir também o meu livro "A Roda das Reencarnações".
                                                 


 

 

Targum Faz Rute

Targum Rute Tradução de Samson H. Levey Capítulo 1. 1- Aconteceu nos dias do juiz de juízes que havia uma grande fome na terra de I...