quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Os Caminhos da Cabala: PURIM

Os Caminhos da Cabala: PURIM:   A Tradição cabalista nos ensina que em determinados períodos, ao longo do ano, o ser humano tem a oportunidade de absorver uma eno...

Os Caminhos da Cabala: PARA REFLETIR

Os Caminhos da Cabala: PARA REFLETIR: Não leve o mundo e suas trevas tão a sério – ele não é tão real quanto aparenta. É apenas uma criação, e está sendo recriado a part...

Os Caminhos da Cabala: COLEÇÃO AS LETRAS DA CRIAÇÃO - O HEI

Os Caminhos da Cabala: COLEÇÃO AS LETRAS DA CRIAÇÃO - O HEI: AS LETRAS DA CRIAÇÃO O HEI Representa a constelação de Áries O Hei traz o arrependimento necessário no sentido de identificar nossos e...

Os Caminhos da Cabala: LETRAS DA CRIAÇÃO

Os Caminhos da Cabala: LETRAS DA CRIAÇÃO: Sêfer Ietsirá significa, em hebraico, “Livro da Formação”. Escrito há milhares de anos, é um dos mais importantes de todos os te...

Os Caminhos da Cabala: ENTENDA OS BENEFÍCIOS DA MEDITAÇÃO CABALISTA.

Os Caminhos da Cabala: ENTENDA OS BENEFÍCIOS DA MEDITAÇÃO CABALISTA.: A meditação consiste na aplicação de uma técnica que induz a um estado alterado de consciência, ampliando a percepção interna e e...

Os Caminhos da Cabala: EQUILÍBRIO ENERGÉTICO E CURA

Os Caminhos da Cabala: EQUILÍBRIO ENERGÉTICO E CURA:  Vivemos um tempo de mudança de paradigmas sobre a relação entre ciência e espiritualidade. Atualmente, até a medicina convenc...

Os Caminhos da Cabala: MEDITAÇÃO DAS LETRAS DO MÊS DE TISHREI - LIBRA

Os Caminhos da Cabala: MEDITAÇÃO DAS LETRAS DO MÊS DE TISHREI - LIBRA

Os Caminhos da Cabala: COLEÇÃO AS LETRAS DA CRIAÇÃO - O CAF

Os Caminhos da Cabala: COLEÇÃO AS LETRAS DA CRIAÇÃO - O CAF

Os Caminhos da Cabala: MEDITAÇÃO DOS 72 NOMES DE D'US

Os Caminhos da Cabala: MEDITAÇÃO DOS 72 NOMES DE D'US: Excelente semana para meditar nos 72 nomes de D'us Vamos Meditar!!

Os Caminhos da Cabala: REFLEXÃO SOBRE O MILAGRE...

Os Caminhos da Cabala: REFLEXÃO SOBRE O MILAGRE...: Um milagre poderia ser definido como um acontecimento sobrenatural que "acontece" de tempos em tempos, vindo de cima, sem a ...

Os Caminhos da Cabala: ZOHAR, O LIVRO DO ESPLENDOR

Os Caminhos da Cabala: ZOHAR, O LIVRO DO ESPLENDOR: Os ensinamentos da Cabalá são baseados na Torá, os cinco primeiros livros da Bíblia. A autoria do texto é atribuída a Moisés e segundo...

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Yom Kipur e o Poder do Perdão



           Yom Kipur e o Poder do Perdão   


por Rabino Gabriel Aboutboul

Yom Kipur é a oportunidade dada por D’us de virar a página de nossa vida e acreditar em nossa capacidade de melhorar. Devemos corrigir os erros, mas não nos tornarmos reféns do passado, incapazes de olhar para o futuro.

Edição 89 - Setembro de 2015

Durante os dias que antecedem Yom Kipur, o Dia da Expiação, recitamos antes das orações matinais as Selichot – os pedidos de perdão a D’us. Sempre nos referimos a essas orações no plural – Selichot – e não no singular, Selichá. Nossos Sábios explicam que isso significa que o pedido de perdão tem duas vias: não apenas pedimos perdão, mas, também, perdoamos. A quem precisamos perdoar? Às outras pessoas, a D’us e a nós mesmos.

Na língua hebraica, há várias palavras que significam perdão. As preces de perdão foram chamadas de Selichot porque o valor numérico de Selach é 98, que é o número de maldições mencionadas na Torá. Isso para nos ensinar que o perdão tem o poder de transformar a maldição em bênção, neutralizando tudo o que há de negativo no mundo. Mas o que significa perdoar, de acordo com o judaísmo?

O que significa perdoar?

Na Torá, há mandamentos que determinam tanto nossa relação com D’us quanto com relação a outros seres humanos. Consequentemente, há dois tipos de erros que o homem pode cometer contra: D’us e contra seus semelhantes.

O que significa pedir perdão a D’us pelos erros e transgressões cometidas contra Ele? Significa reconhecer que, ao longo do ano, nem sempre cumprimos Seus mandamentos. Em Yom Kipur, D’us pode perdoar-nos apenas por esse tipo de transgressões e não pelas faltas que cometemos contra outros seres humanos.

E o que implica pedir perdão a uma pessoa? Não significa apenas dizer “Me perdoe”, apesar disto ser um bom começo. Pedir perdão implica procurar reparar o erro. Se tivermos prejudicado alguém financeiramente, devemos devolver o que devemos ou, no mínimo, admitir a dívida. Se tivermos denegrido a imagem de alguém, devemos tomar as medidas necessárias para redimi-la. (Vale ressaltar, porém, que quando ofendemos ou prejudicamos outra pessoa, é necessário um pedido de perdão duplo – tanto a ela quanto a D’us. Pois ofender, ferir ou prejudicar outra pessoa de qualquer forma é, também, uma transgressão dos mandamentos Divinos, que nos ordenam amar a todos, fazer o bem e nunca fazer mal a ninguém).

Portanto, para se obter o perdão em Yom Kipur, precisamos procurar consertar nosso relacionamento tanto com D’us como com as outras pessoas. Porém, não adianta bater no peito e confessar os pecados, e esperar que D’us nos perdoe inclusive pelos erros que cometemos contra os outros. Para sermos perdoados desses erros, precisamos, antes do início de Yom Kipur, pedir desculpas àqueles que, de alguma forma, prejudicamos ou magoamos. Precisamos fazer de tudo para retificar nossos erros – tanto com atos como com palavras.

A verdade é que cada um de nós precisa pedir perdão e também perdoar os outros. Assim como quem falhou com outra pessoa deve pedir perdão, cabe à pessoa que recebeu um pedido de desculpas perdoar, contanto que o pedido dela seja sincero e de fato faça o possível para corrigir o erro cometido.

Acima, mencionamos que há três tipos de perdão. Devemos perdoar as outras pessoas, devemos perdoar a D’us e devemos perdoar a nós mesmos. Para muitos, é mais fácil perdoar aos outros seres humano e a D’us do que a si próprio. Muitas pessoas se condenam por suas falhas e são incapazes de se perdoar. Esta inabilidade é algo negativo, pois nossa vida fica presa ao passado. O auto-perdão é uma demonstração de humildade, pois demonstra que reconhecemos que somos humanos e não infalíveis.

A grandeza de Rosh Hashaná e Yom Kipur é que D’us instituiu um dia no qual temos a oportunidade de “virar a página”. Precisamos estar cientes de nossos erros – e fazer todo o possível para corrigi-los – mas não podemos permitir que eles nos definam. Não podemos nos tornar reféns dos erros do passado, incapazes de olhar para frente. Yom Kipur não é o dia em que falamos para D’us que somos “inocentes”, e sim, em que admitimos nossa culpa. Mas é, também, o dia em que expressamos o desejo de melhorar. Assumir nossos erros já é parte integrante da obtenção do perdão.

Há uma enorme diferença entre o que a pessoa é e o que ela faz. Fazer algo errado não significa ser errado. Um mau comportamento, uma má atitude não pode definir quem a pessoa é. Isso, evidentemente, não significa que nossos atos não sejam importantes e significativos. Significa que eles não podem nos definir: talvez erramos ontem, talvez erramos hoje, mas amanhã podemos agir corretamente. O fato de uma pessoa errar não significa que ela não deva ser perdoada ou que não possa modificar-se.

Rabi Shneur Zalman de Liadi, o Alter Rebe, fundador do movimento Chabad-Lubavitch, explica o significado de um verso nos Salmos que, aparentemente, não faz sentido. Está escrito que “D’us nos perdoa para que possamos temê-Lo”. À primeira vista, esse conceito parece ser ilógico: se alguém sabe que será perdoado, deveria ter menos medo de pecar. O Alter Rebe explica esse verso com uma metáfora. Suponhamos que alguém tomou um grande empréstimo no banco para investir em um negócio. Infelizmente, não teve sucesso. Se o gerente do banco for exigir a devolução do empréstimo, além do pagamento de todos os juros, ele fará com que a dívida se torne impagável. Mesmo se o devedor quisesse pagar a dívida, não conseguiria. Consequentemente, ele não fará qualquer tentativa para devolver o dinheiro que tomou emprestado. Contudo, se o gerente do banco estiver disposto a negociar – se oferecer um plano viável para o devedor pagar o que deve –, haverá mais chance de o banco recuperar o empréstimo.

Um fenômeno parecido ocorre no relacionamento entre o homem e D’us. Se D’us fosse excessivamente exigente – se Ele cobrasse todo pecado cometido – romperíamos a relação com Ele: passaríamos a fugir Dele, a ignorá-Lo. O Eterno, então, propõe um acordo – Ele nos perdoa e facilita o pagamento de nossa dívida com Ele – para que seja possível manter o relacionamento.

Muitas pessoas acreditam que perdoar é um sinal de fraqueza. Na realidade, é exatamente o oposto. A falta de perdão é sinal de fraqueza e insegurança enquanto perdoar é um ato de coragem, de força. Perdoar não significa dar permissão para que a pessoa volte a cometer o mesmo erro. Significa ter fé que a pessoa que errou não voltará a errar no futuro. Perdoar alguém significa acreditar nela. D’us nos perdoa porque Ele acredita em nós: Ele confia que nosso futuro será melhor que nosso passado.

Em muitos casos, não conseguimos compreender por que alguém deveria merecer ser perdoado: por que deveria ter uma segunda ou até uma terceira chance. Daí ocorre que D’us nos faz passar por algo parecido – nós, também, acabamos falhando – e clamamos por perdão – algo que não queríamos dar a outra pessoa. Muitas pessoas não querem perdoar os outros, mas a pergunta que se deve fazer a elas é: se fosse você que tivesse errado, você também gostaria de não ser perdoado?

Nossos Livros Sagrados nos ensinam que D’us se comporta conosco da forma como nos comportamos com as outras pessoas. Se formos tolerantes com outros, Ele será tolerante conosco. Por outro lado, se formos excessivamente rigorosos com as outras pessoas, Ele será excessivamente rigoroso conosco.

O Baal Shem Tov, fundador do Movimento Chassídico, ensinou que depois que a pessoa deixa este mundo, é ela própria que decreta seu próprio veredicto perante a Corte Celestial. Mostram a ela os atos de uma pessoa – sem revelar que se trata dela mesmo – e se lhe pergunta: “Qual deve ser o veredicto?”. Após a pessoa julgar o caso, é revelado a ela que se trata dela própria. Isso significa que as pessoas que estão acostumadas a julgar os outros favoravelmente acabarão julgando-se favoravelmente perante a Corte Celestial. Por outro lado, aqueles que são demasiadamente rigorosos com os outros, arriscam-se a se autocondenar. Quando alguém é rigoroso demais, esse rigor acaba se voltando contra si próprio.

O que impede o ato de perdoar ou de pedir perdão? Orgulho, arrogância e medo. E esses sentimentos estão entrelaçados. Muitas pessoas não pedem perdão às outras por motivo de orgulho: Por que eu deveria pedir perdão a tal pessoa? Afinal, sou muito mais importante, mais experiente, mais inteligente, mais bem-sucedido do que ela... O outro motivo é o medo da resposta. Muitos temem não serem atendidos e que isso seja motivo de vergonha, ou seja, de orgulho ferido.

Em Yom Kipur, pedimos perdão a D´us, mas, também, precisamos perdoar D’us. Conta-se a seguinte história sobre um grande mestre chassídico, o Rabi Elimelech de Lijensk. Na noite que antecede Yom Kipur, ele enviou um de seus alunos a certo botequim, para que este aprendesse o significado do perdão duplo. Ao chegar ao botequim, o aluno nota que o dono pede à sua esposa uma caderneta.

Ela leva uma caderneta para o marido onde ele havia recordado, ao longo do ano, tudo que D’us fizera de errado com ele: todos os sofrimentos que ele tinha passado durante o ano. Após terminar de ler essa caderneta, ele pede à sua esposa uma outra caderneta onde ele havia escrito todos os pecados que ele fizera contra D’us, ao longo do ano. Após ler essa caderneta, o dono do botequim se dirige a D’us, diz “Le’Chaim” e toma uma dose de bebida. Aí, diz: “D’us, você me perdoa por tudo que eu fiz de errado com o Senhor ao longo do ano e eu O perdoo por tudo de mal que o Senhor fez comigo ao longo do ano”. Essa história pode fazer as pessoas sorrirem, mas é algo sério.

Cada um de nós falha contra D’us ao longo da vida, mas todos nós temos, também, nossas chateações e ressentimentos em relação a Ele. Às vezes, brigamos com D’us, mesmo quando certas coisas acontecem em nossa vida que não têm nenhuma ligação com Ele.

Por exemplo, brigamos com alguém na sinagoga, e deixamos de frequentá-la, ou algo não ocorre como esperávamos e deixamos de colocar Tefilin. Em certos casos, porém, é justificado o sentimento de que D’us nos desapontou. Muitos de nós carregamos esse tipo de sentimento, principalmente, quando coisas difíceis acontecem ao longo do ano. Infelizmente, esse tipo de sentimento negativo acaba tomando conta de nosso coração.

Yom Kipur é o período do ano em que devemos livrar-nos desse tipo de sentimento. Yom Kipur – e os dias que antecedem essa data – é a época do ano para abrir um espaço para D’us em nossa vida, mesmo se acharmos que Ele “não merece”: mesmo se acreditamos que Ele não foi “tão bom” conosco no ano que se passou.

Muitas pessoas pensam, “Fiz tantas coisas boas e como é possível que D’us permitiu que tal coisa ruim acontecesse comigo ?”. Na realidade, nenhum de nós tem noção da Contabilidade Celestial e do que é, de fato, bom ou ruim para nós. De qualquer forma, vale ressaltar que mesmo esse tipo de ressentimento contra D’us é uma grande mostra de fé. Pois nós não nos zangamos com alguém em quem não acreditamos, tampouco nos chateamos com alguém de quem não esperamos nada de bom. As pessoas se chateiam com D’us porque acreditam Nele e esperam que Ele faça apenas o bem. Portanto, decepcionar-se com D’us é um sinal de grande fé, tanto na existência como na bondade infinita Dele.

Mas apesar desses sentimentos serem um sinal de fé, precisamos removê-los do nosso coração, pois eles obstruem nosso caminho e nossa felicidade. Sentimentos de dor, raiva e ressentimento, mesmo que totalmente justificáveis, são um grande obstáculo para tudo de bom na vida. Sentir raiva é o mesmo que tomar um copo de veneno e desejar que outra pessoa morra. Quem se prejudica é quem sente raiva – não o objeto da raiva. Como então, lidar com a dor, principalmente quando ela é profunda? A forma de lidar com a dor é tentar enxergar as coisas de forma diferente.

Yom Kipur é o dia de lembranças. Nesse dia, lembramo-nos de Amalek (o arqui-inimigo histórico do Povo Judeu), do mal, do Holocausto, das perseguições, dos 10 mártires que foram assassinados por Roma. Em Yom Kipur, lembramo-nos de nossos entes queridos que não mais estão entre nós. Quando nos lembramos desses entes queridos, podemos lembrar a dor causada pela perda e pela ausência ou podemos nos lembrar dos momentos alegres com eles. Quando se recita o Hashkabah  ou Yizkor1 em Yom Kipur e lembramos as almas que partiram deste mundo, devemos nos lembrar dos momentos preciosos que passamos com elas e do privilégio de as termos tido entre nós.

O Midrash nos ensina o seguinte: Quando Moshé Rabenu ensinou ao Povo de Israel o verso da Torá, “Lembre-se o que Amalek fez quando você saiu do Egito”, o povo disse a ele: “Moshé, nosso mestre. Um verso da Torá afirma, ‘Lembre-se o que Amalek fez para ti’. Outro verso diz: ‘Lembre-se do dia do Shabat para santificá-lo’. Como se cumprem ambos os versos? Um nos ordena lembrar e o outro, também. Moshé respondeu: “Um copo de vinho não é o mesmo que um copo de vinagre, mas esse é um copo e aquele também é um copo. Há a lembrança do Shabat e a lembrança de Amalek”.

Esse Midrash contém lições profundas. O vinagre é um derivado do vinho, mas este é doce e aquele é azedo. Ambos, o vinho e o vinagre, advêm da uva e ambos são bebidos em um copo. Na vida, temos a opção de beber um copo de vinho ou de vinagre. Tudo depende de como enxergamos as coisas, como lidamos com as lembranças. Isso é uma lição muito importante para esta e para as futuras gerações de judeus. Evidentemente, elas precisam aprender sobre a dor que nosso povo passou, as perseguições, o Holocausto. Mas também precisam aprender que o judaísmo é um copo de vinho e não de vinagre.

Quando o pai traz o filho à sinagoga, deve ser não apenas em Yom Kipur, mas em Simchat Torá também, para que o filho aprenda que o judaísmo não se restringe a orações e jejuns, mas é, também, um modo de vida baseado na alegria. De fato, um dos fundamentos da Torá é o mandamento de servir a D´us com alegria. Mas para poder viver com alegria, precisamos aprender a perdoar. Precisamos perdoar a D’us, as outras pessoas e a nós mesmos.

Uma história verídica

Cabe relatar uma história verídica, que expressa as ideias transmitidas acima.

Em certa ocasião, um judeu religioso, um rabino, estava viajando pela British Airways para Nova York. Ao lado dele, estava sentado um homem que, após o avião decolar, vira-se para ele e diz “Shalom”, e revela, também, ser judeu. Ambos passam a conversar e descobrem que ambos estão a caminho de Israel.

O rabino, que estava viajando para passar Rosh Hoshaná e Yom Kipur em Israel, começa a falar de religião, mas o judeu sentado ao lado dele diz “Não me fale de D’us. Tenho raiva Dele. Não posso perdoá-Lo pelo o que Ele me fez”. Este homem, que tinha 70 anos de idade, havia passado pelo Holocausto. Ele teve um filho, mas tinha sido separado dele durante a guerra e presumia que havia morrido. Disse ao rabino que nunca perdoaria D’us por lhe ter tirado seu filho.

O rabino pergunta: “Por que então você vai a Israel?”, e o homem responde, “Não quero saber de D’us, mas o Povo Dele é ótimo. Não existe lugar no mundo como Israel”. O rabino tenta convencer o homem a ir à sinagoga, em Israel, durante as Grandes Festas – diz que a sinagoga que frequenta em Israel é pequena, mas possui um ótimo chazan”. O homem se recusa.

Dias mais tarde, o rabino está em Israel. É Yom Kipur. Após a leitura da Torá, ele sai da sinagoga, durante o curto intervalo em que é recitado o Yizkor. Ele vai a uma pracinha e nota que há alguém fumando: é o seu amigo da viagem. Ele se aproxima dele e tenta convidá-lo à sinagoga. “Venha rezar um pouco,” diz o rabino. Mas o homem se recusa. O rabino diz o seguinte, “Pelo menos entre para recitar o Yizkor pelo seu filho. Sim, você brigou com D’us, mas por que seu filho deveria sofrer por isso? Todos serão lembrados no Yizkor – seu filho deveria ser um deles”. O homem responde que por seu filho faria tudo, inclusive ir à sinagoga para o Yizkor.

Era uma sinagoga pequena. E por ser pequena, havia o costume de que quem quisesse, podia ir ao chazan, dar o nome do falecido e o próprio chazan recitava o nome da pessoa cuja memória seria lembrada. Ao entrar na sinagoga, esse senhor se aproxima do chazan que lhe pergunta o nome do filho. Quando o chazan ouve o nome, ele olha para esse senhor, fica pálido e grita em iídiche: “Pai!”

Durante muitos anos, esse senhor pensou que seu filho havia morrido no Holocausto. Na realidade, seu filho havia sobrevivido, imigrara para Israel e se tornara um judeu religioso. Ele manteve as tradições que aprendeu com o pai – a mesma pessoa que desde a guerra não queria mais se relacionar com D’us. Se o pai nunca tivesse entrado em uma sinagoga em Yom Kipur – se não tivesse dado essa “brecha” para D’us – ele passaria o restante da vida acreditando que seu filho havia morrido. No momento em que ele deu uma chance a D´us e entrou na sinagoga em Yom Kipur, mesmo que fosse apenas para recitar Yizkor pelo seu filho, ele reencontrou aquilo na vida de mais caro, que ele acreditava ter perdido.

Essa história, além de verídica, serve também como metáfora. O pai da história é D’us e todos nós somos Seus filhos. Yom Kipur é o dia em que nos reencontramos: em que Ele e nós descobrimos que Ele não nos perdeu. Yom Kipur é o dia em que vamos à sinagoga para dizer a D’us que ainda estamos juntos e que assim continuaremos, eternamente. Mas como na história relatada acima, esse nível de ligação e conexão com D´us só é alcançado quando retiramos de nós sentimentos negativos contra Ele, contra outras pessoas e contra nós mesmos.

Yom Kipur é o dia mais sagrado do ano. É o momento em que se revela a essência de nossa alma. Nesse dia, revela-se o nível de conexão essencial que existe entre nós e D’us. Nesse dia do Perdão não interessa o que fizemos, e sim, o que somos. Ao tomarmos consciência de quem somos, torna-se possível expressar a essência do nosso ser.

Por que as pessoas que não vão à sinagoga o ano inteiro fazem questão de ir em Yom Kipur? Há judeus que praticamente não cumprem nenhuma mitzvá, mas jejuam em Yom Kipur. A única explicação é que em Yom Kipur, o dia mais importante do ano, revelamos quem, na verdade, somos. Nesse dia, é revelado que nossa conexão com D’us é atemporal e independente de nossas ações. Em Yom Kipur, nós nos sentimos conectados com D’us, com a comunidade judaica e também com as almas dos falecidos. É na sinagoga que recitamos o Yizkor e nos lembramos dos falecidos, porque no Mundo da Verdade, as almas desejam ser lembradas em um lugar sagrado – na sinagoga. Yom Kipur é, portanto, um dia de amor: amor a D’us e amor às outras pessoas – as que se encontram conosco e as que estão no Mundo da Verdade.

Sabe-se que quando um pai deseja fazer uma festa de aniversário, ele quer que todos os seus filhos estejam presentes, independentemente de onde vivam. Se todos os filhos não puderem comparecer, o pai prefere que não haja festa. Yom Kipur é o dia em que nosso Pai deseja que todos os Seus filhos venham à sinagoga. É por esse motivo que antes de se iniciarem as orações em Yom Kipur, o chazan recita uma frase, “Anu Matirim”, afirmando que todos, mesmo aqueles que cometeram grandes pecados e renunciaram ao judaísmo, podem rezar juntos na sinagoga naquele dia. Pois nesse momento, o Pai convoca todos os Seus filhos. Ele não quer apenas alguns deles – os que se comportaram bem. Ele quer todos eles.

Em Yom Kipur, recita-se o “Avinu Malkenu” – “Nosso Pai, nosso Rei”. O Baal Shem Tov transmitiu um ensinamento a respeito dessa prece, que nos ajuda a ter uma percepção bastante diferente a respeito do Yom Kipur. De fato, é um dia em que somos julgados. Por que, então, é um dia de tanta alegria, felicidade e união? Porque o Juiz é o nosso Pai. Diz-se que nunca se sabe o que pode sair da cabeça de um juiz, mas se o Juiz é o próprio Pai, podemos ficar tranquilos. D’us é nosso Rei, que nos julga, mas antes de ser Rei, Ele é Pai. Por esse motivo, falamos Avinu Malkenu, não Malkenu Avinu. E um pai é sempre misericordioso e bondoso com seus filhos.

Yom Kipur é o Dia da Expiação, o Dia do Perdão. Pedimos perdão a D’us e perdoamos aos outros, mas só podemos perdoar a D’us quando sabemos que Ele é nosso Pai, pois quando é nosso Pai quem fala, ouvimos apenas bênçãos.

Rabino Gabriel Aboutboul é um renomado palestrante, autor e rabino atuante no Rio de Janeiro.

sábado, 19 de setembro de 2015

Eterna Sefarad: SHATNEZ

Eterna Sefarad: SHATNEZ: A Proibição Bíblica de Misturar Lã e Linho           A proibição bíblica de vestir roupa confeccionada com shatnez - mistur...

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

ADE-BERGSON: CONFÚCIO - PALAVRAS DE SABEDORIA

ADE-BERGSON: CONFÚCIO - PALAVRAS DE SABEDORIA: Biography Confúcio, Palavras de Sabedoria Ninguém hoje pode falar da China sem mencionar o legado e o conhecimento do g...

terça-feira, 15 de setembro de 2015

B'nei Anussim Brasil: Shacharit

B'nei Anussim Brasil: Shacharit: SIDUR SHACHARIT SERVIÇO DA MANHÃ Ao despertar do sono, cada pessoa deve refletir imediatamente, que o Rei dos reis, o Santo, bend...

domingo, 13 de setembro de 2015

A Oração Cabalística Ana Bekoach






Ana Bekoah (lê-se ANA BECOAH, com um “E” breve, um “O” fechado e um “H” levemente aspirado) é atribuída grande cabalista Nehuniá ben Hakanah do séc I da Era Cristã (Lei sobre o Bahir) que se baseou no primeiro parágrafo do Livro da Gênese (Bereshit), que tem 42 letras no original em hebraico, para escrevê-la. Por isso, a essa prece é atribuído o poder de evocar a poderosíssima energia inicial da criação (Zimzum, o Big Bang Luriânico), e a própria Luz emanada por Deus naquele momento.



Não é necessário que se conheça o idioma hebraico para que se possa usufruir das maravilhosas bênçãos dessa oração. Apenas pronunciar a forma transliterada do texto, conforme o abaixo explicado, já é suficiente. Aliás, a simples meditação abaixo sugerida traz a conexão com tais forças, pois as letras hebraicas podem ser consideradas como “mágicas”, refletindo, cada uma delas, princípios cósmicos arquetípicos e universais, válidos para qualquer pessoa, de qualquer religião e origem. Também a combinação das letras daquele alfabeto, bem como as permutações de grupos de letras, tem o mesmo efeito, como é ensinado naquilo é chamado de Cabala Literal.



Ana Bekoach é composta por sete versos, cada um deles formado por seis palavras:

Obs: Não se esqueça de que o hebraico é lido da direita para a esquerda.



A oitava linha do diagrama acima, que se lê: “ Baruch Shem Kevód Malkuto Le’Olam Va’ed” (Bendito seja o Nome do Senhor, cujo Glorioso Reino é Eterno), é uma espécie de ratificação da prece, um AMÉN ou um Está Feito, e deve ser lida em voz muito baixa, como que sussurrada.



A transliteração de Ana Bekoach que julgo mais adequada ao nosso idioma é a seguinte:


1-   Ana bekôach gedulát yeminchá tatir tzerurá

2- Kabél rinát amcha sagveinu tahareinu norá

3- Na guibór dorshéi yechúdcha kevavát shomrem

4- Barchem taharem rachamei tzidkatechá tamid gomlem

5- Hassín kadósh beróv tuvchá nahél adatechá

6- Yahíd ge’eh le’amchá p’nêh zochrei kedushatechá

7- Shavateinu kabél ushmá tza’akateinu yódea ta’alumot

 (8)- Baruch shem kevód malkuto le’olam va’ed.

 Nessa transliteração, o SH deve ser lido como em Shopping ou Shiva, ainda que esteja no final da palavra. Já o CH deve ser lido, a grosso modo, como o dígrafo RR, como carro, morro. Por exemplo, a palavra yeminchá, do 1º verso, deve ser lida yeminrrá. A palavra amchá, do sexto verso, deve ser pronunciada como amrrá, enquanto que barchem, da 4ª linha, deve ser lida como bar rrem. Quando o CH estiver no final da palavra, porém, deve ser lido como um H aspirado. Observe a palavra bekoach, com seu CH final, que deve ser pronunciada como becôahh.  O H entre duas vogais, como por exemplo em tahareinu (2º verso) deve ser lido como RR – tarrareinu, no caso.

A tradução de Ana Bekoach é:

Verso 1: Nós te rogamos: com o poder de Tua Mão Direita, desmancha o nó;

Verso 2: Aceita o canto de Tua Nação, exalta-nos e purifica-nos, ó Temido;

Verso 3: Por favor, ó Poderoso, protege aqueles que exijam a Tua Unificação, como a pupila do Olho;


Verso 4: Abençoa-os, purifica-os, concede- lhes sempre Tua Justiça misericordiosa;

Verso 5: Ó Santo, ó Protetor, com a abundância da Tua Bondade, governa Tua congregação;

Verso 6: Ó Único, ó Exaltado, derrama-Te sobre Teu povo, e aqueles que se lembram de Tua Santidade;

Verso 7: Aceita os nossos clamores, e ouve os nossos gritos, ó Tu, que conheces todos os mistérios.



Última linha: (Bendito seja o Nome daquele cujo glorioso Reino é Eterno.)



Analisando a prece de maneira resumida, observamos que cada verso tem 6 palavras cada. Ao multiplicarmos os sete versos pelas 6 letras iniciais de cada uma das mencionadas palavras, em cada verso, obtemos um total de 42 letras, que formam o chamado nome de Deus, ou nome divino, de 42 letras. Tradição Cabalística, embora monoteísta, fala sobre vários nomes de Deus, seja dentro das Sefiras (Sephirot, esferas), seja em outros temas cabalísticos, como o nome dividido (os 72 nomes de Deus) e outros nomes originários de acrônimos, por um processo chamado Notarikon.Escrevi sobre esse assunto em meu livro “O Tarô dos 72 Nomes Sagrados da Cabala”, cujo lançamento está previsto para breve e cuja venda será disponibilizada neste site oportunamente. Aqui, entretanto, tocarei apenas do Nome de 42 Letras.

O Nome de 42 Letras está abaixo transcrito e a meditação sobre cada seqüência de seis letras (dois pares de três letras) tem uma finalidade específica. Já a meditação sobre o conjunto, como um todo, tem o objetivo de atrair as forças primordiais da Criação, conforme o já mencionado. A meditação sobre cada seqüência de letras permite que sejamos envolvidos e enlevados pelas vibrações por ela emanada, trazendo para nosso ser uma harmonização com sua essência vibracional: 

 Linha a (oriunda do primeiro verso): meditação para desmaterializar a ilusão, remover a influência do materialismo e nos conectar com a árvore da vida;


Linha b (oriunda do segundo verso): meditação para frear os impulsos reativos, para combater o Mal, para eliminar pensamentos negativos e para fechar as portas para Satan*;


Linha c (oriunda do terceiro verso): meditação para a prosperidade e para abrir os canais para o sustento (primeiras três letras, da direita para a esquerda). Para recuperar a energia perdida para o lado negro** e para eliminar o ódio sem motivo conhecido ou aparente (quarta, quinta e sexta letras);


Linha d (oriunda do quarto verso): meditação para alcançar a perseverança e força para continuar seu caminho, mesmo perante a adversidade;


Linha e (oriunda do quinto verso): meditação para desenvolver a clarividência, o sexto sentido e para conseguir enxergar a causa além do efeito. Também para adquirir a capacidade de vivenciar o aqui/agora;


Linha f (oriunda do sexto verso): meditação para que a espiritualidade se espalhe pelo mundo e para que as pessoas se tornem cada vez mais conscientes das forças superiores. Também para a revelação da Cabala;


Linha g (oriunda do sétimo verso): meditação para trazer energia de renovação e entusiasmo para nossas vidas.








* não se assuste, mas o nome Satan está mesmo na segunda seqüência de três letras da linha b (da direita para a esquerda). Mas essa menção serve apenas para “fechar as portas” para ele;





** o lado negro é estudado pela Cabala Draconiana que é muito profunda e extensa. Por agora, basta falar em algo como “o Lado Negro da Força”. Aliás, o próprio nome Anakin, do personagem Darth Vader, vem do estudo do “outro lado” e serve para classificar uma ordem de entidades revolucionárias (os Anakim).





O método básico de meditação sobre as sequências de letras é o seguinte: num lugar calmo, tranqüilo e seguro (você não vai querer ser interrompido durante suas meditações) você deve se sentar calmante com as sequências de seis letras, três a três – ou a oração completa, em hebraico -  à sua frente. Deve fazer, então, uma série de inspirações profundas, para acalmar sua mente e tranquilizar seu corpo. Então, deve passar a se concentrar na série de letras escolhidas, passando o olhar sobre ela, da direita para a esquerda, sem pressa e passivamente. Em seguida, deve imaginar que cada letra, e depois a seqüência delas, começa a se iluminar e vibrar e emitindo uma luz branca meio “elétrica” e que essa luz emanada pelas letras entra por suas narinas e percorre todo seu corpo. Depois, passe a sentir que uma vibração muito positiva percorre seus todos seus órgãos internos e todas as suas células. Permaneça nessa condição por alguns minutos. Quando sentir que conseguiu perfeita harmonia com as vibrações emanadas pelas letras sagradas, pode, então, encerrar sua meditação, agradecendo às forças superiores que o acompanharam nesse trabalho. Você pode repetir essa meditação quando e sempre que quiser.



Esse procedimento é suficiente para que você possa usufruir do conhecimento que você adquiriu agora.

 Outra maneira de usufruir da oração é ler em voz relativamente alta a transliteração acima escrita, como se estivesse falando em hebráico e, em seguida, ler também a tradução, diante de seu altar, sanctum ou local de estudos. É interessante repetir esse procedimento por quatro vezes seguidas, para evocar os quatro níveis da criação segundo a tradição cabalística. A explicação sobre esses quatro níveis também poderá ser encontrada em meu livro.

Importante: não esqueça que ao ler Ana Bekoach em voz alta, o último parágrafo deve ser sussurrado, como já mencionado acima.



Por fim, devo lhe dizer que encontrei um vídeo do YouTube que mostra a oração Ana Bekoach musicada e, caramba!, ficou lindíssimo. Não deixe de assistir.



https://www.youtube.com/watch?v=1EdL_TLbHsg

sábado, 12 de setembro de 2015


                                              Reencarnação e Tradição Judaica
Reencarnação e Tradição Judaica
O judaísmo acredita em reencarnação?
por Yaakov Astor

A palavra escatologia é definida no dicionário como um ramo da teologia preocupado com os eventos finais da história do mundo. A verdade é que a escatologia não é exclusivamente do domínio da religião. O exemplo mais marcante de uma escatologia secular seria o marxismo: as convulsões e agonias da guerra de classes, seus males resolvendo-se na sociedade sem classes, o enfraquecimento do Estado ea existência feliz para sempre.
Escatologia judaica é composta de três partes básicas:
"A Era do Messias."
"The Afterlife".
"O Mundo da Ressurreição".
O Messias, de acordo com fontes judaicas tradicionais, será um ser humano nascido de uma carne e sangue a mãe eo pai, uma ao contrário da ideia cristã de que ele tem como o filho de Deus concebido imaculadamente. Na verdade, Maimônides escreve que o Messias vai completar o seu trabalho e, em seguida, morrer como todos os outros. 2
Qual o emprego dele? Para encerrar a agonia da história e inaugurar uma nova era de felicidade para a humanidade em geral. 3 O período de tempo em que ele surge e completa a sua tarefa é chamada a Era Messiânica. De acordo com um parecer talmúdica não é uma era de milagres evidentes, onde as regras da natureza são derrubados. Pelo contrário, o único elemento novo introduzido ao mundo haverá paz entre as nações, com o povo judeu vivendo em suas terras sob a sua própria soberania, livre de perseguição e anti-semitismo, livre para perseguir seus objetivos espirituais como nunca antes. 4
O Afterlife adequada é chamado no fontes tradicionais olam habah, ou o Mundo Vindouro. No entanto, o mesmo termo, "olam habah," também é usado para se referir à renovada mundo utópico do futuro - o mundo da Ressurreição, hat'chiah olam. (Conforme explicado no parágrafo seguinte) 5 O primeiro é o lugar almas justas ir para após a morte - e eles foram indo para lá desde a primeira morte. Esse lugar também é chamado às vezes o mundo das almas. 6 É um lugar onde as almas existem em um estado sem corpo, desfrutando dos prazeres da proximidade de Deus. Assim, verdadeiras experiências de quase-morte são presumivelmente vislumbres do mundo das almas, o lugar a maioria das pessoas pensa quando o termo Afterlife é mencionado.
O Mundo da Ressurreição, pelo contrário, "os olhos não viram," as observações do Talmud. 7 É um mundo, de acordo com a maioria das autoridades, onde o corpo ea alma estão reunidos para viver eternamente em um estado verdadeiramente aperfeiçoado. Esse mundo só vai primeiro veio a existir depois que o Messias e será iniciado por um evento conhecido como o "grande dia do julgamento," (Yom HaDin HaGadol) 8 O Mundo da Ressurreição é, assim, a recompensa final, um lugar onde o corpo se torna eterno e espiritual, enquanto a alma torna-se ainda mais. 9
Em comparação com um conceito como o "World To Come", a reencarnação não é, tecnicamente falando, um verdadeiro escatologia. A reencarnação é meramente um veículo para atingir um fim escatológico. É a reentrada da alma em um corpo totalmente novo para o mundo atual. Ressurreição, pelo contrário, é a reunificação da alma com o corpo anterior (recém-reconstituída) para o "World To Come", uma história do mundo não tem testemunhado ainda.
A ressurreição é, portanto, um conceito escatológico puro. Sua finalidade é premiar o corpo com a eternidade (ea alma com maior perfeição). O objetivo da reencarnação é geralmente duas vezes: ou para compensar uma falha em uma vida anterior ou para criar um novo e mais elevado estado de perfeição pessoal, antes não atingidos. 10 O propósito da ressurreição é recompensar o corpo com a eternidade ea alma com maior perfeição. A ressurreição é, portanto, um tempo de recompensa; reencarnação um tempo de reparação. A ressurreição é uma época de colheita; reencarnação uma época de semeadura.
O fato de que a reencarnação é parte da tradição judaica vem como uma surpresa para muitas pessoas. 11 No entanto, ele é mencionado em vários lugares ao longo dos textos clássicos do misticismo judaico, começando com o sourcebook preeminente da Cabala, o Zohar: 12
Enquanto uma pessoa é mal sucedido em seu propósito neste mundo, o Santo, bendito seja, arranca-o e replants ele uma e outra vez. (Zohar I 186b)
Todas as almas estão sujeitos a reencarnação; e as pessoas não sabem os caminhos do Santo, bendito seja Ele! Eles não sabem que eles são trazidos perante o tribunal, tanto antes de entrar neste mundo e depois de deixá-lo; eles são ignorantes das muitas reencarnações e obras secretas que tenham de prestar, e de o número de almas nuas, e quantos espíritos nus vagar no outro mundo, sem ser capaz de entrar dentro do véu do palácio do rei. Os homens não sabem como as almas giram como uma pedra que é lançada a partir de um estilingue. Mas o tempo está à mão quando estes mistérios serão revelados. (99b Zohar II)
O Zohar e relacionado literatura 13 estão cheios de referências a reencarnação, 14 abordando questões como qual o corpo é ressuscitado e que acontece com aqueles corpos que não alcançaram a perfeição final, 15 quantas chances a alma é dada para alcançar conclusão através da reencarnação, 16 se um marido e mulher pode reencarnar em conjunto, 17 se um atraso no enterro pode afetar a reencarnação, 18 e se uma alma pode reencarnar em um animal. 19
O Bahir, atribuído ao primeiro sábio do século, Nechuniah ben Hakanah, usado reencarnação de abordar a questão da teodiceia clássica - por que coisas ruins acontecem a pessoas boas e vice-versa:
Por que há uma pessoa justa para quem as coisas boas acontecem, enquanto [outra] pessoa justa tem coisas ruins acontecem com ele? Isso ocorre porque o [último] justo fez mal em um [vida] anterior, e agora está experimentando as consequências? O que é isso como? Uma pessoa plantou uma vinha e esperava a crescer uvas, mas em vez disso, uvas verdes cresceu. Ele viu que o seu plantio e colheita não foram bem sucedidos para que ele rasgou-o para fora. Ele limpou as vinhas azedo e plantadas novamente. Quando ele viu que sua plantação não foi bem sucedida, ele rasgou-se e plantou-lo novamente. (Bahir 195) 20
Reencarnação é citado por comentaristas bíblicos clássicos autorizadas, incluindo Ramban 21 (Nachmanides), Menachem Recanti 22 e Rabbenu Bachya. 23 Entre os muitos volumes do santo Rabi Isaac Luria, conhecido como o "Ari", 24 a maioria dos quais chegaram até nós da pena de seu principal discípulo, Rabi Chaim Vital, são reflexões profundas que explicam questões relacionadas à reencarnação. Na verdade, sua Shaar HaGilgulim, "The Gates of Reincarnation," 25 é um livro dedicado exclusivamente ao assunto, incluindo detalhes sobre as almas-raízes de muitas personalidades bíblicas e que eles reencarnado em desde os tempos da Bíblia até a Ari.
Ensinamentos e sistemas de ver o mundo do Ari se espalhou como fogo após a sua morte em todo o mundo judaico na Europa e no Oriente Médio. Se a reencarnação tinham sido geralmente aceite pelos folclórica judaica e intelligentsia de antemão, tornou-se parte do tecido de expressão judaica e erudição após o Ari, que habitam o pensamento e os escritos de grandes estudiosos e líderes de comentaristas clássicos no Talmud (por exemplo, o Maharsha , o rabino Moshe Eidels), 26 para o fundador do Movimento Chassídico, o Baal Shem Tov, assim como o líder do mundo não-Chassidic, o Vilna Gaon. 27
A tendência continua para baixo para este dia. Mesmo algumas das maiores autoridades que não são necessariamente conhecidas por sua dobrado mística assumir a reencarnação ser um princípio básico aceito.
Um dos textos místicos gostam de citar como uma alusão bíblica para o princípio da reencarnação é o seguinte versículo do Livro de Jó:
Eis que todas estas coisas que Deus faz - duas, até três vezes com um homem - para trazer sua alma de volta da cova que ele seja iluminado com a luz dos viventes. (Jó 33:29)
Em outras palavras, Deus permitirá que uma pessoa a voltar para o mundo "da vida" do "pit" (que é um dos termos bíblicos clássicos para Gehinnom ou "Purgatório") uma segunda e até terceira (ou multidão de ) tempo (s). De um modo geral, no entanto, este versículo e outros são compreendidos pelos místicos como meras alusões ao conceito de reencarnação. A verdadeira autoridade para o conceito está enraizado na tradição.

Trecho da procura da alma, Targum Press, por Yaakov Astor.

Notas de rodapé:

1. Maimonides, Melachim 11: 3 De volta ao texto


2. Comentário à Mishnah, Sinédrio 10: 1; cf. Sinédrio 99a. Voltar para Text


3. Maimonides, Melachim 11: 3; 12: 5 Voltar para Text


4. Sinédrio 91b, 99a; Berachos 34b; Pesachim 68a; Shabat 63a; cf. Maimonides, Teshuva 9: 2, Melachim 12: 2. Voltar para Text


5. Tosafos, Rosh HaShannah 16b, sv leyom din; Emunos V'deyos 6: 4 (final), Raavad, Hilchos Teshuva 8: 8; Kesef Mishná, Teshuva 8: 2; Derech Hashem. 1: 3: 11 De volta ao texto


6. Ramban (Nachmânides), Shaar HaGemul. Segundo as autoridades Ramban e outros, o "World of Souls" é também muitas vezes referido como o Jardim do Éden. Voltar para Text


7. Sinédrio 99a. Voltar para Text


8. Ramban, Shaar HaGemul. Citando fontes talmúdicas e Midrashic, o Ramban escreve que há três dias de julgamento, ou seja, três vezes a alma é julgada: 
1) Rosh Hashannah, que revê o ano passado e determina circunstâncias materiais para o próximo ano; 
2) o dia da morte, que Comentários de vida (revisão de vida) do falecido e determina se as suas necessidades de continuar a experiência de tentar de uma revisão posterior ou está pronto para o Paraíso. 
3) O Grande Dia do Juízo, que é quando todos os que viveram a ressurreição, aos justos para a vida eterna ( em um mundo físico espiritualizada, de acordo com o Ramban) e os ímpios para o que equivale a terminação (de acordo com outros, haverá uma categoria meio daqueles que são dignos de continuar em uma forma de espírito sem corpo, mas não a forma física mais rarefeito do corpo ressuscitado em um mundo ressuscitado). Haverá também, aparentemente, ser diferentes graus de recompensa (ou seja, experimentar a presença de Deus) neste mundo renovado depois do Grande Dia do Juízo, tudo dependendo das ações da vida de alguém. 
Foi perguntado: Se uma pessoa é julgada por sua morte como a sua Status no Mundo Vindouro qual é o propósito do Grande Dia do Juízo? Uma resposta dada é que depois que uma pessoa morre todos os filhos, todas as boas e más ações e influências que ele teve sobre os outros são "ainda em movimento." Somente no final da história pode o "resultado final" ser feita, então, como para o impacto que uma pessoa teve no mundo em sua vida. De volta ao texto


9. Derech Hashem 1: 3: 13. Voltar para Text


10. Shaar HaGilgulim, capítulo 8; Derech Hashem 2: 3: 10. Voltar para Text


11. Muitos são tão surpreso ao descobrir que a reencarnação era uma crença aceite por muitos dos grandes mentes que sustentam a civilização ocidental. Embora o judaísmo, obviamente, não concordo necessariamente com todos os seus pensamentos e filosofias, no entanto, Platão, por exemplo (em Meno, Fédon, Timeu, Fedro, e da República), defende a crença na doutrina da reencarnação. Ele parece ter sido influenciado por mentes gregos clássicos anteriores, como Pitágoras e Empédocles. No século XVIII, o Iluminismo e Racionalismo, pensadores como Voltaire ("Afinal de contas, não é mais surpreendente para nascer duas vezes do que está a nascer uma vez") e Benjamin Franklin expressou uma afinidade com a noção de reencarnação. No século XIX, Schopenhauer escreveu (Parerga e Paralipomena) ", fosse um asiático para perguntar-me para uma definição de Europa, eu deveria ser obrigado a responder-lhe: É a parte do mundo que é assombrada pela ilusão incrível que um presente nascimento da pessoa é a primeira entrada na vida ... "Dostoiévski (em Os Irmãos Karamazov) refere-se à idéia, enquanto Tolstói parece ter sido bem definida que tinha vivido antes. Thoreau, Emerson, Walt Whitman, Mark Twain e muitos outros reconhecido e / ou abraçado alguma forma de crença na reencarnação. Deve-se notar, entretanto, que algumas autoridades clássicos da Torá, mais notavelmente, a autoridade século 10 Saadia Gaon, negou a reencarnação como um dogma judaico. Emunos V'Deyos 6: 3. Voltar para Text


12. O Talmud relata que segundo sábio do século Rabi Shimon bar Yochai e seu filho Elazar fugiram para uma caverna para escapar da perseguição romana. Para os próximos treze anos eles aprenderam durante todo o dia e noite, sem distração. De acordo com a tradição cabalística (Tikkunei Zohar 1a) foi durante esses treze anos que ele e seu filho compostas primeiro os principais ensinamentos do Zohar. Escondido por muitos séculos, o Zohar foi publicado e divulgado pelo rabino Moshe de Leon, no século XIII. Voltar para Text


13. Embora o Zohar é geralmente referido como um único trabalho multi-volume, compreendendo Zohar, Tikunei Zohar e Zohar Chadash, é na verdade uma compilação de vários tratados menores ou sub-seções. Voltar para Text


14. Zohar I: 131a, 186b, 2: 94a, 97a, 100a, 105b, 106a, 3: 88b, 215a 216a; Tikunnei Zohar 6 (22b, 23b), 21 (56-A), 26 (72a), 31 (76b), 32 (76b), 40 (81a), 69 (100b, 103a, 111a, 114b, 115a, 116b), 70 (124b, 126a, 133a, 134a, 137b, 138b); Zohar Chadash 33c, 59a-c, 107a; Ruth 89a. Voltar para Text


15. O Zohar (I 131a): "Rabino Yossi respondeu: 'Aqueles corpos que eram indignos e não atingiram o seu objectivo será considerado como se nunca tivessem sido rabino Yitzchak [discordou e] disse:? Para os órgãos do Santo irá fornecer outros espíritos, e se encontrado digno eles vão obter um permanente no mundo, mas se não, eles serão cinzas sob os pés dos justos. " Cf. 105b Zohar II. Voltar para Text


16. Eg Zohar III 216a; Tikkunei Zohar 6 (22b), 32 (76b) sugerem três ou quatro chances. Tikkunei Zohar 69 (103a) sugere que, se até mesmo um pequeno progresso é feito a cada vez, a alma é dada até mil oportunidades à reencarnação, a fim de alcançar a sua conclusão. Zohar III 216a sugere que uma pessoa essencialmente justo que experimenta as agruras de vagando de cidade em cidade, de casa em casa - mesmo para tentar angariar negócios (Zohar Chadash Tikkunim 107a) - é como se ele sofre muitas reencarnações. Voltar para Text


17. A resposta é que, sim, é uma possibilidade, Zohar II, 106a. Voltar para Text


18. "Após a alma deixou o corpo eo corpo permanece sem fôlego, é proibido para mantê-lo insepulto (Moed Katon, 28a; Baba Kama, 82b) Por um cadáver insepulto que é deixado por vinte e quatro horas causas. uma fraqueza nos membros da Chariot e impede que o desígnio de Deus de serem cumpridas, pois talvez Deus decretou que ele deveria sofrer a reencarnação de uma só vez no dia em que ele morreu, o que seria melhor para ele, mas enquanto o corpo não está enterrado a alma não pode entrar na presença do Santo nem ser transferido para outro corpo. Para uma alma não pode entrar um segundo corpo até o primeiro está enterrado? " Zohar III 88b Voltar ao texto


19. Tikunnei Zohar 70 (133a). Mais tarde cabalistas detalhes as circunstâncias que podem levar a reencarnação em forma vegetativa e mineral mesmo. Shaar HaGilgulim, Capítulo 22 e 29; Sefer Haredim 33, Ohr HaChaim 01:26. Voltar para Texto


20. Bahir 122, 155, 184 e 185 também discutir a reencarnação. Voltar para Text


21. Gênesis 38: 8, Jó 33:30 Voltar para Texto


22. Por exemplo, o comentário de Gênesis 34: 1; sua Taamei HaMitzvos (16-A) diz a reencarnação é o segredo subjacente às dez sábios talmúdicos que foram massacrados pelos romanos. Voltar para Text


23. Comentário ao Gênesis 04:25, Deuteronômio 33: 6. Voltar para Text


24. Suas principais obras são o Etz Chaim (Árvore da Vida) e Pri Etz Chaim (Fruto da Árvore da Vida), bem como a Shmoneh Shaarim (Eight Gates), que lidar com tudo, desde comentários bíblicos para a inspiração divina e reencarnação . Voltar para Text


25. Sefer HaGilgulim, "O Livro de reencarnações", de Chaim Vital é também um livro inteiro dedicado ao tema. Voltar para Text


26. Comentário para Niddah 30b. Voltar para Text


27. Comentário para o Livro de Jonas, e muitos outros lugares. Por exemplo, R. Meir Simcha de Dvinsk em Or Sameach, Hilchos Teshuva 5, sv v'yodati; R. Israel Meir HaKohen [o Chofetz Chaim] em Mishná Berurá 23: 5 e Shaar HaTzion 622: 6; R. Yaakov Yisrael Kanievsky [o Steipler Gaon] em Chayei Olam. 
Voltar para Text

28. Gehinnom refere-se, geralmente, a um tempo limitado (Edyos 2:10) experiência na vida após a morte onde a alma é purgada de seus defeitos em um processo, depois de tudo dito e feito, descrito como doloroso, embora catártica. Em um sentido mais profundo, a pessoa insensível é recompensado medida por medida. Assim como ele agiu insensivelmente por pecar, agindo como se Deus não estava presente, ele é pago de volta por ter que experimentar Gehinnom, um lugar, em contraste com o céu, onde a presença de Deus? S é de uma maneira oculta, ou pelo menos não tão de fluxo livre e aberto. ? (O nome Gehinnom vem do vale ao sul de Jerusalém, conhecida como o vale [Gei] do filho de Hinom, onde as crianças estavam em um tempo sacrificados a Moloque (II Reis 23:10;. Jer 02:23 ; 7: 31-32; 19: 6.) Por esta razão, o vale foi considerado maldito, e Gehinnom tornou-se assim um sinônimo para o Purgatório.

terça-feira, 8 de setembro de 2015

                                               
Qual música você é? Às vezes a gente consegue expressar nossos sentimentos e emoções muito mais fácil com canções do que com palavras. E existem músicas que podem marcar nossa vida para sempre. Quer saber qual música caracteriza melhor...
PT.NAMETESTS.COM|POR GEILSON ROBERTO GILL


Você é um pouco místico por natureza. Mesmo nas coisas mais mundanas você pode encontrar mágica. Para você nada é somente o que se vê superficialmente, tudo tem um significado mais profundo. Desta forma, você consegue encontrar ao longo da vida uma riqueza interior sem precedentes. Suas posses materiais podem ser modestas, e alguns podem dizer que você não tem ambições, mas quem tem te conhece de verdade sabe que você é uma alma muito grande e de muita sabedoria.
"Você é um pouco místico por natureza. Mesmo nas coisas mais mundanas você pode encontrar mágica. Para você nada é somente o que se vê superficialmente, tudo tem um significado mais profundo. Desta forma, você consegue encontrar ao longo da vida uma riqueza interior sem precedentes. Suas posses materiais podem ser modestas, e alguns podem dizer que você não tem ambições, mas quem tem te conheVocê é um pouco místico por natureza. Mesmo nas coisas mais mundanas você pode encontrar mágica. Para você nada é somente o que se vê superficialmente, tudo tem um significado mais profundo. Desta forma, você consegue encontrar ao longo da vida uma riqueza interior sem precedentes. Suas posses materiais podem ser modestas, e alguns podem dizer que você não tem ambições, mas quem tem te conhece de verdade sabe que você é uma alma muito grande e de muita sabedoria.ce de verdade sabe que você é uma alma muito grande e de muita sabedoria.

Targum Faz Rute

Targum Rute Tradução de Samson H. Levey Capítulo 1. 1- Aconteceu nos dias do juiz de juízes que havia uma grande fome na terra de I...