terça-feira, 20 de setembro de 2016

João Bosco - Agnus Sei





A INQUISIÇÃO NA MUSICA BRASILEIRA
por Paulo Valadares
Se fala quase nada da Inquisição na música popular. Não é um tema que tenha alcançado o século XX em diante. Exceção deliciosa é a canção “Agnus Sei”, de João Bosco Mucci e letra de Aldir Blanc. Os compositores usaram o passado para falar do presente que viviam (1972). Tanto que a gravaram para o Pasquim.
A canção é narrada por um Cruzado sem ilusões. O poema é simples, começa eloquente, nas primeiras linhas, como na abertura de um filme de batalha, depois vêm as queixas do Narrador, “como dói vencer Satã só com orações”. Faz suas gracinhas, “juros além” por Jerusalém, ele que já trocara a expressão ortodoxa, “agnus Dei” por “agnus sei” – eu sei que sou um carneiro, não no sentido da inocência, mas no de vítima. “O meu pastor não sabe que eu sei da arma oculta na sua mão”.
O Cruzado das linhas iniciais termina como uma potencial vítima da Inquisição.
“Faces sob o sol, os olhos na cruz / Os heróis do bem prosseguem na brisa da manhã / Vão levar ao reino dos minaretes a paz na ponta dos aríetes / A conversão para os infiéis / Para trás ficou a marca da cruz / Na fumaça negra vinda na brisa da manhã / Ah, como é difícil tornar-se herói / Só quem tentou sabe como dói vencer Satã só com orações / Ê andá pa Catarandá que Deus tudo vê / Ê andá pa Catarandá que Deus tudo vê / Ê anda, ê ora, ê manda, ê mata, responderei não! / Dominus dominium juros além / Todos esses anos agnus sei que sou também / Mas ovelha negra me desgarrei, o meu pastor não sabe que eu sei / Da arma oculta na sua mão / Meu profano amor eu prefiro assim / À nudez sem véus diante da Santa Inquisição / Ah, o tribunal não recordará dos fugitivos de Shangri-Lá / O tempo vence toda a ilusão”.
http://www.youtube.com/watch?v=mG0vrDjRXJY

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