SEPHER TESHUVAH YEHUDIM – DISCUSSÕES TANAÍTICAS PARA A TESHUVAH DOS JUDEUS MARRANOS DE ORIGEM SEFARADITA – SEDER CHOCHMAH YEHUDIM – TRATADO BERESHIT – SHA'AR 1 – DISCUSSÃO TANAÍTICA 4
Do ponto de vista judaico, Yeshua Nazareth é, de fato, menor do que Mosheh Ben Amram, menor do que os Neviim Yisrael e menor do que os eruditos e sábios judeus que surgiram antes e depois da sua vinda. Assim, acreditar em Yeshua Nazareth é uma atitude idólatra e uma grande perda de tempo porque apenas, exclusivamente, somente e unicamente Adonai-Elohim é o único intercessor, mediador, salvador e senhor dos Filhos de Yisrael. Devido a isto, os judeus não devem acreditar, confiar e nem crer nos ensinamentos propostos pelos missionários cristãos evangélicos e protestantes messiânicos. Porém, no entanto, os judeus devem sim acreditar apenas, exclusivamente, somente e unicamente em Mosheh Ben Amram, nos Neviim Yisrael e, por fim, nos eruditos e sábios judeus. De fato, os ensinamentos judaicos rabínicos sobre Adonai-Elohim são analisados, comentados, discutidos e interpretados nas fontes literárias judaicas rabínicas por eruditos e sábios judeus, os quais ensinam que Adonai-Elohim é o único criador, intercessor, mediador, salvador e senhor. E, segundo eruditos e sábios judeus, não existe absolutamente nada neste mundo que não possua origem em Adonai-Elohim. De acordo com isto, o Tanakh registra, segundo está escrito [4,5]:
No princípio, ao criar Deus os céus e a terra, a terra era sem forma e vazia, e havia escuridão sobre a face do abismo, e o espírito de Deus pairava sobre a face das águas.
Sepher Bereshit 1,1-3
Assim disse o Eterno, teu redentor, que desde o seio materno te formou: Eu sou o Eterno, que cria todas as coisas, que sozinho expandiu os céus e estendeu a terra;
Sepher Navi Yeshayahu 44,24
Diante disto, os descendentes de judeus marranos de origem sefaradita aprendem que além de ter criado e expandido sozinho (e não com a ajuda de seres humanos) os céus e a terra, Adonai-Elohim criou também as matérias física e química presentes em todos os corpos animados, inanimados e celestes existentes na natureza. Portanto, apenas, exclusivamente e somente Adonai-Elohim é o único autor das obras da criação.
Vale acrescentar que na obra literária judaica rabínica, The Aryeh Kaplan Anthology, o erudito e sábio judeu acharonita sephardi, Rabbi Aryeh Mosheh Eliyahu Kaplan (1934 – 1983), utiliza teorias físicas relativísticas para ajudar na obtenção do conhecimento de Adonai-Elohim [5]. Nesta obra literária judaica rabínica, o Rabbi Aryeh Mosheh Eliyahu Kaplan ensina que estas teorias físicas estabelecem o espaço e o tempo como atributos físicos da matéria, e que, ao criar sozinho tudo o que é fisicamente e quimicamente material, Adonai-Elohim, simultaneamente, criou sozinho também as noções de espaço e tempo. E como somente Adonai-Elohim, sozinho, antecede as obras da criação, Ele não é afetado, determinado e nem localizado através da matéria, espaço ou tempo e, nem tão pouco por quaisquer outros meios. Deste modo, Adonai-Elohim não é objeto físico material e, consequentemente, as estruturas existenciais de espaço e tempo não podem jamais ser aplicadas a Adonai-Elohim. Diante disto, os descendentes de judeus marranos de origem sefaradita aprendem que Adonai-Elohim não foi criado, engendrado e nem formado porque Adonai-Elohim é eterno, imutável e infinito. Mas, no entanto, se Adonai-Elohim criou o universo, então quem criou Adonai-Elohim? Uma resposta judaica a estas perguntas consiste no ensinamento de que Adonai-Elohim está além da noção de tempo o qual Ele mesmo criou. E, portanto, Adonai-Elohim nunca foi criado, não possui início e nem fim. E assim, conclui-se que Adonai-Elohim sempre existiu. Os Neviim Yisrael, eruditos e sábios judeus ensinam que Adonai-Elohim não possui início, não envelhece e não possui fim. Na sua obra literária judaica rabínica o Rabbi Aryeh Mosheh Eliyahu Kaplan ensina que o fato de Adonai-Elohim manter-se apartado de qualquer atributo de tempo informa sobre a natureza da Sua existência. E as alterações, as modificações e as mudanças (comportamentais, emocionais, éticas, físicas, morais, químicas e temperamentais) ocorrem apenas com a matéria, mas dentro da estrutura de tempo [5].
Desta forma, Adonai-Elohim também não sofre mudanças, inclusive de julgamento, segundo está escrito:
– Porque Eu, o Eterno, não mudei (Meu padrão de julgamento), e vós, ó filhos de Jacob, não fostes consumidos.
Sepher Navi Malachim 3,6
Assim, como os atributos de espaço, matéria e tempo não se aplicam a Adonai-Elohim, Ele não manifesta e nem assume e nem possui aparência física material porque tudo o que é físico é constituído de matéria e ocupa lugar no espaço e no tempo. Esta é apenas, exclusivamente, somente e unicamente a razão pela qual Adonai-Elohim não pode ser observado diretamente e nem indiretamente pelos seres humanos. E quando Adonai-Elohim se manifestou aos Filhos de Yisrael, eles apenas ouviram-No. E, de fato, a Torah registra que atributos espaciais, materiais e temporais jamais se aplicam a Adonai-Elohim, segundo está escrito [5]:
E guardareis muito vossas almas, porque não vistes imagem alguma no dia em que o Eterno vos falou em Horeb do meio do fogo.
Sepher Devarim 4,15
Infelizmente, mal entendidos podem surgir ao se estudar a referência judaica tanaítica Sepher Bereshit 1,1-31, a qual parece relatar que Adonai-Elohim possui vários atributos físicos humanos; que Adonai-Elohim é imutável; que Adonai-Elohim é fisicamente semelhante aos seres humanos; e que Adonai-Elohim se revela na forma material. Mas, na realidade, Adonai-Elohim criou sozinho o ser humano segundo a sua imagem e semelhança, a qual é simplesmente única e puramente espiritual, isto é, o ser humano foi criado com uma alma divina, eterna e imortal, mas com um corpo físico material, não eterno e mortal, segundo está escrito:
E Deus disse: “Façamos homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança, e que domine sobre o peixe do mar, sobre a ave dos céus, sobre o animal e em toda a terra, e sobre todo réptil que se arrasta na terra!”
Sepher Bereshit 1,26
Mas, entretanto, eruditos e sábios judeus ensinam que a linguagem escrita da Torah é compreensível ao ser humano, o qual é um ser finito, limitado e que vive em um mundo físico finito, limitado e que, devido a isto, a Torah deve falar a linguagem dos seres humanos, conforme registra a referência judaica talmúdica Talmud Bavli – Seder Zeraim – Tractate Berachot 31a [6]. Devido a isto, Tanakh apresenta linguagem antropomórfica, mas que esta linguagem não é exatamente a linguagem antropomórfica presente nas obras literárias míticas gregas, as quais influenciaram bastante na construção, desenvolvimento e elaboração dos enganadores, falsos e idolátricos dogmas cristãos católicos apostólicos romanos, os quais deram origem ao Catolicismo Romano. O antropomorfismo grego é uma forma de pensamento mitológico, o qual atribui características humanas aos animais, às divindades, a elementos da natureza, e etc., para tornar possível ao ser humano conhecer melhor a vontade das divindades gregas. Mas, no entanto, do ponto de vista judaico, ao invés de se referir à infinita onisciência divina, os Neviim Yisrael registram, no Tanakh, que os olhos divinos estão em todo o lugar e que Adonai-Elohim observa tudo o que ocorre no mundo. Porém, isto não significa necessariamente afirmar que Adonai-Elohim possua olhos exatamente como os seres humanos porque Adonai-Elohim não precisa de olhos para enxergar. E, para evitar quaisquer tipos de complicações ou confusões, é necessário conhecer também sobre o atributo da unicidade divina, segundo está escrito [5]:
Escuta, Israel! O Eterno é nosso Deus, o Eterno é um só!
Sepher Devarim 6,4
No meio social judaico, a referência judaica tanaítica Sepher Devarim 6,4 é denominada Shema Yisrael. Esta referência judaica tanaítica consiste na oração mais sagrada do modo de viver judaico porque ela contém e revela o principal atributo divino, o qual é o atributo da unicidade divina. Diante disto, os descendentes de judeus marranos de origem sefaradita aprendem que apenas, exclusivamente, somente e unicamente Adonai-Elohim é (sozinho) o único criador e a única fonte de vida de todos os seres animados, inanimados e espirituais, e também que não existem quaisquer outras divindades presentes no universo [5].
De acordo com isto, Mosheh Ben Amram declara o atributo da unicidade divina, segundo está escrito [5]:
E saberás hoje, e considerarás no teu coração, que o Eterno – Ele o Deus, em cima nos céus e embaixo na terra; não há nenhum outro.
Sepher Devarim 4,39
Assim, Adonai-Elohim é único, e não há duas ou mais divindades onipotentes porque se uma divindade é mais poderosa do que a outra divindade, então obviamente a divindade menos forte não é onipotente. E, se ambas as divindades são absolutamente onipotentes, então delas podem desencadear conflitos de interesses entre si e, assim, também nenhuma das duas divindades é onipotente. Desta forma, apenas pode haver um único ser onipotente. Deste modo, a moralidade humana depende da unicidade divina. Mas, por outro lado, se Adonai-Elohim não fôsse uno então não haveria código universal ético e moral humano de conduta, justiça e verdade. É exatamente por este motivo que os eruditos e sábios judeus ensinam que a idolatria é a crença mais terrível que existe, na qual o ser humano aceita, acredita e defende a existência de mais de uma divindade. E esta terrível crença idolátrica equivale a negar a Torah e os escritos proféticos. E, além disto, Adonai-Elohim é reconhecido como o único juiz, salvador e senhor, também através dos absolutos, eternos e insubstituíveis Aseret Ha-Dibrot (Dez Mandamentos), registrados na Torah, segundo está escrito:
Porquanto o Eterno, o Altíssimo, é excelso; Ele é o grande Rei sobre toda a terra.
Sepher Tehilim 47,3
A má interpretação da referência tanaítica Sepher Tehilim 47,3 pode conduzir a falsa idéia de que embora Adonai-Elohim seja excelso; que Adonai-Elohim não pode ser observado pelos seres vivos; e que Adonai-Elohim está além da noção de espaço e tempo, então Ele está ausente e não mais se interessa pelas obras da Sua criação. Para abandonar esta falsa idéia deve-se saber que o primeiro dos Aseret Ha-Dibrot é a única revelação divina transmitida apenas e exclusivamente aos Filhos de Yisrael, segundo está escrito [5]:
E Deus falou todas estas palavras, dizendo: Eu sou o Eterno, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa dos escravos.
Sepher Shemot 20,1-2
Alguns podem questionar perguntando por que Adonai-Elohim estabeleceu a Sua existência durante o êxodo dos Filhos de Yisrael e não através do fato de que Ele criou e governa todo o universo? Outros podem questionar perguntando por que Adonai-Elohim não disse: Eu Sou o senhor Teu Deus Quem criou e Quem governa todo o universo? Entretanto, se Adonai-Elohim houvesse se revelado inicialmente como o criador do universo, então os Filhos de Yisrael poderiam pensar que após a criação Adonai-Elohim decidiu Se ausentar. Mas, de forma contrária a isto, o primeiro dos Aseret Ha-Dibrot registrados na Torah declara indiretamente que Adonai-Elohim está, de fato, profundamente envolvido com a Sua criação e também declara que Ele nunca esteve ausente e nunca está ausente, mas que Ele sempre está presente e que apenas, exclusivamente, somente e unicamente Ele é a única divindade, conforme registra a referência tanaítica Sepher Tehilim 145,18. Assim, somente Adonai-Elohim é o único salvador e o único senhor dos israelitas.
De acordo com isto, o Navi Yehezkel Ben Buzi também protesta duramente contra filosofias e ideologias materialistas oriundas daqueles que fingem se posicionar a favor de Adonai-Elohim, segundo está escrito:
E Ele me disse: Ó filho do homem! Viste o que fazem os anciãos da Casa de Israel na obscuridade, nestas câmaras infestadas de imagens? Eles dizem: ‘O Eterno não nos vê. O Eterno abandonou a terra.’
Sepher Navi Yehezkel 8,12
Mas, no entanto, alguns ainda podem questionar perguntando como pode Adonai-Elohim, o qual realizou sozinho as Sete Obras da Criação, se preocupar com as obras da Sua criação? E, de fato, esta foi a pergunta que David Melech Ben Yishai dirigiu a Adonai-Elohim, através das suas canções, segundo está escrito [5]:
Ó Eterno, nosso Deus! Quão majestoso é o Teu Nome em toda terra, Tu que estendeste Teu esplendor sobre os céus! Até do balbuciar das crianças e lactentes crias força contra Teus detratores, para destruir inimigos e malévolos. Quando contemplo Teus céus, obra dos Teus próprios dedos, vejo a lua e as estrelas que criaste, e me pergunto: o que é o ser humano para que dele Te lembres? E o filho do homem, para que o consideres? Entretanto, pouco menos que os anjos o fizeste e de glória e esplendor o coroaste. Tu o puseste como soberano sobre as obras de Tuas mãos; tudo puseste a seus pés: ovelhas e gado, todos eles, e também os animais do campo, os pássaros do céu, os peixes do oceano e tudo o que se move sobre os caminhos dos mares. Ó Eterno, nosso Deus! Quão majestoso é o Teu Nome em toda a terra!
Sepher Tehilim 8,2-10
Uma dentre as várias respostas judaicas rabínicas para estas perguntas consiste em advogar, ensinar e reconhecer que Adonai-Elohim é eterno, ilimitado e infinito. Na obra literária judaica rabínica, Likkutei Amarim, o Rabbi Shneor Zalman Baruchovitch de Liadi ensina que não há lugar algum no universo desprovido da presença divina [7–10]. E, além disto, eruditos e sábios judeus ensinam que Adonai-Elohim é Ein Sof (Infinito), isto é, eles ensinam que Adonai-Elohim é aquele que não possui início e nem fim [5].
Porém, vale acrescentar que a utilização dos verbos ser ou estar ou quaisquer outros verbos da língua portuguesa embora diminuam ou limitem aquele que é ilimitado, podem, no entanto, ser utilizados no estudo da vontade divina. Diante disto, os descendentes de judeus marranos de origem sefaradita aprendem que Adonai-Elohim não é diminuído e nem limitado pela matéria, espaço ou tempo. E por Adonai-Elohim ser infinito e uno, Ele nunca está ausente, mas Ele está em todos os lugares ao mesmo tempo. A infinitude de Adonai-Elohim é indivisível, sem dimensões, sem limitações e, portanto, para Ele, grande e pequeno, distante e próximo, carecem de sentido. Devido a isto, Adonai-Elohim sempre está a observar, ao mesmo tempo, todas as estrelas e galáxias. E, ao mesmo tempo, Adonai-Elohim está sempre atento, consciente e presente em todos os ínfimos detalhes da Sua criação. Além de tudo isto, Adonai-Elohim acompanha tudo, conhece tudo, dirige tudo, escuta tudo, observa tudo, testemunha tudo e vê tudo, segundo está escrito [4,5]:
E o Eterno disse a Samuel: “Não atentes à sua aparência, nem à grandeza da sua estatura, porquanto o rejeitei. Pois (Eu) não vejo como vê o homem, porque o homem vê o que está diante de seus olhos, mas o Eterno olha para o coração.”
Sepher Navi Shemuel Alef 16,7
Finalmente, Adonai-Elohim acompanha, conhece e testemunha as obras boas e más realizadas por cada ser humano neste mundo, conforme registra a referência tanaítica Sepher Tehilim 91,14-16. Por causa disto, todas as graças, glórias e vitórias sejam sempre dadas em nome de Adonai-Elohim, o senhor dos israelitas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário