segunda-feira, 12 de agosto de 2013

TRATADO TORAH – SHA'AR 1 – DISCUSSÃO TANAÍTICA 4

SEPHER TESHUVAH YEHUDIM – DISCUSSÕES TANAÍTICAS PARA A TESHUVAH DOS JUDEUS MARRANOS DE ORIGEM SEFARADITA – SEDER CHOCHMAH YEHUDIM – TRATADO TORAH – SHA'AR 1 – DISCUSSÃO TANAÍTICA 4

O TALMUD inclui os ensinamentos de eruditos e sábios judeus que receberam a TORAH SHE BE'ALPEH das gerações que os antecederam, remontando-se até MOSHEH BEN AMRAM. Assim, o judeu que rejeita o TALMUD desrespeita a TORAH SHE BE'ALPEH, a qual é a pedra fundamental do modo de viver judaico. E sem o TALMUD é praticamente impossível entender, interpretar e cumprir os mandamentos e preceitos registrados na TORAH SHE BICHTAV. O estudo somente do TANAKH faria dos FILHOS DE YISRAEL um povo comum como qualquer outro, mas isto nunca ocorreu. Mesmo assim, filósofos e teólogos cristãos, desde cedo, começaram a ensinar que o TANAKH (denominado por eles de ANTIGO TESTAMENTO) é a preparação para o NOVO TESTAMENTO (denominado por eles de NOVA ALIANÇA) e que o NOVO TESTAMENTO é a confirmação do ANTIGO TESTAMENTO. Isto causou muitos conflitos teológicos diante da riqueza dos ensinamentos talmúdicos. Por causa disto, durante séculos, autoridades cristãs católicas apostólicas romanas tentaram converter a força aos FILHOS DE YISRAEL, proibindo-os entre outras o estudo talmúdico e os obrigaram, através de ameaças, mortes e perseguições, a aceitar os falsos ensinamentos de YESHUA NAZARETH.

O filósofo franco-lituano de origem judaica e comentarista talmúdico, EMMANUEL LEVINAS (1906 – 1995), encontrou referências talmúdicas durante os seus estudos judaicos, as quais, segundo ele, deixaram bastante preocupados, na época, as autoridades cristãs católicas apostólicas romanas tais como como o filósofo, escritor, historiador e orador grego, IOANNIS CHRYSOSTOMUS (347 – 407). Ele relata em suas obras que a literatura judaica rabínica talmúdica ensina que o poder rabínico (bem como quaisquer outras formas de poder desenvolvido pelo homem, seja ele econômico, militar, político ou religioso) poderia ser criticado, questionado, julgado e anulado pela própria comunidade judaica rabínica [7,8].

Contrário a isto, a estrutura filosófica e teológica da IGREJA CATÓLICA APOSTÓLICA ROMANA é construída essencialmente sobre dogmas, os quais não podem ser analisados, discutidos, julgados e questionados por ninguém. Desta forma, o estilo de investigação empregado no estudo do TALMUD motivaria, com o decorrer do tempo, os cristãos a analisar, anular, discutir, julgar e questionar estes dogmas católicos. E assim, toda a estrutura dogmática católica apostólica romana seria completamente destruída. Neste sentido, o TALMUD induz ao exercício do descontentamento social sobre quaisquer poderes econômico, militar, político ou religioso que possam ser considerados maléficos, ofensivos e violentos para o ser humano. E as autoridades cristãs católicas apostólicas romanas sabiam o quanto a sua estrutura dogmática religiosa estava construída sobre distorções, engôdos, falsificações, fraudes e mentiras.

A estrutura literária do TALMUD sempre se mostra intransigente em relação ao ócio e à paralisia social para aqueles que aceitam passivamente quaisquer leis econômicas, militares, políticas ou religiosas. Neste sentido, o estudo do TALMUD consiste em uma forma bastante eficaz de denunciar, recusar e rejeitar, sobretudo, ideologias, filosofias e teologias dogmáticas falsas ou tirânicas, principalmente aquelas de cunho antissemítico. Consequentemente, o TALMUD pode identificar raízes teológicas cristãs contra o modo de viver judaico. Um exemplo disto são os ensinamentos de que o TANAKH é uma preparação para o NOVO TESTAMENTO, que o NOVO TESTAMENTO é a confirmação do TANAKH, e que o nascimento, morte e ressurreição de YESHUA NAZARETH, o qual é creditado teologicamente como FILHO DE ELOHIM, é a prova única e incontestável dos ensinamentos religiosos cristãos. Mas, o TALMUD nada analisa, comenta, discute, menciona ou questiona sobre YESHUA NAZARETH, NOVO TESTAMENTO, teologias cristãs ou dogmas cristãos católicos apostólicos romanos. Mesmo assim, durante séculos, autoridades cristãs católicas apostólicas romanas consideraram o TALMUD como literatura anticristã, diabólica e ofensiva ao desenvolvimento e manutenção da sua TIRANIA DOGMÁTICA. Em diversas ocasiões da HISTÓRIA JUDAICA vária cópias, edições, exemplares e versões do TALMUD foram censuradas, confiscados, adulterados e queimados em praça pública por governos ditatoriais da idade moderna. Algumas destas circunstâncias históricas são relatadas a seguir [9].

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