SEPHER TESHUVAH YEHUDIM – DISCUSSÕES TANAÍTICAS PARA A TESHUVAH DOS JUDEUS MARRANOS DE ORIGEM SEFARADITA – SEDER CHOCHMAH YEHUDIM – TRATADO TORAH – SHA'AR 2 – DISCUSSÃO TANAÍTICA 8
Nos primeiros séculos que se seguiram à destruição do SEGUNDO BEIT HAMIKDASH, ocorrida no ano 70 d.e.c., o aprofundamento intelectual judaico em busca de esclarecimentos tanaíticos necessário para continuar a manutenção do modo de viver judaico resultou no surgimento da GUEMARAH e do MIDRASH. Assim, a MISHNAH, a AGGADAH, a HALAKHA e a GUEMARAH formaram a obra literária judaica rabínica da mais alta importância denominada TALMUD. A fase intelectual caracterizada mais importante voltada para a busca de esclarecimentos sobre assuntos relativos ao TANAKH e ao TALMUD ocorreu durante o PERÍODO GEONIM (589 – 1038), nas academias judaicas rabínicas fundadas na CIDADE DE NEHARDEA, CIDADE DE PUMBEDITHA e na CIDADE DE SURA.
Depois deste período, surgiram inúmeras escolas de exegese judaica rabínica no EGITO, ESPANHA, FRANÇA, MARROCOS e TUNÍSIA. Inclusive na ALEMANHA e FRANÇA, países em que os judeus estavam menos avançados culturalmente, surgiram interesses pela FILOLOGIA (ciência que estuda idioma, literatura, cultura ou civilização sob uma visão histórica e a partir de documentos escritos) e pela GRAMÁTICA. Enquanto o JUDAÍSMO no ORIENTE era praticado por judeus que seguiam as orientações das academias de estudo rabínico das cidades babilônicas, o JUDAÍSMO na EUROPA era praticado de acordo com as suas próprias características rituais e costumes e recebia influência, sobretudo da língua do país em que ele era praticado. Assim, ocorreu a divisão mais característica existente entre o POVO JUDEU: o JUDAÍSMO ASHKENAZI (desenvolvido, sobretudo na ALEMANHA e na FRANÇA) e o JUDAÍSMO SEFARDI (desenvolvido, sobretudo na PENÍNSULA IBÉRICA).
Entretanto, deve ser sabido que o JUDAÍSMO SEFARDI começou a se desenvolver durante o reinado de SHLOMO MELECH BEN DAVID, entre os anos de 970 a.e.c. e 930 a.e.c. E durante esta época já havia grande movimentação de hebreus que empreendiam viagens comerciais através de navios pelo MAR MEDITERRÂNEO (passando pela SARDENHA e prosseguindo até a ESPANHA) transportando macacos, pavões e também marfim, ouro e prata, conforme registrado nas referências tanaíticas SEPHER MELAHIM ALEF 10,22 e DIVREI HAIAMIM BET 9,21. Portanto, nesta época, já havia grande contingente de hebreus na PENÍNSULA IBÉRICA. Porém, no ano de 721 a.e.c. o MALHUT YISRAEL (REINO DO NORTE), governado pelo décimo nono e último monarca israelita, HOSHEA BEN ELAH, foi invadido e conquistado pelo exército real liderado pelo monarca assírio, REI SHARRUKIN II.
A partir daí, os israelitas foram conduzidos como cativos para a ASSYRIA e para a MÉDIA, unindo-se a população local. O território israelita foi totalmente ocupado por assírios e babilônios os quais se misturaram com o restante da população israelita. Nesta época, o MALHUT YEHUDAH (REINO DO SUL), governado pelo décimo segundo monarca judeu, REI AHAZ BEN YOTAM, foi obrigado a pagar altíssimos impostos para evitar que ele também fôsse invadido e conquistado. Mais tarde, devido à recusa do décimo terceiro monarca judeu, REI YEHIZKIYYAHU BEN AHAZ, em continuar pagando estes impostos, o monarca assírio, REI SENNAKHERIB, invade o MALHUT YEHUDAH e sitia a CIDADE DE YERUSHALAYIM, mas sem obter sucesso algum. Esta foi a PRIMEIRA DIÁSPORA JUDAICA.
Entre os anos de 603 a.e.c. e 602 a.e.c., o MALHUT YEHUDAH é invadido e conquistado pelo exército real do monarca babilônico, NABU CUDURRI UTSUR II. A partir daí, o governante do sul, REI YEHOYAKIM BEN YOSHIYAHU, é obrigado a pagar tributos ao conquistador babilônico. Mais tarde, o vigésimo e último monarca judeu, REI TZIDKIYAHU BEN YOSHIYAHU, rebelou-se contra o monarca babilônico. Devido a isto, o exército real babilônico destruiu o MALHUT YEHUDAH. Assim, no ano de 587 a.e.c. milhares dentre os FILHOS DE AVRAHAM do MALHUT YEHUDAH foram conduzidos como cativos para a BABILÔNIA, outros fugiram para o EGITO, e apenas os hebreus mais pobres permaneceram. Esta foi a SEGUNDA DIÁSPORA JUDAICA. Porém, o período do cativeiro babilônico fez crescer entre o POVO JUDEU o sentimento de identidade hebréia indissolúveis [8,9].
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