segunda-feira, 13 de maio de 2013

A Hist�ria da Kabbalah e do Zohar


Do livro "A guide to the Hidden Wisdom of the Kabbalah", de Rav Laitman, Capitulo 4
 A Hist�ria da Kabbalah e do Zohar

O primeiro Kabbalista que conhecemos foi o patriarca Abraham. Ele viu as perplexidades da exist�ncia humana, fez perguntas ao Criador, e os mundos superiores se revelaram para ele. O conhecimento que ele adquiriu, e o m�todo usado nessa aquisi��o, ele transmitiu para as pr�ximas gera��es. A Kabbalah foi transmitida entre os Kabbalistas oralmente por muitos s�culos. Cada Kabbalista adicionou sua experi�ncia �nica e sua personalidade a esse conjunto de conhecimento acumulado. Suas realiza��es espirituais foram descritas em linguagem apropriada para as almas de suas gera��es.

A Kabbalah continuou a se desenvolver depois que a B�blia (os Cinco Livros de Mois�s) foi escrita. No per�odo entre o Primeiro e o Segundo Templos (586 aec – 515 aec), j� era estudada em grupos. Ap�s a destrui��o do Segundo Templo (70 ec) e at� a gera��o atual, houve tr�s per�odos particularmente importantes no desenvolvimento da Kabbalah, durante os quais foram elaborados os mais importantes escritos sobre o seu estudo.

O primeiro per�odo ocorreu durante o 2o s�culo, quando o Rabbi Shimon Bar Yochai (o Rashbi) escreveu o livro do Zohar. Isso aconteceu por volta do ano 150 da era comum. O Rabbi Shimon era um disc�pulo do famoso Rabbi Akiva (40ec – 135ec). O Rabbi Akiva e v�rios de seus disc�pulos foram torturados e mortos pelos romanos, que se sentiam amea�ados pelo ensinamento da Kabbalah. Eles esfolaram sua pele at� os ossos com uma escova de a�o para cavalos (como o atual ancinho). Em seguida � morte de 24.000 disc�pulos do Rabbi Akiva, o Rashbi foi autorizado pelo Rabbi Akiva e pelo Rabbi yehuda Ben Aba a ensinar a Kabbalah �s gera��es futuras, tal como tinha sido ensinada a ele. O Rabbi Shimon Bar Yochai e quatro outros foram os �nicos a sobreviver. Ap�s a captura e pris�o do Rabbi Akiva, o Rashbi escapou com seu filho, Elazar. Eles se esconderam numa caverna por 13 anos.

Eles sa�ram da caverna com o Zohar, e com um m�todo consolidado para estudar Kabbalah e atingir a espiritualidade. O Rashbi atingiu os 125 n�veis que o homem pode alcan�ar durante sua vida neste mundo. O Zohar nos conta que ele e seu filho alcan�aram o n�vel chamado ‘Eliahu o Profeta’, o que significa que o pr�prio Profeta os ensinou.

O Zohar foi escrito de uma forma especial e �nica, a forma das par�bolas, em aramaico – uma l�ngua falada nos tempos b�blicos. O Zohar nos conta que o aramaico � o ‘inverso do hebraico’, o lado oculto do hebraico. O Rabbi Shimon Bar Yochai n�o escreveu, ele mesmo; ele transmitiu a sabedoria e o modo de alcan��-la de um modo organizado, ditando o conte�do ao Rabbi Aba. Aba escreveu novamente o Zohar de um tal modo que somente aqueles que fossem merecedores pudessem compreend�-lo.

O Zohar explica que o desenvolvimento humano divide-se em 6.000 anos, durante os quais a alma atravessa um cont�nuo processo de desenvolvimento, a cada gera��o. No fim do processo as almas alcan�ar�o uma posi��o chamada ‘o fim da corre��o’, isto �, o n�vel mais alto de espiritualidade e plenitude.

O Rabbi Shimon Bar Yochai foi um dos maiores de sua gera��o. Ele escreveu e interpretou muitos assuntos Kabbalisticos, que foram publicados e s�o bastante conhecidos at� os dias de hoje. Por outro lado, o livro do Zohar desapareceu ap�s ter sido escrito.

Segundo a lenda, os escritos do Zohar foram mantidos ocultos numa caverna pr�xima de Safed, em Israel. Eles somente foram encontrados muitas centenas de anos ap�s, por �rabes que moravam naquela �rea. Um Kabbalista de Safed comprou peixe no mercado um dia, e surpreendeu-se quando descobriu o valor imensur�vel do papel em que o peixe vinha embrulhado. Ele imediatamente comprou as demais folhas de papel dos �rabes, e reuniu-as em um livro.

Isso aconteceu porque a natureza das coisas ocultas � tal que elas precisam ser descobertas no momento apropriado, quando almas apropriadas tiverem reencarnado e entrado no nosso mundo. Foi assim que o Zohar p�de ser revelado ap�s tanto tempo.

O estudo desses escritos foi conduzido em segredo por pequenos grupos de Kabbalistas. A primeira publica��o do livro foi efetuada pelo Rabbi Moshe de Leon, no s�culo XIII, na Espanha.

O Segundo per�odo do desenvolvimento da Kabbalah � muito importante para a nossa gera��o. Esse foi o per�odo do ‘ARI’, Rabbi Yitzchak Luria, que criou a transi��o entre os dois m�todos do estudo da Kabbalah. A primeira vez em que a pura linguagem da Kabbalah apareceu foi nos escritos do Ari. O Ari proclamou o in�cio de um per�odo de estudo massivo e aberto da Kabbalah.

O Ari nasceu em Jerusal�m em 1534. Era crian�a quando seu pai morreu, e sua m�e o levou para o Egito, onde ele cresceu na casa de seu tio. Durante sua vida no Egito, ele se sustentava com o com�rcio, mas dedicava a maior parte do seu tempo a estudar Kabbalah. A lenda diz que ele passou sete anos isolado na ilha de Rodes, no Nilo, onde ele estudou o Zohar, livros dos primeiros Kabbalistas e escritos de um outro Rabbi de sua gera��o, o ‘Ramak’, Rabbi Moshe Cordovero.

Em 1570 o Ari chegou a Safed, Israel. Apesar de sua juventude, ele imediatamente come�ou a ensinar Kabbalah. Sua grandeza foi logo reconhecida; todos os s�bios de Safed, que eram muito versados na Sabedoria oculta e revelada, vieram estudar com ele, e ele se tornou famosos. Por ano e meio seu disc�pulo, o Rabbi Chaim Vital, anotou as respostas a muitas quest�es que surgiram durante seus estudos.

O Ari nos deixou um sistema b�sico para o estudo da Kabbalah, que ainda � usado hoje. Alguns desses escritos foram Etz haChayim (a �rvore da vida), Sha’ar haKavanot (o portal das inten��es), Sha’ar haGilgulim (o portal das reencarna��es) e outros. O Ari morreu em 1572, ainda jovem. Segundo sua �ltima vontade, seus escritos foram arquivados, para que sua doutrina n�o fosse revelada antes que chegasse a �poca certa.

Os grandes Kabbalistas forneceram o m�todo e o ensinaram, mas sabiam que sua gera��o ainda n�o seria capaz de apreciar sua din�mica. Assim, muitas vezes eles preferiram esconder, ou at� queimar seus escritos. Sabemos que o Baal haSulam queimou e destruiu a maior parte de seus escritos. � especialmente significativo este fato, de que o conhecimento tenha sido escrito em papel, e a seguir, destru�do. O que quer que tenha sido revelado no mundo material afeta o futuro, e � revelado com mais facilidade da segunda vez.

O Rabbi Vital ordenou que outras partes dos escritos do Ari fossem escondidas e enterradas com ele. Uma parte foi entregue ao seu filho, que organizou os famosos escritos, os Oito Portais. Muito mais tarde, um grupo de estudiosos liderados pelo neto do Rabbi Vital retirou outra parte dos escritos do t�mulo.

O estudo do Zohar em grupos come�ou abertamente durante o per�odo do Ari e ent�o, prosperou por dois s�culos. No grande per�odo da Chassidut (1750 at� o fim do s�culo XIX), quase todo grande rabbi era um Kabbalista. Apareceram Kabbalistas, principalmente na Pol�nia, na R�ssia, no Marrocos, no Iraque, no Yemen e em v�rios outros pa�ses. Ent�o, no come�o do s�culo XX, o interesse em Kabbalah enfraqueceu at� desaparecer quase completamente.

O terceiro per�odo do desenvolvimento da kabbalah cont�m um m�todo adicional �s doutrinas do Ari, escrito nesta gera��o pelo Rabbi Yehuda Ashlag, autor do coment�rio Sulam (escada), sobre o Zohar e os ensinamentos do Ari. Esse m�todo � particularmente apropriado para as almas da gera��o atual.

O Rabbi Yehuda Ashlag � conhecido como o ‘Baal haSulam’, por causa de sua obra Sulam do Zohar. Ele nasceu em Lodz, Pol�nia, em 1885; absorveu um profundo conhecimento da lei escrita e oral em sua juventude e mais tarde, tornou-se um juiz e professor em Vars�via. Em 1921 ele imigrou para Israel com sua fam�lia, e tornou-se o rabbi de Givat Shaul em Jerusal�m. Ele j� estava ocupado em escrever sua pr�pria doutrina quando come�ou a esbo�ar o coment�rio sobre o Zohar em 1943. O Baal haSulam acabou de escrever seu coment�rio sobre o Zohar em 1953. Ele morreu no ano seguinte e foi enterrado em Jerusal�m, no cemit�rio Givat Shaul.

Seu filho mais velho, o Rabbi Baruch Shalom Ashlag, o ‘Rabash’, tornou-se seu sucessor. Seus livros est�o estruturados de acordo com as instru��es de seu pai. Eles foram elaborados sobre os escritos do seu pai, de modo a facilitar a compreens�o desses coment�rios para a nossa gera��o.

O Rabash nasceu em Vars�via em 1907 e imigrou para Israel com seu pai. Somente ap�s o Rabbi Baruch ter-se casado, seu pai o incluiu no grupo seleto de estudantes da sabedoria secreta da Kabbalah. Logo ap�s ele foi autorizado a dar aulas aos novos alunos do seu pai.

Em seguida ao falecimento de seu pai, o Rabbi Baruch assumiu a tarefa de continuar ensinando o m�todo especial que ele havia aprendido. Apesar de suas grandes realiza��es, assim como seu pai, ele insistiu em manter um modo de vida muito modesto. Durante sua vida ele trabalhou como sapateiro, oper�rio de constru��o e balconista. Externamente, ele viveu como uma pessoa comum, mas devotou cada momento livre para estudar e ensinar Kabbalah. O Rabash faleceu em 1991.

O Rabbi Yehuda Ashlag, o Baal HaSulam, � reconhecido como o l�der espiritual de nossa gera��o. Ele � o �nico nesta gera��o que escreveu um coment�rio completamente abrangente e atualizado sobre o Zohar e os escritos do Ari. Esses livros, mais os ensaios do Rabbi Baruch Ashlag, s�o a �nica fonte que podemos usar para nos ajudar em nosso progresso.

Quando n�s estudamos os seus livros, n�s estamos de fato estudando o Zohar e os escritos do Ari, atrav�s de coment�rios mais recentes (dos �ltimos 50 anos). Essa � uma prote��o para a nossa gera��o, pois nos possibilita estudar textos antigos como se tivessem sido escritos agora, e us�-los como trampolim para a espiritualidade.

O m�todo do Baal hasulam serve para todos, e a sulam (escada) que ele construiu com seus escritos nos assegura que nenhum de n�s deve temer o estudo da Kabbalah. Qualquer um que estude Kabbalah pode ter certeza de que dentro de tr�s a cinco anos ser� capaz de atingir as esferas espirituais, todas as realidades e o divino entendimento, o nome dado ao que est� acima e al�m de n�s, e que ainda n�o conseguimos sentir. Se estudarmos de acordo com os livros do Rabbi Yehuda Ahslag, o Baal haSulam, poderemos atingir a verdadeira corre��o.

O m�todo de estudo foi constru�do de modo a despertar em n�s o desejo de compreender os mundos superiores. N�s recebemos um grande desejo de entender nossas ra�zes, como nos conectarmos com elas. Ent�o n�s recebemos o poder de melhorar e preencher a n�s mesmos.

Todos os tr�s grandes Kabbalistas s�o a mesma alma, que apareceu primeiro como Rabbi Shimon, numa segunda ocasi�o como o Ari, e pela terceira vez, como o Rabbi Yehuda Ashlag. Em cada ocasi�o, tinha chegado a �poca para uma revela��o a mais, porque as pessoas daquelas gera��es o mereciam, e essa alma desceu para ensinar o m�todo apropriado para cada gera��o.

Cada gera��o � cada vez mais merecedora de descobrir o Zohar. O que foi escrito pelo Rabbi Shimon Bar Yochai e oculto, foi posteriormente descoberto pela gera��o do Rabbi Moshe de Leon, e depois pelo Ari, que come�ou a interpretar isto na linguagem da Kabbalah. Esses escritos tamb�m foram guardados e parcialmente redescobertos quando chegou a �poca certa. Nossa gera��o tem o privil�gio de aprender do Sulam, que agora permite a cada um estudar Kabbalah e corrigir-se.

Vemos que o Zohar fala para cada gera��o. Em cada gera��o ele se revela mais e  melhor compreendido que na gera��o precedente. Cada gera��o abre o livro do Zohar de um modo �nico, apropriado para as ra�zes de sua alma especial.

Ao mesmo tempo, � importante que seja feita uma tentativa de reservar os escritos Kabbal�sticos, de modo que aqueles que sentem a necessidade de buscar por eles os encontrem por si mesmos. Os Kabbalistas sabem, evidentemente, que o processo de mudan�a requer duas condi��es: o tempo correto, e a maturidade da alma. N�s estamos testemunhando uma ocorr�ncia muito interessante, caracterizada pela irrup��o e sinaliza��o de uma nova era no estudo da Kabbalah.



Cabala (também KabbalahQabbalacabbalacabbalahkabalakabalahkabbala) é um sistema religioso filosófico que reivindica o discernimento da natureza divina. Q(a)B(a)L(a)H (קבלה QBLH) é uma palavra hebraica que significa recepção, que vem da raiz Qibel ("receber").
A Qabalah divide-se em quatro partes principais:
1.   Qabalah prática: trata dos talismãs, rituais e cerimônias mágicas;
2.   Qabalah literal: para conhecê-la, é necessário ver suas três matérias (logo abaixo);
3.   Qabalah não-escrita: conhecimento oral, a tradição;
4.   Qabalah dogmática: parte doutrinal da ciência, sendo que suas principais fontes são o Sepher Yetzirah, o Zohar, o Sepher Sephiroth e o Asch Metzareph.




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