segunda-feira, 27 de maio de 2013

O Judeu O Que É?





Perguntou o discípulo ao seu mestre: – O judeu o que é?


- Um acendedor de lamparinas como antigamente, antes da eletricidade, que toda noite acendia com seu fogo as lamparinas da rua.


- E quando a lamparina está fincada no deserto?


- Mesmo lá ele deve acendê-la, para que todos saibam que o lugar é um deserto, e para que a aridez se envergonhe perante a luz.


- E se a lamparina estiver fincada no mar?


- Deve-se tirar as roupas, pular no mar e acendê-la.


- Mas eu não vejo a lamparina?


- Pois não é um “acendedor de lamparinas”.


- E como se torna um acendedor de lamparinas?


- Você deve começar por si mesmo. Lave-se, saia do seu materialismo. Dentro do seu egoísmo só enxergará o material. Quando se elevar, verá também a pureza do seu próximo.


- Será que se pode pegar o próximo pela garganta?


- Pela garganta não, mas pela ponta de sua roupa, sim.


“A vela de D’us – a alma do homem” é a lamparina que enquanto não for acesa não estará cumprindo seu papel: iluminar o mundo. O deserto, um lugar árido, representa a pobreza em sabedoria.


Perguntou o aluno: – Se a alma está num corpo e disto não tem noção, será que mesmo assim se deve acendê-la?


Respondeu o mestre: – Sim, seja um dos discípulos de Aharon, ame as criaturas e depois aproxime-as da Torá. Mesmo o homem envolvido no materialismo a ponto de não sentir sua aridez, envergonhar-se-á diante da luz e mudará. O mar, ao contrário, repleto de águas é o símbolo da riqueza da cultura humana.


Perguntou o discípulo: – Há num homem cheio de sabedoria humana, que acredita ter a verdade, chances de acender sua alma?


- O Racionalismo somente reveste o interior da pessoa, encontrando a verdade do homem. Não conseguirá quebrar sua armadura somente pelos caminhos racionais. Você precisará desfazer-se de tudo que o envolve, pular ao mar com sua essência mais profunda. Sua alma encontrará a essência dele, e aí as luzes se juntarão e uma tocha se elevará e iluminará o homem e o mundo.


Empolgou-se o discípulo e perguntou: – Será que se pode pegar o próximo pela sua garganta, obrigá-lo?


Aí, respondeu o Rav: – Você pode obrigar a si próprio, mas não ao seu próximo. Pode tocar somente na ponta de sua roupa, mas não em seu corpo e logicamente não invadir a sua alma.


O Acendedor de Lamparinas – (Adaptado da introdução do livro “Emunot” do Rabino Israel Hess)

A que nível evolutivo pode o homem atingir



Certa vez, um discípulo aproximou-se de seu Mestre e disse:

- Mestre, gostaria muito de saber por que razão os seres humanos guerreiam-se e por que não conseguem entender-se, por mais que apregoem estar buscando a Paz e o entendimento, por mais que apregoem o Amor e por mais que afirmem abominar o Ódio.

- Essa é uma pergunta muito séria. Gerações e gerações a têm feito e não conseguiram uma resposta satisfatória, por não se darem conta de que tudo é uma questão de nível evolutivo. A grande maioria da Humanidade do Planeta Terra está vivendo atualmente no nível 1. Muitos outros, no nível 2 e alguns outros no nível 3. Essa é a grande maioria. Alguns poucos já conseguiram atingir o nível 4, pouquíssimos o nível 5, raríssimos o nível 6 e somente de mil em mil anos aparece algum que atingiu o nível 7.

- Mas, Mestre, que níveis são esses?

- Não adiantaria nada explicá-los, pois além de não entender, também, logo em seguida, você os esqueceria e esqueceria também a explicação.

Assim, prefiro levá-lo numa viagem mental, para realizar uma série de experimentos e aí, então, tenho certeza, você vivenciará e saberá exatamente o que são esses níveis, cada um deles, nos seus mínimos detalhes.

Colocou, então, as pontas de dois dedos na testa do discípulo e, imediatamente, ambos estavam em um outro local, em outra dimensão do Espaço e do Tempo. O local era uma espécie de bosque, e um homem se aproximava deles. Ao chegar mais perto, disse-lhe o Mestre:

- Dê-lhe um tapa no rosto.

- Mas por quê? Ele não me fez nada…

- Faz parte do experimento. Dê-lhe um tapa, não muito forte, mas dê-lhe um tapa!

E o homem aproximou-se mais do Mestre e do discípulo. Este, então, chegou até o homem, pediu-lhe que parasse e, sem nenhum aviso, deu-lhe um tapa que estalou. Imediatamente, como se fosse feito de mola, o desconhecido revidou com uma saraivada de socos e o discípulo foi ao chão, por causa do inesperado do ataque.

Instantaneamente, como num passe de mágica, o Mestre e o discípulo já estavam em outro lugar, muito semelhante ao primeiro quando outro homem se aproximava. O Mestre, então comentou:

- Agora, você já sabe como reage um homem do nível 1. Não pensa. Age mecanicamente. Revida sem pensar. Aprendeu a agir dessa maneira e esse aprendizado é tudo para ele, é o que norteia sua vida, é sua “muleta”. Agora, você testará da mesma maneira, o nosso companheiro que vem aí, do nível 2.

Quando o homem se aproximou, o discípulo pediu que parasse e lhe deu um tapa. O homem ficou assustado, olhou para o discípulo, mediu-o de cima a baixo e, sem dizer nada, revidou com um tapa, um pouco mais forte.

Instantaneamente, já estavam em outro lugar muito semelhante ao primeiro.

- Agora, você já sabe como reage um homem do nível 2. Pensa um pouco, analisa superficialmente a situação, verifica se está à altura do adversário e aí, então, revida. Se se julgar mais fraco, não revidará imediatamente, pois irá revidar à traição. Ainda é carregado pelo mesmo tipo de “muleta” usada pelo homem do nível 1. Só que analisa um pouco mais as coisas e fatos da vida. Entendeu? Repita o mesmo com esse aí que vem chegando.

A cena repetiu-se. Ao receber o tapa, o homem parou, olhou para o discípulo e assim falou:
- O que é isso, moço?… Mereço uma explicação, não acha? Se não me explicar direitinho por que razão me bateu, vai levar uma surra! Estou falando sério!

- Eu e o Mestre estamos realizando uma série de experimentos e este experimento consta exatamente em fazer o que fiz, ou seja, bater nas pessoas para ver como reagem.

- E querem ver como reajo?

- Sim. Exatamente isso…

- Já reparou que não tem sentido?

- Como não? Já aprendemos ótimas lições com as reações das outras pessoas. Queremos saber qual a lição que você irá nos ensinar…

- Ainda não perceberam que isso não faz sentido? Por que agredir as pessoas assim, gratuitamente?

- Queremos verificar – interferiu o Mestre – as reações mais imediatas e primitivas das pessoas. Você tem alguma sugestão ou consegue atinar com alguma alternativa?

- De momento, não me ocorre nenhuma. De uma coisa, porém, estou certo: – Esse teste é muito bárbaro, pois agride os outros. Estou, realmente, muito assustado e chocado com essa ação de vocês, que parecem pessoas inteligentes e sensatas. Certamente, deverá haver algo menos agressivo e mais inteligente. Não acham?

- Enfim – perguntou o discípulo – como você vai reagir? Vai revidar?

Ou vai nos ensinar uma outra maneira de conseguir aprender o que desejamos?

- Já nem sei se continuo discutindo com vocês, pois acho que estou perdendo meu tempo. São dois malucos e tenho coisas mais importantes para fazer do que ficar conversando com dois malucos.

Afinal, meu tempo é precioso demais e não vou desperdiçá-lo com vocês. Quando encontrarem alguém que não seja tão sensato e paciente como eu, vão aprender o que é agredir gratuitamente as pessoas. Que outro, em algum outro lugar, revide por mim. Não vou nem perder meu tempo com vocês, pois não merecem meu esforço… São uns perfeitos idiotas… Imagine só, dar tapas nos outros… Besteira… Idiotice… Falta do que fazer… E ainda querem me convencer de que estão buscando conhecimento… Picaretas! Isso é o que vocês são! Uns picaretas! Uns charlatães!

Imediatamente, aquela cena apagou-se e já se encontravam em outro lugar, muito semelhante a todos os outros. Então, o Mestre comentou:

- Agora, você já sabe como age o homem do nível 3. Gosta de analisar a situação, discutir os pormenores, criticar tudo, mas não apresenta nenhuma solução ou alternativa, pois ainda usa as mesmas “muletas” que os outros dois anteriores também usavam. Prefere deixar tudo “pra lá”, pois “não tem tempo” para se aborrecer com a ação, que prefere deixar para os “outros” resolverem. É um erudito e teórico que fala muito, mas que age muito pouco e não apresenta nenhuma solução para nenhum problema, a não ser a mais óbvia e assim mesmo, olhe lá… É um medíocre enfatuado, cheio de erudição, que se julga o “Dono da Verdade”, que se acha muito “entendido” e que reclama de tudo e só sabe criticar. É o mais perigoso de todos, pois costuma deter cargos de comando, por ser, geralmente, portador de algum diploma universitário em nível de bacharel (mais uma outra “muleta”) e se gaba por isso. Possui instrução e muita erudição. Já consegue ter um pouquinho mais de percepção das coisas, mas é somente isso. Ainda precisa das “muletas” para continuar vivendo, mas começa a perceber que talvez seja melhor andar sem elas. No entanto, por “preguiça vital” e simples falta de força de vontade, prefere continuar a utilizá-las. De resto, não passa de um medíocre enfatuado que sabe apenas argumentar e tudo criticar.

Vamos, agora, saber como reage um homem do nível 4. Faça o mesmo com esse que aí vem.

E a cena repetiu-se. O caminhante olhou para o discípulo e perguntou:

- Por que você fez isso? Eu fiz alguma coisa errada? Ofendi você de alguma maneira? Enfim, gostaria de saber por que motivo você me bateu. Posso saber?

- Não é nada pessoal. Eu e o Mestre estamos realizando um experimento para aprender qual será a reação das pessoas diante de uma agressão imotivada.

- Pelo visto, já realizaram este experimento com outras pessoas. Já devem ter aprendido muito a respeito de como reagem os seres humanos, não é mesmo?

- É… Estamos aprendendo um bocado. Qual será sua reação? O que pensa de nosso experimento? Tem alguma sugestão melhor?

- Hoje, vocês me ensinaram uma nova lição e estou muito satisfeito com isso e só tenho a agradecer por me haverem escolhido para participar deste seu experimento. Apenas acho que vocês estão correndo o risco de encontrar alguém que não consiga entender o que estão fazendo e revidar à agressão. Até chego a arriscar-me a afirmar que vocês já encontraram esse tipo de pessoa, não é mesmo? Mas também se não corrermos algum risco na vida, nada, jamais, poderá ser conseguido, em termos de evolução. Sob esse ponto de vista, a metodologia experimental que vocês imaginaram é tão boa como outra qualquer. Já encontraram alguém que não entendesse o que estão a fazer e igualmente reações hostis, não é mesmo? Por outro lado, como se trata de um aprendizado, gostaria muito de acompanhá-los para partilhar desse aprendizado. Aceitar-me-iam como companheiro de jornada? Gostaria muito de adquirir novos conhecimentos. Posso ir com vocês?

- E se tudo o que dissemos for mentira? E se estivermos mal-intencionados? – perguntou o Mestre – Como reagiria a isso?

- Somente os loucos fazem coisas sem uma razão plausível. Sei, muito bem, distinguir um louco de um são e, definitivamente, tenho a mais cristalina das certezas de que vocês não são loucos. Logo, alguma razão vocês deverão ter para estarem agredindo gratuitamente as pessoas. Essa razão que me deram é tão boa e plausível como qualquer outra. Seja ela qual for, gostaria de seguir com vocês para ver se minhas conjecturas estão certas, ou seja, de que falaram a verdade e, se assim o for, compartilhar da experiência de vocês. Enfim, desejo aprender cada vez mais, e esta é uma boa ocasião para isso. Não acham?

Instantaneamente, tudo se desfez e logo estavam em outro ambiente, muito semelhante aos anteriores. O Mestre assim comentou:

- O homem do nível 4 já está bem distanciado e se desligando gradativamente dos afazeres mundanos. Já sabe que existem outros níveis mais baixos e outros mais elevados e está buscando apenas aprender mais e mais para evoluir, para tornar-se um sábio. Não é, em absoluto um erudito (embora até mesmo possa possuir algum diploma universitário) e já compreende bem a natureza humana para fazer julgamentos sensatos e lógicos. Por outro lado, possui uma curiosidade muito grande e uma insaciável sede de conhecimentos. E isso acontece porque abandonou suas “muletas” há muito pouco tempo, talvez há um mês ou dois. Ainda sente falta delas, mas já compreendeu que o melhor mesmo é viver sem elas. Dentro de muito pouco tempo, só mais um pouco de tempo, talvez mais um ano ou dois, assim que se acostumar, de fato, a sequer pensar nas muletas, estará realmente começando a trilhar o caminho certo para os próximos níveis.

Mas vamos continuar com o nosso aprendizado. Repita o mesmo com este homem que aí vem, e vamos ver como reage um homem do nível 5.

O tapa estalou.

- Filho meu… Eu bem o mereci por não haver logo percebido que estavas necessitando de ajuda. Em que te posso ser útil?

- Não entendi… Afinal, dei-lhe um tapa. Não vai reagir?

- Na verdade, cada agressão é um pedido de ajuda. Em que te posso ajudar, filho meu?

- Estamos dando tapas nas pessoas que passam, para conhecermos suas reações. Não é nada pessoal…

- Então, é nisso que te posso ajudar? Ajudar-te-ei com muita satisfação pedindo-te perdão por não haver logo percebido que desejas aprender. É meritória tua ação, pois o saber é a coisa mais importante que um ser humano pode adquirir. Somente por meio do saber é que o homem se eleva. E se estás querendo aprender, só tenho elogios a te oferecer. Logo aprenderás a lição mais importante que é a de ajudar desinteressadamente as pessoas, assim como estou a fazer com vocês, neste momento. Ainda terás um longo caminho pela frente, mas se desejares, posso ser o teu guia nos passos iniciais e te poupar de muitos transtornos e dissabores. Sinto-me perfeitamente capaz de guiar-te nos primeiros passos e fazer-te chegar até onde me encontro. Daí para diante, faremos o restante do aprendizado juntos. O que achas da proposta? Aceitas-me como teu guia?

Instantaneamente, a cena se desfez e logo se viram em outro caminho, um pouco mais agradável do que os demais, e o Mestre assim se expressou:

- Quando um homem atinge o nível 5, começa a entender que a Humanidade, em geral, digamos, o homem comum, é como uma espécie de adolescente que ainda não conseguiu sequer se encontrar e, por esse motivo, como todo e qualquer bom adolescente, é muito inseguro e, devido a essa insegurança, não sabe como pedir ajuda e agride a todos para chamar atenção sobre si mesmo e pedir, então, de maneira velada e indireta, a ajuda de que necessita. O homem do nível 5 possui a sincera vontade de ajudar e de auxiliar a todos desinteressadamente, sem visar vantagens pessoais. Sabe ser humilde e reconhece que ainda tem muito a aprender para atingir níveis evolutivos mais elevados. E deseja partilhar gratuitamente seus conhecimentos com todos os seres humanos. Compreende que a imensa maioria dos seres humanos usa “muletas” diversas e procura ajudá-los, dando-lhes exatamente aquilo que lhe é pedido, de acordo com a “muleta” que estão usando ou com o que lhes é mais acessível no nível em que se encontram. A partir do nível 5, o ser humano adquire a faculdade de perceber em qual nível o seu interlocutor se encontra.

Agora, dê um tapa nesse homem que aí vem. Vamos ver como reage o homem do nível 6.

E o buscador iniciou o ritual. Pediu ao homem que parasse e lançou a mão ao seu rosto. Jamais entenderá como o outro, com um movimento quase instantâneo, desviou-se e a sua mão atingiu apenas o vazio.

- Meu filho querido! Por que você queria ferir-se a si mesmo? Ainda não aprendeu que agredindo os outros você estará agredindo a si mesmo? Você ainda não conseguiu entender que a Humanidade é um organismo único e que cada um de nós é apenas uma pequena célula desse imenso organismo? Seria você capaz de provocar, deliberadamente, em seu corpo, um ferimento que vai doer muito e cuja cicatrização orgânica e psíquica vai demorar e causará muito sofrimento inútil?

- Mas estamos realizando um experimento para descobrir qual será a reação das pessoas a uma agressão gratuita.

- Por que você não aprende primeiro a amar? Por que, em vez de dar um tapa, não dá um beijo nas pessoas? Assim, em lugar de causar-lhes sofrimento, estará demonstrando Amor. E o Amor é a Energia mais poderosa e sublime do Universo. Se você aprender a lição do Amor, logo poderá ensinar Amor para todas as outras células da Humanidade, e tenho a mais concreta certeza de que, em muito pouco tempo, toda a Humanidade será um imenso organismo amoroso que distribuirá Amor por todo o planeta e daí, por extensão, emitirá vibrações de Amor para todo o Universo. Eu amo a todos como amo a mim mesmo. No instante em que você compreender isso, passará a amar a si mesmo e a todos os demais seres humanos da mesma maneira e terá aprendido a Regra de Ouro do Universo: – Tudo é Amor! A vida é Amor! Nós somos centelhas de Amor! E por tanto amar você, jamais poderia permitir que você se ferisse, agredindo a mim. Se você ama uma criança, jamais permitirá que ela se machuque ou se fira, porque ela ainda não entende que se agir de determinada maneira perigosa irá ferir-se e irá sofrer. Você a amparará, não é mesmo?

Você deverá aprender, em primeiro lugar, a Lição do Amor, a viver o Amor em toda sua plenitude, pois o Amor é tudo e, se você está vivo, deve sua vida a um Ato de Amor. Pense nisso, medite muito sobre isso. Dê Amor gratuitamente. Ensine Amor com muito Amor e logo verá como tudo a seu redor vai ficar mais sublime, mais diáfano, pois você estará flutuando sob os influxos da Energia mais poderosa do Universo, que é o Amor. E sua vida será sublime…

Instantaneamente, tudo se desfez e se viram em outro ambiente, ainda mais lindo e repousante do que este último em que estiveram. Então o Mestre falou:

- Este é um dos níveis mais elevados a que pode chegar o Ser Humano em sua senda evolutiva, ainda na Matéria, no Planeta Terra. Um homem que conseguiu entender o que é o Amor, já é um Homem Sublime, Inefável e quase Inatingível pelas infelicidades humanas, pois já descobriu o Começo da Verdade, mas ainda não a conhece em toda sua Plenitude, o que só acontecerá quando atingir o nível 7.

Logo você descobrirá isso. Dê um tapa nesse homem que aí vem chegando.

E o discípulo pediu ao homem que parasse. Quando seus olhares se cruzaram, uma espécie de choque elétrico percorreu-lhe todo o corpo e uma sensação mesclada de amor, compaixão, amizade desinteressada, compreensão, de profundo conhecimento de tudo que se relaciona à vida e um enorme sentimento de extrema segurança encheram-lhe todo o seu ser.

- Bata nele! – ordenou o Mestre.

- Não posso, Mestre, não posso…

- Bata nele! Faça um grande esforço, mas terá que bater nele! Nosso aprendizado só estará completo se você bater nele! Faça um grande esforço e bata! Vamos! Agora!

- Não, Mestre. Sua simples presença já é suficiente para que eu consiga compreender a futilidade de lhe dar um tapa. Prefiro dar um tapa em mim mesmo. Nele, porém, jamais!

- Bate-me – disse o Homem com muita firmeza e suavidade – pois só assim aprenderás tua lição e saberás finalmente, porque ainda existem guerras na Humanidade.

- Não posso… Não posso… Não tem o menor sentido fazer isso…

- Então – tornou o Homem – já aprendeste tua lição. Quem, dentre todos em quem bateste, a ensinou para ti? Reflete um pouco e me responde.

- Acho que foram os três primeiros, do nível 1 ao nível 3. Os outros apenas a ilustraram e a complementaram. Agora, compreendo o quão atrasados eles estão e o quanto ainda terão que caminhar na senda evolutiva para entender esse fato. Sinto por eles uma compaixão muito profunda. Estão de “muletas” e não sabem disso. E o pior de tudo é que não conseguem perceber que é até muito simples e muito fácil abandoná-las e que, no preciso instante em que as abandonarem, começarão a progredir. Era essa a lição que eu deveria aprender?

- Sim, filho meu. Essa é apenas uma das muitas facetas do Verdadeiro Aprendizado. Ainda terás muito que aprender, mas já aprendeste a primeira e a maior de todas as lições. Existe a Ignorância! – volveu o Homem com suavidade e convicção – Mas ainda existem outras coisas mais que deves ter aprendido. O que foi?

- Aprendi, também, que é meu dever ensiná-los para que entendam que a vida está muito além daquilo que eles julgam ser muito importante – as suas “muletas” – e também sua busca inútil e desenfreada por sexo, status social, riquezas e poder. Nos outros níveis, comecei a entender que para se ensinar alguma coisa para alguém é preciso que tenhamos aprendido aquilo que vamos ensinar. Mas isso é um processo demorado demais, pois todo mundo quer tudo às pressas, imediatamente…

- A Humanidade ainda é uma criança , mal acabou de nascer, mal acabou de aprender que pode caminhar por conta própria, sem engatinhar, sem precisar usar “muletas”. O grande erro é que nós queremos fazer tudo às pressas e medir tudo pela duração de nossas vidas individuais. O importante é que compreendamos que o tempo deve ser contado em termos cósmicos, universais. Se assim o fizermos, começaremos, então, a entender que o Universo é um organismo imenso, ainda relativamente novo e que também está fazendo seu aprendizado por intermédio de nós – seres vivos conscientes e inteligentes que habitamos planetas disseminados por todo o Espaço Cósmico. Nossa vida individual só terá importância, mesmo, se conseguirmos entender e vivenciar, este conhecimento, esta grande Verdade: – Somos todos uma imensa equipe energética atuando nos mais diversos níveis energéticos daquilo que é conhecido como Vida e Universo, que, no final das contas, é tudo a mesma coisa.

- Mas sendo assim, para eu aprender tudo de que necessito para poder ensinar aos meus irmãos, precisarei de muito mais que uma vida. Ser-me-ão concedidas mais outras vidas, além desta que agora estou vivendo?

- Mas ainda não conseguiste vislumbrar que só existe uma única Vida e tu já a estás vivendo há milhões e milhões de anos e ainda a viverás por mais outros tantos milhões, nos mais diversos níveis? Tu já foste energia pura, átomo, molécula, vírus, bactéria, enfim, todos os seres que já apareceram na escala biológica. E tu ainda és tudo isso. Compreende, filho meu, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.

- Mas mesmo assim, então, não terei tempo, neste momento atual de minha manifestação no Universo, de aprender tudo o que é necessário ensinar aos meus irmãos que ainda se encontram nos níveis 1, 2 e 3.

- E quem o terá jamais, algum dia? Mas isso não tem a menor importância, pois tu já estás a ensinar o que aprendeste, nesta breve jornada mental. Já aprendeste que existem 7 níveis evolutivos possíveis aos seres humanos, aqui, agora, neste Planeta Terra.

O Autor deste conto conseguiu transmiti-lo, há alguns milênios, através da Tradição Oral, durante muitas e muitas gerações. O Autor deste trabalho, ao ler esse conto, há muitos anos atrás, também aprendeu a mesma lição e agora a está transmitindo para todos aqueles que vierem a lê-lo e, no final, alguns desses leitores, um dia, ensinarão essa mesma lição a outros irmãos humanos. Compreendes, agora, que não será necessário mais do que uma única vida como um ser humano, neste Planeta Terra, para que aprendas tudo e que possas transmitir esse conhecimento a todos os seres humanos, nos próximos milênios?

É só uma questão de tempo…

quarta-feira, 22 de maio de 2013

SEPHER TESHUVAH YEHUDIM 1




SEPHER TESHUVAH YEHUDIM – DISCUSSÕES TANAÍTICAS PARA A TESHUVAH DOS JUDEUS MARRANOS DE ORIGEM SEFARADITA – SEDER CHOCHMAH YEHUDIM – TRATADO BERESHIT – SHA'AR 1 – DISCUSSÃO TANAÍTICA 2

Conforme registrado na referência evangélica EVANGELHO DE JOÃO 11,1-44, YESHUA NAZARETH ressuscitou a LÁZARO, irmão de MARIA e MARTA, mas nenhum dos PAIS DA IGREJA, nenhum PONTIFEX MAXIMUS [O SUMO PONTÍFICE (PAPA)] ou autoridade religiosa cristã conseguiu realizar a ressurreição física de alguém e, do mesmo modo, ninguém conseguiu realizar curas físicas em seres humanos sem auxílio de medicamentos. Até hoje ninguém conseguiu realizar obras iguais ou maiores do que aquelas realizadas por YESHUA NAZARETH, conforme registradas nas fontes literárias evangélicas. E, deste modo, não há nenhuma necessidade de se crer em YESHUA NAZARETH. Portanto, YESHUA NAZARETH induz os seus discípulos a confusão, ao erro, e a idolatria ou então é fraudulenta a referência evangélica EVANGELHO DE JOÃO 11,1-44. Além disto, YESHUA NAZARETH é apresentado nas fontes literárias evangélicas como um judeu que freqüenta sinagogas, discute com rabinos fariseus (cujos nomes de nenhum deles são citados) e realiza curas físicas e espirituais, e milagres em pessoas (cujas fontes bibliográficas nada se conhecem). Entretanto, é apenas nas mitologias é que divindades nascem de virgens, encarnam, morrem e ressuscitam. Mas, no entanto, ao contrário disto, ADONAI-ELOHIM revela que não há outra divindade além DELE, segundo está escrito:

A ti foi mostrado para que soubesses que o Eterno – Ele é o Deus, e não há outro fora Dele.


Sepher Devarim 4,35


Confirmando, mais uma vez a SUA UNICIDADE, ADONAI-ELOHIM revela ao NAVI YESHAYAHU BEN AMOS que não existe e nem jamais existirá outra divindade além DELE, segundo está escrito:


Assim disse o Eterno, o Rei de Israel e seu redentor, o Eterno dos Exércitos: Eu sou o primeiro e Eu sou o último, e não existe Deus além de mim! Quem como eu poderia proclamar – que o faça, se puder – tudo que foi feito desde que este povo antigo escolhi, e tudo que ainda haverá de acontecer? Não vos assusteis nem temais; não vos anunciei e vos fiz conhecer desde aquele tempo? Vós sois as Minhas testemunhas! Porventura há outro Deus além de Mim? Não! Não há outra rocha. Nenhuma outra conheço, nem conhecereis.


Sepher Navi Yeshayahu 44,6-8


O NAVI YESHAYAHU BEN AMOS declara, reforça e repete o ensinamento judaico sobre a SALVAÇÃO DIVINA e a UNICIDADE DIVINA devida a ADONAI-ELOHIM, segundo está escrito:


Em verdade, Tu és um Deus que se oculta, ó Deus de Israel, o salvador.


Sepher Navi Yeshayahu 45,15


Assim, diante das referências tanaíticas SEPHER NAVI YESHAYAHU 44,6-8 e SEPHER NAVI YESHAYAHU 45,15, os ensinamentos sobre a divindade e a messianidade de YESHUA NAZARETH estão em completo desacordo com o TANAKH e induzem os seus discípulos ao erro e a idolatria, conforme registrado na referência evangélica EVANGELHO DE JOÃO 5,18. Portanto, o autor da referência evangélica EVANGELHO DE JOÃO 5,18 relata que os judeus rejeitavam a YESHUA NAZARETH ele desrespeitava o SHABBATH e se fazia igual a ADONAI-ELOHIM. Além disto, nem os familiares de YESHUA NAZARETH acreditavam nele, conforme registrado na referência evangélica EVANGELHO DE JOÃO 7,1-5. Mais adiante, YESHUA NAZARETH induz os seus discípulos ao erro ao ensinar que a UNICIDADE de ADONAI-ELOHIM é fragmentada em duas pessoas, conforme registrado na referência evangélica EVANGELHO DE JOÃO 8,58 e EVANGELHO DE JOÃO 10,30.

domingo, 19 de maio de 2013

Sobrenomes Luso-brasileiros


Investigação e Releitura dos Sobrenomes Luso-brasileiros
by Walter Santos Baptista



Capítulo 1
Releitura e Investigação

Tem sido crescente o interesse pelo resgate das raízes de nossa pátria, haja vista, entre tantas obras, as de fundo histórico como Raízes do Brasil, de Buarque de Holanda Na realidade, desde priscos dias que a presença cristã-nova, marrana ou criptojudaica se faz sentir nas terras de Pindorama. Estava ela nas naus dos protodescobridores, nas caravelas portugueses, na pessoa de náufragos e na dos cristãos-novos degredados juntamente com outros degredados políticos, tornando possível a presença dos cohanim, leviim e dos demais b'nei israel numa releitura de quem era enviado para as colônias portuguesas de antanho, dentre as quais o inexplorado e nem tão promissor futuro Brasil.

De fato, a ligação Iberia/B'nei Israel é de longa data. Desde os dias das navegações púnicas, Portugal havia sido visitado, e se tornado, mesmo, habitado por colonizadores fenícios entre os quais encontravam-se presentes representantes do povo da Aliança. ESPÍRITO SANTO explica a nomenclatura de inúmeras localidades lusitanas a partir de raízes púnico-hebréias como Paredes (de pardes, "parque real"), Tires (de tirish, "gente de Tiro"), Alfir (de Ofir), Abóbada (de avodat, "trabalho").

São releituras, pois é conhecimento geral que acima de 50 a 60 por cento da população brasileira tem origem cristã-nova. 

Capítulo 2
Lendo e Relendo

(de A a C)

Releituras não são trabalhos finais, mas deixam material para se pesquisar. É assim que é possível ver nos nomes de família de origem portuguesa uma presença hebréia nas suas raízes. Uma tentativa de relê-los leva-nos ao resultado seguinte:

Alcoforado - da raiz K-P-R = "resgatar, expiar, perdoar" ou, "asfalto, alcatrão", ou, ainda, "rústico, rural, fazendeiro". WIZNITZER cita Ana Alcoforado de Vasconcellos, cristã-nova por parte da mãe, Isabel Antunes;

Amado - LUNA cita o cognome Amatu (Juda, Mosse) em Navarra no ano de 1366. Os Amado estão extensivamente espalhados nos países de fala portuguesa, e encontram-se entre os festejados autores do Brasil. Habib (em hebraico ehuv) é sua forma árabe. Existe uma família com o sobrenome Querido com a mesma origem.

Amora - designativo de um mestre rabínico da Palestina e da Babilônia na época talmúdica (c. 200 a 500 E.C), "explicador da lei" (raiz M-R-H);

Amorim - forma plural de amora (mais apropriadamente seria amoraim). Pode vir igualmente de 'emorim = "porções de ofertas sacrificiais";

Andrade, Andrada - derivado do prenome de origem grega Andras (

Antunes - Apresenta a raiz N-T-N-S = "dado, doado, entregue, oferecido, presenteado (por Deus)". De acordo com o livro de Números 3.9 (Bemidbar 3.9), os levitas foram "dados aos cohanim" como seus auxiliares. O sobrenome Antunes guarda de forma críptica a leviticidade dos seus portadores. Em Esdras 2.43 os levitas são chamados de haNitinim, ou seja, "os entregues". LIPINER, no capítulo VII de seu Os Judaizantes nas Capitanias de Cima, sob o título "Os Antunes, Descendentes dos Macabeus", informa a chegada do primeiro dos Antunes às terras brasílicas. Foi ele Eytor Antunes, "Cavaleiro da Casa del-Rei Nosso Senhor", tendo aqui chegado aos 28 de dezembro de 1557 juntamente com Mem de Sá. Esclarecedor, no entanto, é lembrar que os Macabeus foram uma família de cohanim, da casa de Levi, portanto, o que faz crescer ainda mais a convicção de que os portadores desse cognome conservam o críptico acima mencionado. Existem variantes em outras línguas, tais como o castelhano Antunez, Nation(s) e Natan em inglês; Nusan e Nusen como variações judaicas; Antoons em holandês.

Azeredo - da raiz Z-R-D = "rebento, broto". SALVADOR menciona Francisco Pacheco de Azeredo. A origem pode estar igualmente em Azer

Azevedo - Para ESPÍRITO SANTO, a palavra vem de Azervedo, ou seja "gente de Azer", "gente de Sur".

Baracho - A raiz Barak, "bênção", está mais do que evidente. (cf. Borja).

Barros, Barroso, Barreto, Barretto - de Bar-Rosh = "filho do chefe, do principal." São citados por GONSALVES DE MELLO, SALVADOR e WIZNITZER. BENTES cita uma família Barros entre os fundadores da primeira comunidade israelita brasileira (sic) na região amazônica;

Benevides - de ben e eved, "filho" e "servo", resultando "filho do servo".

Benvindo - É registrada a presença de alguns Bemveniste pelos historiadores. Benvindo é a versão portuguesa do nome da expressiva família dos atuais Benveniste espalhadas pela Turquia, Rodes, Bulgária e Estados Unidos. BENTES não os cita.

Bezerra - É um desdobramento do hebraico bTzur, "rocha". Como tradução as famílias Rocha e Canto. Há Bezerras e Rochas consignados nos livros sobre o Brasil colonial.

Borja, Braga - De origem hebraica, pelo castelhano, berachah > berajah > borja, ou, ainda, berachah > bracha > brakha, significando "bênção" (cf. Baracho);

Brás - Segundo ESPÍRITO SANTO é forma corrompida do hebraico barsel, que significa "ferro";

Brasil - Provém igualmente de barsel;

Brito - da raiz B-R-T = "aliança, convênio, pacto, contrato". GONSALVES DE MELLO cita-os, assim como KAYSERLING;

Bueno - Cognome largamente encontrado, parece ser tradução feita com adaptações de Shem Tob ("bom nome") tendo sido transformada em nome de família. TIBON ensina vir de Tobias, palavra que guarda a raiz TOB, "bom" Há família Bueno de origem marroquina na Amazônia, assim como registros de cristãos-novos com este sobrenome em GONSALVES DE MELLO, SALVADOR e WIZNITZER.

Cardoso, Cardozo - A origem do nome é latina (carduus), espanhola. Mais especificamente provém de Cardoso de la Sierra, na província de Guadalajara, Espanha. Há, igualmente, uma vila com o nome de Cardoso em Viseu, Portugal. As crônicas apresentam muitos cristãos-novos no Brasil colonial portando este sobrenome. Estão espalhados os Cardosos e Cardozos por todos os lugares onde os sefaradim chegaram, inclusive no Palácio do Planalto;

Cohim, Cuhim, Kuhim, Cunha - de cohen = "sacerdote". Como os levitas, guardam no nome a marca do origem sacerdotal. Inúmeros cohanim, sem dúvida, perderam foram destituídos de exercer a kehunah, ou seja, o sacerdócio por terem cometido alguma infração. Isso os leva "a abandonar o nome de Cohen para receber um outro nome patronímico, cuja estrutura fonética lembre (evoque) esta perda. Os destituídos da Kehunah são os Halalim - 'Profanadores' - e seu nome de adoção é conhecido em qualquer Comunidade". Há Cohim entre os citados por BENTES.

Capítulo 2
Lendo e relendo

(de D a F) 

Daniel - Do hebraico "Deus é meu juiz". LUNA e BENICOEUR explicam que foi nome extremamente popular durante o medievo, resultando daí inúmeras variantes. Em inglês, Daniell, Danniel, Danniell, Danell, e outros; em francês, Deniel, Daniau, Deniau e Deniaud; são versões alemãs, Denigel, Dangl, Dannöhl; encontram-se em italiano as formas Danielli, Daniello, Danello e Ianelli entre outras. Existem famílias com o sobrenome Daniel em Minas Gerais, conhecido refúgio de cristãos-novos.

Dias - Vem de Yakkov > Jacó > Iago > Santo Iago > (São) Tiago > Diego (Diogo) > Dias

Dinis, Diniz - De Dines, da raiz din, que significa "juiz, julgar". Daí, Dinah, Daniel.

Farias, Pires, Peres, Perez - de P-R-S = "partir, dividir, fatiar, ruptura" ou "moeda, presente ou prêmio". Melhor ainda, "o que se lança", "o arrojado", "o quebrantador" (Bereshit- Genesis - 38.29). Peres e Pires são citados por GONSALVES DE MELLO; WIZNITZER apresenta Faria e Peres, e SALVADOR cita os três;

Ferro - Tradução expressa de barsel.

Franco, Franca - O nome em castelhano e em português significa "liberto, livre, liberado, isento", e designava nos tempos medievais quem estava isento das obrigações tributárias (em hebraico Chafshi). Francos estão em Navarra em 1366. Os Francos estão onde estão os sefaradim, inclusive na Amazônia brasileira (vindos de Marrocos) e no governo do Estado brasileiro de Minas Gerais;

Capítulo 3
Lendo e relendo

(de G a L) 

Gadelha - da raiz G-D-L que significa "grande, largo, amplo, adulto". D. Guedalha ou Guedelia foi um astrólogo judeu da época de D. Duarte (1433-1438);

Godinho - diminutivo português de godel, gadol, com o mesmo significado acima. E idêntica origem é Godói.

Góes, Góis - de goi ="estrangeiro, gentio, judeu-não-religioso". Consta em GONSALVES DE MELLO uma Ana de Góis, cristã-velha (seu nome é muito apropriado, portanto), casada com Jorge Dias da Paz, sendo este cristão-novo.

Henriques, Henriquez - É muito provável que venha de En Reques, "fonte do nó (amarrado)", conforme as expressões En Gedi e En Dor. Nome usado pelos cristãos-novos com intensa freqüência. Diz IZECKSOHN que era este um sobrenome "eivado de judaísmo". Representantes dos Henriques estão presentes em todos os livros de história do Brasil colonial.

Holanda, de Holanda - Apesar das narrativas sugerirem que os Holanda e de Holanda provêm de holandeses que permaneceram no Brasil após a queda do domínio flamengo, e que teriam trocado seus nomes por simplesmente os do país de origem, registros colocam que é nome difundido nos países saxônicos, vindo da raiz hoh e land, respectivamente "cume, cordilheira" e "terra". Oito vilas na Inglaterra têm este nome. Ocorre em variantes holandesas, flamengas, judaicas, inglesas, alemãs. Outras formas são Hollander, Howland, Hoyland, Goland, Golender, Hollenzer. É plausível supor que judeus do Nordeste holandês (particularmente das regiões que formam hoje os estados de Pernambuco e Alagoas) e plenamente identificados com os dominadores de então, tenham substituído seus nomes sefaradim pelo sobrenome em questão.

Leal - Do hebraico l'al, que significa "para o alto" (variante de lael, "para Deus").

Leão - Tradução interpretada de Judah, visto que esse animal representa simbolicamente a tribo de Judá (Gênesis -Bereshit- 49.9). WIZNITZER apresenta um Abrao Lion; GONSALVES DE MELLO registra inúmeros Leão, assim como SALVADOR;

Levi, Levita, Levito, Levy, Leivas - O sobrenome guarda o caráter da função dos primeiros que portaram o sobrenome. As crônicas atestam a presença de famílias Levi e Levy no Brasil colônia. IZECKSOHN diz ser Levita um "nome aristocrático de origem judaica"

Lopes, Lopez, Lobato - Derivados de Lobo (no latim lupus), estes cognomes são largamente encontrados entre os cristãos-novos. Os registros do Brasil colonial marcam a presença de diversos Lopes e Lopez nas suas páginas.



Capítulo 4
Lendo e relendo]

(de M a O) 

Macedo - MaSaD é "alicerce, fundação". Seria um memorial à fortaleza de Massada?

Mata, Matos - Do hebraico MaT, ou seja, "campo com árvores" como diz em Ihzk'l (Ezequiel) 31.4.

Meira e Meireles - derivados de Meir, da raiz "iluminar".

Mendes, Mendez - Nome de uma das famílias que saíram da Espanha quando se deu a expulsão dos judeus no fatídico ano de 1492, tendo ido para Portugal sob a liderança do rabino Isaac Aboab. Fixaram residência na cidade do Porto, de onde, perseguidos pela Inquisição, dirigiram-se para a Holanda, norte da África e Inglaterra. Outros foram para a Itália, Turquia e para as Américas. Há uma cidade no distrito de Leiria em Portugal com o nome de Mendes. A presença dos Mendes (fortíssima na Bahia) é constante na história do cristãos-novos no Brasil.

Menezes - de Menasche, "Manassés".

Moraes, Moreira - de moreh, "professor"? Celebrado compositor/cantor leva os dois nomes ao mesmo tempo.

Moreno - de moreh nu = "nosso professor", indicando a qualidade de melamed do originador da família. Manuel da Costa Moreno, comerciante no Espírito Santo é citado por SALVADOR; WIZNITZER dá notícia de um Mathatias Moreno que fazia parte do ishuv pernambucano no Brasil Holandês, e GONSALVES DE MELLO dá uma extensa lista de portadores deste patronímico.

Mota, Motta - de mutt, mavet = "morte". Há um Vasco Pires da Mota mencionado por SALVADOR, bem como um Manuel Peres da Mota citado por GONSALVES DE MELLO;

Mourão, - Do hebraico mouram (marom), "alto".

Naia - No hebraico 'hanaia é "escala, parada" que se faz numa viagem, "albergue", de acordo com ESPÍRITO SANTO.

Nava - De navi, que significa "profeta". Registra-se o sobrenome Barnavi, cuja forma portuguesa é o prenome "Barnabé".

Neri - De neir ou ner, cujo significado é "candeia, luz, lâmpada", e, ainda, "instrução, compreensão". Literalmente, a palavra quer dizer "minha lâmpada".

Nogueira - Segundo ESPÍRITO SANTO, a palavra tem origem hebréia provindo de nahar, "rio". Por contaminação com o nome da árvore assumiu a forma conhecida.

Nunes - Provavelmente do nome próprio hebraico Nun. Josué ben Nun foi o sucessor e herdeiro espiritual de Moshe Rabenu conforme o livro de Josué 1.1. Por outro lado, NaNaS é "anão" em hebraico. O sobrenome é largamente presente no Brasil da Inquisição.

Omena - O vocábulo 'oMeN tem o sentido de "fidelidade"; 'aMaN é "artista, artesão". Dessa raiz vem a palavra litúrgica Amen. Há registro de um Daniel Amen nos Estados Unidos, e GONSALVES DE MELLO fala de Moisés Amenas, que aparece nos registros de Oude West Indische Compagnie como devedor;



Capítulo 5
Lendo e Relendo

(de P a S)

Pacheco - de PeSaCH = "Páscoa". Há um Álvaro (Mendes) Pacheco em WIZNITZER;

Paredes - de PaRDeS = "horto, jardim, paraíso". GONSALVES DE MELLO cita o senhor de engenho Agostinho de Paredes, o Pe. Francisco de Paredes, além de outros; SALVADOR e WIZNITZER também relacionam o(s) sobrenome(s) Parede(s);

Peres, Pires - Ver Farias;

Pinheiro - provém de Pinhas (Pinheas, Finéias), por sua vez do egípcio Pe-ne-hasi, cujo significado é "negro". A conferir o sobrenome Prieto e Moreno.

Pinto - Localidades em Portugal e na Espanha. Judeus com este sobrenome são encontrados já antes da expulsão da Espanha em 1492.

Queirós, Queiroz, Queiroga - famílias levíticas descendentes de Queros, Querós ou Quirós.

Quadros - família hebréia que surge no cenário brasileiro. Bernardo de Quadros é citado por SALVADOR como tendo contraído núpcias com uma mulher portuguesa "de inteiro sangue lusitano"

Ramalho - Presente já nos priscos dias do Brasil na pessoa de João Ramalho, descrição da vida apresenta muitos indícios de que teria sido judeu e, ainda mais, pertencente à categoria dos cohanim como o interpreta IZECKSOHN. ESPÍRITO SANTO explica o nome como vindo do hebraico ram + alia ("cimo da encosta")

Rego, Regueira - Variação do hebraico ruach, que quer dizer "vento, espírito, hálito, sopro, alento, respiração, brisa". ESPÍRITO SANTO sugere que a variante reah levou à forma Rego (reah>reag>rego).

Rocha - Cf. Bezerra.

Rosa - Nome encontradiço entre os cristãos-novos. Provém de rosh, "cabeça, pico, chefe, início"

Santos, Sento - K-D-Sh é a raiz hebréia significando "santo, sagrado, separado, posto de lado". Seria indicativo de linhagem sacerdotal ou levítica? A forma Sento é originária de Castilha. Há registros desta forma desde o século XIII. Existe na Bahia uma família Sento Sé, bem como um município com o mesmo nome.

Seixas - Existem as formas Sachs, Saks e Zaks como acrônimos de Zera Kodesh Shemo, cujo significado é "seu nome descende dos mártires".

Siqueira, Sequeira, Sequerra - É nome de localidade em La Coruña, província galega da Espanha. Há registros de um Brás Siqueira na reigião do Estado brasileiro do Espírito Santo já em 1694. ESPÍRITO SANTO aponta outra origem: de sekher, que significa "açude".

Soeiro - De soher ("guarda") ou so'her (comerciante). Há em Salvador um com o nome de Soeiro. Há cristãos-novos de cognome Soeiros registrados no Brasil colonial. Soares, Suarez será o genitivo designando "filho de Soeiro".



Capítulo 6
Lendo e relendo

(de T a Z) 

Tinoco - Aparece em GONSALVES DE MELLO um homem chamado de Francisco Velho Tinoco; WIZNITZER também cita esse sobrenome. TaNaK é um acrônimo para Torah, Neviim e Kethuvim (Lei, Profetas e Escritos), e por ele as Escrituras Sagradas hebraicas são conhecidas entre os judeus. Terá sido o originador da família um estudioso do TaNaK, um amora ou rabino, e por sua dedicação aos Santos Escritos teria recebido este apodo que passou à sua geração?

Uchoa, Ulhoa, Ulloa - de Uxua, Essua, formas adaptadas ou corrompidas de Yehoshua No entanto, ESPÍRITO SANTO sugere Ucha provindo do hebraico hursha, "floresta".

Valverde - ESPÍRITO SANTO faz derivar de Baal-Berith, ao pé da letra, "Senhor da Aliança", e não de Vale Verde como aparenta ser.

Vivas - Do hebraico hayyim cujo significado é "vida". Outra forma desse sobrenome é Bibas.

Ximenes - do latim Simeonis, forma genitiva do prenome Simeão ou Simão. O soldado baiano João Correia Ximenes é citado por WIZNITZER; o capitão José Correia Ximenes, cristão-novo de origem, é citado por SALVADOR, e GONSALVES DE MELLO cita vários Ximenes. Simões é outra forma deste sobrenome. 

Restam estes 

Para futuras pesquisas restam alguns nomes, entre os quais: Abreu, Acioli (Acioly, Accioly), Aguiar, Aires (Ayres), Almeida, Alves, Amaral, Araújo, Bacelar, Barcelos, Boaventura, Botelho, Brandão, Calmon, Campos, Carneiro, Carvalho, Carvalheira, Castro, Cerqueira (Serqueira), Coelho, Correa (Correia), Costa, Coutinho, Cruz, d'Ávila, Dórea (Dória), Dorta, Espírito Santo, Fernandes, Ferreira, Figueira, Figueiredo, Filgueira, Fonseca, França, Gamboa, Guedes, Gurgel, Homem, Jordão, Ladeira, Luna, Maia, Malta, Marques, Martins, Medeiros, Melo (Mello), Mendes, Mendonça, Mestre, Miranda, Muniz, Navarro, Neto, Neves, Oliveira, Osório, Paim, Parente, Pereira, Pimenta, Pimentel, Pina, Pinheiro, Pinto, Pontes, Rego, Resende, Ribeiro, Rocha, Rodrigues, Rossi, Salgado, Santa Maria, Saraiva, Sardinha, Silveira, Soares, Sória, Soriano, Spínola, Tavares, Teixeira, Teles, Toledo, Torres, Tourinho, Trindade, Valadares, Vale, Varga(s), Vasconcelos, Vaz, Veiga, Ventura, Viana, Vieira, e outros que serão incorporados a esta relação. Aceitam-se sugestões. 

Bibliografia

BENTES, Abraham Ramiro. Primeira Comunidade Israelita Brasileira. Rio, Gráfica Borsoi, 1989. 325 p.
BEN-YEHUDA, Ehud e WEINSTEIN, David. Ben-Yehuda's Pocket English-Hebrew/Hebrew-English Dictionary. 5a Impressão. New York, Washington Square, 1964.
CORRÊA NETO, Francisco A.B.A. Os Judeus, Povo ou Religião? Rio, 1987.167 p.
ESPÍRITO SANTO, Moisés. Origens Orientais da Religião Popular Portuguesa/Ensaio Sobre Toponímia Antiga. Lisboa, Assírio & Alvim, 1988. 395 p.
FEYERABEND, Karl. Langenscheidt's Pocket Hebrew Dictionary to the Old Testament. Londres, Hodder and Stoughton, s/d. 392 p.
GESENIUS, William. Gesenius' Hebrew and Chaldee Lexicon to the Old Testament Scriptures. 13a Impressão. Grand Rapids, Wm. B. Eerdmans, 1978. Trad. S.P. Tregelles. 919 p.
GONSALVES DE MELLO, José Antônio.Gente da Nação. 2ª Ed. Recife, Massangana, 1996. 546 p.
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IZECKSOHN, Isaac. Os Marranos Brasileiros. São Paulo, Editora B'nai B'rith.1967. 244 p.
KAGANOFF, Benzion C. A Dictionary of Jewish Names and Their History. NY, Schocken Books, 1977. 250 p.
KAYSERLING, Meyer. História dos Judeus em Portugal. SP, Pioneira, 1971. Trad. G.B.C. da Silva e A. Novinsky. 334 p.
11. LIPINER, Elias. Os Judaizantes nas Capitanias de Cima. SP, Brasiliense, 1969. 223 p.

LUNA, Juliana de, BENICOEUR, Arval (Orgs.). Medieval Spanish Jewish Names of the 13th and 14th Centuries. In: [julais+@pitt.edu e mittle@panix.com].
SALVADOR, José Gonçalves. Os Cristãos Novos: Povoamento e Conquista do Solo Brasileiro (1530-1680). SP, Pioneira-EDUSP, 1976. 406 p.
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WIZNITZER, Arnold. Os Judeus no Brasil Colonial. SP, Pioneira - Editora da USP, 1966. Trad. O. Krähenbühl. 218 p.


.Bibliografia Adicional

ATIENZA, Juan G. Caminos de Sefarad - Guía Judía de España. Barcelona, Robinbook, 1994. 332 p.
HAIM, Isaac. Almanaque 5753 "Beth-El". Rio, Congregação Religiosa Israelita. 1992.
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4. MAGALHÃES JR., R. Como você se chama? Rio, Documentário,1974. 279 p.

MICHAILIDIS, Petros . Reconstructing the Family Trees and Ties of the Rhodes Sephardic Community Members at the Dawn of the 20th Century. In: [http://www.geocities.com/Heartland/Valley/2177/gedcom.htm]
NEUSNER, Jacob. The Way of Torah: Na Introduction to Judaism. 2ª ed. Encino, CA, Dickenson, 1974, 126 p.
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TIBON, Gutierre. Onomástica Hispanoamericana. Mexico, UTEHA, 1961. 360 p.
12. WOLFF, Egon e Frieda. Fatos Históricos e Mitos da História dos Judeus no Brasil. Rio, Xenon, 1996.197 p.

Genealogia Judaica Portuguesa



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Nas últimas semanas, recebi no Correio da Judiaria várias mensagens de leitores que indagavam sobre as suas eventuais raízes judaicas. Por vezes os nomes de família e as terras de origem dizem tudo, e basta uma consulta rápida em dois ou três livros de história ou genealogia sefardita para confirmar uma conversão forçada ao catolicismo ou um julgamento perante os tribunais da Inquisição. Outras vezes é preciso trabalhar mais para conseguir desenterrar o que em muitas famílias portuguesas é o mais bem guardado dos segredos. Há uma extensa bibliografia que pode ajudar a traçar esta geografia da identidade pessoal de muitos descendentes de judeus portugueses. Aqui ficam alguns dos livros que considero fundamentais:
“A History of the Marranos”, Cecil Roth
“Sangre Judia”, Pere Bonnin
“Secrecy and Deceit: The Religion of the Crypto-Jews”, David Gitlitz
“Os Marranos em Portugal”, Arnold Diesendruck
“A Origem Judaica dos Brasileiros”, José Geraldo Rodrigues de Alckmin Filho
“Dicionário Sefaradi de Sobrenomes”, Guilherme Faiguenboim, Anna Rosa Campagnano e Paulo Valadares (ver Folha Online - Dicionário viaja ao passado dos sefaradis - 06/01/2004)
A título de referência breve, aqui seguem alguns nomes de família de “cripto-judeus”, prevalentes, mas não de forma exclusiva, nas regiões da Beira-Baixa, Trás-os-Montes e Alentejo*:
Amorim; Azevedo; Alvares; Avelar; Almeida; Barros; Basto; Belmonte; Bravo; Cáceres; Caetano; Campos; Carneiro; Carvalho; Crespo; Cruz; Dias; Duarte; Elias; Estrela; Ferreira; Franco; Gaiola; Gonçalves; Guerreiro; Henriques;Josué; Leão; Lemos; Lobo; Lombroso; Lopes; Lousada; Macias; Machado; Martins; Mascarenhas; Mattos; Meira; Mello e Canto; Mendes da Costa; Miranda; Montesino; Morão; Moreno; Morões; Mota; Moucada; Negro; Nunes; Oliveira; Ozório; Paiva; Pardo; Pilão; Pina; Pinto; Pessoa; Preto; Pizzarro; Ribeiro; Robles; Rodrigues; Rosa; Salvador; Souza; Torres; Vaz; Viana e Vargas.
Nomes de famílias judaicas portuguesas na Diáspora (Holanda, Reino Unido e Américas)**
Abrantes; Aguilar; Andrade; Brandão; Brito; Bueno; Cardoso; Carvalho; Castro; Costa; Coutinho; Dourado; Fonseca; Furtado; Gomes; Gouveia; Granjo; Henriques; Lara; Marques; Melo e Prado; Mesquita; Mendes; Neto; Nunes; Pereira; Pinheiro; Rodrigues; Rosa; Sarmento; Silva; Soares; Teixeira e Teles(entre muitos outros).
Sobrenomes judaicos de origem portuguesa na América Latina***:
Almeida; Avelar; Bravo; Carvajal; Crespo; Duarte; Ferreira; Franco; Gato; Gonçalves; Guerreiro; Léon; Leão; Lopes; Leiria; Lobo; Lousada; Machorro; Martins; Montesino; Moreno; Mota; Macias; Miranda; Oliveira; Osório; Pardo; Pina; Pinto; Pimentel; Pizzarro; Querido; Rei; Ribeiro; Robles; Salvador; Solva; Torres e Viana
*in “Os Marranos em Portugal”, Arnold Diensendruck
** in “Raízes Judaicas no Brasil”, Flávio Mendes de Carvalho
*** in “Os Nomes de Família dos Judeus Creolos”, estudo de Arturo Rab, publicado na revista “Juedische Familien Forschung”, Berlim, 1933
::ADENDA:: Nomes de família citados com maior frequência nos documentos da Inquisição, relativos a “relapsos” condenados pelo “crime de judaísmo”:
Rodrigues_________453 pessoas
Nunes____________229 pessoas
Mendes___________224 pessoas
Lopes____________282 pessoas
Miranda__________190 pessoas
Gomes___________184 pessoas
Henriques_________174 pessoas
Costa____________138 pessoas
Fernandes_________132 pessoas
Pereira___________124 pessoas
Dias_____________124 pessoas
Segue uma listagem (reduzida) de nomes de familias judias e cripto-judias retirada do Dicionário Sefaradi de Sobrenomes:
A
Abreu Abrunhosa Affonseca Affonso Aguiar Ayres Alam Alberto Albuquerque Alfaro Almeida Alonso Alvade Alvarado Alvarenga Álvares/Alvarez Alvelos Alveres Alves Alvim Alvorada Alvres Amado Amaral Andrada Andrade Anta Antonio Antunes Araujo Arrabaca Arroyo Arroja Aspalhão Assumção Athayde Avila Avis Azeda Azeitado Azeredo Azevedo
B
Bacelar Balao Balboa Balieyro Baltiero Bandes Baptista Barata Barbalha Barboza /Barbosa Bareda Barrajas Barreira Baretta Baretto Barros Bastos Bautista Beirao Belinque Belmonte Bello Bentes Bernal Bernardes Bezzera Bicudo Bispo Bivar Boccoro Boned Bonsucesso Borges Borralho Botelho Braganca Brandao Bravo Brites Brito Brum Bueno Bulhao
C
Cabaco Cabral Cabreira Caceres Caetano Calassa Caldas Caldeira Caldeyrao Callado Camacho Camara Camejo Caminha Campo Campos Candeas Capote Carceres Cardozo/Cardoso Carlos Carneiro Carranca Carnide Carreira Carrilho Carrollo Carvalho Casado Casqueiro Casseres Castenheda Castanho Castelo Castelo branco Castelhano Castilho Castro Cazado Cazales Ceya Cespedes Chacla Chacon Chaves Chito Cid Cobilhos Coche Coelho Collaco Contreiras Cordeiro Corgenaga Coronel Correa Cortez Corujo Costa Coutinho Couto Covilha Crasto Cruz Cunha
D
Damas Daniel Datto Delgado Devet Diamante Dias Diniz Dionisio Dique Doria Dorta Dourado Drago Duarte Duraes
E
Eliate Escobar Espadilha Espinhosa Espinoza Esteves Évora
F
Faisca Falcao Faria Farinha Faro Farto Fatexa Febos Feijao Feijo Fernandes Ferrao Ferraz Ferreira Ferro Fialho Fidalgo Figueira Figueiredo Figueiro Figueiroa Flores Fogaca Fonseca Fontes Forro Fraga Fragozo Franca Frances Francisco Franco Freire Freitas Froes/Frois Furtado
G
Gabriel Gago Galante Galego Galeno Gallo Galvao Gama Gamboa Gancoso Ganso Garcia Gasto Gavilao Gil Godinho Godins Goes Gomes Goncalves Gouvea Gracia Gradis Gramacho Guadalupe Guedes Gueybara Gueiros Guerra Guerreiro Gusmao Guterres
H/I
Henriques Homem Idanha Iscol Isidro Jordao Jorge Jubim Juliao
L
Lafaia Lago Laguna Lamy Lara Lassa Leal Leao Ledesma Leitao Leite Lemos Lima Liz Lobo Lopes Loucao Loureiro Lourenco Louzada Lucena Luiz Luna Luzarte
M
Macedo Machado Machuca Madeira Madureira Magalhaes Maia Maioral Maj Maldonado Malheiro Manem Manganes Manhanas Manoel Manzona Marcal Marques Martins Mascarenhas Mattos Matoso Medalha Medeiros Medina Melao Mello Mendanha Mendes Mendonca Menezes Mesquita Mezas Milao Miles Miranda Moeda Mogadouro Mogo Molina Monforte Monguinho Moniz Monsanto Montearroyo Monteiro Montes Montezinhos Moraes Morales Morao Morato Moreas Moreira Moreno Motta Moura Mouzinho Munhoz
N
Nabo Nagera Navarro Negrão Neves Nicolao Nobre Nogueira Noronha Novaes Nunes
O
Oliva Olivares Oliveira Oróbio
P
Pacham/Pachão/Paixao Pacheco Paes Paiva Palancho Palhano Pantoja Pardo Paredes Parra Páscoa Passos Paz Pedrozo Pegado Peinado Penalvo Penha Penso Penteado Peralta Perdigão Pereira Peres Pessoa Pestana Picanço Pilar Pimentel Pina Pineda Pinhão Pinheiro Pinto Pires Pisco Pissarro Piteyra Pizarro Pombeiro Ponte Porto Pouzado Prado Preto Proenca
Q
Quadros Quaresma Queiroz Quental
R
Rabelo Rabocha Raphael Ramalho Ramires Ramos Rangel Raposo Rasquete Rebello Rego Reis Rezende Ribeiro Rios Robles Rocha Rodriguez Roldão Romão Romeiro Rosário Rosa Rosas Rozado Ruivo Ruiz
S
Sa Salvador Samora Sampaio Samuda Sanches Sandoval Santarem Santiago Santos Saraiva Sarilho Saro Sarzedas Seixas Sena Semedo Sequeira Seralvo Serpa Serqueira Serra Serrano Serrao Serveira Silva Silveira Simao Simoes Soares Siqueira Sodenha Sodre Soeyro Sueyro Soeiro Sola Solis Sondo Soutto Souza
T/U
Tagarro Tareu Tavares Taveira Teixeira Telles Thomas Toloza Torres Torrones Tota Tourinho Tovar Trigillos Trigueiros Tridade Uchôa
V/X/Z
Valladolid Vale Valle Valenca Valente Vareda Vargas Vasconcellos Vasques Vaz Veiga Veyga Velasco Velez Vellez Velho Veloso Vergueiro Viana Vicente Viegas Vieyra Viera Vigo Vilhalva Vilhegas Vilhena Villa Villalao Villa-Lobos Villanova Villar Villa Real Villella Vilela Vizeu Xavier Ximinez Zuriaga
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Targum Faz Rute

Targum Rute Tradução de Samson H. Levey Capítulo 1. 1- Aconteceu nos dias do juiz de juízes que havia uma grande fome na terra de I...