quarta-feira, 26 de junho de 2013

TESHUVAH DOS JUDEUS MARRANOS DE ORIGEM SEFARADITA –




 

SEPHER TESHUVAH YEHUDIM – DISCUSSÕES TANAÍTICAS PARA A TESHUVAH DOS JUDEUS MARRANOS DE ORIGEM SEFARADITA – SEDER CHOCHMAH YEHUDIM – TRATADO BERESHIT – SHA'AR 3 – DISCUSSÃO TANAÍTICA 33

De acordo com o que foi discutido até aqui sobre a referência tanaítica SEPHER BERESHIT 1,26-31, porque, então, o ser humano deve estar previamente condenado espiritualmente? Que condenação espiritual é esta? A úni
ca condenação imposta ao ser humano é que ele deve morrer fisicamente, mas, entretanto, a sua NEFESH retorna a ADONAI-ELOHIM. Mas, entretanto, foi YESHUA NAZARETH quem impôs a CONDENAÇÃO ESPIRITUAL do ser humano, conforme registrado nas referências evangélicas EVANGELHO DE MARCOS 16,16 e EVANGELHO DE LUCAS 19,27. Mais tarde, através das suas numerosas viagens, PAULLUS TARSOS (3 d.e.c. – 66 d.e.c.), foi o cristão quem mais contribuiu para propagar a enganosa, falsa e ilusória TEOLOGIA DA CONDENAÇÃO ESPIRITUAL do ser humano, o qual, segundo ele, precisa aceitar YESHUA NAZARETH para não ser condenado [18].

De fato, a enganosa, falsa e ilusória TEOLOGIA DA CONDENAÇÃO ESPIRITUAL do ser humano ensina que o ser humano está condenado a morrer espiritualmente caso ele não aceite e nem confesse que YESHUA NAZARETH é o ÚNICO SALVADOR e o ÚNICO SENHOR, e que a sua SALVAÇÃO ESPIRITUAL (o que deve, segundo esta teologia cristã, incluir também a NEFESH do ser humano) foi realizada através do sofrimento e da morte de YESHUA NAZARETH (não profetizados no TANAKH), conforme registrado na referência testamentária EPÍSTOLA DE PAULO AOS ROMANOS 3,21-25 [7].

Na referência testamentária EPÍSTOLA DE PAULO AOS ROMANOS 3,21-25, PAULLUS TARSOS ensina que a JUSTIÇA DIVINA se manifestou sem o concurso da LEI (referindo-se PAULLUS TARSOS a TORAH) devido à redenção realizada através de YESHUA NAZARETH, o qual sofreu, foi crucificado e morto em lugar dos seres humanos, segundo a VONTADE de ADONAI-ELOHIM. Mas, entretanto, este ensinamento cristão é enganoso, falso e ilusório por dois motivos explicados a seguir [18].

Em primeiro lugar, não há nem um único registro de uma referência tanaítica na qual a JUSTIÇA DIVINA permita que um culpado ou um inocente seja condenado à morte física em lugar de outros culpados ou inocentes. Mas, ao contrário deste falso ensinamento, ADONAI-ELOHIM proíbe que membros de famílias sejam condenados à morte física em lugar de outros parentes, segundo está escrito:

Não se fará morrer os pais pelo testemunho dos filhos, nem os filhos pelo testemunho dos pais. Cada homem morrerá pelo seu pecado.

Sepher Devarim 24,16

E a proibição divina de condenar um inocente em lugar do culpado é reforçada, segundo está escrito [18]:

Os que se fiam em sua força e de suas riquezas imensas se vangloriam, nem mesmo a seu irmão podem eles remir, nem ao Eterno oferecer resgate por sua morte, pois tão alto é o preço da vida, que jamais poderá ser alcançado pelo homem, para viver eternamente e não chegar ao sepulcro. Pois se vê que morre o sábio assim como perecem os tolos e insensatos, deixando a outros suas riquezas. Pensavam os ímpios que eternas seriam suas casas, e por gerações sucessivas persistiram suas moradas; até deram seus próprios nomes às suas terras. Porém o homem, com toda sua riqueza, não persiste, pois como qualquer ser vivo, é mortal. Este é o destino – frustrando sua imensa autoconfiança –, vivenciado também por todos que os seguem. Como ovelhas, são tangidos ao sepulcro pela morte, e os justos terão domínio sobre eles; sua beleza e sua força se consumirá e somente a profundeza do Sheól será sua morada. Mas minha alma será redimida do Sheól, pois o Eterno me resgatará.

Sepher Tehilim 49,7-16

A referência tanaítica SEPHER TEHILIM 49,7-16 ensina que mesmo aqueles que possuem riquezas materiais não podem se livrar da morte física porque o preço das suas vidas é muito alto para ser resgatado através de pagamento em dinheiro, sejam estes eruditos, sábios ou tolos. De acordo com isto, a JUSTIÇA DIVINA também proíbe a utilização de dinheiro para condenar inocentes em lugar dos verdadeiros culpados. E, por outro lado, YESHUA NAZARETH não foi condenado à morte física pela VONTADE DIVINA, mas ele foi condenado à morte física pelo fornecimento de uma quantia em dinheiro, conforme registrado nas referências evangélicas EVANGELHO DE MATEUS 26,14-16; EVANGELHO DE MATEUS 27,1-7; EVANGELHO DE MARCOS 14,10-11; e EVANGELHO DE LUCAS 22,1-6 [1,7].

De fato, todos os seres humanos são mortais, mas somente ADONAI-ELOHIM é o ÚNICO a dispor da vida e da morte física dos seres humanos, mas ELE assim o faz sem nenhuma condição ou restrição alguma e muito menos através de acordos financeiros ou políticos. Além do mais, nem mesmo a JUSTIÇA HUMANA permite condenar um ser humano inocente em lugar dos verdadeiros culpados. Por causa disto, no início de qualquer julgamento legal, sempre se cumpre a norma judicial de fornecer todas as informações sobre a identidade do réu aos membros do júri bem como às testemunhas presentes, mencionando principalmente o motivo pelo qual o réu é acusado juridicamente, e não outra pessoa [7,13].

Mas, entretanto, PONTIUS PILATUS (? – 36 d.e.c.), o qual exercia o cargo político de quinto prefeito romano na PROVÍNCIA DE YAHUDAH (PROVÍNCIA DA JUDÉIA), entre os anos de 26 d.e.c. e 36 d.e.c., foi quem, segundo as fontes literárias evangélicas, julgou e condenou à morte a YESHUA NAZARETH, ao cumprir o regulamento jurídico romano de fornecer informações sobre a identidade de YESHUA NAZARETH, como estabelecido, exigido e ordenado pelo DIREITO ROMANO, conforme registrado nas referências evangélicas EVANGELHO DE MATEUS 27,11-26; EVANGELHO DE MARCOS 15,1-15; EVANGELHO DE LUCAS 23,1-25; e EVANGELHO DE JOÃO 18,28-40. E, foi também PONTIUS PILATUS quem ordenou redigir a inscrição INRI em uma tábua de madeira (a qual foi afixada à cruz, e pregada acima da cabeça de YESHUA NAZARETH), informando nela o verdadeiro motivo jurídico da sua crucificação, conforme registrado nas referências evangélicas EVANGELHO DE MATEUS 27,37; EVANGELHO DE MARCOS 15,26; e EVANGELHO DE JOÃO 19,19-20 [10,13].

Porém, somente na referência evangélica EVANGELHO DE JOÃO 19,19-20 está registrado que esta inscrição foi redigida nas línguas grega, latina e hebraica, por ordem de PONTIUS PILATUS. A norma jurídica romana de informar o motivo de uma condenação jurídica ainda é aplicada em tribunais judiciários de vários países do mundo para se evitar que inocentes sejam julgados e condenados em lugar dos verdadeiros culpados. Porém, filósofos e teólogos cristãos querem simplesmente porque querem ensinar que YESHUA NAZARETH foi preso inocentemente, foi julgado e, em seguida, foi condenado à morte física por crucificação em lugar de todos os seres humanos de acordo com a JUSTIÇA DIVINA [10,13].

Em segundo lugar, a TORAH apenas regulamenta que os sacrifícios de animais de gado e de rebanho devem ser realizados no BEIT HAMIKDASH; devem ser oferecidos de acordo com a TORAH; e que estes sacrifícios visam apena a ADORAÇÃO DIVINA realizada pelo ofertante (adorador, o que realiza a oferta), mas não visam a SALVAÇÃO ESPIRITUAL do ofertante porque o ofertante não está de forma alguma sob o domínio da CONDENAÇÃO ESPIRITUAL. Entretanto, a TORAH apenas regulamenta quais as espécies de animais de gado, animais de rebanho e de aves devem ser oferecidos em sacrifício para ADONAI-ELOHIM, conforme registrado na referência tanaítica SEPHER VAYIKRA 1,1-17 [13].

De fato, MIRYAM NAZARETH, a mãe de YESHUA NAZARETH, após sair do estado de impureza NIDDAH (PERÍODO DE TEMPO PARA PURIFICAÇÃO DE UMA MULHER JUDIA), entregou a ZEVACH TODA (OFERTA DE ELEVAÇÃO) a SIMEON, O KOHEN (SACERDOTE), o qual oficiava no BEIT HAMIKDASH, conforme registrado na referência evangélica EVANGELHO DE LUCAS 2,22-39. A oferta ZEVACH TODA entregue por MIRYAM NAZARETH foi um par de rolas e um par de pombinhos, conforme registrado na referência evangélica EVANGELHO DE LUCAS 2,22-24.

Porém, cabe ao ofertante o direito de escolher ofertar (para realizar os sacrifícios prescritos na TORAH) animais de gado, animais de rebanho ou aves (rolas ou filhotes de pombos), e não somente um par de rolas ou dois pombinhos, conforme registrado na referência evangélica EVANGELHO DE LUCAS 2,24. Além disto, a TORAH não registra que o ofertante deve apenas ofertar rolas ou pombinhos. Assim, não sendo os sacrifícios de animais destinados à SALVAÇÃO FÍSICA, à SALVAÇÃO ESPIRITUAL e nem destinados à remissão dos pecados dos ofertantes, então quais os motivos da TORAH registrar as normas para a realização da OLA (SACRIFÍCIOS DE ELEVAÇÃO); as normas para a realização da SHELAMIN (SACRIFÍCIOS DE PAZES); as normas para a realização do CHATAT (SACRIFÍCIOS DE PECADO); e as normas para a realização das MINCHOT (OBLAÇÕES)? Quais os motivos, então?

Na realidade, ADONAI-ELOHIM nunca exigiu, nunca obrigou e nunca ordenou que os FILHOS DE YISRAEL oferecessem sacrifícios de quaisquer animais, mas os filósofos e os teólogos cristãos é que ensinam isto baseado em referências tanaíticas interpretadas de acordo com os seus interesses. Mas, a TORAH registra apenas, exclusivamente, somente e unicamente as regulamentações para atender ao desejo humano de adorar a ADONAI-ELOHIM através de sacrifícios de animais, segundo está escrito:

E Deus disse: “Façamos homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança, e que domine sobre o peixe do mar, sobre a ave dos céus, sobre o animal e em toda a terra, e sobre todo réptil que se arrasta na terra!” E Deus criou o homem à Sua imagem, à imagem de Deus o criou; macho e fêmea criou-os. E Deus os abençoou e Deus lhes disse: “Frutificai, multiplicai, enchei a terra e subjulgai-a, e dominai sobre o peixe do mar, sobre a ave dos céus e sobre todo o animal que se arrasta na terra!” E Deus disse: “Eis que vos tenho dado toda erva que dá semente que está sobre a face de toda a terra, e toda árvore em que há fruto de árvore que dê semente; a vós será para comer. E para todo animal da terra, para toda ave dos céus e para tudo que se arrasta sobre a terra – em que haja alma viva – , toda verdura de erva será para comer!”, e assim foi. E Deus viu tudo o que fez e eis que era muito bom. E foi tarde e foi manhã, o 6o dia.

Sepher Bereshit 1,26-31

As referências tanaíticas que registram as regulamentações dos sacrifícios da OLA, SHELAMIN, CHATAT e MINCHOT não incluem animais rastejantes e nem tão pouco de seres humanos são: SEPHER VAYIKRA 1,1-17; SEPHER VAYIKRA 2,1-16; SEPHER VAYIKRA 3,1-17; SEPHER VAYIKRA 4,1-35; SEPHER VAYIKRA 5,1-26; SEPHER VAYIKRA 6,1-23; SEPHER VAYIKRA 7,1-38; SEPHER VAYIKRA 16,1-34; SEPHER VAYIKRA 17,1-16; SEPHER VAYIKRA 19,5-8; SEPHER VAYIKRA 22,17-33; e SEPHER DEVARIM 17,1. E, de fato, ADONAI-ELOHIM não exigiu, não obrigou e nem tão pouco ordenou o oferecimento de sacrifícios de animais, e nem de seres humanos. E a prova disto é a palavra do NAVI YIRMIYAHU BEN HIZKIYAHU, segundo está escrito:

Assim disse o Eterno dos Exércitos, o Deus de Israel: Juntai vossas ofertas de elevação às vossas ofertas de paz e comei sua carne. Pois nada falei nem ordenei a vossos pais, no dia em que os tirei da terra do Egito, em relação às oferendas de elevação ou às ofertas de paz. Somente isto lhes ordenei: Escutai Minha voz e serei vosso Deus e vós sereis Meu povo, e trilhai o caminho que Eu vos ordeno para que tudo vos corra bem.

Sepher Navi Yirmiyahu 7,21-23

A experiência pela qual passou AVRAHAM BEN TERAH (na qual foi impedido por ADONAI-ELOHIM de sacrificar o seu único filho, YITSHAK BEN AVRAHAM) é o melhor exemplo de que ADONAI-ELOHIM despreza, rejeita e repudia sacrifícios humanos, conforme registrado na referência tanaítica SEPHER BERESHIT 22,1-19. No entanto, filósofos e teólogos cristãos continuam insistindo em ensinar que a morte física de YESHUA NAZARETH foi uma oferenda sacrificial de CHATAT [13]
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