ISAIAS 53
Saudações, queridos amigos!
Como todos que acompanham minha atuação sabem, alimento um profundo respeito pela diversidade e pela fé de cada um. Por isso atuo na promoção do diálogo inter-religioso e tenho muitos amigos padres, pastores, sheiks e etc. Portanto, o texto que escrevo agora nada tem a ver com tentativas de deslegitimar outras religiões ou de convencer seus adeptos a abandonarem-nas. O único intuito deste texto é prover, de forma respeitosa e democrática, uma explicação aos amigos interessados em conhecerem nossa visão a respeito desta fonte tão discutida, que faz parte de nossa herança espiritual e histórica.
ISAIAS
O livro de Isaias pode ser definido como um livro de admoestações e de previsões a respeito das catástrofes que recairiam sobre o povo de Israel e sobre seus vizinhos devido as suas ações não condizentes com a Vontade do Eterno e sobre as maravilhosas visões do profeta referentes à redenção do povo de Israel e da humanidade como um todo.
O estilo do livro é um tanto quanto surpreendente, pois mescla de forma abrupta, seus três temas com frequência.
Uma das razões pelas quais o livro mais tem sido evocado é devido às profecias do capítulo 53. Profecias estas que indicariam, de acordo com o cristianismo, a pessoa de Jesus/Yeshua, como o Salvador da humanidade e do povo de Israel.
ISAIAS 53
Para que você entenda nossa compreensão sobre o capítulo 53 é necessário que se atenha, antes de mais nada, ao modo como o sujeito principal da profecia é chamado pelo Eterno, ainda no capítulo 52, no versículo 13: Meu Servo.
Outra coisa importante é se ater a condição de existência do servo, relatada no cap 53, que em dado momento é rebaixado à muitas desgraças perante as nações e em sequência retorna em gloria, para espanto das mesmas.
SERVO.
Como em todos os textos, devemos nos ater ao contexto no qual o mesmo se encontra, e neste caso, devemos apontar o momento no qual o “Servo do Eterno” começa a ser citado de modo mais sistemático no livro de Isaias.
Isto acontece no capítulo 41, versículos 8 e 9, nos quais o Eterno afirma ter escolhido Jacob – o povo de Israel – Para ser seu Servo e protegido.
No capítulo seguinte - 42/1 em diante – O Eterno indica que a missão deste servo é levar a justiça e a Torah a todas as nações.
É neste mesmo capítulo que consta o termo “Luz para as nações” – 42/6.
Ainda neste trecho, o Eterno afirma que seu Servo é cego e surdo, o que aponta, obviamente para as limitações do mesmo, o que fortalece a relação entre a figura do Servo do Eterno e o povo de Israel – muitas vezes cego e surdo à mensagem do Criador - (42/18-20).
No versículo 22 deste mesmo capítulo, o texto acrescenta que “Este é um povo espoliado e esmagado. Todos foram aprisionados em mantidos em cárceres. Foram escolhidos como presa e ninguém os liberta; foram pilhados e ninguém exige.” – Aqui já começamos a ver uma relação óbvia entre “Este servo” e o servo sofredor do capitulo 53.
Capítulo 44
Nos versículos 1, 2, 21 e 26, o Eterno se refere ao povo de Israel como seu Servo.
Capítulo 45
No Versículo 4 o Eterno se refere ao povo de Israel como Meu Servo.
Capítulo 48
No versículo 20 o Texto chama o povo de Israel de Servo Jacob.
Capítulo 49
No Versículo 6 o povo de Israel é chamado de Meu Servo.
Capítulo 51
Neste capítulo, o profeta Isaias começa a falar de modo mais decisivo sobre a redenção do povo de Israel e de sua saída da condição de oprimido. Em seu último versículo (23) o Eterno diz que o povo de Israel – Mudará de lugar com seus opressores que por cima dele passavam como se fosse por uma rua. Esta mudança de situação é exatamente a relatada por Isaias no cap 53.
Capítulo 52
Neste capítulo o profeta anuncia a salvação do povo de Israel e seu retorno das cinzas à glória e a queda dos povos que o oprimiram durante seus dias de sofrimento. (52/ 1, 2 - 11,12)
Ainda no capítulo 52, no versículo 13, o profeta descreve mais detalhadamente este período de retorno de seu servo, o povo de Israel, de sua condição de dominado e humilhado a sua nova condição de gloria e respeito. É muito importante notar que este versículo é a introdução ao capítulo 53, que os irmãos cristãos interpretam como referente a figura de Jesus/Yeshua.
Capítulo 53
Agora que lemos o livro em sua sequência, temos claro o fato de que o Servo do capítulo 53 é naturalmente o mesmo citado desde o capítulo 41, ou seja, o povo de Israel, no momento em que ressurge das cinzas ao novo período de glorias, ambos citados nos capítulos anteriores.
Quanto a esta explicação alguns amigos me questionam:
Mas como pode ser que os versículos que retratam o servo do cp 53 referem-se ao povo de Israel, se o chamam de "Expiação pelos nossos pecados", "Ovelhas que foram mudas ao matadouro" e etc, se o mesmo povo pecou tantas vezes?
A resposta é simples, se nos lembrarmos do remanescente justo do povo de Israel que permanecerá fiel ao Eterno e que mesmo assim fora oprimido por diversas nações.
Exemplos de referências a este remanescente, peça chave na compreensão do texto, se encontram nos capítulos 10/21-22 . 51/7. 33/15,24. 44/22 46/3,4.
Termino este humilde texto reafirmando meu respeito pelos que compreendem a profecia de outro modo, e que meu único intuito é o de apresentar aos interessados a forma como percebemos o mesmo.
Um grande abraço a todos os irmãos no Eterno e que Suas Bençãos de Redenção, Paz e Amor inundem a face da terra, atingindo toda a humanidade, concretizando em breve a profecia de Isaias referente a paz que existirá entre o lobo e o cordeiro, simbolizando a família humana vivenciando o amor fraterno baseado no conhecimento de sua elevada origem espiritual, na condição de Filhos do Eterno.
More Ventura.
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