terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Babel História de dois caminhos



Babel
História de dois caminhos



Cinco mil anos atrás a humanidade perdeu o
rumo na Babilônia, o Iraque de hoje. Este desvio
nos está conduzindo hoje em dia a um caos.
Quem é o responsável?



Todos nós conhecemos esse sentimento que brota quando despertamos numa manhã pensando que deve haver algo mais na vida do que temos.
Mas realmente sabemos o que queremos? Podemos enumerar o que nos traz satisfação e plenitude? 
Esta mesma indagação estava presente em grande parte da população da antiga Babilônia e a acumulação dessa insatisfação desencadeou uma mudança crítica na evolução global da humanidade.
Tudo começou em Babel, a vibrante capital da Mesopotâmia, há uns cinco mil anos, o ápice de uma série de crenças e ensinamentos. 
Como na atual cidade de Nova York ou em Paris do séc.XIX, o ambiente que prevalecia era o do “vale tudo”. 
Assim, todas as decisões desvirtuadas dessa antiga civilização, o atormentado Iraque de hoje e que já foi o cerne da civilização humana, originaram o “Big Bang” cultural, precursor da atual crise global.
Provavelmente, todos os habitantes da Babilônia tinham “uma só linguagem e um só idioma “(Gênesis, 11:1). Porém, seu crescente desgosto os conduziu por dois caminhos diferentes: um buscava o prazer, a investigação do mundo para descobrir seus prazeres inerentes; o outro formulava indagações, cujos seguidores desejavam descobrir o por que do sofrimento e da busca do prazer e questionavam: Quem faz tudo isto?


Os adeptos da “busca do prazer” começaram por inventar, inovar e avançar. 
Idealizaram projetos para acelerar seu progresso, desenvolvendo linguagens e buscando novas fontes de prazer. 
Não obstante, dado que tinham diversos desejos se foram dividindo e eventualmente se separaram completamente.
O “Big Bang” cultural era já um fato. Quanto mais se afastavam as pessoas entre si, mais iam diversificando suas maneiras de buscar prazer.
Algumas adoravam as forças da natureza, com a esperança que estas atenderiam seus caprichos. 
Outras criam numa força única e dela esperavam receber o que ansiavam e alcançar a felicidade. E havia os que falavam da necessidade de deixar de desejar, completamente.
Com o tempo, estes conceitos deram lugar a diferentes culturas. 
Devido a que cada uma acreditava que suas idéias eram as melhores, todo aquele que não estava de acordo convertia-se automaticamente em inimigo, uma ameaça as expectativas de prazer e complacência.
Depois de muitos ciclos de batalhas, as pessoas começaram a dar-se conta de que suas crenças não as conduziam à felicidade e esta é a essência da crise global atual. Nós, toda a humanidade, já sabemos que não há nada que possamos fazer para garantir a nossa felicidade ou segurança pessoal,
nem a dos nossos filhos. 
Por esta razão, a enfermidade com mais incidência no mundo ocidental é a depressão; o resultado direto desta desilusão.
Porém há cinco mil anos, quando a busca do prazer apenas começava, seu antídoto apareceu também. Entre aqueles que haviam optado pelo caminho das indagações havia um jovem que se chamava Abraham. Seu pai era fabricante de ídolos e Abraham, mesmo seguindo os passos de seu pai, produzindo-os e vendendo-os, nunca pode realmente compreender qual era a importância de orar a estes ídolos que ele sabia com certeza não terem valor algum, já que ele mesmo os fabricava.
As perguntas e as dúvidas não o abandonaram, até que um belo dia se deteve e perguntou: “Será que o mundo não tem um Amo? O Senhor o olhou e disse: “Eu sou o Amo do mundo” (Bereshit Raba, 39:1).
A partir de então, Abraham mudou seu nome e se converteu em Abraham, o Patriarca, precursor de uma nova linha de pensamento que não exalta o prazer em si mesmo e sim, a relação com quem o proporciona.
Abraham explicou que para receber prazer é necessário conhecer a lei universal que governa toda a natureza, assemelhar-se a ela e assim, automaticamente, todos os prazeres do universo seriam nossos. 
O problema, concluiu, não é que queremos desfrutar, mas sim que não queremos
saber de onde provém o prazer.
Abraham desenvolveu, em conseqüência, um método de ensino para alcançar esta relação com o Outorgante mediante a semelhança com Ele.
Ensinou que Ele não é um ser e sim um princípio segundo o qual tudo funciona, o principio do outorgamento. Abraham dedicou sua vida a difusão deste método, a chave para ser feliz na vida.
Desde então, os sábios têm desenvolvido o método de Abraham, dando-lhe
diferentes nomes em diversas épocas, porém conservando sua essência.
O grande Cabalista do séc. XVI, o Rabino Haim Vital escreveu que através de todas as gerações os ensinamentos têm sido sempre os mesmos em sua essência, a Sabedoria da Cabala , a sabedoria de receber (o prazer).
Atualmente, cada vez mais pessoas sentem que lhes falta um elemento chave em suas vidas e perguntam-se porque não podem ser felizes. 
A elas, a Cabala oferece uma resposta genuína e válida que tem esperado ser descoberta durante milênios e hoje em dia está à disposição de todos para se beneficiarem dela.
Sua utilização pode reunir as culturas divididas, curar a rejeição e aproveitar os dotes individuais para o bem de toda a humanidade. 
É este o elemento faltante, o adesivo que pode tornar possível uma única linguagem, um só pensamento, apesar dos séculos de animosidades, para que nunca mais voltemos a nos separar.



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