A Ave Fênix – Mito e simbologia
A lenda da Fênix relata a história de uma ave capaz de renascer das próprias cinzas. É um símbolo universal da morte e ressurreição, da imortalidade, do Sol e da nossa Chispa Divina.
O mito da Ave Fênix é retomado por místicos e literatos de todos os tempos, entre eles Dante Aliguieri e Quevedo.
Como se trata de uma história amplamente difundida no tempo e no espaço, aparece com diferentes versões. Na China, a ave sagrada toma o nome de Feng e representa a Grande Imperatriz (nossa Mãe Divina, ou seja, Deus Mãe dentro de todos nós); e pintada junto a um Dragão, simboliza a confraternidade inseparável.
No livro do grande místico sufi Farid Ud-Din Attar, A Linguagem dos Pássaros, inúmeras aves se reúnem para realizar uma peregrinação a um lugar sagrado para receberem a sabedoria e a iluminação do “pássaro dos pássaros”, o Simorg, que tem as mesmas características sagradas e eternas da Fênix.
Também na Índia, aparece uma versão local do mito da Fênix: trata-se de uma ave que, ao atingir a idade de 500 anos, realiza uma autoimolação às vésperas da Primavera em um altar (feito de galhos e resinas de olíbano, mirra e outras plantas sagradas) que foi especialmente preparado para esse fim por um sacerdote. Porém, é a própria ave que acende o fogo.
No dia seguinte, dentre as cinzas, surge uma larva que logo se transforma em um pequeno filhote de uma ave. Em seguida, quando ela cresce, todos reconhecem nela a forma, o brilho e a beleza característicos da eterna Fênix. Porém, vê-se algo distinto em seus olhos e no brilho de suas penas: a Fênix ressuscitou mais bela, mais poderosa e mais grandiosa...
Na mitologia egípcia, tomada dos atlantes (pois o mito da Fênix é de origem atlante), essa ave toma o nome de Benú.
Do Egito para os árabes, e destes para os alquimistas e místicos medievais da Europa, a Fênix é muito utilizada dentro dos simbolismos da Alquimia, pois representa a criação da Pedra Filosofal através de um Fogo muito especial, saído do bafo da Fênix.
Efetivamente, a ave mitológica, na lenda medieval, vive em algum lugar misterioso da Arábia Feliz, porém voa para o Egito, a pátria da Alquimia, a fim de ela exercer o sacerdócio do “fogo sacrificial”. Nesta versião dos alquimistas medievais, trata-se de uma ave púrpura, ou vemelha, que ao envelhecer constrói uma pira de madeira resinosa e especiarias para jogar-se no meio desse ninho fatal.
Os raios do sol acendem o fogo e o místico pássaro aviva a chama, utilizando suas asas, batendo-as incessantemente até que o fogo a consuma totalmente. Logo, uma nova Fênix renasce das cinzas sobrantes do fogo.
Já na mitologia greco-romana, Hesíodo afirma que a Fênix vivia nove vezes mais do que um corvo. E o poeta Ovídio a resgatará em sua obra Metamorfoses. Muitos sábios gregos associavam tanto essa ave sagrada quanto a coruja com a deusa da Sabedoria Minerva.
No México antigo, a Fênix está sempre en companhia do grande avatar Quetzalcóatl, e para os primeiros cristãos simbolizava o próprio Cristo, que morreu e ressuscitou gloriosamente.
E até mesmo Plínio a incluirá em sua História Natural, descrevendo-a como uma grande águia que possui um colar dourado ao redor de seu colo, com corpo de cor púrpura e cauda azul com algumas plumas rosadas, a que ninguém jamais a viu alimentar-se. Plínio estimou sua longevidade em cerca de 500 anos.
Por sua parte, Isidoro de Sevilha descreverá a ave como muito longeva, com séculos de duração, e que quando se passam 500 anos ela constrói uma pira perfumada para imolar-se no fogo e logo renascer de suas cinzas.
Simbologia Gnóstica da Ave Fênix
É o símbolo da Resurreição na Eternidade, na qual a noite segue ao dia e o dia à noite. É também uma alusão aos ciclos periódicos de resurreição cósmica e reencarnação humana. Para os gnósticos gregos, a Fênix vive mil anos, e ao término dos quais, acendendo um fogo chamejante ela consome a si mesma. Renascida logo de suas cinzas, vive mais mil anos, e assim até sete vezes sete.
Essas “sete vezes sete”, ou 49 vezes, são uma transparente alegoria e uma alusão aos 49 Manus, às 7 Rondas, aos 49 níveis profundos da mente humana,e aos 49 ciclos humanos na Ronda verificada em cada Sistema de Globos. Na Alquimia Gnóstica, é o símbolo da Regeneração da Vida Universal. Pode, também, na sua simbologia invertida, representar o Eu Psicológico, que pode renascer em nossa mente.
A Ave Fênix
(Um conto infantil de Hans Christian Andersen)
No jardim do Paraíso, sob a Árvore da Sabedoria, crescia uma roseira. Em sua primeira rosa nasceu um pássaro. Seu voo era como um raio de luz, magníficas as suas cores, seu canto causava arroubo.
Porém, quando Eva colheu o fruto da ciência do bem e do mal, e quando ela e Adão foram expulsos do Paraíso, da flamígera espada do anjo caiu uma chispa no ninho do pássaro e lhe ateou fogo. O animalzinho morreu abrasado, porém do avermelhado ovo saiu voando outra ave, única e sempre a mesma: a Ave Fênix.
Conta a lenda que faz seu ninho na Arábia, que a cada cem anos se dá morte abrasando-se em seu próprio ninho; e que do vermelho ovo sai uma nova Ave Fênix, a única no mundo.
O pássaro voa à nossa volta, brilhante como a luz, esplêndida de cores, magnífica em seu canto. Quando uma madre está sentada junto ao berço de seu filho, a Ave se acerca de seu travesseiro e, abrindo suas asas, traça uma auréola ao redor da cabeça da criança. Voa pelo sóbrio e humilde aposento e há resplendor de sol no quarto, e sobre o humilde cômodo exala um perfume de violetas.
Porém, a Ave Fênix não só a Ave da Arábia; irradia também os resplendores da Aurora Boreal sobre as geladas plansob as rochas cupríferas de Falun, nas minas de carvão da Inglaterra, voa como a mariposa sobre o devocionário nas mãos do piedoso trabalhador. Na folha do lótus desliza pelas águas sagradas do Ganges, e os olhos da donzela hindu se iluminam ao vê-la.
Ave Fênix! Não a conheces? A Ave do Paraíso, o cisne santo da canção? Ia no carro de Thespis na forma do corvo tagarela, agitando as asas pintadas de negro; a harpa do cantor da Islândia era pulsada pelo bico vermelho do cisne; pousada sobre o ombro de Shakespeare, adotaba a figura do corvo de Odin e lhe sussurrava ao ouvido: “Imortalidade!” Na festa dos cantores, revoava na sala de concursos de Wartburg.
Ave Fênix! Não a conheces? Te cantou a Marselhesa, e tu beijaste a pluma que se desprendeu de sua asa; veio em todo o esplendor paradisíaco e tu talvez deste as costas para contemplar o pardal que tinha enfeites dourados nas asas.
A Ave do Paraíso! Rejuvenescida a cada século, nascida dentre as chamas, entre as chamas mortas; tua imagem, marcada em ouro, posta-se nas salas dos ricos; tu mesma voas com frequência rumo à ventura, solitária, feita só de lenda: a Ave Fênix da Arábia.
No jardim do Paraíso, quando nasceste no seio da primeira rosa sob a Árvore da Sabedoria, Deus te beijou e te deu teu nome verdadeiro: Poesia!
A lenda da Fênix relata a história de uma ave capaz de renascer das próprias cinzas. É um símbolo universal da morte e ressurreição, da imortalidade, do Sol e da nossa Chispa Divina.
O mito da Ave Fênix é retomado por místicos e literatos de todos os tempos, entre eles Dante Aliguieri e Quevedo.
Como se trata de uma história amplamente difundida no tempo e no espaço, aparece com diferentes versões. Na China, a ave sagrada toma o nome de Feng e representa a Grande Imperatriz (nossa Mãe Divina, ou seja, Deus Mãe dentro de todos nós); e pintada junto a um Dragão, simboliza a confraternidade inseparável.
No livro do grande místico sufi Farid Ud-Din Attar, A Linguagem dos Pássaros, inúmeras aves se reúnem para realizar uma peregrinação a um lugar sagrado para receberem a sabedoria e a iluminação do “pássaro dos pássaros”, o Simorg, que tem as mesmas características sagradas e eternas da Fênix.
Também na Índia, aparece uma versão local do mito da Fênix: trata-se de uma ave que, ao atingir a idade de 500 anos, realiza uma autoimolação às vésperas da Primavera em um altar (feito de galhos e resinas de olíbano, mirra e outras plantas sagradas) que foi especialmente preparado para esse fim por um sacerdote. Porém, é a própria ave que acende o fogo.
No dia seguinte, dentre as cinzas, surge uma larva que logo se transforma em um pequeno filhote de uma ave. Em seguida, quando ela cresce, todos reconhecem nela a forma, o brilho e a beleza característicos da eterna Fênix. Porém, vê-se algo distinto em seus olhos e no brilho de suas penas: a Fênix ressuscitou mais bela, mais poderosa e mais grandiosa...
Na mitologia egípcia, tomada dos atlantes (pois o mito da Fênix é de origem atlante), essa ave toma o nome de Benú.
Do Egito para os árabes, e destes para os alquimistas e místicos medievais da Europa, a Fênix é muito utilizada dentro dos simbolismos da Alquimia, pois representa a criação da Pedra Filosofal através de um Fogo muito especial, saído do bafo da Fênix.
Efetivamente, a ave mitológica, na lenda medieval, vive em algum lugar misterioso da Arábia Feliz, porém voa para o Egito, a pátria da Alquimia, a fim de ela exercer o sacerdócio do “fogo sacrificial”. Nesta versião dos alquimistas medievais, trata-se de uma ave púrpura, ou vemelha, que ao envelhecer constrói uma pira de madeira resinosa e especiarias para jogar-se no meio desse ninho fatal.
Os raios do sol acendem o fogo e o místico pássaro aviva a chama, utilizando suas asas, batendo-as incessantemente até que o fogo a consuma totalmente. Logo, uma nova Fênix renasce das cinzas sobrantes do fogo.
Já na mitologia greco-romana, Hesíodo afirma que a Fênix vivia nove vezes mais do que um corvo. E o poeta Ovídio a resgatará em sua obra Metamorfoses. Muitos sábios gregos associavam tanto essa ave sagrada quanto a coruja com a deusa da Sabedoria Minerva.
No México antigo, a Fênix está sempre en companhia do grande avatar Quetzalcóatl, e para os primeiros cristãos simbolizava o próprio Cristo, que morreu e ressuscitou gloriosamente.
E até mesmo Plínio a incluirá em sua História Natural, descrevendo-a como uma grande águia que possui um colar dourado ao redor de seu colo, com corpo de cor púrpura e cauda azul com algumas plumas rosadas, a que ninguém jamais a viu alimentar-se. Plínio estimou sua longevidade em cerca de 500 anos.
Por sua parte, Isidoro de Sevilha descreverá a ave como muito longeva, com séculos de duração, e que quando se passam 500 anos ela constrói uma pira perfumada para imolar-se no fogo e logo renascer de suas cinzas.
Simbologia Gnóstica da Ave Fênix
É o símbolo da Resurreição na Eternidade, na qual a noite segue ao dia e o dia à noite. É também uma alusão aos ciclos periódicos de resurreição cósmica e reencarnação humana. Para os gnósticos gregos, a Fênix vive mil anos, e ao término dos quais, acendendo um fogo chamejante ela consome a si mesma. Renascida logo de suas cinzas, vive mais mil anos, e assim até sete vezes sete.
Essas “sete vezes sete”, ou 49 vezes, são uma transparente alegoria e uma alusão aos 49 Manus, às 7 Rondas, aos 49 níveis profundos da mente humana,e aos 49 ciclos humanos na Ronda verificada em cada Sistema de Globos. Na Alquimia Gnóstica, é o símbolo da Regeneração da Vida Universal. Pode, também, na sua simbologia invertida, representar o Eu Psicológico, que pode renascer em nossa mente.
A Ave Fênix
(Um conto infantil de Hans Christian Andersen)
No jardim do Paraíso, sob a Árvore da Sabedoria, crescia uma roseira. Em sua primeira rosa nasceu um pássaro. Seu voo era como um raio de luz, magníficas as suas cores, seu canto causava arroubo.
Porém, quando Eva colheu o fruto da ciência do bem e do mal, e quando ela e Adão foram expulsos do Paraíso, da flamígera espada do anjo caiu uma chispa no ninho do pássaro e lhe ateou fogo. O animalzinho morreu abrasado, porém do avermelhado ovo saiu voando outra ave, única e sempre a mesma: a Ave Fênix.
Conta a lenda que faz seu ninho na Arábia, que a cada cem anos se dá morte abrasando-se em seu próprio ninho; e que do vermelho ovo sai uma nova Ave Fênix, a única no mundo.
O pássaro voa à nossa volta, brilhante como a luz, esplêndida de cores, magnífica em seu canto. Quando uma madre está sentada junto ao berço de seu filho, a Ave se acerca de seu travesseiro e, abrindo suas asas, traça uma auréola ao redor da cabeça da criança. Voa pelo sóbrio e humilde aposento e há resplendor de sol no quarto, e sobre o humilde cômodo exala um perfume de violetas.
Porém, a Ave Fênix não só a Ave da Arábia; irradia também os resplendores da Aurora Boreal sobre as geladas plansob as rochas cupríferas de Falun, nas minas de carvão da Inglaterra, voa como a mariposa sobre o devocionário nas mãos do piedoso trabalhador. Na folha do lótus desliza pelas águas sagradas do Ganges, e os olhos da donzela hindu se iluminam ao vê-la.
Ave Fênix! Não a conheces? A Ave do Paraíso, o cisne santo da canção? Ia no carro de Thespis na forma do corvo tagarela, agitando as asas pintadas de negro; a harpa do cantor da Islândia era pulsada pelo bico vermelho do cisne; pousada sobre o ombro de Shakespeare, adotaba a figura do corvo de Odin e lhe sussurrava ao ouvido: “Imortalidade!” Na festa dos cantores, revoava na sala de concursos de Wartburg.
Ave Fênix! Não a conheces? Te cantou a Marselhesa, e tu beijaste a pluma que se desprendeu de sua asa; veio em todo o esplendor paradisíaco e tu talvez deste as costas para contemplar o pardal que tinha enfeites dourados nas asas.
A Ave do Paraíso! Rejuvenescida a cada século, nascida dentre as chamas, entre as chamas mortas; tua imagem, marcada em ouro, posta-se nas salas dos ricos; tu mesma voas com frequência rumo à ventura, solitária, feita só de lenda: a Ave Fênix da Arábia.
No jardim do Paraíso, quando nasceste no seio da primeira rosa sob a Árvore da Sabedoria, Deus te beijou e te deu teu nome verdadeiro: Poesia!
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