quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

COMO PODEMOS AJUDAR UM AMIGO FAZER TESHUVÁ?



ESTUDOS DIÁRIOS DO JUDAÍSMO: 26 DE TEVET (24/01/17)
COMO PODEMOS AJUDAR UM AMIGO FAZER TESHUVÁ?
“Toda discussão que for feita com as vista postas no Céu conduz ao fim proposto.
Toda aquela que não se fizer assim, não dá nenhum resultado.”
(Ética dos Pais 5:21)
Vamos fazer uma análise completamente original que ocorre no conflito entre Moisés e Ramsés II.
No início de Shemóth, a Torá conta sobre a infância e juventude de Moshé no Palácio real. Ele foi adotado por Binat-yáh, filha de Faraó. Na verdade Moshé é uma adaptação do egípcio Moisés. Conta-se que o nome judaico de Moshé era Toviáh (*D’us é bom).
O pai de Ramsés II e de Bat-yáh era Seti I. A Torá conta que ele recebeu Moisés como um verdadeiro neto, a ponto dos Midrashim contarem que Moisés brincou no colo de Faraó Seti I com a coroa real.
Quando Seti I descobre que Moisés, que tinha o encargo de cuidar dos hebreus escravos, como um dos príncipes egípcios, matou um carrasco para salvar um escravo judeu, entendeu que ele era o salvador e ao mesmo tempo o destruidor.
Conta-se que Seti I foi avisado por seus magos e astrólogos, que em 7 de Adar (Fevereiro/Março), o libertador de Israel e destruidor do Egito nascera, e que seu fim seria nas águas. Como não sabiam precisar em qual casa, se judaica ou egípcia, todos os bebês foram lançados no Nilo. Moisés foge do Egito, permanecendo 40 anos com Jetro.
Seti I morre de lepra, mas antes ofereceu os primogênitos judeus aos ídolos com esperanças de cura. Ramsés II sobe ao trono. Quem ele era em relação parental com Moisés? Tio dele!
Com base na relação familiar entre Faraó e Moisés é que podemos ver o desenrolar das discussões entre os dois. Embora fosse tio de Moisés, Ramsés II era mais novo que seu sobrinho. As Crônicas revelam que nas guerras movidas do Egito contra a Abissínia, Ramsés estava sob o comando de Moisés, sendo que Ramsés tinha 20 a menos que Moisés.
A própria guematria dos dois Sâmech (SS) do nome Ramsés, mostra esta sobrepunjância que Faraó pretendia quanto a Moshé. Pois podemos ler Rá (o mal) de Mem [de Moshé] está aos 120 anos [pois 2 X 60, onde temos dois (SS)], nos mostra isso.
Assim, quando Moshé tinha 80 anos, Faraó tinha 60 anos, e governava o Egito há 20 anos, desde quando tinha seus 40 anos, e Moisés 60. É importante entender essa cronologia pois vamos entender a teimosia de Faraó por meio dela.
Ramsés II discute com Moisés, porque, embora Moisés tenha sido general das tropas egípcias na época do expansionismo militar de seu pai e “avô” de Moisés, é Ramsés que completa o expansionismo militar por toda a África e Canaã.
Ramsés II cresceu numa religião onde ele era D’us, por isso logo no primeiro embate com Moshé, o experiente governante do Egito afirma em Ex. 5:2- “Quem é esse Y-k-V-k para que eu lhe deva obedecer, deixando partir Israel? Não reconheço Y-K-W-K não deixarei partir Israel”.
Moshé tinha consciência da cultura egípcia de castas, e como príncipe banido ao ostracismo, sabia que não seria uma tarefa fácil falar com um grande militar, que governava há 20 anos o Egito como deus, iria ouvi-lo, ainda mais sendo parentes.
O Tanâ”ch dá vários exemplos tumultuosos e turbulentos entre parentes: Shaul era sogro de David, Ioâv era tio de David, Isaías era primo de Uzias. Tais casos foram de igual magnitude que a oposição de Ismael X Isaque, Esaú X Jacó.
Então Hashem diz para Moshé na sarça ardente em Ex. 7: 1- Y-H-V-H disse a Moshéh: “Vê, que te coloquei por Elohim para o Faraó, e teu irmão Aharón será teu profeta”.
HaCadósh Barúch Hú falou assim a Moisés, por que ele sabia que Faraó, era o “Mestre dos Magos”, um feiticeiro que além de dominar as forças ocultas, assim acreditava de si um sacerdote deus na terra, não ouviria quem não lhe fosse igual.
Por que Aharón é chamado e requisitado por Moshé a tarefa e Hashem aceita tal proposta?
Os Midrashim contam que haviam judeus trabalhando para Faraó. Em particular um levita que era Vizir (uma espécie de Primeiro-Ministro egípcio) de Faraó, chamado Côrach.
Côrach era primo de Moshé e tinha o mesmo nível de elaboração linguística que Aharón, da qual Hashem disse em Malachi 2:5,6 e 7-
(5) Minha aliança de vida e Shalom lhe foi concedida (a Aharón), pelo temor que Me demonstrou e pelo respeito que manifestou por Meu Nome.
(6) A Torát Emét estava em sua boca, e não havia injustiça em seus lábios; andava Aharón comigo em Shalom e em retidão, e a muitos afastou da iniquidade.
(7) Porque os lábios do sacerdote devem salvaguardar o conhecimento, e de sua boca deve o povo buscar os ensinamentos, pois ele é o anjo do Y-H-V-H Tsevaóth!
Tanto assim é, que Hashem chamou também Aharón, confirmando-o numa das revoltas nacionais que Côrach liderou.
Assim, podemos entender o jogo de forças que se estabelece entre Faraó e Moshé.
Aprendemos que em cada uma das pragas Hashem quer retirar Faraó da loucura de querer disputar força com o D-s Todo Poderoso. Mas é Moshé que tem que o confrontar no palácio e no Nilo.
Tal história nos mostra até onde devemos ir com o propósito divino. Como já explicado, Hashem quer que desbloqueemos nossos corações para a Chéssed divina se revelar no mundo.
Faraó representa o EGO e a vontade nata de que devemos receber Luz. Não é à-toa que Nilo em yivrith tem correlação com Luz, Hayór (Nilo, literalmente Canal) e Haór (Luz). O yud é o que fez a diferença entre as duas palavras.
O yud, representa o Ego, na Cabalá. Um ponto que pode tornar-se em ANI (EU) ou AIN (nada), cuja colocação no radical hebraico é o que faz diferença. É este o significado de na Parashá Lêch Lechá, Hashem mostra Avraham e Faraó.
Avraham, conta o Ética dos Pais 5:23, que era o símbolo do ÁIN TÓV (bom olhar, o contrário de inveja); espírito humilde e uma alma abnegada. Por isso ele consegue agarrar o YUD e leva-lo para dentro de si, como Lêch Lechá significa.
Faraó não consegue fazer uma viagem para dentro de si (Lêch Lechá- Vá para ti), e só consegue externar o desejo de honrarias, ambição e ÁIN HARÁ (mau-olhado).
Moshé é a alma divina, a Neshamá que quando disperta, tira o homem do materialismo egípcio, uma constante preocupação de Faraó, tanto que a Torá conta que os hebreus não ouviram Moshé devido ao Avodá Cashá (dura servidão).
Moshéh tem as mesmas letras que Hashem em hebraico, e sua guematria é igual a Shylóh (símbolo do Mashíach). O kétser rúach (espírito angustiado) só pode ser suplantado pelo Rúach haCodésh da Torá.
A Torá tem um papel fundamental de nos ensinar a desapegarmo-nos de uma mentalidade escrava de nossos próprios desejos. Uma das famosas discussões no deserto que originou aos 40 anos de perambulações no deserto se deu pelo desejo.
Conta a Torá, que enfastiados do Maná, os israelitas disseram que lhe davam comida de GRAÇA. Ou seja, os 10 Mandamentos, fragmentadas em 613 ordenações, não os agradaram, pois agora serviriam a Hashem, e não Faraó.
Tal “SERVIÇO DIVINO” tem dois pilares, que costumamos resumir em uma palavra: AHAVÁ (AMOR), que o Shemá ordena termos. Como o AMOR é? Ele é o aspecto divino da doação da LUZ a outras pessoas.
Assim, o conflito que se estabelece em nome dos Céus é todo aquele que leve a uma pessoa sair de sua visão egoísta do mundo, que só quer diminuir o sofrimento agora, um imediatismo relacionado ao CONTO DE FADAS CAPITALISTA.
Os tsadikim devem se esforçar para demonstrar a outras pessoas, que a nossa realidade está permeada por uma LUZ que para ser revelada, precisa do aspecto da doação. Não é errado querer dias melhores, mas é um erro desejar só o agora.
Muitas famílias, hoje, estão seguindo a perspectiva faraônica, onde as crianças são relegadas a segundo plano, e trabalha-se para uma pseudo-felicidade: CASA MOBILIADA, CARROS, BRINQUEDOS, CONTA BANCÁRIA RECHEADA.
Isso é o propósito divino? Observe que CASAMENTO está fora de moda, e AMOR é como uma lanchonete Fast-Food: Come-se e se leva pra viagem; ou seja é fugaz e não duradouro.
Devemos lutar por um ideal de vida não pautada ao trabalho profissionalizante, onde monto minha empresa, tenho várias parceiras sexuais e um sem número de filhos, criados por aí.
Temos que lutar por um ideal de vida, em que as pessoas não olhem aos outros, ou a si mesmas (o que é mais triste), como um objeto consumível e descartável. Antes, a visão deve estar pautada numa meta: COMO HOJE POSSO TE AJUDAR?
Só assim, apresaremos a vinda do Mashíach ben David, e estaremos cumprindo a Torá em nossos dias, amén veamén!

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