quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

A VERDADE SOBRE O DÍZIMO!

[Compartilhe] A VERDADE SOBRE O DÍZIMO! Além do Dízimo nunca ter sido em dinheiro, muitas religiões pedem em dinheiro, os donativos são maiores do que os gastos..., e nem o que "sobra" é dado para os pobres!


NESTE ARTIGO SERÁ RESPONDIDO ÁS PERGUNTAS:
É verdade que hoje eu não tenho que pagar dízimo na “igreja”? Dízimo na bíblia, nunca foi dinheiro? Por que então dizem que “eu estou em pecado, caso não ofertei meu dízimo”?
Para responder a questão dos dízimos, que me foi feita, utilizo duas porções semanais da leitura da Torá (5 primeiros livros do Tanakh/”velho” testamento): Números 18 [Bamidbar] XVIII:25-XX:13 e Deuteronômio 11-16 [Debhari:m] XI:26-XVI:17; e recomendo que o leitor faça a leitura de todo o livro de Malaquias [Mal'ākhi:].
Visto que quem me perguntou foi um cristão, peço que façam uma reflexão: não dizem vocês que “não estão de baixo da lei”? Então por que os pastores gostam que vocês cumpram este “mandamento” (miṣwāh)? Reflita!

O QUE É, e QUEM TEM QUE DAR DÍZIMO? (“Dizimar”):
DIZIMO é uma unidade de medida apresentada na Torá (5 primeiros livros do Tanakh/”velho” testamento). A décima parte de algo. E há mandamentos (no plural - miṣwāth) que utilizam desta unidade de medida. Esse termo é usado até para imposto no Tanakh (“velho” testamento). — 1 Samuel 8 [shemu'El] VIII:15-17.
Leia na sua Bíblia o texto de Deuteronômio 14:22-29:

“Certamente a décima parte de todo ganho da tua semente, trará [do] campo ano a ano. E comerás perante 'Adhonāy teu Elohi:m (D'us), naquele lugar que Ele escolher...a décima parte do teu grão. E se for longe de mais para ti, de modo que não és capaz de carregá-lo... então restaure-o em prata (dinheiro), e ata a prata (dinheiro), na tua mão, e irás á aquele lugar que escolheu 'Adhonāy teu Elohi:m (D'us). E ofertará a prata (dinheiro), para tudo o que desejar a tua vitalidade, em bovinos (gado), e ovinos (ovelhas), e vinho, e bebida... e comerás perante 'Adhonāy teu Elohi:m (D'us), e se alegrará, tu e a tua casa.
E o levita que está dentro de teus portões, não o abandone; pois ele não tem parte nem herança contigo. Ao final de três em três anos, destacará toda décima parte do seu ganho deste ano, este determinará dentro dos teus portões. E virá o levita, porque ele não tem parte nem herança contigo, e o peregrino [ou estrangeiro naturalizado/peregrino residente], e o órfão, e a viúva, que estão dentro dos teus portões, e comerão; e ficará satisfeito, a fim de que a benção de 'Adhonāy teu Elohi:m (D'us) [esteja] em todo o trabalho de sua mão porquanto realizas.” — Tradução reduzida feita por mim; leia por completo em Deuteronômio 14 [Debhari:m] XIV:22-29
Embora este texto seja muito esclarecedor, devemos entender primeiramente que o dízimo (a décima parte) nunca foi em dinheiro! Dizimo não era a décima parte do salário de um trabalhador, mas era dado sobre produção agrícola e pecuária. E caso o lugar escolhido por D’us para o dízimo ser apresentado, fosse “longe de mais para ti, de modo que não és capaz de carregá-lo”, então deveria vender os animais/plantação e ao chegar no local, deveria pegar o dinheiro e comprar comida. Se dinheiro fosse aceito como dízimo, por que então que D’us diria para pegar o dinheiro e ter um trabalho adicional de comprar comida? Não seria mais fácil [caso fosse permitido], apenas entregar o dinheiro?
Além do dízimo não ser em dinheiro, na leitura de todo o capítulo 12 de Deuteronômio [Debhari:m], nos mostra que deve ser oferecido em um local específico, e não “em qualquer lugar que te agrade”: “Guarda-te para que tu porventura não ofereça teus holocaustos (sacrifício) em todo lugar porquanto olhar.” — Deuteronômio 12 [Debhari:m] XII:13; Levítico 27 [wayyqrā'] XXVII:30, 32
Se alguém disser a você, que “os antigos pagavam o dízimo desta forma, pois não tinham dinheiro”, não acredite, pois isso é uma grande falácia. Basta ler a Bíblia, e verá como exemplo, o ciclo de prata como dinheiro para negociações comerciais (ao qual acabei de mencionar em Deut. 14:22-29). Nem todos eram agricultores, as pessoas tinham outras ocupações.
Como vemos em nossa última aula, o nosso amigo Sha’ul bem explicou, que “o dizimo não é um mandamento (miṣwāh) que se refere à pessoa. Incidi sobre a terra e os animais, não sobre a pessoa. Só dava dízimo (a décima parte) se fosse dono de terra, e era dado sobre produção agrícola e pecuária.” Para entender:
“Por exemplo, um pedreiro não daria dízimo, exceto se este tivesse uma horta, então ele daria dízimo da horta, e não em dinheiro! Mas caso seu sustento vinha do salário de pedreiro, ele não daria dízimo. Podia fazer oferta ao santuário.”
O que você precisa entender é que, o dízimo era para distribuição de alimentos para a tribo de Lewi que não tinham direito a terra, portanto dependiam disso, e para aqueles que eram menos afortunados. E como bem lembrado pelo amigo Holean, ‘Levitas são os descendentes de Levi, filho de Ya`aqobh/Yisra’El (Jacó/Israel). Assim, esse título não pode ser usado indiscriminadamente para qualquer líder religioso ou músico – como é comum entre os não-judeus na atualidade. ’ — Deuteronômio 12 [Debhari:m] XII:19

E como o Hakham Luciano bem explicou em um comentário sobre os mandamentos (miṣwāth) de dízimo: “são, a saber:
1) Terumá Gedholá ou Oferta ou Doação Maior = Para os sacerdotes (Cohanim).
2) Ma`asêr Richôn ou Primeiro Dízimo = Para os Levitas (Lewiím).
3) Terumáth Ma`asêr ou Oferta do Dízimo = Do dado aos levitas, estes separam e dão para os sacerdotes.
4) Ma`asêr Chení ou Segundo Dízimo= Separado pelo dono da produção para ser consumido por ele em Jerusalém.
5) Ma`asêr `Oní ou Dízimo do Pobre = Como dito, dado aos pobres.
6) Há ainda a Terumáth Halá, que é a doação de parte da massa para o pão (a porção separada da massa), para a pessoa de origem sacerdotal. Este pedaço retirado é chamado em hebraico de Halá. A Halá é parte de um dos 24 presentes ou dádivas que são, numa situação legal apropriada, dados aos sacerdotes.
As leis concernentes as dádivas são bastante detalhadas e não convém, aqui, tratar do assunto, pois envolvem, também, aspectos de pureza... tanto em relação às pessoas que fazem as dádivas, quem as consome, e a pureza dos alimentos dos quais são retiradas as porções cabíveis. As medidas de cada uma são diferentes e não exatamente 10%. Por exemplo, a Terumá Gedholá, pela Torá, pode ser qualquer quantidade. Entretanto, os Sábios decidiram que há que dar uma quantidade mínima.” — Fim da citação do Hakham.

Mas talvez você pergunte: Por que só os levitas tinham o direito ao dizimo?
Primeiramente que não apenas os levitas usufruíam do dízimo: Ma`asêr `Oní incluía todos os pobres (viúvas, etc), mas este dízimo em específico, não ocorre todos os anos. E como mencionei acima, a tribo de Lewi, não tinha propriedade de terra, e como não tinham como cultivar, nem criar gado, dependiam do dizimo. O tempo que eles “gastariam” plantando e colhendo, eles utilizavam fazendo parte da estrutura jurídica de Yisra’El. E por atuarem em funções tais como, advogados, promotores, juízes (shoftim), professores (morim) e ajudar no Templo (sacerdócio - kehuná), não lhes “sobravam” tempo para plantar e colher. Mas, pelos meus estudos, vi que isso não os impedia de fazer um trabalho para receberem dinheiro (caso fosse um trabalho rápido em que ganhariam algum lucro), tais como trabalhar com serviços de alvenaria, carpintaria, etc. Daí o óbvio de que o dízimo (a décima parte) era em alimento, e não em dinheiro.
E SE ALGUÉM DISSER que existem varias passagens na Torá (5 primeiros livros do Tanakh/”velho” testamento), onde patriarcas dedicam a décima parte de algo para O Eterno ('Adhonāy), tentando justificar que o dízimo é anterior a construção do templo, e por isso ainda seja válido?
Entenda que quando os patriarcas fizeram estas ofertas, elas foram para O Eterno ('Adhonāy), para D’us, e não para uma instituição, nem foram feitas como um mandamento (miṣwāh), mas um gesto voluntário. Não eram obrigados a fazer. Agora, o mandamento (miṣwāh) do dizimo refere-se ao Templo e incide sobre o excedente da semente (ou seja, aquilo que você colheu e plantou) e também sobre o nascimento do gato. Nunca incidiu sobre dinheiro. Se ainda tiver dúvidas, leia todo o livro de Malaquias [Mal'ākhi:], e veja que lá está falando sobre o Templo (que aguardamos ser reconstruído), não diz sobre outro local. E não houve em nenhum momento uma autorização de D'us em generalizar o dízimo e dizer que tudo que é grupo religioso pode usufruir deste mandamento (miṣwāh), muito menos de utilizar outro tipo de dízimo em termo de lei, por D’us.
Notasse que a única aplicação destes mandamentos da décima parte (miṣwāth) que pode ser aplicada nos dias atuais, seria “o dízimo da viúva e do pobre” (Ma`asêr `Oní). Mas o que eu vejo, é que, as “igrejas” e instituições religiosas que exigem/colhem dízimo do salário de seus “fiéis”, são em muito, proprietários de terras. Mas, destas, qual aplica realmente a distribuição de todo o valor do dízimo arrecadado aos pobres? Pois assim é que a lei manda, e eles dizem cumpri-la, mas o tem feito? E você continua neste local... O porquê é com você!
Em resumo:
Se você não tem terra, não é agricultor, pecuarista ou qualquer coisa do gênero, esqueça o dízimo. Não se aplica a você. Simples assim.
Sabe-se que, todo grupo religioso possui despesas, e que as pessoas que dedicam seu tempo a isso têm direito ao seu sustento. Ao invés de tentar obrigar a pessoa através de um mandamento (miṣwāh) inexistente e inaplicável, tais grupos deveriam conscientizar as pessoas de que as despesas do local são de responsabilidade de todos. Seria muito mais honesto. Tais instituições podem ser encaradas como que, de obrigação daqueles que delas usufruem. Mas, distorcer as Escrituras Sagradas nunca é a solução!

Ao ouvir frases tais como:
"Não tem como você ser próspero, se você não for um dizimista fiel!"
Vejo que o dízimo seja talvez o mandamento (miṣwāh) mais tirado de contexto de toda a Torá, por parte destas religiões que afirmam serem representantes de D’us.
Torá: 5 primeiros livros do Tanakh/chamada de ”velho” testamento, por alguns .
COMPARTILHO COM VOCÊS, pois pode ser a sua dúvida, ou de alguém próximo.
Compartilhe você também esta verdade! E que a mentira não nos alcance mais.
Chālom lekulam! Paz a todos!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Targum Faz Rute

Targum Rute Tradução de Samson H. Levey Capítulo 1. 1- Aconteceu nos dias do juiz de juízes que havia uma grande fome na terra de I...