quinta-feira, 19 de maio de 2016

Análise da Oração Cabalística Ana Bekoach


Análise da Oração Cabalística Ana Bekoach

Análise da Oração Cabalística Ana Bekoach

Autor Jefferson Leister - jeffleister@ig.com.br

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Amigo, 

 

Tempos atrás andei pesquisando na internet sobre uma antiga oração cabalística chamada Ana Bekoach, que é considerada uma das mais poderosas preces do mundo e a maior das bênçãos cabalísticas, mas não consegui encontrar, na época, informações diretas e  resumidas sobre ela. Assim, resolvi escrever este artigo,   a fim de lhe poupar da necessidade de uma pesquisa abrangente, fornecendo a você um resumo sobre ela.

                

Ana Bekoah (lê-se ANA BECOAH, com um “E” breve, um “O” fechado e um “H” levemente aspirado) é atribuída grande cabalista Nehuniá ben Hakanah do séc I da Era Cristã (Lei sobre o Bahir) que se baseou no primeiro parágrafo do Livro da Gênese (Bereshit), que tem 42 letras no original em hebraico, para escrevê-la. Por isso, a essa prece é atribuído o poder de evocar a poderosíssima energia inicial da criação (Zimzum, o Big Bang Luriânico), e a própria Luz emanada por Deus naquele momento.

 

Não é necessário que se conheça o idioma hebraico para que se possa usufruir das maravilhosas bênçãos dessa oração. Apenas pronunciar a forma transliterada do texto, conforme o abaixo explicado, já é suficiente. Aliás, a simples meditação abaixo sugerida traz a conexão com tais forças, pois as letras hebraicas podem ser consideradas como “mágicas”, refletindo, cada uma delas, princípios cósmicos arquetípicos e universais, válidos para qualquer pessoa, de qualquer religião e origem. Também a combinação das letras daquele alfabeto, bem como as permutações de grupos de letras, tem o mesmo efeito, como é ensinado naquilo é chamado de Cabala Literal.

 

Ana Bekoach é composta por sete versos, cada um deles formado por seis palavras:

 



Obs: Não se esqueça de que o hebraico é lido da direita para a esquerda.

 

A oitava linha do diagrama acima, que se lê: “ Baruch Shem Kevód Malkuto Le’Olam Va’ed” (Bendito seja o Nome do Senhor, cujo Glorioso Reino é Eterno), é uma espécie de ratificação da prece, um AMÉN ou um Está Feito, e deve ser lida em voz muito baixa, como que sussurrada.

 

A transliteração de Ana Bekoach que julgo mais adequada ao nosso idioma é a seguinte:

       
 
1-   Ana bekôach gedulát yeminchá tatir tzerurá

2- Kabél rinát amcha sagveinu tahareinu norá

3- Na guibór dorshéi yechúdcha kevavát shomrem

4- Barchem taharem rachamei tzidkatechá tamid gomlem

5- Hassín kadósh beróv tuvchá nahél adatechá

6- Yahíd ge’eh le’amchá p’nêh zochrei kedushatechá

7-
 Shavateinu kabél ushmá tza’akateinu yódea ta’alumot

 
 
 
 
 
 
 
    (8)- Baruch shem kevód malkuto le’olam va’ed.

 

 

Nessa transliteração, o SH deve ser lido como em Shopping ou Shiva, ainda que esteja no final da palavra. Já o CH deve ser lido, a grosso modo, como o dígrafo RR, como carro, morro. Por exemplo, a palavra yeminchá, do 1º verso, deve ser lida yeminrrá. A palavra amchá, do sexto verso, deve ser pronunciada como amrrá, enquanto que barchem, da 4ª linha, deve ser lida como bar rrem. Quando o CH estiver no final da palavra, porém, deve ser lido como um H aspirado. Observe a palavra bekoach, com seu CH final, que deve ser pronunciada como becôahh.  O H entre duas vogais, como por exemplo em tahareinu (2º verso) deve ser lido como RR – tarrareinu, no caso.

 

 

A tradução de Ana Bekoach é:

 

Verso 1: Nós te rogamos: com o poder de Tua Mão Direita, desmancha o nó;

Verso 2: Aceita o canto de Tua Nação, exalta-nos e purifica-nos, ó Temido;

Verso 3: Por favor, ó Poderoso, protege aqueles que exijam a Tua Unificação, como a pupila do Olho;



Verso 4: Abençoa-os, purifica-os, concede- lhes sempre Tua Justiça misericordiosa;

Verso 5: Ó Santo, ó Protetor, com a abundância da Tua Bondade, governa Tua congregação;

Verso 6: Ó Único, ó Exaltado, derrama-Te sobre Teu povo, e aqueles que se lembram de Tua Santidade;

Verso 7: Aceita os nossos clamores, e ouve os nossos gritos, ó Tu, que conheces todos os mistérios.


 

Última linha: (Bendito seja o Nome daquele cujo glorioso Reino é Eterno.)

 

Analisando a prece de maneira resumida, observamos que cada verso tem 6 palavras cada. Ao multiplicarmos os sete versos pelas 6 letras iniciais de cada uma das mencionadas palavras, em cada verso, obtemos um total de 42 letras, que formam o chamado nome de Deus, ou nome divino, de 42 letras. Tradição Cabalística, embora monoteísta, fala sobre vários nomes de Deus, seja dentro das Sefiras (Sephirot, esferas), seja em outros temas cabalísticos, como o nome dividido (os 72 nomes de Deus) e outros nomes originários de acrônimos, por um processo chamado Notarikon.Escrevi sobre esse assuntoem meu livro “O Tarô dos 72 Nomes Sagrados da Cabala”, cujo lançamento está previsto para breve e cuja venda será disponibilizada neste site oportunamente. Aqui, entretanto, tocarei apenas do Nome de 42 Letras.

 

O Nome de 42 Letras está abaixo transcrito e a meditação sobre cada seqüência de seis letras (dois pares de três letras) tem uma finalidade específica. Já a meditação sobre o conjunto, como um todo, tem o objetivo de atrair as forças primordiais da Criação, conforme o já mencionado. A meditação sobre cada seqüência de letras permite que sejamos envolvidos e enlevados pelas vibrações por ela emanada, trazendo para nosso ser uma harmonização com sua essência vibracional: 
 
 

 


Linha a (oriunda do primeiro verso): meditação para desmaterializar a ilusão, remover a influência do materialismo e nos conectar com a árvore da vida;
Linha b (oriunda do segundo verso): meditação para frear os impulsos reativos, para combater o Mal, para eliminar pensamentos negativos e para fechar as portas para Satan*;
Linha c (oriunda do terceiro verso): meditação para a prosperidade e para abrir os canais para o sustento (primeiras três letras, da direita para a esquerda). Para recuperar a energia perdida para o lado negro** e para eliminar o ódio sem motivo conhecido ou aparente (quarta, quinta e sexta letras);
Linha d (oriunda do quarto verso): meditação para alcançar a perseverança e força para continuar seu caminho, mesmo perante a adversidade;
Linha e (oriunda do quinto verso): meditação para desenvolver a clarividência, o sexto sentido e para conseguir enxergar a causa além do efeito. Também para adquirir a capacidade de vivenciar o aqui/agora;
Linha f (oriunda do sexto verso): meditação para que a espiritualidade se espalhe pelo mundo e para que as pessoas se tornem cada vez mais conscientes das forças superiores. Também para a revelação da Cabala;
Linha g (oriunda do sétimo verso): meditação para trazer energia de renovação e entusiasmo para nossas vidas.
 
 
* não se assuste, mas o nome Satan está mesmo na segunda seqüência de três letras da linha b (da direita para a esquerda). Mas essa menção serve apenas para “fechar as portas” para ele;
 
 
 
** o lado negro é estudado pela Cabala Draconiana que é muito profunda e extensa. Por agora, basta falar em algo como “o Lado Negro da Força”. Aliás, o próprio nome Anakin, do personagem Darth Vader, vem do estudo do “outro lado” e serve para classificar uma ordem de entidades revolucionárias (os Anakim).

 

 

O método básico de meditação sobre as seqüências de letras é o seguinte: num lugar calmo, tranqüilo e seguro (você não vai querer ser interrompido durante suas meditações) você deve se sentar calmante com as seqüências de seis letras, três a três – ou a oração completa, em hebraico -  à sua frente. Deve fazer, então, uma série de inspirações profundas, para acalmar sua mente e tranqüilizar seu corpo. Então, deve passar a se concentrar na série de letras escolhidas, passando o olhar sobre ela, da direita para a esquerda, sem pressa e passivamente. Em seguida, deve imaginar que cada letra, e depois a seqüência delas, começa a se iluminar e vibrar e mitindo uma luz branca meio “elétrica” e que essa luz emanada pelas letras entra por suas narinas e percorre todo seu corpo. Depois, passe a sentir que uma vibração muito positiva percorre seus todos seus órgãos internos e todas as suas células. Permaneça nessa condição por alguns minutos. Quando sentir que conseguiu perfeita harmonia com as vibrações emanadas pelas letras sagradas, pode, então, encerrar sua meditação, agradecendo às forças superiores que o acompanharam nesse trabalho. Você pode repetir essa meditação quando e sempre que quiser.

 

Esse procedimento é suficiente para que você possa usufruir do conhecimento que você adquiriu agora, mas um método mais detalhado e completo será descrito em meu livro “O Tarô dos 72 Nomes Sagrados da Cabala”, sobre o qual já falei.

 

Outra maneira de usufruir da oração é ler em voz relativamente alta a transliteração acima escrita, como se estivesse falando em hebráico e, em seguida, ler também a tradução, diante de seu altar, sanctum ou local de estudos. É interessante repetir esse procedimento por quatro vezes seguidas, para evocar os quatro níveis da criação segundo a tradição cabalística. A explicação sobre esses quatro níveis também poderá ser encontrada em meu livro.

Importante: não esqueça que ao ler Ana Bekoach em voz alta, o último parágrafo deve ser sussurrado, como já mencionado acima.

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