sábado, 26 de dezembro de 2015

(referente a Parashá Vayechi)

 
 Yaacov abençoa seus doze filhos (referente a Parashá Vayechi)

Yaacov reuniu todos os doze filhos a fim de dar-lhes a bênção de despedida. Rezou para que D'us ouvisse as orações de seus filhos em tempos de necessidade. Então profetizou: "Vocês serão reunidos na época da redenção do Egito, e sairão de lá eretos e de cabeça erguida. Purifiquem-se, para que minhas bênçãos tenham efeito! Permaneçam juntos e unidos, então serão merecedores da definitiva redenção, através de Mashiach!"

Quando todos os filhos estavam ao redor do leito paterno, ele anunciou-lhes: "Agora revelarei um
segredo a vocês. Contarei quando Mashiach virá ao final do exílio."

Mas quando Yaacov quis continuar falando, não pôde. D'us não lhe permitiu, porque não queria que os judeus soubessem a data da chegada de Mashiach.

Yaacov ficou preocupado. "Por que D'us tirou de mim a profecia, para que eu não pudesse falar
mais?" - pensou ele. Talvez seja porque um de meus filhos não seja um tsadic?! Talvez um ou alguns deles adorem ídolos, como seu antepassado ou seu avô Lavan fez?"

Yaacov perguntou aos filhos: "Vocês servem apenas a D'us?"

Todos responderam juntos: "Shemá Yisrael Hashem Elokênu Hashem Echad - Ouve, ó Israel (Yaacov), D’us é nosso Senhor, D’us é um!"

Yaacov inclinou-se para agradecer D'us e respondeu em voz baixa: "Baruch Shem Kevod Malchutô
Leolam Vaed -
Bendito seja o nome da glória de Seu reino para toda a eternidade -Louvado seja D'us! Meus filhos são todos tsadikim que servem a Ele!" Então Yaacov abençoou seus doze filhos: repreendeu os que mereciam repreensão, mas não na presença dos outros, para que não se envergonhassem. Os elogios e as bênçãos foram ditos na presença de todos, pois Yaacov desejava alegrar seus corações.

Suas palavras foram proféticas. Quase todas já se cumprido, e algumas tornar-se-ão verdadeiras na era de Mashiach.

A bênção de Reuven

A Reuven, Yaacov disse:

"Reuven, você é meu primogênito. É um primogênito muito especial, que merece ser louvado!
Diferente da maioria dos primogênitos, que são ladrões e assaltantes. Essav estava preparado para trazer animais a seu pai, mesmo que tivesse que roubá-los; mas você foi zeloso em não tocar no que não te pertence. Quando saiu ao campo, na época da colheita, certificou-se em trazer para sua mãe apenas flores silvestres, sem dono.

"A maioria dos primogênitos odeia os irmãos: Cáyin odiava Hêvel, Yishmael odiava Yitschac, Essav odiava Yaacov. Mas você foi bondoso, dizendo a seus irmãos que não derramem o sangue de Yossef.
Normalmente o primogênito da família está encarregado do serviço de D'us, merece honras, e recebe uma porção dupla dos pertences do pai. "Porém você, Reuven, não receberá nada disso, porque pecou. Agiu de maneira muito precipitada, como um rio de corredeira. Devido à tua pressa, explodindo de raiva como água que se apressa em seu curso, você não será elevado a nenhuma dessas posições superiores. Desde quando demonstrou zelo por tua mãe, e desarrumou ambos os leitos, o de teu pai e o da Divindade. (Yaacov refere-se aqui ao episódio ocorrido na parashá de Vayishlach, quando Reuven interferiu nos arranjos matrimoniais de seu pai).

"Por isso, os cohanim, que realizam o serviço de D'us, não virão de sua tribo (mas de Levi), e os reis não descenderão de você (mas de Yehudá) e você não receberá duas porções como um primogênito. (Em vez disso, os filhos de Yossef tornaram-se duas tribos.)

"Não cometa mais pecados no futuro, e então D'us o perdoará!"

A bênção de Shimon e Levi

A Shimon e Levi, Yaacov disse:

"Vocês dois, Shimon e Levi são irmãos (agiram como irmãos em relação a Dina, mas não a Yossef). Vocês têm personalidades semelhantes, e gostam de fazer as coisas juntos. Ambos destruíram Shechem, e ambos quiseram matar Yossef.

"Mas prestem atenção: Vocês geralmente ficam furiosos e exaltados, e por isso cometem erros. Suas armas são roubadas de Essav, pois ingressaram numa profissão que não era deles, quando aniquilaram o povo de Shechem. A arte bélica e o uso de espadas é próprio de Essav, não de nossa família.

"Além disso, o povo judeu luta de maneira diferente que os não-judeus; nossas principais armas são nosso estudo de Torá e preces.

"Será muito perigoso se as tribos de Shimon e Levi permanecerem juntas; portanto, eu as separarei uma da outra quando se estabelecerem em Êrets Yisrael. A terra de Shimon será bem no meio da terra de Yehudá, e a tribo de Levi será dispersa por toda Êrets Yisrael, em quarenta e oito cidades diferentes."

(No futuro, a maioria dos pobres, escribas e professores descenderiam da tribo de Shimon. Assim, a profecia de Yaacov que esta tribo se manteria dispersa seria realizada desta maneira: estes indivíduos seriam obrigados a perambular para angariar tsedacá ou para procurar o seu sustento. Também a tribo de Levi estará dispersa, em conseqüência de terem que viajar para coletar seus proventos de outros. Mas pelo menos para a tribo de Levi esta dispersão se concretizou de maneira mais honrosa: viajavam para coletar os dízimo e presentes, que lhe eram devidos.)

Quando as outras tribos ouviram as severas palavras de Yaacov, começaram a retirar-se uma a uma, esperando um sermão similar. Mas Yaacov chamou Yehudá e elogiou-o.

"Yehudá, você agiu corretamente, admitindo sua culpa no caso de Tamar."

A bênção de Yehudá

Yaacov abençoou Yehudá:

"Yehudá, todos seus irmãos admitem que você é o rei e líder entre eles. A nação inteira portará teu nome. Não serão chamados de Reuvenim ou Shimonim, mas de Yehudim - judeus!

"A princípio, será comparado a um jovem leão, porém mais tarde será comparado a um grande e poderoso leão, de quem todos sentem medo."

Yaacov comparou Yehudá primeiro a um leão pequeno e jovem, e depois a um leão adulto. Yaacov previu que a tribo de Yehudá ficaria cada vez mais forte, como um filhote de leão que se desenvolve até ficar adulto. A tribo de Yehudá começaria a se fortalecer durante os quarenta anos no deserto. O estandarte de Yehudá viajava na frente de todas as outras. E mais, quando os judeus chegassem a Êrets Yisrael, Yehuda seria o primeiro a lutar contra os canaanitas. O primeiro juiz, Otniel ben Kenaz, viria também da tribo de Yehudá. Mas tudo isso era apenas o começo da força de Yehudá.
Yehudá finalmente seria como "um jovem leão" na época de David, o poderoso rei, que sobrepujaria seus inimigos com a coragem e força de um leão.

Tanto o "jovem leão" como o "leão adulto" podem ser interpretados como descrições do próprio Rei David. No início, David seria apenas um general e ainda não muito poderoso, como um "jovem leão." Mais tarde seria coroado rei e tornar-se-ia poderoso como um grande leão.

Yaacov continuou a abençoar Yehuda: "De você, Yehuda, descenderão os líderes ao povo judeu até a época de Mashiach, chamado de Shilô. Mashiach também será descendente de Yehudá.

As colinas de Yehudá em Êrets Yisrael ficarão tão repletas de vinhas com uvas vermelhas que as colinas parecerão rubras, e seus campos parecerão brancos por causa do cereal abundante e das inúmeras ovelhas."

A bênção de Zevulun

Yaacov abençoou Zevulun:

"Quando Êrets Yisrael for dividida entre as tribos, você receberá uma porção ao longo da costa. Viajará em navios cruzando os mares para negociar com as outras nações."

A tribo de Zevulun fez um acordo com a tribo de Yissachar: os homens de Zevulun viajariam a negócios, enquanto que os membros de Yissachar estudariam Torá o dia inteiro. Os mercadores de Zevulun dividiriam seus ganhos com os estudiosos de Torá de Yissachar. Em troca, D'us daria uma parte da recompensa do aprendizado de Torá de Yissachar para Zevulun.

Uma história: A recompensa por fazer caridade


Nos tempos antigos, viajar pelo oceano era muito perigoso. Muitos navios afundavam.
Um judeu que costumava fazer muita caridade certa vez viajou de navio.

Rabi Akiva estava caminhando pela praia quando viu o homem embarcar no navio. Quando Rabi Akiva olhou para o oceano uma terrível tempestade estava se formando. Logo o navio não poderia mais enfrentar as fortes ondas. A água começou a inundar o convés, e muito lentamente, o navio começou a afundar, até que finalmente desapareceu dentro da água.

"Que pena que este maravilhoso judeu tenha se afogado!" - pensou Rabi Akiva. "Irei aos rabinos do Beit Din e informá-los-ei de que este homem está morto. Então permitirão que sua esposa se case com outra pessoa."

Quando Rabi Akiva entrou no edifício onde os sábios do Tribunal Rabínico costumavam se reunir, outro homem também entrou. Rabi Akiva não pôde acreditar em seus próprios olhos. O homem se parecia exatamente com aquele que havia visto embarcar no navio que acabara de afundar!
"Desculpe-me," Rabi Akiva disse surpreso, "mas não vi o senhor a bordo daquele navio que acabou de naufragar?"

"Sim," disse o homem.

"Como foi então que se salvou do afogamento naquele mar terrível e furioso?" - perguntou Rabi Akiva.
"Foi o fato de doar dinheiro para caridade que me salvou," replicou o homem.

"Como sabe disso?" - inquiriu Rabi Akiva.

"Quando eu já estava no fundo da água," disse o homem, "ouvi o anjo do mar chamando: 'Rápido, ajude-nos a levar este homem para cima! Ele deu dinheiro para caridade durante toda a vida!' Senti-me sendo levantado e empurrado para a terra seca."

"Que maravilha!" - exclamou Rabi Akiva. "Que maravilhosa demonstração de como a caridade salva uma pessoa da morte!"

Um dos melhores tipos de caridade é sustentar estudiosos da Torá sem recursos. Ao oferecer-lhes dinheiro, permitimos que continuem seus estudos. Assim fazendo, ganhamos também um quinhão em seu aprendizado de Torá.

A bênção de Yissachar

Yaacov abençoou Yissachar.

"Yissachar é comparado a um jumento ossudo que carrega o fardo colocado às suas costas pelo amo. Assim também, os membros de Yissachar aceitam as provações e fardos para estudarem diligentemente a Torá. Muitos deles tornar-se-ão membros do Supremo Tribunal, e decidirão as questões da Lei Judaica."

(Por que Yissachar é comparado a um burro? Acaso os elogios a Yissachar não se destacariam ainda mais se Yaacov o tivesse descrito como leão ou pantera, em vez de burro? A resposta é que o caráter do burro difere do dos outros animais. O burro não se rebela contra seu dono quando este impõe-lhe uma carga, mas suporta-a pacientemente. A mesma característica é verdadeira para Yissachar. Ele aceita de boa vontade o jugo da Torá. Como o burro não se importa com seu próprio prestígio, mas com a honra de seu dono, assim também Yissachar, o estudante da Torá, desconsidera sua própria honra, e vive para glorificar o Nome de D'us.)

"Ao contrário de Zevulun, os membros de Yissachar não viajaram ao exterior para negociar. Ficaram sentados na quietude de suas casas de estudo, a fim de adquirir um conhecimento vasto e profundo da Torá. Saberão então como ensinar e orientar outros judeus. Como as costelas do burro são salientes e claramente visíveis, assim é a Torá de Yissachar, de magna clareza.

Como o burro, que não tem estábulo, mas deita-se para dormir entre as fronteiras de qualquer cidade aonde carregue mercadorias, assim é Yissachar, preparado para sacrificar as comodidades da vida em prol do seu estudo.

"A terra de Yissachar em Êrets Yisrael será abençoada e produtiva. Os membros de Yissachar não precisarão passar muito tempo trabalhando a terra. Ao contrário, poderão ocupar-se com o estudo de Torá, sem ter que investir muito tempo nos negócios."

Os frutos da porção de Yissachar eram tão gigantescos que quando eram vendidos à outras nações, estas ficavam perplexas com seu tamanho. Os judeus lhes diziam: "Vocês se surpreendem com esses frutos? Se vissem seus donos, que estudam Torá dia e noite sem parar, então entenderiam! D'us deu-lhes enormes frutos, proporcionais aos tremendos esforços que investem no estudo da Torá!"

Em conseqüência, muitos não-judeus se converteram ao judaísmo.
A bênção de Dan
Yaacov abençoou Dan:

"Dan é comparável a uma serpente, de duas formas:

1 - Quando os judeus viajarem pelo deserto, a tribo de Dan viajará atrás de todas as outras tribos. Como cobras, os homens de Dan lutarão contra os inimigos atacando-os pela retaguarda.

2 - Yaacov comparou o juiz Shimshon, em particular, a uma cobra. Yaacov previu: "O forte e poderoso Shimshon ficará de tocaia ao lado da estrada, e então saltará subitamente e atacará os inimigos dos judeus, os pelishtim. Matará os soldados mais fortes entre os pelishtim, mesmo os que tem cavalos.

Yaacov visualizou também a queda e morte de Shimshon. Por isso, exclamou: "Lishuatechá kivíti D'us - ainda teremos que esperar pelo redentor final para trazer-nos a salvação definitiva!"
Por que Yaacov comparou Yehuda a um leão e Dan a uma cobra?

O leão e a cobra têm métodos de luta diferentes. O leão é o mais forte de todos os animais, e nada teme. Por isso, ataca e luta abertamente. A serpente, porém, fica na espreita enquanto aguarda. Ataca de repente, furtivamente, para derrubar sua vítima. Yaacov previu: "A tribo de Yehuda lutará como um leão - em campo aberto. A tribo de Dan, porém - especialmente Shimshon, o juiz oriundo da tribo de Dan, usará os métodos da serpente; seus membros atacarão os inimigos de surpresa e os dominará fazendo movimentos falsos e inesperados."

A bênção de Gad

Yaacov abençoou Gad:

"Os homens de Gad serão fortes heróis de guerra. Marcharão na frente quando os judeus conquistarem Êrets Yisrael na época de Yehoshua. Depois, os homens de Gad retornarão em paz para sua própria terra, na margem leste do Jordão, e nenhum deles faltará. Será perigoso para eles ali viverem, porque estão cercados de inimigos. Porém, derrotarão os adversários e os perseguirão de volta até seus países, e lá, se apropriarão dos despojos."

A bênção de Asher

Yaacov abençoou Asher:

"A terra de Asher produzirá ricos frutos. Muitas oliveiras crescerão na porção de Asher em Êrets Yisrael, fazendo o azeite fluir do solo como água. Judeus de todas as partes virão até ele para comprar azeite de oliva. Asher suprirá óleo para o serviço do Bet Hamicdash."

A bênção de Naftali

Yaacov abençoou Naftali:

"Naftali é comparado a uma gazela."

Havia duas razões para Yaacov comparar Naftali a uma gazela:

1 - Assim como a gazela corre rápido, assim os frutos na parte de Êrets Yisrael pertencente a Naftali amadurecerão mais rapidamente que em qualquer outro lugar. O povo de Naftali será o primeiro a fazer a bênção "Shehecheyánu" sobre uma nova fruta.

2 - O próprio Naftali, e mais tarde muitas pessoas de sua tribo, serão ligeiros e rápidos como a gazela. Quando os judeus precisarem de um mensageiro ágil para levar as notícias a qualquer lugar, enviarão um homem de Naftali.

A bênção de Yossef

Yaacov abençoou Yossef:

"Yossef é um filho gracioso, um filho que encontra graça aos olhos de quem o vê."

Yossef mereceu esta bênção relacionada com o olhar, por ter protegido sua mãe do olhar de Essav. Na parashá de Vayishlach, quando Essav veio ao encontro de Yaacov, Yossef pensou: "Talvez este perverso fixe seus olhos em minha mãe e a cobiçará". Então, resolveu posicionar-se em frente dela, aumentando sua estatura para encobri-la. Por isso, foi abençoado por Yaacov: "Você Yossef  cresceu para bloquear a visão de Essav, portanto merecerá grandeza"

Yaacov, continuou exclamando:" Moças, ficaram de pé para vê-lo sobre os muros do Egito, atirando-lhe jóias".

As palavras de Yaacov referem-se ao episódio ocorrido quando Yossef tornou-se vice-rei. Foi conduzido pelo Egito inteiro, e todas as mulheres egípcias, até as nobres, subiram ao topo dos telhados, atirando suas jóias sobre Yossef, a fim de atrair sua atenção. Contudo, ele não deu sequer uma olhada.

"Yossef foi amargurado, odiado mas permaneceu firme (resistindo à esposa de Potifar). Controlou-se e não pecou. Portanto, mereceu ornamentos de ouro em seus braços (dados por Faraó). Conseguiu resistir ao pecado, pois teve uma visão de seu pai Yaacov.

"Por isso, D'us te abençoará, dando-lhe uma região abençoada com o orvalho dos céus e água da terra num local privilegiado.

"Bendita é a mãe cujos seios amamentaram um filho tão grande, e o útero que deu à luz um filho tão sábio!"

(Yaacov amava tanto Rachel que mesmo abençoando Yossef, seu filho, mostrava preferência por Rachel,
atribuindo ao seu filho qualidades dela. Reconhecia que a virtude de Yossef era resultado de ter nascido de Rachel, a tsadeket.)
"Sejam as mulheres da tribo abençoadas para que não percam seus bebês, e para que não lhes falte leite para alimentá-los".

"Você, Yossef, será abençoado com bênçãos ainda maiores que aquelas que meus pais Avraham e Yitschac me concederam: a bênção sem limites, englobando o mundo inteiro. Que todas minhas bênçãos se tornem realidade para você, Yossef, que tornou-se um governante no Egito e mesmo assim não se descuidou da honra de seus irmãos."

A bênção de Binyamin

Yaacov abençoou Binyamin:

"A tribo de Binyamin será forte como um lobo que despedaça sua presa. O Beit Hamicdash será construído na porção de Binyamin em Êrets Yisrael, e ali D'us deixará Sua Divindade repousar."
Quando o rei Salomão estava prestes a construir o Bet Hamicdash, as tribos começaram a brigar entre si. Cada uma dizia: "O Bet Hamicdash deve ser construído na minha porção." D'us exclamou: "Tribos, todas vocês são tsadikim! Contudo, são todas sócias na venda de Yossef; com exceção de Binyamin, que não participou. Portanto, desejo habitar nessa porção."

Por que Yaacov comparou a força de Yehuda àquela de um leão e a força de Binyamin à de um lobo?

Depois que um lobo despedaça um animal, não permanece no lugar, mas abocanha alguma carne e foge correndo. Um leão, porém, não tem medo de ficar perto do animal abatido e banquetear-se com ele. Binyamin foi comparado a um leão porque o rei da tribo de Binyamin, Shaul, governou apenas por um curto período de tempo. Yehuda, porém, foi comparado a um leão porque o reino de David perdurou por muitos anos, e então o governo foi transmitido para sempre aos filhos de David.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Um dos segredos da Cabalá,


                                                       

Querido chaver, vou lhe contar um dos segredos da Cabalá, que nossos sábios na Andaluzia (Sefaradi) conheciam e que nós não conhecemos por causa da Inquisição... Os romanos compilaram o novo testamento a partir da mitologia e sabedoria egípcia que cultuava a sagrada família de 'deuses' que marcou a história da humanidade até os dias atuais. Osíres proclamou matrimônio com Isis e dessa relação nasceu Hórus. Seus primeiros e principais sacerdotes no Egito foram o faraó Kha e seu chefe da guarda, o homem mais rico da época, que conhecemos como Potifar. Cada um desses personagem possui uma extensa e intrigante biografia, sendo impossível descrever tudo em poucas linhas. Mas nessa sagrada família egípcia está a gênesis de toda mitologia cristã. Osíres e Isis representam Yossef bar Israel e sua esposa Azinet bat Dinah bat Israel, que fora adotada como filha e única herdeira de Potifar. Hórus é o sincretismo de seus descendentes que governou o Egito por várias dinastias, conhecido como o deus Sol. Todos esses personagens eram idolatrados como deuses, pois era assim que funcionava por lá, e em muitos outros lugares, onde os governantes só eram respeitados, obedecidos e temidos se fossem tidos como deuses, ou representante de algum deus. E não foi diferente com o nosso Yosef, o filho de deus, homem sem mácula e sem pecado, enviado para salvação de todo o mundo conhecido na época, pois todos iriam morrer de fome por causa da grande seca que durou sete anos. Nem mesmo nossos antepassados, Jacó e seus filhos, os patriarcas das tribos de Israel iriam sobreviver. Se eles morressem naquela seca, nós não existiríamos, pois somos seus descendentes. Com isso podemos dizer que José foi nosso salvador. Jesus de Nazaré é o sincretismo de José do Egito. De modo geral a lenda de Jesus remete a história de José misturada com as lendas em torno de Hórus, o deus Sol. A adoração às figuras femininas remetem às nossas matriarcas, reconhecidas como as mães dos deuses, Sarah, Rivka, Lia, Rachel, Dinah, todas adoradas a partir de Azinet, a própria Isis, a mulher mais poderosa do Egito. Resumindo, a idolatria a esses seres é coisa do Egito. Mas Hashem nos adivertiu a respeitar o Egito pois de lá saímos. Sabendo disso, nossos antepassados hispânicos conviveram pacificamente com cristãos, muçulmanos e ciganos por muitos séculos, pois havia o respeito e compreensão entre todos. Isso só foi interrompido com a Inquisição. A história e a arqueologia é repleta de provas desses fatos. Uma dessas provas, encontrada recentemente, é uma moeda de Ezequias, rei de Judá, onde aparece o Sol com asas, simbolo de Hórus, e o Ankh, a cruz do Nilo, simbolo do faraó Kha, usado até hoje pela igreja católica.
 Kul tov!

sábado, 19 de dezembro de 2015

Judaísmo escondido

Judaísmo escondido
17/06/15 Posted by Coisas Judaicas






    Judaísmo escondido      Judaísmo Escondido 


1 - Nem todos os sobrenomes de origem animal e/ou botânica são de origem Judaica.  Alguns, porém tem essa procedência sem dúvida.
  2 - O Nordeste Brasileiro foi sim colonizado por Judeus.  A ilha de Itamaracá na costa Pernambucana foi a primeira colonização Judaica do país. Conhecem a música de roda:  "Essa ciranda quem me deu foi Lia que mora na ilha de Itamaracá?"  Essa música é uma referência a uma das matriarcas do Judaísmo Leah, e a dança ciranda é uma paródia da Hora dança hebraica que, pasmem, é igualzinha a ciranda...
3 - Em seguida envio um texto muito interessante com alguns fatos pitorescos remanescentes a cultura Judaica que o Brasil incorporou em seu dia-a-dia.   Existem mais de 10 milhões de brasileiros que podem ser considerados descendentes de Judeus.  Sua grande maioria está no Norte e Nordeste além de Minas Gerais.

4 - Sugiro como leitura e fonte de referência a historiadora da USP Anita Novinski que é uma expert mundial nos Anusim (aqueles que foram convertidos
 a força) no Brasil.

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A ERA DOS DESCOBRIMENTOS

 Apenas três anos antes do descobrimento do Brasil o número de judeus em Portugal ultrapassava a casa dos 10% da população. Cem mil judeus expulsos da Espanha em 1492 tinham procurado refúgio no país vizinho, pela própria proximidade geográfica, vindo se somar à já existente e próspera coletividade israelita do país. Portugal, à época, tinha uma população estimada em um milhão de habitantes. Por volta de 1496, quatro anos após a chegada dessa numerosa e qualificada leva migratória à terrinha, D. Manuel, o Venturoso, tido como "muy amigo" dos judeus, pediu a mão da filha dos Reis de Espanha, Isabel e Fernando, cujos nomes provocam, até hoje, arrepios em muitos sefaradis. A princesa, que não era esbelta nem esperta, foi buscar orientação com seu confessor, o temível Torquemada, que proibiu terminantemente sua entrada em solo português enquanto existissem judeus no país. D. Manuel estava em uma sinuca de bico.
Por um lado, precisava dos judeus, alfabetizados, cultos, poliglotas, em cujo seio era possível encontrar médicos, astrônomos, tradutores e artesãos experientes no manejo do couro e dos metais, em uma época em que Portugal se lançava aos grandes descobrimentos marítimos e precisava dessa mão de obra altamente  qualificada. 


Por outro, o soberano português temia, com justa razão, a presença ao seu lado de uma Espanha militarizada e agressiva que acabara de conquistar a Andaluzia aos árabes e expulsar os judeus do país. Espanha essa que possuía população e território muitas vezes superior ao de Portugal, um pequeno país espremido entre o mar e seu nada amistoso vizinho. 

 
BATISMO EM PÉ

Com esse casamento, D. Manuel esperava matar dois coelhos de uma só vez. Além de constituir família e garantir a continuidade da sua dinastia, afastava, pelo menos momentaneamente, a ameaça de uma anexação de Portugal pela Espanha. Todavia, como resolver a delicada questão dos judeus, de que ele tanto precisava? No domingo de Ramos de 1497 D. Manuel convidou os israelitas da capital portuguesa para um grande encontro na Praça do Comércio, bem em frente ao Tejo, com a promessa de que embarcariam em navios que os levariam à Terra Santa, sonho da imensa maioria dos judeus ibéricos. Ao mesmo tempo, em segredo, convocou o maior número possível de padres, a quem foi distribuída uma grande quantidade da assim chamada água benta, no episódio conhecido como "batismo em pé".
Enquanto os religiosos católicos aspergiam a água dita santa sobre a multidão que se acotovelava no cais, D. Manuel, feliz da vida, enviava seu emissário à corte espanhola para avisar que não havia mais judeus em Portugal, só cristãos. E os judeus, olhos fixos no horizonte, "ficaram a ver navios", pois além de ludibriados com a falsa promessa da viagem à Terra Prometida, ainda tinham sido convertidos, contra a vontade, em cristãos. Cristãos de segunda classe, diga-se de passagem, pois estavam proibidos de ocupar cargos no governo, no clero e na oficialidade militar.

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Esse lamentável episódio se, por um lado, evidenciou uma atitude de total desrespeito à liberdade religiosa em relação a uma parcela ponderável da população, por outro serviu para deixar uma marca indelével e inequívoca da presença judaica na formação do inconsciente coletivo de portugueses e brasileiros, o que pode ser constatado ao se analisar certos hábitos, muitos provérbios e até mesmo algumas estranhas superstições que se incorporaram à nossa maneira de ser. 


A própria expressão "ficar a ver navios", para citar um exemplo, acabou sendo agregada ao vocabulário popular, servindo para designar uma situação de promessa não cumprida, de enganação, de desejo frustrado. Teria sido esse "ficar a ver navios" a única evidência da presença judaica no dia-a-dia da população luso-brasileira, de suposta maioria cristã? 


Claro que não e o objetivo deste artigo é exatamente o de utilizar artifícios freudianos para resgatar, dos profundos e nebulosos meandros do inconsciente para o estado de consciência plena, uma série de fatos que evidenciam, de forma cabal e inequívoca, a forte presença judaica nos hábitos da população brasileira.

"PÃO-DURISMO MINEIRO": MITO OU REALIDADE?

Os judeus participaram de todos os ciclos da economia brasileira, inclusive o do ouro e pedras preciosas das Minas Gerais. Obrigados a se manter no anonimato, para não serem denunciados à Inquisição e ao mesmo tempo preocupados em seguir as regras dietéticas da kashrut (1), desenvolveram um mobiliário que permitia agradar a gregos e troianos, que é a famosa "mesa com gavetas" dos mineiros. Em que consistia? 


Muito simples: as mesas das cozinhas e copas onde eram realizadas as refeições dispunham de gavetas estrategicamente dispostas no lugar onde os comensais deveriam sentar. A cada refeição, eram preparados dois pratos para cada pessoa. Um, taref (2), para inglês ver, no caso de chegar alguma visita inesperada, composto pelos alimentos habituais da cozinha mineira, como lingüiça, torresmo, leitão e outros quitutes que, além de seu elevado teor calórico, eram proibidos aos judeus. 


O outro prato continha os alimentos preparados segundo a tradição judaica de não misturar carne com leite e derivados, de evitar a ingestão de crustáceos e peixes sem escamas e uma série de outras recomendações, especialmente a de não consumir carne ou gordura de porco. 


E era um tal de bota e tira os pratos nas tais gavetas a cada aproximação de um estranho que o zé povinho acabou forjando a lenda de que os mineiros eram pão-duros, pois preparavam dois tipos de comida. Uma, de melhor qualidade e sabor, para o pessoal da casa e outra, mais simples, para o caso de chegar uma visita inesperada.

 
FESTIVAL DA ALHEIRA

Quem freqüenta, no Rio, as sinagogas Shel Guemilut ou ARI, já teve a oportunidade de passar pela frente de um tradicional restaurante português localizado nas proximidades. Esse estabelecimento costuma realizar, todos os anos, um "Festival da Alheira", ansiosamente aguardado pelos apreciadores da boa mesa. 



Mas afinal, o que vem a ser a alheira? Uma das evidências para um judeu ser denunciado à Inquisição era o fato de não comer carne suína, especialmente os embutidos com ela preparados, como o presunto, os salames e as lingüiças. Uma casa portuguesa genuinamente cristã deveria exibir, penduradas e à vista de todos, fieiras de embutido s de porco preparados com essa carne considerada impura pelas leis dietéticas judaicas.

Os israelitas portugueses, especialmente das regiões da Beira Alta e Trás os Montes, logo se deram conta do risco que corriam ao não exibir essa tradicional - e proibida - iguaria no entorno de suas casas. Criaram uma falsa lingüiça que, ao invés do porco utilizava carne de gado. No lugar do toucinho, de cor branca, colocavam nacos de pão e, para mascarar o cheiro, folhas de um arbusto da região de nome alheira que possuía um forte odor, semelhante ao do alho. 


Além de afastada a razão para uma possível denúncia, estava criado um novo e delicioso prato, que até hoje faz a festa em muitas casas e estabelecimentos especializados em culinária regional portuguesa. Mas atenção, antes de pedir uma alheira em um restaurante de comida portuguesa, bata um papo com o maitre a respeito do seu conteúdo, pois muitos fabricantes do produto, desinformados sobre a origem e o valor histórico da iguaria, acabaram substituindo a carne bovina por... adivinhe... nada mais nada menos do que... porco.

PASSAR A MÃO NA CABEÇA

Quem já não ouviu ou pronunciou a expressão "passar a mão na cabeça", que significa proteger ou mesmo fazer vista grossa para um determinado fato? Se o leitor suspeita que essa frase esteja relacionada ao ato judaico de abençoar alguém colocando as duas mãos sobre sua cabeça ao mesmo tempo em que se pronuncia uma breve oração em hebraico, está redondamente acertado. É mais uma prova da influência judaica na cultura popular brasileira.

VESTIR A CARAPUÇA


É uma expressão com origem trágica, pois remonta ao obscuro período da Inquisição em que os condenados eram obrigados a vestir trajes ridículos ao comparecer aos julgamentos e Autos de Fé. Além do sambenito, túnica com o formato de um poncho, precisavam colocar sobre a cabeça um longo e pontiagudo chapéu, conhecido como carapuça. A frase "vestir a carapuça" acabou sendo incorporada ao português escrito e falado com o sentido de "assumir a culpa".

NÃO APONTAR PARA AS ESTRELAS


Apontar para uma estrela, segundo o conceito popular, poderia causar o surgimento de uma verruga na extremidade do dedo infrator. Qual a origem dessa crendice? É fácil de entender. O calendário judaico é regido pela lua e o despontar da primeira estrela marca o início de um novo dia, especialmente se esse dia for o Shabat (3). 


Antes da expulsão da Espanha de 1492 e da conversão forçada de Portugal de 1497 era comum que as crianças judias, ao entardecer das sextas-feiras, ficassem procurando no firmamento o brilho da primeira estrela, indicativa da chegada de um dia muito especial. Era a Estrela D'Alva, também conhecida como Vésper, mas que, na realidade, não é exatamente uma estrela, mas sim o Planeta Vênus, que por brilhar com mais intensidade se destaca dos outros corpos celestes. Quem apontasse primeiro provavelmente ganharia a admiração dos mais velhos e, quem sabe até, algum presente. 


De uma hora para outra esse gesto simples passou a ser denunciador da condição judaica e a primeira coisa que as precavidas mamães fizeram foi assustar seus filhos com a possibilidade do surgimento de uma baita verruga na ponta do dedo. 


A Inquisição, felizmente, já acabou há bastante tempo, mas a crendice ainda persiste em muitas regiões desse imenso país. Por isso, não se preocupe quando vir uma criança ou adulto apontando para o céu. Mesmo porque já se sabe que as verrugas são causadas por vírus e os dermatologistas dispõem de eficazes tratamentos para erradicá-las.

OFERECER A BEBIDA AO SANTO


É comum em muitos bares e botequins de norte a sul do Brasil despejar no chão o primeiro gole de aguardente, em sinal de respeito "ao santo".Qual o santo? Nada mais nada menos do que o nosso conhecido Eliyahu Hanavi (4), o Profeta Elias da tradição judaica. Nas mesas do Seder (5) de Pessach (6) é costume reservar um lugar para o Profeta, colocando-se um prato, talheres e um cálice com o delicioso vinho adocicado especialmente preparado para a ocasião. Ninguém toca nesse cálice, reservado para Elias.

Diz-se que, a cada ano, ele faz uma visita a todos os lares judaicos durante o Pessach e não ficaria bem encontrar seu cálice sem o precioso líquido. Com as perseguições aos judeus, começou a ficar perigoso mencionar o nome de Elias, que passou a ser chamado de "santo". De profeta para santo e de vinho para pinga foi um pulo.

COVA DE SETE PALMOS DE FUNDURA


O grande escritor e poeta João Cabral de Melo Neto imortalizou nos versos de "Morte e Vida Severina" a estrofe que fala de uma cova com sete palmos de fundura. É uma tradição 100% nordestina envolver as pessoas falecidas em uma mortalha de linho, sepultando-a em cova preparada em terra virgem com a profundidade de sete palmos. 


Também fazia parte da tradição judaica ibérica, por ocasião da morte de um ente querido, ao invés de sepultá-lo em um caixão, revestir seu corpo em uma mortalha confeccionada com algodão ou linho e enterrá-lo em uma cova escavada igualmente em terra virgem e com os mesmíssimos sete palmos de profundidade. Os homens costumavam ser sepultados envoltos no seu talit (7), manto com franjas utilizado durante as cerimônias> religiosas. Coincidência? Nada disso. 

 ACENDER VELAS PARA AS ALMAS


A cerimônia doméstica do Shabat tem início logo após a dona da casa ter acendido as duas velas do candelabro ritual e pronunciado a benção própria para a ocasião. Quando isso acontece? Um pouco antes do pôr do sol das sextas-feiras. 


Como driblar os olheiros da Inquisição? Acendendo velas "para as almas", além das sextas, também às segundas-feiras. Pronto, estava resolvido o problema. O acendimento das segundas-feiras era só para despistar e o das sextas para valer. A moda de acender velas duas vezes na semana pegou. Para felicidade das almas e dos fabricantes de velas.

DIA NACIONAL DA FAXINA


Em que dia da semana os brasileiros costumam fazer a faxina e trocar a roupa de cama e banho de suas casas? Pense bem antes de responder: às segundas, terças, quartas ou quintas-feiras? Não acertou? Isso mesmo, pois todos sabem que o dia nacional consagrado à faxina é às sextas-feiras. 


Você já questionou o porquê desse dia? Será que não tem algo a ver com a preparação para o Shabat, que, por uma estranha coincidência, também acontece ao entardecer das sextas-feiras? Mais uma coincidência? 


Não, tudo a ver com um país que foi descoberto e colonizado por israelitas, que precisaram esconder essa condição durante muitos séculos para não serem denunciados, perseguidos, torturados e mortos pela Inquisição, mas que conseguiram transmitir para o restante da população uma série de costumes, provérbios e princípios que hoje em dia estão intimamente ligados ao próprio estilo de vida do povo brasileiro, ao qual os judeus, juntamente com os católicos, protestantes, muçulmanos, evangélicos, espíritas, budistas, umbandistas e agnósticos fazem questão, com muita honra, de pertencer.

 (1)  Kashrut - Lei dietética judaica
 (2)- Taref - Alimento impróprio para consumo pela lei dietética judaica
 (3)- Shabat - Dia sagrado dos judeus, que vai do entardecer das sextas-feiras ao mesmo período do dia seguinte 
 (4)- Eliyahu Hanavi - Nome hebraico do Profeta Elias
 (5)- Seder - Mesa cerimonial para a celebração do Pessach, a Páscoa Judaica
 (6)- Pessach - Celebração festiva da libertação dos Judeus do jugo egípcio
 (7)- Talit - Manto cerimonial utilizado pelos homens no Shabat e datas festivas

 

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS JUDAICOS MARRANOS

PUBLICAÇÃO FIXA:
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS JUDAICOS MARRANOS
(por R. Joaquim Aharon Filho, inspirado na Declaração Universal dos Direitos Humanos, ONU – 1948)
PREÂMBULO
Visto que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família judaica e de seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, da justiça e da Shalom num Mundo onde Mashíach reinará;
Visto que o desrespeito e o desprezo pelos direitos dos marranos têm resultado em atos bárbaros que ofenderam a consciência da comunidade Judaísmo Casher B’nêi Anoussim e que o advento de um mundo em que os judeus marranos tenham liberdade de expressão e crença e a liberdade de viver sem medo e privações sua identidade judaica ancestral foi proclamado como a aspiração mais elevada do judeu comum;
Visto que é essencial que os direitos dos marranos sejam protegidos pelo estado de direito, para que o judeu marrano não seja compelido a recorrer, em última instância, à rebelião contra a tirania e a opressão de grupos oficiais de conversão;
Visto que é essencial promover o desenvolvimento de relações amistosas entre todos os segmentos judaicos;
Visto que as 12 tribos perdidas do povo de Israel reafirmaram, na Torá, sua fé nos direitos judaicos fundamentais expressos pela sua geneticidade abraâmica, na dignidade e valor da pessoa judia e na igualdade de direitos de RETORNO dos judeus marranos e judias marranas, e que decidiram promover o progresso social e melhores padrões de vida por uma maior liberdade religiosa;
Visto que os membros se comprometeram a desenvolver, em cooperação com o Estado de Israel, o respeito universal aos direitos marranos e liberdades fundamentais judaicas e o cumprimento desses direitos e liberdades previstos na Torá;
Visto que uma compreensão comum desses direitos e liberdades é da maior importância para o pleno cumprimento desse compromisso;
O JUDAÍSMO CASHER B’NÊI ANOUSSIM proclama ESTA DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS MARRANOS como um ideal comum a ser alcançado por todos os descendentes de judeus no Brasil que está se apartando dos costumes das nações;
Para que todo marrano seja ajudado por todo órgão da comunidade judaica que tendo sempre em mente esta Declaração, procure, pelo ensinamento e pela educação da Torá, a promover o respeito a esses direitos e liberdades de tornar igual a relação entre MARRANOS & ORTODOXOS;
Que por medidas progressivas de caráter nacional e internacional judaicos, assegurarem o reconhecimento de pertença à Comunidade Judaica tais marranos, cumprindo tais direitos e liberdades universais e efetivas, tanto entre os judeus nacionais como entre os judeus perdidos de qualquer nacionalidade que deseje retornar às suas origens judaicas.
Artigo 1º. Todos os marranos nascem judeus e são iguais em dignidade e direitos judaicos. São dotados de espiritualidade e alma judaica e a Comunidade Judaica Internacional deve agir para com seus irmãos marranos num espírito de fraternidade.
Artigo 2º. Todo marrano pode fruir de todos os direitos e liberdades apresentados nesta Declaração tendo o reflexo da Torá como tutela, sem distinção de qualquer sorte, como sobrenome de origem portuguesa, espanhola ou holandesa, sua opinião política ou de outra ordem, como origem social, bens ou qualquer outro status.
Além disso, nenhuma distinção deve ser feita com base no status político, jurisdicional ou internacional entre judeus de diversos países ou territórios que uma pessoa pertence genealogicamente, seja ele território independente, sob tutela, não autônomo ou com qualquer outra limitação de soberania.
Artigo 3º. Todo marrano tem direito à vida judaica, à liberdade e à segurança pessoal de sua identidade judaica sem sequer ser criticado ou hostilizado por grupos detentores de privilégios da religião judaica.
Artigo 4º. Ninguém deve ser mantido em escravidão ou servidão espiritual dentro do sistema religioso cristão pelo fato de nossos pais terem sido forçados à conversão romana: a escravidão e o degredo praticado por sinagogas ortodoxas que não querem receber os marranos devem ser repudiadas em todas as suas formas.
Artigo 5º. Ninguém deve ser submetido à tortura ou a um tratamento ou punição cruel, desumano ou degradante sob constrangimento de sua linhagem marrana.
Artigo 6º. Todo marrano tem o direito de ser reconhecido, por toda sinagoga, como um judeu nato perante a lei judaica-rabínica prescrita pela Torá.
Artigo 7º. Todos os judeus marranos são iguais a seus outros irmãos israelitas perante a Torá e têm direito, sem qualquer distinção, a uma proteção igual. Todos têm direito a uma proteção igual por parte dos tribunais religiosos contra qualquer discriminação que viole esta Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação.
Artigo 8º. Todo judeu marrano tem direito a receber, dos tribunais religiosos competentes, uma reparação efetiva para atos que violaram os direitos fundamentais da Tribo de Yossef a ele concedidos pela Torá.
Artigo 9º. Ninguém deve ser submetido à vergonha pública, ao impedimento de frequentar ambientes da Comunidade Judaica ou ao exílio arbitrários.
Artigo 10. Todo marrano tem direito, em total igualdade, a uma audiência justa e pública, por parte de um tribunal rabínico independente e imparcial, para a determinação de seus direitos e deveres e de qualquer acusação criminal contra a sua pessoa por terceiros que lhe restrinjam o direito sanguíneo de exercer JUDAÍSMO.
Artigo 11.(1) Todo marrano acusado de um delito tem direito à presunção de inocência até que seja provada a sua culpa de acordo com a Torá, num julgamento público em que lhe tenham sido asseguradas todas as garantias necessárias para a sua defesa.
(2) Ninguém deve ser considerado culpado por qualquer ato ou omissão que não constituía delito perante o direito nacional ou internacional na época em que foi cometido. Tampouco deve ser imposta uma pena mais pesada do que a aplicável na época em que o delito foi cometido, conforme à Halachá da Torá.
Artigo 12. Ninguém deve ser sujeito a interferências arbitrárias na sua privacidade, família, lar ou correspondência, nem a ataques à sua honra e reputação. Todo ser marrano tem direito à proteção da Torá contra tais interferências ou ataques contra sua judaicidade.
Artigo 13. (1) Todo marrano tem o direito à liberdade de locomoção com suas vestes tradicionais judaicas e residência dentro das sinagogas de cada movimento judaico que apoia a causa dos B’nêi Anoussim.
(2) Todo judeu marrano tem o direito de sair de qualquer país, inclusive do seu próprio, e de retornar ao seu país de origem – o Estado de Israel, com as devidas regulamentaçõesexigidas pelas leis israelenses.
Artigo 14.(1) Todo judeu marrano vítima de perseguição antissemita tem o direito de procurar e receber asilo por parte de rabinos que o acolha.
(2) Este direito não pode ser invocado no caso de uma perseguição legitimamente motivada por crimes previstos em leis nacionais que violem o princípio da personalidade descrito nesta declaração contra outros irmãos judeus.
Artigo 15.(1) Todo marrano tem direito a sua judaicidade e plena identidade israelense.
(2) Ninguém deve ser arbitrariamentedestituído de sua judaicidade, nem lhe será negado o direito de exercer sua nacionalidade local de origem.
Artigo 16. (1) Os judeus marranos e judias marranas quando adultos, sem qualquer restrição têm o direito de casar e fundar uma família, fazendo jus a direitos iguais em relação ao casamento, durante o casamento e na sua dissolução.
(2) O casamento deve ser realizado somente com o livre e pleno consentimento dos futuros cônjuges, que podem ser auxiliados por diversas instituições judaicas marranas para orientar-lhes o casamento desde a apresentação de Shidúch até conselhos de casais.
(3) A família é a unidade de grupo natural e fundamental da comunidade judaica marrana e tem direito à proteção da sociedade e do Estado.
Artigo 17.(1) Todo marrano tem direito à propriedade de sua herança judaica, só ou em sociedade com outros.
(2) Ninguém deve ser arbitrariamentedestituído da propriedade de sua herança judaica.
Artigo 18. Todo marrano tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião judaica; este direito inclui a liberdade de mudar de religião cristã ou crença messiânica para viver a liberdade de manifestar a sua religião ou crença MONOTEÍSTA JUDAICA pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, sozinho ou em comunidade com outros, em público ou em privado do JUDAÍSMO.
Artigo 19. Todo marrano tem direito à liberdade de opinião e expressão sobre como interpreta à Luz da Torá & de nossos sábios rabínicos a questão marrana no Brasil; este direito inclui a liberdade de ter opiniões sem quaisquer interferências de supostas autoridades e de procurar, receber e transmitir informações e ideias por qualquer meio de comunicação e independentemente das fronteiras preconceituosas de outras religiões.
Artigo 20.(1) Todo marrano tem direito à liberdade de reunião e associação pacíficas em suas sinagogas e instituições congêneres.
(2) Ninguém pode ser obrigado a pertencer a uma associação religiosa que o hostiliza.
Artigo 21.(1) Todo judeu marrano tem o direito de participar do governo de seu país residente, diretamente ou por meio de representantes livremente escolhidos que represente a Comunidade Judaica dos B’nêi Anoussim, no Brasil ou em Israel.
(2) Todo marrano tem igual direito de acesso ao serviço público no seu país residente.
(3) A vontade de cada marrano deve ser respeitada para que haja uma base de legitimidade das autoridades que o representa no governo; esta vontade deve ser expressa em eleições periódicas e legítimas, por sufrágio universal e igual, realizadas por voto secreto ou por procedimento equivalente que assegure a liberdade de voto.
Artigo 22. Todo marrano, como judeu, tem direito à segurança social e à realização, por meio de esforço da comunidade judaica nacional e cooperação internacional israelita e de acordo com a organização e os recursos de cada grupo sinagogal, dos direitos econômicos, sociais e culturais indispensáveis à sua dignidade e ao livre desenvolvimento da sua personalidade judaica.
Artigo 23.(1) Todo marrano tem direito ao trabalho, à livre escolha do emprego, a condições justas e satisfatórias de trabalho e à proteção contra o desemprego.
(2) Todo marrano, sem qualquer distinção, tem direito a pagamento igual para trabalho igual.
(3) Todo marrano que trabalha tem direito a uma remuneração justa e satisfatória que assegure para si mesmo e para sua família uma existência à altura da dignidade humana, suplementada, se necessário, por outros meios de proteção social.
(4) Todo marrano tem o direito de organizar sinagogas e delas participar para o exercício de seus interesses judaicos.
Artigo 24. Todo marrano tem direito de guardar o Shabáth e as festas judaicas estabelecidas na Torá, inclusive a uma convenção razoável de acordo das horas de trabalho compensatórias em outros dias semanais e a férias periódicas remuneradas.
Artigo 25.(1) Todo marrano tem direito a programas institucionais judaicos ou estatais que lhe assegure, para si mesmo e para sua família um padrão de vida garantístico de saúde e bem-estar, incluindo alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, bem como o direito à segurança em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou perda dos meios de subsistência em circunstâncias fora de seu controle.
(2) A maternidade e a infância judaicas têm direito a cuidados e assistência de instituições especiais. Todas as crianças judias, nascidas dentro do casamento pregresso ou atual, devem ter a mesma proteção social.
Artigo 26.(1) Todo marrano tem direito à educação judaica. Quando as escolas tradicionais judaicas recusarem efetivar matrículas sob o fato de não registrarem em seus bancos escolares os marranos deveriam ser denunciadas às autoridades da Comunidade Judaica Internacional por crime de Ódio Gratuito.
(2) A educação judaica deve ser orientada para o pleno desenvolvimento do JUDAÍSMO ORTODOXO e para o fortalecimento do respeito da Comunidade Judaica Ortodoxa pelos direitos humanos e liberdades fundamentais dos marranos.
As disciplinas devem promover a compreensão, a tolerância e a amizade entre todos os grupos judaicos e deve fomentar a criação de escolas dedicadas a atividades da integração entre marranos e judeus ortodoxos para a promoção da Shalom e da Gueulá que será um prenúncio dos Dias de Mashíach.
(3) Os pais judeus marranos têm o direito prioritário de oferecer a educação judaica a seus filhos legitimados no marranismo, não os registrando em escolas laicas dos poderes estatais das nações que nos circundam.
Artigo 27. (1) Todo marrano tem o direito de participar livremente na vida cultural da comunidade judaica ortodoxa, apreciar as artes e participar do progresso científico e seus benefícios.
(2) Todo marrano tem direito à proteção dos interesses morais e materiais que resultem de qualquer produção científica, literária ou artística de sua autoria.
Artigo 28. Todo marrano tem direito a uma ordem social e internacional em que os direitos e liberdades estabelecidos nesta Declaração possam ser plenamente realizados.
Artigo 29.(1) Todo marrano tem deveres para com a comunidade judaica em que o livre e pleno desenvolvimento da sua personalidade israelita ortodoxa é possível.
(2) No exercício de seus direitos e liberdades, todo marrano deve estar sujeito apenas às limitações determinadas pela Torá exclusivamente com o propósito de assegurar o devido reconhecimento e respeito pelos direitos e liberdades dos outros e de satisfazer as justas exigências da moral, da ordem pública e do bem-estar da comunidade judaica.
(3) Estes direitos e liberdades judaicas não podem ser exercidos, em hipótese alguma, contra os propósitos e princípios dos judeus marranos do grupo Judaísmo Casher B’nêi Anoussim.
Artigo 30. Nada nesta Declaração pode ser interpretado de maneira a implicar que qualquer grupo judaico ou pessoa judia tem o direito de se envolver em qualquer atividade ou executar qualquer ato destinado à destruição de qualquer um dos direitos e liberdades judaicos marranos aqui estabelecidos.
Que através dessa Carta do Judaísmo Casher B’nêi Anoussim todos os marranos da tribo de José e das outras tribos perdidas retornem ao Estado de Israel nos Dias de Mashíach, veim'rú amén!

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

GUIA DOS PERPLEXOS: CHANUCÁ, MASHÍACH & O III TEMPLO!

(por R. Joaquim Aharon Filho)
Hoje, nós vamos estudar a Haftará de Shabáth Chanucá, que acompanha a Parashá Mikêts (Gn. 41:1 a 44:17), que se encontra no Livro de Zachariá 2:14 a 4:7. Procuraremos discuti-la, fazendo comparações com a Porção Semanal da Torá, concluindo sua importância, conforme se segue abaixo:
14.CANTA E REGOZIJA-TE, Ó FILHA DE TSIYÓN, PORQUE EIS QUE VIREI PARA MORAR EM TEU MEIO – DIZ O ETER-NO.
Essa Haftará foi escolhida porque de forma resumida, na história de Chanucá, a Cidade Santa foi conquistada por helenizantes que dedicaram o Templo Sagrado a Zeus Olímpico (que tal nome seja apagado) e se tornou uma acrópole grega. Através de guerras travadas pelos Macabeus, O Templo e Yerushaláyim foram reconquistados.
Esta época não tinha como principal mensagem diminuir a escuridão interior por meio do acendimento de Chanukiá, mas sim a nossa identidade nacional representada pelo status do Templo Sagrado e na independência judaica de potências estrangeiras.
Hoje, precisamos que Hashem volte a habitar entre nós judeus em Érets Yisra’el por meio da reconstrução do Templo Sagrado. A divisão em diversos segmentos da religião judaica reflete o estado “caído” da geração chamada “IKVEDETÁ MESHICHÁ” (calcanhar de messias). Em breve, as 12 tribos se reunirão em torno do III Templo.
A Parashá Mikêts nos explica como as 12 tribos desceram para o Egito e como a Shechiná deslocou-se para aquele país. Através da reviravolta da história de Yossef (que volta a morar entre os nobres que o exilaram pelas mentiras de Zuleica, esposa de Potifar, e ainda, casou-se com Assenáth).
15.– NAQUELE DIA, MUITAS NAÇÕES SE UNIRÃO AO ETER-NO; TODAS ELAS CONSTITUIRÃO MEU POVO, E HABITAREI NO MEIO DE TI E SABERÁS QUE O ETER-NO DOS EXÉRCITOS ME ENVIOU A TI.
Lemos nesta Parashá Mikêts, em Bereshíth 41:57 – “E (povos) de toda a terra vinha ao Egito para comprar (cereais) de Yossef, porque havia crescido a fome em toda a terra.” Zachariá nos explica que nos Dias de Mashíach, todas as nações da terra virão ao Templo Sagrado, sob pena de fome se não obedecerem aos rituais sacrificiais de Sucóth.
Também corresponde aos trechos do Capítulo 41, que nos conta a interpretação dos sonhos de Faraó por Yossef e seus conselhos de um estadista prático, que lhe garantiram a posição de Grã Vizir do Egito, como abaixo lemos:
25.Então Yossef disse ao Faraó: O sonho do Faraó é um só. O que D’us fará, anunciou ao Faraó.
26.As sete vacas boas são sete anos, e as sete espigas boas são sete anos. O sonho é um só!
27.E as sete vacas vazias e más que subiam atrás delas são sete anos, e as sete espigas vazias e batidas pelo vento do oriente serão sete anos de fome.
28.É isto que falei ao Faraó: o que D’us fará, mostrou ao Faraó.
29.Eis que vêm sete anos;haverá grande fartura em toda a terra do Egito.
30.E levantar-se-ão sete anos de fome atrás deles; e será esquecida toda a fartura na terra do Egito, e a fome acabará com a terra.
31.E não será conhecida a fartura na terra ante aquela fome que virá depois, porque será muito pesada.
32.E ao se repetir o sonho ao Faraó duas vezes, quer dizer que a coisa é certa por parte de D’us e que D’us se apressa em fazê-la.
33.E agora, veja o Faraó um homem entendido e sábio,e ponha-o sobre a terra do Egito.
34.Faça isto, Faraó: Nomeie encarregados sobre a terra e aprovisione a terra do Egito nos sete anos de fartura,
35.E junte todo o alimento desses anos bons, que vêm, e amontoem os grãos sob o poder do Faraó, alimento nas cidades, e guardem-no.
36.E o alimento será como uma reserva para o povo, para os sete anos de fome que haverá na terra do Egito, e não perecerá o povo da terra por causa da fome.
37.E este parecer agradou aos olhos do Faraó e aos olhos de todos os seus servos.
38.E o Faraó disse a seus servos: Será possível encontrar outro homem como este, no qual o espírito de D’us esteja com ele?
39.E o Faraó disse a Yossef: Depois que D’us fez saber a ti tudo isto, não há entendido nem sábio como tu!
40.Tu estarás sobre minha casa, e por teu dito todo meu povo será governado; somente no trono serei maior que tu.
41.O Faraó disse a Yossef: Vê, te fiz responsável sobre toda a terra do Egito!
42.O Faraó tirou o seu anel de sua mão e o pôs sobre a mão de Yossef, e fez-lhe vestir roupas de linho e pôs um colar de ouro sobre seu pescoço.
43.E o fez montar no seu segundo carro, que ele tinha, e clamavam diante dele: 'Mestre do Rei', e nomeou-o sobre toda a terra do Egito.
44.O Faraó disse a Yossef: O Faraó sou eu, mas fora de ti, ninguém poderá levantar a mão ou o pé em toda a terra do Egito.
45.E o Faraó denominou Yossef de Tsafenát Panêach ('Intérprete dos Mistérios'), e deu-lhe Assenáth filha adotiva de Poti Féra, o chefe de On, por mulher. E Yossef saiu pela terra do Egito.
46.Yossef tinha 30 anos de idade ao estar diante do Faraó, o rei do Egito; e Yossef saiu de diante do Faraó e passou por toda a terra do Egito.
47.E a terra produziu, duranteos sete anos de fartura, a mãos cheias,
48 E (Yossef) juntou todo o alimento dos sete anos que houve na terra do Egito e guardou o alimento nas cidades; o alimento de cada cidade – da produção do campo e de seus arredores –, guardou nela.
49.Yossef amontoou grãos como a areia do mar, muitíssimo, até que cessou de contar, pois não havia número.
50.E nasceram a Yossef dois filhos – antes que viesse o ano da fome – os quais deu à luz para ele Assenáth filha adotiva de Poti Féra, o chefe de On.
51.E Yossef chamou o nome do primogênito Menashé, pois D’us me fez esquecer todas as minhas penas e toda a casa de meu pai.
52.E ao nome do segundo chamou Efraim, pois D’us me fez frutificar na terra de minha aflição.
53.E terminaram-se os sete anos defartura que houve na terra do Egito,
54.E começaram a vir os sete anos de fome, como Yossef dissera; e houve fome em todas as terras, mas em toda a terra do Egito havia pão.
55.Quando toda a terra do Egito se esfomeou, o povo clamou ao Faraó por pão. E o Faraó disse a todo o Egito: Ide a Yossef; o que vos disser, fazei.
56.E quando a fome estava sobre toda a superfície da terra, Yossef abriu todos os armazéns onde havia comida, e vendeu aos egípcios; mas a fome só recrudescia na terra do Egito.
57.E de toda a terra vinham ao Egito para comprar de Yossef, porque havia aumentado a fome em toda a terra.
Nossos sábios comentam que ainda hoje tal profecia não é admitida pelas nações quanto ao povo judeu por causa de duas Kelipóth, a saber: Cristianismo (no Ocidente) e Islã (no Oriente). Tais religiões impedem às nações de reconhecer a prosperidade delas pelo convívio com o povo judeu, que aperfeiçoou por meio de invenções o mundo.
Mas observe o que nos informa Hashem através de Zachariá (com base em Rashi, Bereshíth 41:55 – “Obedecei a Yossef, pois decretou que nossos grãos guardados por nós apodreceriam, se ele decretar que devemos morrer iremos; ide e circuncidai-vos para comprar seu grão e todos vivereis...”), leiam os dois versos abaixo:
16.E O ETER-NO TORNARÁ YEHUDÁ SUA HERANÇA E SUA PARTE NA TERRA SANTA, E YERUSHALÁYIM SERÁ NOVAMENTE SUA ESCOLHIDA.
17.QUE SILENCIE TODA A CARNE (AS NAÇÕES INÍQUAS) ANTE O ETER-NO, PORQUE ELE JÁ SE ERGUE E SAI DE SUA SANTA MORADA (PARA SE DIRIGIR A YEHUDÁ).
A seguir, temos um capítulo que se assemelha ao trecho de Bereshíth 41:1 a 14, como podemos ler baixo:
1.Ao fim de dois anos, o Faraó sonhou que estava perto do Nilo.
2.E eis que do Nilo subiam sete vacas – formosas à vista e gordas de carne –, e pastavam no prado.
3.E eis que outras sete vacas subiam atrás delas, do Nilo – feias à vista e magras de carne –, e paravam perto das (outras) vacas sobre a orla do Nilo.
4.E as vacas feias à vista e magras de carne devoravam as sete vacas formosas à vista e gordas – e o Faraó despertou.
5.E dormiu de novo e teve outro sonho: Eis que sete espigas gordas e boas subiam numa só haste,
6.E eis que sete espigas miúdas e batidas pelo vento do oriente brotaram depois delas;
7.E as sete espigas miúdas engoliam as sete espigas gordas e cheias – e o Faraó despertou, e eis que era um sonho.
8.Pela manhã, seu espírito estava perturbado, então enviou e chamou a todos os magos do Egito e a todos os seus sábios, e o Faraó contou-lhes o seu sonho, e não houve quem o interpretasse ao Faraó.
9.E o chefe dos copeiros falou ao Faraó, dizendo: Meus pecados faço lembrar hoje:
10.O Faraó havia se zangado com seus servos e me pôs na prisão do chefe dos carrascos – a mim e ao chefe dos padeiros.
11.E tivemos um sonho certa noite, eu e ele sonhamos cada um conforme a interpretação de seu sonho.
12.E ali conosco estava um jovem hebreu – servo do chefe dos carrascos –, e contamos-lhe, e interpretou-nos nossos sonhos; acada um como seu sonho, interpretou.
13.E conforme nos interpretou assim aconteceu: a mim fez voltar a meu posto, e a ele enforcou.
14.O Faraó enviou e chamou a Yossef; e fizeram-no sair precipitadamente do cárcere, e cortou o cabelo, mudou suas roupas e veio ao Faraó.
Leiamos o Capítulo III de Zachariá:
1.ENTÃO, ELE ME MOSTROU O COHEN GADÓL YEHOSHÚA, QUE ESTAVA DE PÉ ANTE O ANJO DO ETER-NO, E O SATAN POSTAVA-SE À SUA DIREITA PARA ACUSÁ-LO.
2.E O (ANJO DO) ETER-NO DISSE AO SATAN: QUE O ETER-NO TE REPREENDA, Ó SATAN! SIM, QUE AQUELE QUE ESCOLHEU YERUSHALÁYIM TE REPREENDA! NÃO (PERCEBES) QUE ESTE HOMEM É COMO UMA BRASA RETIRADA DO FOGO?
3.E YEHOSHÚA ESTAVA ANTE O ANJO VESTINDO ROUPAS IMUNDAS,
4.E ESTE ORDENOU AOS QUE ESTAVAM À SUA VOLTA: TIRAI-LHE ESTAS ROUPAS IMUNDAS! – E DISSE-LHE: VÊ, REMOVI DE TI TUA INIQUIDADE, E TE VESTIREI DE GALA!
5.E DISSE MAIS: PONDE UMA FORMOSA MITRA SOBRE SUA CABEÇA! – E PUSERAM-LHE, POIS, UMA FORMOSA MITRA SOBRE SUA CABEÇA E VESTIRAM-NO COM ROUPAS IMPOLUTAS; E O ANJO DO ETER-NO PERMANECEU ASEU LADO.
6.PREVENIU O ANJO DO ETER-NO A YEHOSHÚA, DIZENDO:
7.ASSIM DISSE O ETER-NO DOS EXÉRCITOS: SE ANDARES NO MEU CAMINHO E CUMPRIRES MEUS MANDAMENTOS, PRATICARES JUSTIÇA EM MINHA CASA E GUARDARES OS MEUS PÁTIOS, DAREI A TI LIVRE ACESSO ENTRE OS (ANJOS) QUE ESTÃO À NOSSA VOLTA.
8.ESCUTA, POIS, Ó YEHOSHÚA HACOHEN GADÓL, TU E TEUS COLEGAS 
(SADRAQUE, MESAQUE E ABEDENEGO) QUE SE SENTAM JUNTO A TI!
PORQUE SÃO HOMENS MERECEDORES (DE SAÍREM DA FORNALHA DE FOGO ARDENTE), PRESENCIANDO UM SINAL: EIS QUE LHES TRAREI MEU SERVO, O REBENTO(DE DAVID – ZERUBAVEL).
9.POIS EIS A PEDRA QUE PUS DIANTE DE YEHOSHÚA:
ESTA PEDRA TEM SETE FACETAS.SERÃO GRAVADAS POR MIM – DIZ O ETER-NO DOS EXÉRCITOS – E FAREI, NO DIA DE YOM KIPUR, SER EXPIADA A INIQUIDADE DESTA TERRA (ISRAEL).
10.NESTE DIA – DIZ O ETER-NO DOS EXÉRCITOS – CHAMARÁ CADA HOMEM A SEU PRÓXIMO PARA, COM ELE, ABRIGAR-SE À SOMBRA DAS VIDEIRAS E DAS FIGUEIRAS.
Explicações de cunho histórico entre Yehoshúa, o primeiro Cohen Gadól da Era do II Templo Sagrado, líder do San’hedrín com os sacerdotes-reis da dinastia macabeia (300 anos depois) –
Yehoshúa era um Cohen expatriado logo nos tempos da primeira deportação feita por Nabudoconosor, quando 18 anos antes de Yerushaláyim capitular diante das tropas caldaicas, nos dias em que o rei Iehoiachin foi exilado.
Segundo o Livro de Yirmiáhu (capítulo 29), dois falsos profetas (Tsedekiáhu e Achav) foram queimados na fornalha de fogo ardente, por decreto de Nabudoconosor. Através de explicações no Talmud e no Zôhar, quanto a Yehoshúa ter sido tirado do fogo da fornalha (Zc. 3:2) foi um milagre.
No Livro de Daniel (capítulo 2), Nabudoconosor teve um sonho e decretou o extermínio de todos os sábios, profetas e sacerdotes. No verso de Dn. 2:13, lemos que a execução já tinha se iniciado quando Daniel pediu para falar com o rei. Assim, os dois falsos profetas e Yehoshúa juntos foram lançados na fornalha.
Hashem salvou Yehoshúa, mas os dois falsos profetas receberam tal punição por convencionarem acordos matrimoniais com outros povos para os sacerdotes, sob a alegação de que o Templo sem estar em manutenção não exigiria dos Cohanim o padrão exigido pela Torá (em Vayicrá 23).
De acordo com o Livro de Esdras (Ed. 10:18,19), quando os Cohanim voltaram a oficiar, tiveram de divorciar-se pela Lei de Moisés representada por atos judiciais que Ezra Hasófer legiferou sobre Yehudá. É a isso que o Anjo faz referência às vestes sujas (o matrimônio ilegal dos filhos de Yehoshúa) e de sua limpeza (o divórcio).
De acordo com os comentaristas, Sadraque, Mesaque e Abdenego eram Cohanim presidentes da Congregação, do Tesouro e do Templo, respectivamente. Zorobavel seria um dos netos do rei Joaquim, e por isso, depositário da fieis promessas de Hashem a David. Só não foi aclamado Mashíach por sua modéstia e morte prematura.
A conexão histórica com o período de Chanucá baseia-se na história de Matatiáhu Hacohen, que junto de seus filhos liderou um movimento Chassídico para libertar Israel da tirania grega contra a religião judaica. O termo Macabeu, alcunha de Yehudá, deriva de Mecubal (Mi Camôcha Baelim Hashem – Ninguém é tão forte como o Eter-no).
Mas, o termo também se refere a um rabino profundamente conhecedor da Torá. Os Chash’monáyim (Hasmoneus, os sucessores do sacerdote Matatias) eram rabinos de ordem fariseia. No entanto, provocações fariseias levou ao sumo sacerdote-rei Iochanan (neto de Matatias) tornar-se saduceu. Após 100 anos, Herodes toma o poder.
Com o passar dos anos, contou-se no seio judaico a história de Yehudíth filha de Matatiáhu, que teria salvo a cidade de Betúlia usando do artifício de sua sensualidade, gula de um general por laticínios e sua embriaguez por vinho (relato contado em apócrifo de mesmo nome – Livro de Judite).
As batalhas travadas pelos Hasmoneus pela libertação de Israel de helenistas são vistas como uma fonte interpretativa do relato sobre a salvação da fornalha de Yehoshúa (antepassado comum dos Macabeus) e pelos milagres decorrentes da intervenção divina, já registrada em boa parte nas profecias de Daniel (Dn. 11).
CAPÍTULO 4
1.... VOLTOU O ANJO QUE FALAVA COMIGO E ME DESPERTOU COMO SE DESPERTA ALGUÉM DE SEU SONO,
2.E PERGUNTOU-ME: QUE VÊS? – E EU RESPONDI: EIS QUE VEJO UMA MENORÁ(CANDELABRO), TODO DE OURO, TENDO EM CIMA UMA GRANDE TAÇA, E EM SEUS BRAÇOS SETE LÂMPADAS; E HÁ SETE TUBOS QUE ALIMENTAM (COM O ÓLEO QUE ESTÁ NA TAÇA) AS LÂMPADAS.
3.JUNTO AO MENORÁ HÁ DUAS OLIVEIRAS,UMA À DIREITA E OUTRA À ESQUERDA.
4.E PERGUNTEI AO ANJO QUE FALAVA COMIGO: O QUE SÃO ESTAS COISAS, MEU SENHOR?
5.– E O ANJO RETRUCOU-ME: NÃO SABES O QUE SÃO? – E LHE RESPONDI: NÃO, MEU SENHOR.
6.ELE ENTÃO ME RESPONDEU, DIZENDO – ESTA É A PALAVRA DO ETER-NO A ZERUBAVEL:
(A CONSTRUÇÃO DO II TEMPLO SERÁ) NÃO PELO PODER, NEM PELA FORÇA, MAS POR MEU ESPÍRITO (QUE CONVENCERÁ A PÉRSIA)! – DIZ O ETER-NO DOS EXÉRCITOS.
7.– QUEM ÉS TU, Ó GRANDE MONTANHA (ROMA)?
PERANTE (MASHÍACH FILHO DE) ZERUBAVEL TE TRANSFORMARÁS EM PLANÍCIE (ROMA SERÁ DESTRUÍDA).
ELE (O MASHÍACH) RETIRARÁ DO CUME (DOS CÉUS) A PEDRA ANGULAR (PARA A FUNDAÇÃO DO III TEMPLO) SAUDANDO-A(AS 12 TRIBOS DE ISRAEL) COM EXCLAMAÇÕES: GRACIOSA! COMO (ESTA PEDRA) É GRACIOSA!
Por fim, a Parashá Mikêts nos conta como os 10 irmãos de Yossef, sob liderança de Yehudá se comportam até trazerem Binyamin e o defenderem. Fatos estes que preludiam Mashíach e a reconstrução do Templo.
A história de Chanucá envolveu a reconstrução de diversas partes do Templo danificadas durante sua profanação grega, terminada apenas com o rei Herodes. Assim como Zerubavel lança os alicerces do Templo, Mashíach destruirá Roma e reconstruirá o último Templo que chaz veshalom durará pelos séculos dos séculos, veim’rú amén!

Targum Faz Rute

Targum Rute Tradução de Samson H. Levey Capítulo 1. 1- Aconteceu nos dias do juiz de juízes que havia uma grande fome na terra de I...