terça-feira, 15 de julho de 2014

Mentiras sobre o Talmud desmascaradas




Mentiras sobre o Talmud desmascaradas

Eu gostaria de desmentir algumas teorias falaciosas que andam circulando aí pela net, que evidentemente causam ódio ao Povo Judeu e pregado por antissemitas estimulam o preconceito entre as pessoas.
Estas pessoas mal intencionadas pegam trechos isolados do Talmud (livro sagrado Judaico) que fomentam ódio a pessoas sem ao menos conhecer a obra, retirando frases fora de contexto e sem explicações. Primeiro que eu nem sei como estas pessoas chegaram a saber destas coisas porque, primeiro, o Talmud foi escrito em aramaico/hebraico. Então estes "sabidos" sabem hebraico/aramaico? Grande piada!
As explicações são compridas, por isso peço paciência para aqueles que leem. Vamos desmascarar algumas afirmações ditas por estas pessoas, geralmente pegando certos trechos isolados do Talmud:
O verso do Talmud que usam para sustentar o preconceito é o tratado de shabat, no qual diz que os goyim são impuros e que os judeus não. Entretanto isso foi pegado fora de contexto! Vejam:
Shabbath (145 b)
"Por que são impuros os goiym? Porque não estavam presentes no Monte Sinai. Porque quando a serpente se introduziu dentro de Eva, transmitiu-lhe a sua impureza. Porém os judeus foram purificados disso quando estiveram no Monte Sinai; porém os goiym que não estavam no monte Sinai, não foram purificados".

Primeiro foi misturado o  Talmud com Zohar, Talmud é uma coisa e Zohar é outra. Talmud são debates e explicações da Torá, Zohar é uma explicação mais espiritual (Kabalista) da Torá, e não é um livro que fala explicitamente de Leis como é o caso do Talmud, por isso vou explicar somente o Talmud, pois esse tópico é sobre Talmud e não Kabalah.
Agora algo importante, não adianta pegarem um monte de coisas e ficar jogando aqui....se querem explicações, é preciso ter paciencia e procurar entender muitas outras coisas, por isso vou apenas atendar-me a explicar o verso do talmud de Shabat, pois será grande, para que se entenda do que os rabinos estão falando ! Vou colar o primeiro verso do Talmud citado;

Shabbath (145 b)
"Por que são impuros os goiym? Porque não estavam presentes no Monte Sinai. Porque quando a serpente se introduziu dentro de Eva, transmitiu-lhe a sua impureza. Porém os judeus foram purificados disso quando estiveram no Monte Sinai; porém os goiym que não estavam no monte Sinai, não foram purificados".

Esse é o verso colocado, agora vou colocar a versão do Talmud a tradução e a explicação, só que antes preciso remeter-me a Torá, para voces compreenderem algumas coisas.
Esse tratado remete a questão do pecado de Chava (Eva), antes disso voces devem entender do que a Torá trata. A Torá não fala de um animal (serpente) mas sim de VEHANAHASH (leia-se verranarrash). A palavra hebraica para serpente é Nahash, e a palavra para maledicência é lenahesh...a idéia aqui é mostrar ao leitor da Torá que a serpente procura coisas através do tato com a lingua...e uma pessoa pervesa procura difamar os outros pela lingua, por isso o jogo de palavras. Logo Eva não foi abduzida por uma serpente, mas ela (Chava) criou um ser imaginário para justificar seu delito, que foi maldizer a Divindade de algo criado da sua cabeça.
Vamos analisar o verso da Torá:
א  וְהַנָּחָשׁ, הָיָה עָרוּם, מִכֹּל חַיַּת הַשָּׂדֶה, אֲשֶׁר עָשָׂה יְהוָה אֱלֹהִים; וַיֹּאמֶר, אֶל-הָאִשָּׁה, אַף כִּי-אָמַר אֱלֹהִים, לֹא תֹאכְלוּ מִכֹּל עֵץ הַגָּן
Ora, a invenção mental era o mais astuto de todos os animais do campo, que os PODERES do ETERNO tinha feito. E esta imaginação disse à mulher: É assim que o Poderoso disse: Não comereis de toda árvore do jardim?
Chava aqui para justificar seu desejo de comer do fruto que D-us proibiu, cria um ser imaginario, e dialoga com esse ser, como fazem as crianças com amiguinhos imaginarios !! Esse é o sentido do verso da Torá, ou seja, o ser-humano tem por hábito fugir de suas respnsabilidades jogando seus erros em coisas que fogem a lógica da racionalidade humana. Ao invés de Chava assumir seu desejo por consumir algo, ela cria uma mentira para justificar seu delito. Por isso o verso das escrituras começam com a palavra וְהַנָּחָשׁ Vehanahash (invenção mental perversa...ou mentira), logo o primeiro erro de Chava foi atribuir a D-us algo perverso.
ב  וַתֹּאמֶר הָאִשָּׁה, אֶל-הַנָּחָשׁ:  מִפְּרִי עֵץ-הַגָּן, נֹאכֵל.
Respondeu a mulher a sua mentira imaginaria: Do fruto das árvores do jardim podemos comer,
ג  וּמִפְּרִי הָעֵץ, אֲשֶׁר בְּתוֹךְ-הַגָּן--אָמַר אֱלֹהִים לֹא תֹאכְלוּ מִמֶּנּוּ, וְלֹא תִגְּעוּ בּוֹ:  פֶּן-תְּמֻתוּן
mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse o Governador de tudo (D-us): Não comereis dele, nem nele tocareis, para que não morrais.
Aqui está o problema...a expressão "nem nele tocareis"....Chava havia entendido que se eles tocassem no fruto proibido, eles morreriam, e ao tocar ela ficou espantada que não morreu....dai outro erro passou pela sua cabeça ! Orás se o Governador de Tudo não quer que eu coma esse fruto, é porque algo de especial esse fruto faz ou pode fazer....é o que veremos no verso seguinte:
ד  וַיֹּאמֶר הַנָּחָשׁ, אֶל-הָאִשָּׁה:  לֹא-מוֹת, תְּמֻתוּן
Disse a imaginação da mulher a si mesma: Certamente não morrereis.
ה  כִּי, יֹדֵעַ אֱלֹהִים, כִּי בְּיוֹם אֲכָלְכֶם מִמֶּנּוּ, וְנִפְקְחוּ עֵינֵיכֶם; וִהְיִיתֶם, כֵּאלֹהִים, יֹדְעֵי, טוֹב וָרָע
Porque O Poderoso sabe que no dia em que comerdes desse fruto, vossos olhos se abrirão, e sereis como o Poderoso, conhecedor do bem e do mal.
A imaginação da mulher levou a acreditar que comendo do fruto seria igual ao PODEROSO (ELOHIM), sabendo distinguir entre o bem e o mal dentro da criação, e aqui cometeu-se outro erro....o do Avodá Zará (culto estranho...temos um tratado do Talmud que discute esse problema). Pois a simples idéia de querer ser igual ao Poderoso remete a idéia de culto estranho ou idolatria. Portanto Chava cometeu dois pecados, primeiro de Blasfêmia ao atribuir a D-us algo perverso (achando que D-us teria proibido o consumo do fruto para sempre) depois querendo ser igual a D-us.
Pois bem, explicado o erro de Chava e porque ela recebeu uma punição por ficar imaginando tolices, os rabinos no Talmud debatem sobre esse assunto quando estavam na Babilonia, e usaram como analogia esse fato relatado na Torá.
Uma coisa deve ser explicado antes, porque os judeus puderam ficar ou retornar ao reino de Judá ?? porque os judeus da babilônia cresceram tanto ao ponto que escolas de estudos da Torá cresceram de tal forma que o Talmud tratado de Shabbat 145b....linha 5, afirma que todos os babilônios eram Bnei Torá....ou seja, filhos da Torá como os judeus ??
A essas perguntas fica claro que a única resposta é que os judeus se davam bem com os babilônios, depois da morte de Nevuhadnezar (Nabucodonosor), e o Tanach relata o porque dessa mudança do rei babilônio. Nevuhadnezar passou a estudar Torá e se tornou um praticante das Sete Leis de Noé, ou seja, se tornou um monoteísta dentro das regras da Torá. E o povo seguiu o exemplo dele, por isso comunidades judaicas aumentaram consideravelmente na babilônia.
E por isso surgiu o Talmud babilônico.
Agora alguns judeus optavam por uma vida desregrada, igual aos antigos idolatras de Sodoma e Gomorra, e como sabemos disso ? A palavra GOY é usada na Torá para exemplificar as 7 cidades destruídas, sendo as duas mais famosas Sodom (Sodoma) e GOYmorri (Gomorra), GOYMORRI era a maior de todas e foi dela que saiu as perversidades praticadas nas outras cidades. Por isso a expressão GOY remete a idéia de que as pessoas perversas são representantes daquele povo. E essa expressão não é exclussiva aos NÃO-JUDEUS... UM JUDEU PERVERSO TAMBÉM É TRATADO COMO UM GOY.
Toda vez que a Torá ou Tanach quer falar de não-judeus ela usa sempre duas formas....Bnei Noah (filhos de Noé) ou Am haHUMOT (povos das outras nações), já o perverso indiferente de ser judeu ou não é tratado como GOY.
Existe muita ignorância no meio judaico nos dias de hoje, por isso é comum vermos judeus não praticantes usarem a expressão goy, o que é um erro grosseiro onde demonstra sua ignorância no conhecimento da Torá e da própria cultura judaica, e isso é fácil de entender quando vemos por exemplo na televisão Luciano Huck dizer que casou com uma goyá (feminino de goy) e ao mesmo tempo mandar para o mar barquinhos para Yemanjá no final do ano cristão ! Tal comportamento demonstra apenas que Luciano Huck é um judeu que nada conhece, por isso usou a expressão Goyá, como quem quer dizer "olha sou judeu, usei expressões hebraicas”... Mas tem um comportamento diferente do que a Torá recomenda, pois ao mandar barquinhos para yemanja ele fez Avodá Zará.
Por isso Luciano Huck, por tal ato, nos meios mais ortodoxos é considerado um GOY....remetendo a idéia da Torá aos povos da cidades citadas anteriormente.
Bom explicado algumas coisas, vamos ao texto do Talmud.
Esse é o tratado de Talmud Shabat 145b
Rav (Rabino) Elá o justo disse; Por que os judeus são impuros os goym? Não estavam todos presentes no Monte Sinai para receber as Leis (Torá). Rav Yehudá ben Pinchás responde; Erros todos cometem, Chava pecou quando deixou a serpente se introduzir dentro de si, transmitindo toda a sua impureza (da Blasfêmia e idolatria), as gerações futuras, os povos receberam essa impureza por herança. Porém os judeus foram purificados diante do sofrimento do ocorrido no Egito e no monte Sinai; porém os goiym que não estavam no monte Sinai, e sofreram em Sodom veGoymorri não foram purificados. Rav Elá rebate; por acaso os babilônios não são descendentes desses povos ? Por acaso os judeus não descendem desses povos? Somos todos ligados a uma só origem. Assim como os babilônios arrependeram-se de suas maldades, e hoje praticam as leis de D-us. ..
...assim são os judeus, que tem comportamento de goy, mas podem fazer teshuvá (retorno) para a Torá e purificarem-se novamente de seus pecados. Moshé, afirmava que "o pecado de um homem não fica impune diante do Juiz", assim o pecado de Israel não ficará impune, mas caso o arrependimento bate a porta, e as mudanças forem visíveis, seremos todos purificados pela bondade de D-us, por isso o profeta Ieshaiahu afirma em 43:9; Todas as nações devem-se congregar, e os povos devem-se reunir; quem dentre eles pode anunciar isso (profecias), e mostrar-nos coisas já passadas? Apresentem as suas testemunhas, para que se justifiquem; e para que se ouça, e se diga: Verdade é. Pois a verdade é o conhecimento da Lei, quem conhece não erra, mas fica ciente das coisas. Rav Yehudá concorda dizendo; Os babilônios são provas das mudanças que o homem pode fazer caso deseje, aceito sua explicação e confirmo que os babilônios são Bnei Torá e que a terra está cheia de Bnei Torá. Rav Shmuel (Samuel) confirma que os ímpios jamais serão aceitos no tribunal celestial. Fecha-se o assunto.
Essa é a tradução de todo o passuk do Talmud que é citado e que eu digo, tá errado porque está fora de seu contexto e nada explica apenas jogas palavras para atrair ódio de algo que as pessoas não conhecem.
Esse debate ocorreu porque os rabinos debatiam sob a necessidade dos judeus da babilônia estudarem mais, pois os babilônio estavam se dedicando muito mais ao estudo da Torá que os judeus...e as desculpas usadas por muitos judeus eram que os babilônios eram iguais aos goym do passado....essa tentativa de arranjar uma desculpa para justificar erros é usada pelo rav Yehuda é rebatida pelos dois outros ravanim (plural de rav). Onde usam como exemplo o próprio povo da babilônia que errava por ignorância mas decidiram mudar quando adquiriram o conhecimento. Assim deveria ser o povo de Israel, mesmo morando na galut (dispersão), não deixando-se influenciar por meios estranhos ao da Torá, pois quando fazem isso, são iguaiszinhos aos goymorri.
O tratado de Shabat no Talmud é um tratado que fala basicamente das leis de Shabat (guarda do sábado), portanto ensina como os judeus da diaspora devem guardar o shabat. O problema começou quando os judeus da babilônia achavam que estando na diáspora não precisariam guardar o shabat, e ai começaram a inventar todo tipo de desculpa esfarrapada, inclusive fazer acusações ridículas contra outros povos (no caso os babilônios) como justificar seus erros, assim como fez Chava no passado (por isso é citado essa passagem no Talmud), mas os rabinos rebatem tais argumentos dizendo que todo judeu que não cumpre shabat é idêntico aos goym de goymorri, que praticavam todo ato perverso com justificativas esdrúxulas.
É isso que o verso apresentado está mal traduzido e incompleto quer nos ensinar....um erro não tem justificativa, cabe a pessoa reconhecer seu erro e modificar seus atos daqui por diante, para aparecer diante de D-us puro, e não carregar a vergonha de ser comparado a um perverso.

FONTE:
http://torah4nations.weebly.com/desmascarando-mentiras-sobre-o-talmud.html
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