KASHURUT
Tevilat Kelim – Imersão dos utensílios
Imersão dos utensílios (Tevilat Kelim) é uma lei que aprendemos em Bamidbar 31:21-23, onde qual diz:
"Contudo o ouro, e a prata, o cobre, o ferro, o estanho, e o chumbo, toda a coisa que veio ao fogo, fareis passar pelo fogo, para que fique limpa, todavia se purificará com a água da purificação; mas tudo que não veio ao fogo, fareis passar pela água."
Entenderam os sábios desses versículos, que todo utensílio de cozinha (utilizados no preparo, no serviço e na armazenagem dos alimentos) produzido por não judeu ou adquirido dele deve passar por um ritual de purificação em água de mikvê kasher ou em manancial de águas correntes.
Tevilat Kelim não é uma mitzá de Kashrut em si uma vez que um alimento servido ou cozinhado em um utensílio que não tenha sido imergido em mikvê como prescreve a halachá não se desqualifica para o consumo judaico. No entanto se faz importante trazê-la aqui por ser proibido fazer uso de um utensílio que não tenha passado por mikvê.
Harav Itzhak Jacob Fox shilta traz uma versão interessante para o motivo de se imergir os objetos adquiridos de não judeus e diz : "bendito é o nosso D-us que nos criou para sua honra para sermos seu povo santo, e nos ordenou santificar inclusive os utensílios de nossas refeições. Tal modo que, utensílio para comer e beber produzidos por não judeu ou adquirido dele, está obrigado imergi-los para purificar a fim de se fazer uma separação entre a impureza dos demais povos e a santidade de Israel ".
Sendo assim a Halachá é: "Todo aquele que adquire um utensílio de um não judeu (ou produzido por ele) de metal e de vidro ou os que possuem algum revestimento interno, mesmo que novos devem ser imergidos em mikvê ou manancial de 40 seá" .
Quais Utensílios a serem imergidos.
Quais Utensílios a serem imergidos.
Há aqueles que imergem todos os objetos de cozinha e refeição, porém nem para todos se deve recitar berachá (benção). Objetos que não estão obrigado a tevilá em caso de que sim queira imergi-los NÃO SE RECITA SOBRE ELES A BERACHÁ. Utensílios que estão obrigados a ser imergido em mikvê devem atender a duas condições:
1- Que o objeto seja destinado às necessidades da refeição (preparo, serviço e armazenamento) e que tenha contato direto com o alimento. Exemplo: panelas, recipientes, travessas, espetos, talheres, facas, saleiro, bandejas etc. Porém utensílios como porta-papéis, tesouras, chaves de fenda, saca-rolhas e abridor de latas não precisam de tevilá.
2- Que o objeto seja de metal ou de vidro. Objetos feitos de madeira, pedra argila ou cerâmica não precisam de tevilá.
Os sábios levaram em conta a complexidade de produção do material para avaliar sua importância. Por esta razão o vidro deve ser imergido com berachá juntamente com o metal. No caso de objetos de plástico embora sejam de produção complexa seu valor é irrelevante. Houve quem dissesse que se deve imergir com berachá, mas a maioria dos poskim não está de acordo e hoje o costume é de que se alguém quiser imergir utensílios de plástico o faz sem berachá.
Utensílios descartáveis, mesmo que de metal como as bandejas de alumínio, ainda que usamos mais de uma vez não estão obrigados a tevilá.
Resina – segundo a maioria dos poskim não está obrigada a imergida. Para outros deve-se imergir, porém sem berachá (opinião ashkenazi).
Utensílios feitos de materiais como Borossilicato (pirex) e Corelle (laminado de vidro) são considerados como vidro e devem ser imergidos com berachá.
Utensílios elétricos – caso complicado! Há poskim que liberam todo tipo de utensílio elétrico por não o considerar como um utensílio em si (o comparando ao fogão, por exemplo). Além do mais, por estarem conectados à tomada se os consideram como parte da terra (conectados à terra) desqualificando-os como utensílio .
Segundo a maioria dos poskim os utensílios elétricos sim devem ser imergidos. Há que tomar em conta três coisas: 1 – se o objeto não se danificará em contato com água; 2 – se é um objeto que permanece um lugar fixo; e 3 - se é possível desmontar.
Objetos elétricos que não se danificam em água como torradeiras, cafeteiras analógicas, tostadoras, planchas etc, devem passar por tevilá.
Objetos sensíveis a água, principalmente os que possuem placas eletrônicas, podem ser emergidos parcialmente ficando de fora a parte sensível. O fundamento desse método é de que a parte eletrônica não é considerada utensílio . Há poskim que opinam em humrá e que também a parte eletrônica deve ser imergida, para tal a cobre com panos leves e se imerge rapidamente .
Há eletrodomésticos que são fixos em seu lugar e a parte em contato com o alimento é removível. Nestes casos se imerge apenas a parte removível que entra em contato com o alimento.
No caso de ser impossível imergir o objeto sem danificá-lo deve-se desmontá-lo para que assim o invalide como utensílio perdendo sua função e montá-lo outra vez de forma que que passe a ser considerado como produzido por um judeu (mesmo que se tenha contratado o serviço de um não judeu para desmontar e montar sem danificar, haja vista que o objeto é de propriedade de um judeu).
No caso de ser impossível imergir o objeto sem danificá-lo deve-se desmontá-lo para que assim o invalide como utensílio perdendo sua função e montá-lo outra vez de forma que que passe a ser considerado como produzido por um judeu (mesmo que se tenha contratado o serviço de um não judeu para desmontar e montar sem danificar, haja vista que o objeto é de propriedade de um judeu).
Como fazer Tevilá
Para se fazer a tevilá dos utensílios comprados ou produzidos por não judeu se faz necessário, antes de mais nada, remover qualquer coisa que faça separação entre a água e o objeto. Exemplo: caixa, plástico, filme protetor, fitas e adesivos. Deve ser meticuloso em remover o máximo. O contato físico com o objeto também é considerado separação, portanto deve-se soltá-lo dentro da mikvê para que a água esteja em contato com todas suas partes.
Para se fazer a tevilá dos utensílios comprados ou produzidos por não judeu se faz necessário, antes de mais nada, remover qualquer coisa que faça separação entre a água e o objeto. Exemplo: caixa, plástico, filme protetor, fitas e adesivos. Deve ser meticuloso em remover o máximo. O contato físico com o objeto também é considerado separação, portanto deve-se soltá-lo dentro da mikvê para que a água esteja em contato com todas suas partes.
Também deve ter atenção de que a água alcance todas as partes do utensílio. Portanto grandes bolhas de ar em panelas, pratos e copos são problemáticas e devem ser eliminadas.
Deve-se buscar uma mikvê kasher ou um manancial de água corrente como rio, mar, represa, lago etc.
Antes de emergir os utensílios deve recitar a seguinte berachá apenas uma única vez:
בָּרוּךְ אַתָּה ה' אֱלֹקֵינוּ מֶלֶךְ הָעוֹלָם אֲשֶׁר
קִדְּשָׁנוּ בְּמִצְוֹתָיו וְצִוָּנוּ עַל טְבִילַת כֶּלִי (כֵּלִים)
קִדְּשָׁנוּ בְּמִצְוֹתָיו וְצִוָּנוּ עַל טְבִילַת כֶּלִי (כֵּלִים)
Baruch Ata Ado-nay Elo-heinu melech haolam asher
kideshanu bemitzvotav vetzivano al tevilat kli (kelim – plural)
kideshanu bemitzvotav vetzivano al tevilat kli (kelim – plural)
Bendito seja Tu Hashem nosso Senhor Rei do universo que
nos santificou em seus mandamentos e nos ordenou sobre a
imersão de um utensílio (utensílios)
nos santificou em seus mandamentos e nos ordenou sobre a
imersão de um utensílio (utensílios)
Em caso de se fazer a tevilá em um manancial ou em uma mikvê especial para utensílios se recita a bênção imediatamente antes de se imergir o primeiro objeto. Porém em mikvaot destinadas para a imersão ritual de purificação de pessoas há um problema, a berachá não pode ser recitada em casas de banho e mikvaot por ser um lugar menos honrado. Assim, nessas situações deve-se recitar a berachá antes de entrar no recinto da mikvê.
Lembrando que uma única berachá serve para imergir todos os utensílios que queira nesse momento e que uma única pessoa pode fazer tevilá para outras pessoas.