segunda-feira, 29 de setembro de 2014

A impureza menstrual e a Mikvá

A impureza menstrual e a Mikvá
 

De acordo com a Torá, qualquer surgimento de sangue na vagina torna a mulher ritualmente impura. Isso significa que ela não poderia ter relações sexuais com o marido. Por extensão, o marido não poderia nem mesmo tocá-la. Em dias de mikveh, os homens procuravam andar somente em áreas permitidas.
Qualquer mulher em trabalho de parto, ou no parto propriamente dito, e durante os sete dias posteriores ao parto, era considerada perigosamente impura. Sendo permitido até violar o shabat ou outros dias santos em virtude da gravidez, já que a mulher tem desejos por certos tipos de comidas que devem ser atendido por seu marido ou por seus familiares mesmo que viole as leis dietéticas. Algumas leis da “mulher menstruada” diz o seguinte:
 1- No momento em que a mulher nota que algum sangue saiu da vagina, ainda que seja uma mancha nas roupas íntimas, ela se torna ritualmente impura. Por isso muitos judeus não apertam a mão das mulheres, por que acha que todas as mulheres podem estar impuras.
2- Se o fluxo de sangue não é devido a menstruação normal, mas provém de um ferimento, mesmo assim a mulher é considerada ritualmente impura, como se estivesse menstruada. Isso também se aplica ao sangue proveniente da perda da virgindade na noite de núpcias. O casal deve ser abster-se de relações sexuais até 11 dias “puros” nos quais não se perceba vestígios de sangue.
 3- Passados os sete dias puros, a mulher deve fazer uma imersão total num banho de purificação especialmente preparado chamado “mikvá”. Todas as comunidades judaicas de certo porte possuem uma casa de banhos deste tipo, e é considerada tão importante que a lei judaica estabelece que deva ser a primeira construção a ser edificada e depois sim, a sinagoga. A imersão deve ser completa, nada deve ficar fora d’água e a mulher precisa estar acompanhada de outra mulher, de mais de doze anos, para certificar-se que o banho foi completo. O Mergulho na Mikveh (piscina para o banho) deve ser feito sempre quando as estrelas são claramente visíveis.
                                                 
                                                     
       Um tanque antigo de purificação (MIKVEH)
O Sangue que acompanha o parto, também torna a mulher ritualmente impura. Se o filho que nasce é um menino, a mãe é considerada impura durante sete dias, por causa do parto, após o parto, devem-se contar sete dias e ir a mikvah. Se der a luz a uma menina, o período de impureza é de quatorze dias, e depois começam a serem contados sete dias puros. Esta é a lei (Lv. 12,2-5), mas o costume em muitas comunidades, baseando-se nos mesmos versículos, prescreve um período de quarenta dias para um menino e oitenta dias para a menina.
Se não existir uma mikvá na casa do casal, é permitido que a mulher faça o banho num rio próximo e caso não haja um rio, pode ser feito em um lago ou oceano. Essa tradição para o casal judeu se estende a “Purificação da Família”, sem fazer a mikvá as relações sexuais não podem se realizar.
Em fim, para um Judeu é repugnante ter relações sexuais com uma mulher no seu período menstrual e é difícil eles acreditarem que existam pessoas que não dão respeito a esse fato fisiológico da mulher e não respeitem a natureza humana.
 Referência Bibliográfica:
ASHERI, Michael. O Judaísmo Vivo: Tradições e Leis dos Judeus Praticantes. Rio de Janeiro: Imago, 1995.

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