sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Os Julgamentos de Deus são Justos.

Moshê perguntou a D'us: "Juiz do mundo, por que de fato o justo sofre enquanto o pecador prospera? Sei que todos os Seus atos são justos, mas nós mortais nem sempre os entendemos. Portanto, suplico-lhe que explique Seu método de julgamento, para que eu possa contá-lo aos outros, convencendo-os de Sua justiça e provando-a no mundo." D'us concordou e prometeu mostrar a Moshê uma cena que nenhum homem tivera antes o privilégio de testemunhar, para que ele pudesse entender e lembrar que os julgamentos de D'us são sempre justos.

Moshê viu então um homem se aproximando de um pequeno riacho que corria montanha abaixo. Ia montado a cavalo, mas assim que alcançou a margem ele desmontou e ajoelhou-se para beber um pouco de água. Neste momento, um maço de dinheiro caiu de seu bolso sem que ele notasse. Depois de dar de beber ao cavalo, montou novamente e seguiu seu caminho. Pouco depois, um jovem pastor chegou ao mesmo riacho. Vendo o maço, apanhou-o e colocou-o no bolso, alegrando-se e a agradecendo a D'us pela boa sorte. Agora não precisaria mais continuar trabalhando como pastor e poderia viver com a mãe. Conseguiria comprar uma casa e um campo com aquele dinheiro. Grato, o rapaz prosseguiu seu caminho.

Um homem velho chegou logo depois, sentou-se ao lado do riacho, tirou um pedaço de pão seco da mochila, mergulhou na água, comeu e adormeceu.

Tendo dado conta de sua perda, o cavaleiro retornou para procurar o dinheiro. Agarrou o velho pelo ombro e sacudiu-o violentamente para acordá-lo, exigindo que devolvesse o dinheiro. O velho, que nada sabia a respeito da bolsa perdida, tentou em vão explicar que não roubara nenhum dinheiro. Mas o cavaleiro não acreditou nele e o espancou impiedosamente até a morte. Em seguida, revistou as coisas do velho, mas não encontrou o dinheiro na mochila e simplesmente seguiu o seu caminho.

Extremamente confuso, Moshê voltou-se para D'us e perguntou: "É assim a justiça? Acabo de ver um velho inocente ser brutalmente espancado até a morte. Vi um homem perder seu dinheiro e outra pessoa, um rapaz, encontrá-lo e tornar-se rico sem nenhum motivo aparente." D'us disse a Moshê que continuasse assistindo antes de julgar. Na cena seguinte, tudo ficaria claro.

Então ele viu um fazendeiro manco com um menino pequeno ao seu lado. Um velho de repente se aproximou do fazendeiro e lançou-se sobre ele, matando-o e roubando o seu dinheiro. Enquanto isso acontecia, o mesmo cavaleiro da cena anterior por acaso passava por ali. D'us explicou: "O velho que foi assassinado à margem do riacho sem nenhuma razão aparente era o mesmo homem que matou o fazendeiro de forma tão cruel e lhe roubou o dinheiro. Portanto, ele realmente merecia a morte. O cavaleiro, que viu o velho cometendo o ato perverso e nada fez para impedi-lo, perdeu o dinheiro que não lhe pertencia mas fora roubado do fazendeiro e depois perdido pelo assassino. Finalmente, o menino que achou o maço de dinheiro era o filho do fazendeiro, cujo pai fora assassinado e roubado."

Desta maneira, D'us concede a Moshê um lampejo na absoluta Justiça de Seus caminhos.

Moshê percebeu que os julgamentos de D'us são verdadeiros, ainda que não entendamos o que vemos, ainda que pensemos que não há justiça no mundo, porque vemos pessoas más que não sofrem, ao contrário, progridem na vida, enquanto os justos que praticam o bem e são generosos sofrem na pobreza, passando necessidade, doença e problemas. Deve-se sempre ter em mente, porém, que tudo que acontece é obra da Providência Divina, exatamente como os destinos do assassino que Moshê viu sendo morto por outro, do ladrão perdendo seu dinheiro e do pequeno órfão encontrando o dinheiro que pertencera a seu pai.

Vendo tudo isto, Moshê declarou diante de todos os anjos: "D'us é o D'us da Verdade sem injustiça; Ele é justo e correto."

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