quarta-feira, 24 de junho de 2015

O Nordeste dos Judeus do Nordeste

O Nordeste dos Judeus do Nordeste



           
Às vezes fico sonhando com um Nordeste Brasileiro composto por anoussitas, conscientes em sua maioria, da sua preciosa Herança Judaica que nos foi dada por Deus através da História.
            
 Na minha imaginação pouca coisa mudaria, porém, estas mesmas coisas nordestinas ganhariam um colorido novo por ocuparem em nossa sociedade os seus lugares devidos. Nossa cultura continuaria a ser a Cultura Nordestina, porém, o “tempero judaico” de nossos atos cotidianos seriam percebidos e cultivados de forma consciente. Nosso Nordeste seria chamado pelo seu equivalente em Hebraico; Tzafon, nós seríamos chamados de: “Am Tazfon”, e como tudo no mundo judaico carrega sempre uma bagagem maior do que a percebida à primeira vista, nós nos orgulharíamos de sermos esse “Povo Nordestino” cujo país seria o nosso amado Nordeste e portanto, não mais brasileiro, assim também diríamos para aqueles que viessem estudar nossa cultura e nossa forma nordestina de viver o nosso Judaísmo: “Somos o Povo Nordestino, também chamados de o Povo do Código”, pois, é assim que também se pode ler a palavra em Hebraico que significa Norte ou Nordeste: Nwpu – Tzafon = Norte ou Tzafun = Código.
                          
 Nós, os Anoussim, o Povo do Código, o Povo da Lei, o povo de Deus.
     Não precisaríamos adotar a Estrela de Davi como o “Novo Símbolo Religioso do Nordeste”, não precisaríamos adotá-lo, apenas reconhecê-lo, pois, a mesma Estrela sempre está associada no Nordeste à espiritualidade através dos ornamentos nas igrejas católicas e evangélicas do Nordeste, assim como em seus presépios e representações artísticas dos Símbolos Sagrados das Sagradas Escrituras. A Estrela de Davi está sempre sendo associada com a valentia do Povo Nordestino, pois, não raro, podemos flagrá-la ornamentando o chapéu do nosso maior herói o eterno Lampião, nos retratos de barro produzidos pelo também eterno Mestre Vitalino, assim como pinturas em telas, painéis e sem contar com o longa-metragem que foi elevado à categoria de documentário sobre o Rei-do-Cangaço, onde o mesmo aparece recitando uma prece particular cujas palavras protetoras relacionavam; punhal, Cruz e a Estrela de Davi.
     Em nosso misticismo judaico-anoussita, descreveríamos os códigos já dantes ha muito guardado na memória de nossos pais, que hoje se encontra velado na crendice popular mesclando-se assim com a nossa tão bela e rica cultura, porém, um Chakham-Anus leria tais registros de forma correta, associaria tudo de modo ordenado e nos daria a “Verdade por trás das palavras do Nordeste”, a exemplo certamente seria citado a letra da canção que ficou eternizada na voz de Alceu Valença, um outro anoussita artista de nossa terra em tantos semelhantes a ele:
                
Espelho Cristalino

Essa rua sem Céu, sem horizontes
Foi um rio de águas cristalinas
Serra verde molhada de neblina
Olho d'agua sangrava numa fonte
Meu anel cravejado de brilhantes
São os olhos do capitão corisco
E é a luz que incendeia meu ofício
Nessa selva de aço e de antenas
Beija-flor estou chorando suas penas derretidas na insensatez do asfalto
Mas eu tenho meu Espelho Cristalino
Que uma baiana me mandou de Maceió
Ele tem uma luz que alumia
Ao meio-dia clareia a luz do Sol
Que me dá o veneno da coragem
Pra girar nesse imenso carrossel
Flutuar e ser gás paralisante
E saber que a cidade é de papel
Ter a Luz do passado e do presente
Viajar pelas veredas do Céu
Pra colher três estrelas cintilantes 
E pregar nas abas do meu chapéu
Vou clarear o negror do horizonte
É tão brilhante a pedra do meu anel

Mas eu tenho meu Espelho Cristalino
Que uma baiana me mandou de Maceió
Ele tem uma luz que alumia
Ao meio-dia clareia a luz do Sol


     Então, esse mesmo Chakham, nos explicaria o Sagrado dessa música que tanto inspirou e guiou a muitos em direção ao Refletir, ainda que um “refletir dormente” que tem nos moldado e nos encaminhado até aqui, ele analisaria o refrão, dizendo assim:
“Observe que o artista não fala de coisa comum, mas como os mestres do Zohar ele procura nos falar não nas palavras, mas no sentido, e esse sentido terá sumido se não o analisarmos em por menor. ...”
“Nessa letra ele nos fala dum Nordeste primeiro, quando era chamado de Nordeste Brasileiro. De ajuda espiritual precisou, e essa ajuda a ele chegou como de uma mãe para um menino, que de uma baiana ele ganhou para dos seus caminhos desatar o nó o espelho Cristalino. ...”
“Mas eu tenho meu Espelho Cristalino
Que uma baiana me mandou de Maceió
Ele tem uma luz que alumia
Ao meio-dia clareia a luz do Sol...”
“Os baianos por natureza são no Nordeste o povo mais místico que temos ao redor, mas o Espelho não foi forjado lá, não o foi das areis de suas praias por algum “pia-de-santo” ou outro arigó, Ele foi forjado noutro canto, noutras terras outros encantos do estado de Maceió. ...”
“Meia-Noite e Meio-Dia, são duas horas grandes demais, todas coisas extraordinárias só se ocorrem nas tais, foi nessa hora que Ele foi criado, emoldurado antes fundido, ao rapaz foi entregado que com o contato do Espelho logo se sentiu protegido.”
                       
 Também em nosso país já teríamos o nosso Hino-Nacional que muito antes já fora criado, assim como seu plano de governo mencionados naquela música saudosa cantada por Elba Ramalho; O Nordeste Independente:
                      


Nordeste Independente
Já que existe no sul esse conceito
Que o nordeste é ruim, seco e ingrato
Já que existe a separação de fato
É preciso torná-la de direito
Quando um dia qualquer isso for feito
Todos dois vão lucrar imensamente
Começando uma vida diferente
De que a gente até hoje tem vivido
Imagina o Brasil ser dividido
E o nordeste ficar independente

Dividindo a partir de Salvador
O nordeste seria outro país
Vigoroso, leal, rico e feliz
Sem dever a ninguém no exterior
Jangadeiro seria o senador
O cassaco de roça era o suplente
Cantador de viola o presidente
O vaqueiro era o líder do partido
Imagina o Brasil ser dividido
E o nordeste ficar independente

Em Recife o distrito industrial
O idioma ia ser nordestinense
A bandeira de renda cearense
"Asa Branca" era o hino nacional
O folheto era o símbolo oficial
A moeda, o tostão de antigamente
Conselheiro seria o inconfidente
Lampião, o herói inesquecido
Imagina o Brasil ser dividido
E o nordeste ficar independente

O Brasil ia ter de importar
Do nordeste algodão, cana, caju
Carnaúba, laranja, babaçu
Abacaxi e o sal de cozinhar
O arroz, o agave do lugar
O petróleo, a cebola, o aguardente
O nordeste é auto-suficiente
O seu lucro seria garantido
Imagina o Brasil ser dividido
E o nordeste ficar independente

Se isso aí se tornar realidade
E alguém do Brasil nos visitar
Nesse nosso país vai encontrar
Confiança, respeito e amizade
Tem o pão repartido na metade,
Temo prato na mesa, a cama quente
Brasileiro será irmão da gente
Vai pra lá que será bem recebido
Imagina o Brasil ser dividido
E o nordeste ficar independente
Eu não quero, com isso, que vocês
Imaginem que eu tento ser grosseiro
Pois se lembrem que o povo brasileiro
É amigo do povo português
Se um dia a separação se fez
Todos os dois se respeitam no presente
Se isso aí já deu certo antigamente
Nesse exemplo concreto e conhecido
Imagina o Brasil ser dividido
E o nordeste ficar independente

Povo do meu Brasil
Políticos brasileiros
Não pensem que vocês nos enganam
Porque nosso povo não é besta
                  
 É mais ou menos assim que eu gosto de imaginar o futuro do meu querido Nordeste Anoussita.
                           
                            Shalom! UL’Hitraot!!!

terça-feira, 23 de junho de 2015

midrash Terumá completo!

Leia o midrash Terumá completo!

Midrash Terumá 

Porque D'us ordena ao povo de Israel que Lhe construa um Tabernáculo

Um príncipe viajou de um país distante para casar-se com a filha única do rei. Quando quis partir com ela, o rei disse: "Não posso deixá-la partir, ela é minha filha única. Por outro lado, ela também é sua esposa, e não tenho o direito de detê-la aqui. Por isso, pedir-lhe-ei um favor. Construa um quarto extra para mim, onde quer que se estabeleçam; de maneira que eu possa viver perto de vocês!"

Igualmente, depois que D'us deu a Torá, Sua filha preciosa, ao povo judeu, pediu-lhes que construíssem um Tabernáculo (Mishcan), no qual Sua Shechiná (Divindade) residiria permanentemente na terra.

Três parábolas: A que se compara o Tabernáculo

D'us anunciou ao povo judeu: "Vocês são meu rebanho, e Eu sou o pastor. Assim como um pastor arma a tenda perto das ovelhas para cuidá-las, Eu desejo ter uma morada perto de vocês."

"Vós, o povo judeu, sois Meu vinhedo e Eu, D'us, o guardador do vinhedo. Aquele que cuida do vinhedo normalmente vive em uma choupana perto do vinhedo, de onde possa observá-lo para assegurar-se de que não entrem ladrões. Construam, pois, uma choupana para Mim junto ao vinhedo."

"Vós, o povo judeu, também sois meus filhos; e Eu, D'us sou vosso pai. É uma grande honra para os filhos viver em um lar próximo ao pai e também é uma honra para o pai viver perto dos filhos."

As chaves das três parábolas

D'us é comparado:

1 - A um pastor

2 - A um vinhateiro

3 - A um pai

Por que não basta uma comparação? Por que é necessário haver três parábolas diferentes?

Na verdade, estes são três momentos diferentes da história do povo judeu. Em cada época, D'us manteve uma relação distinta com os judeus.

1 - Quando o Povo de Israel perambulou pelo deserto, D'us morava em um Tabernáculo parecido a uma tenda de pastor. Um pastor não vive em um lugar fixo. Segue o rebanho onde este vai para pastar e arma sua tenda perto das ovelhas para protegê-las e procurar-lhes comida.

Do mesmo modo, D'us "seguiu" o povo judeu pelo deserto. Como um pastor fiel, guardou-os dia e noite e estendeu Suas nuvens ao redor deles, e os alimentou com maná, aves, e água da fonte.

2 - Em Israel o rei Salomão construiu o Templo Sagrado para D'us, um edifício de pedra. Assim como o vinhateiro cuida do vinhedo, do mesmo modo D'us protegeu a Terra de Israel de todos os inimigos. Mesmo assim, o Templo Sagrado foi comparado apenas a uma "choupana" e não a um lugar permanente, pois não durou para sempre. D'us predisse que o Templo Sagrado continuaria existindo somente enquanto os filhos de Israel guardassem fielmente a Torá. Quando abandonaram as mitsvot de D'us, o Templo Sagrado, ambos o primeiro e o segundo, foram eventualmente destruídos.

3 - Quando Mashiach vier e D'us nos der o terceiro Templo Sagrado, esse será comparado a um "lar" - pois durará para sempre. Então todos verão que D'us é nosso pai e que somos Seus filhos.

Quando a ordem da construção do Tabernáculo foi dada

Apesar da mitsvá de construir um Tabernáculo ter sido decretada apenas depois do pecado do bezerro de ouro, a Torá a registra de antemão. As porções da Torá que lidam com o Tabernáculo (Terumá e Tetsavê), precedem o relato do pecado do bezerro de ouro (na porção de Ki Tissá).

Após o pecado do bezerro de ouro, Moshê implorou incessantemente que D'us perdoasse o povo judeu. Finalmente, conseguiu o perdão. Não obstante, Moshê não estava satisfeito, e indagou a D'us: "Como ficará evidente às nações do mundo que Tu realmente perdoaste Teu povo?"

"Que os filhos de Israel construam um Tabernáculo," replicou D'us. "Lá, oferecerão sacrifícios, os quais aceitarei. Esta será uma prova pública de Meu amor renovado por Meu povo!"

A Torá inverte a ordem cronológica dos acontecimentos a fim de ensinar-nos que D'us prepara o antídoto para uma falha mesmo antes desta ter sido realmente cometida. D'us previu o pecado do bezerro de ouro. Portanto, Ele arquitetou antecipadamente a idéia de construir o Tabernáculo.

Através do pecado, o povo judeu forçou a Shechiná a retroceder aos Céus. Por intermédio do Tabernáculo, contudo, a Shechiná poderia retornar à terra.

O Tabernáculo como moradia Divina

Ao ouvir as palavras de D'us: "Que façam um Santuário para Mim, para que habite dentre eles", Moshê ficou surpreso.

"Como podes Tu, Cuja Glória preenche Céus e terra, habitar numa humilde moradia que erguemos para Ti?" - perguntou.

D'us respondeu: "Nem ao menos preciso do Tabernáculo inteiro como local de residência. De fato, confinarei Minha Shechiná à limitada área onde se localizará a arca."

D'us, em Seu grande amor pelo povo judeu, restringiu Sua Shechiná ao Tabernáculo, próximo aos Seus filhos.

O Tabernáculo físico de madeira, contudo, era apenas um símbolo para a verdadeira habitação da Shechiná - o coração de cada judeu.

Como é possível transformar o coração de alguém num Santuário para a Shechiná? Isto é alcançado devotando-se o coração à Torá e à serviço de D'us.

A importância do Tabernáculo para o povo judeu

De fato, o Tabernáculo (e mais tarde o Templo Sagrado) beneficiava o povo judeu de três maneiras:

• Como resultado do serviço realizado da maneira como D'us prescreveu, o povo de Israel recebia proteção celestial contra quaisquer possível atacante.

• O Tabernáculo era fonte de inspiração espiritual. Cada judeu que freqüentasse o Tabernáculo e o Templo Sagrado, era estimulado a incrementar a observância de Torá e mitsvot. O Santuário e o Templo eram permeados por uma atmosfera de temor a D'us, e observando os cohanim (sacerdotes) realizarem diligentemente o serviço, o povo judeu era motivado a aprimorar sua espiritualidade.

• A nação inteira testemunhava constantemente milagres óbvios no Tabernáculo e no Templo Sagrado. Estes fenômenos sobrenaturais demonstravam-lhes o grande amor de D'us com Seu povo, que era como a relação de pai e filho.

D'us pede contribuições para a construção do Tabernáculo

D'us instruiu Moshê: "Nomeie coletores de fundos para recolherem material para o Tabernáculo. Serão aceitas contribuições de qualquer judeu cujo coração o impele a participar."

Ao ouvir que o Tabernáculo deveria ser construído em meio ao deserto, Moshê perguntou-se se a comunidade possuía material suficiente para projeto de tal monta. Antes mesmo que pudesse articular a questão, D'us respondeu-lhe: "Não apenas o povo de Israel, coletivamente, possui o material necessário para construir um Tabernáculo," Ele informou a Moshê, "porém, de fato, cada judeu poderia fazê-lo sozinho."

Onde o povo judeu obteve os materiais?

Quando saíram do Egito, os egípcios lhes deram ouro, prata e utensílios preciosos. Saíram do Egito com uma imensa fortuna. Logo, depois que os egípcios se afogaram no Mar Vermelho, os judeus ficaram ainda mais ricos, pois juntaram os adornos e tesouros que os egípcios traziam consigo. O mar os arrastou até a praia para que os judeus os recolhessem.

Os justos tinham pedras preciosas de mais uma fonte: todos os dias, quando caía a porção da maná, D'us fazia que, junto com a maná, caíssem pedras preciosas!

Os materiais necessários para a construção

D'us ordenou que quinze diferentes materiais fossem coletados para a construção do Tabernáculo e seus componentes. Cada material foi selecionado por D'us para conceder ao povo judeu um mérito ou bênção especial, ao doá-lo.

• Ouro: D'us disse: "Que o ouro doado para o Tabernáculo expie o ouro erroneamente doado para o bezerro de ouro."

• Prata

• Cobre

Há três tipos de caridade (tsedacá), que podem ser comparados ao ouro, prata e ao cobre. A caridade que a pessoa dá quando ela e sua família são ricas e as coisas vão bem é comparada ao ouro. Este tipo de caridade tem o mais poderoso efeito no Céu, comparável a um presente a um imperador. Apesar de ser dada sem nenhuma razão em especial, protege o doador de futuras eventualidades. Ze Hanoten Bari (Aquele que dá quando tem saúde), formando Zahav (ouro, em hebraico). Há, então, um segundo tipo de caridade, a caridade que a pessoa dá quando adoece. É menos efetiva, uma vez que é dada num momento de necessidade; sendo, portanto, comparada à prata. Se a pessoa adia a doação de caridade até que esteja gravemente doente (e, metaforicamente, está com a corda no pescoço, prestes a ser executado), o valor de sua caridade é reduzido a cobre.

Não obstante, uma pessoa não deve abster-se de dar caridade, sob qualquer circunstância. Sua caridade a precederá (no Mundo Vindouro), e lhe garantirá boa reputação.

• Lã tingida de azul-turquesa com o sangue de uma criatura marítima chamada chilazon

• Lã tingida de púrpura

• Lã tingida de vermelho púrpura

• Fino linho branco

• Lanugem de cabras

• Peles de carneiro tingidas de vermelho

• Peles de Tachash multicoloridas

Que animal era o Tachash? Era um unicórnio com pele multicolorida. Existiu apenas naquela época, para que o povo judeu pudesse utilizar sua pele para fazer as tapeçarias do Tabernáculo. Depois disso, se tornou extinto.

• Madeira de cedro de shitim (acácia)

Por que D'us prefere a acácia a todos os outros cedros?

O cedro de shitim foi escolhido por D'us porque não dá frutos. D'us queria dar exemplo a alguém que constrói uma casa. A pessoa deveria desta forma raciocinar: "Se até o Rei dos Reis construiu Seu palácio da madeira de uma árvore estéril, nós certamente não podemos utilizar a madeira de uma árvore frutífera para este propósito!"

Quando Yaacov chegou ao Egito, plantou as árvores de shitim, pois sabia, graças a sua profecia, que os judeus os necessitariam mais adiante para construir o Tabernáculo. Yaacov ordenou a seus filhos: "Quando saírem do Egito, levem junto a madeira de shitim que plantei."

A viga mais comprida do Tabernáculo media cerca de 15 metros. Esta viga foi feita da madeira da árvore que Avraham nosso patriarca havia plantado em Beer Shêva! A famosa árvore, debaixo da qual servia seus hóspedes.

Quando os judeus cruzaram o Mar Vermelho, os anjos cortaram essa árvore e a levaram até o mar. Deixaram-na cair diante dos judeus e exclamaram: "Esta é a árvore que Avraham plantou em Beer Shêva! É debaixo dela que ele costumava orar a D'us!"

Quando o povo judeu ouviu isso, levantaram a árvore e a levaram consigo. Utilizaram-na como viga central do Tabernáculo.

• Azeite de oliva (para acender a menorá)

• Especiarias para o azeite de unção e o incenso

• Duas pedras de ônix e doze tipos de pedras preciosas para o efod e o peitoral (partes da vestimentas do sumo-sacerdote)

D'us mostra a Moshê a planta do Tabernáculo

Quando Moshê subiu ao céu, D'us mostrou-lhe o desenho exato que devia seguir para construir o Tabernáculo. Este teria três seções:

1 - O Santo dos Santos: Era a seção mais santa do Tabernáculo que continha a arca com as Tábuas da Lei.

Na entrada do Santo dos Santos pendia um cortinado chamado parôchet. Este cortinado dividia o Santo dos Santos da segunda seção, o côdesh.

Somente o sumo-sacerdote tinha permissão Divina de entrar no Santo dos Santos, e somente um dia por ano: no Yom Kipur.

2 - A segunda parte do Tabernáculo era menos sagrada que o Santo dos Santos. Chamava-se côdesh. Ali ficavam a mesa, a menorá, e o altar de incenso.

As duas seções juntas eram denominadas "Ôhel Moed".

3 - A terceira parte era o pátio. Era menos sagrado que o côdesh. Ali Moshê colocou o grande altar de cobre sobre o qual eram oferecidos todos os sacrifícios de animais.

D'us também explicou a Moshê exatamente como construir cada um dos objetos do Tabernáculo. Começou por explicar-lhe sobre a arca, pois era o recipiente mais sagrado do Tabernáculo.

Que aspecto tinha a arca

De todos os utensílios do Tabernáculo, D'us ordenou que a arca fosse construída primeiro. Instruiu que sua construção precede até mesmo a próprio Tabernáculo.

A arca constava de três caixas abertas na parte superior; uma encaixava dentro da outra. A caixa menor era de ouro puro, e encaixava dentro de uma de madeira. A caixa de madeira encaixava dentro de uma caixa maior, que era feita de ouro. Desta maneira, a arca de madeira, era folheada a ouro por dentro e por fora, exatamente como D'us ordenara.

A caixa de ouro externa tinha um belo rebordo de ouro, semelhante a uma coroa. A arca onde as tábuas foram guardadas simbolizava a Torá, e os ornamentos representavam a Coroa do estudo da Torá.

O que a arca simbolizava

D'us conferiu ao povo judeu três "coroas" (posições de grandeza):

• A coroa da Torá, que era representada pela arca.

• A coroa do sacerdócio, que era representada pelo altar.

• A coroa da monarquia, que era representada pela mesa.

A coroa do estudo da Torá sobrepõe-se aos dois ofícios. Somente um judeu nascido numa família real ou sacerdotal é elegível para posições de monarquia ou sacerdotal. A oportunidade de se tornar um grande sábio de Torá, contudo, é acessível a qualquer um.

A arca também representava o estudioso de Torá.

As arcas interiores e exteriores eram de ouro, para indicar que os sentimentos íntimos de um estudioso de Torá devem coadunar-se com sua conduta externa. Pobre do estudante de Torá que porta a Torá em seus lábios, enquanto seu coração é desprovido de temor a D'us!

A santidade da arca e seus milagres

D'us fez muitos milagres em relação a arca. Aqui estão alguns:

• A arca com suas varas deveria ter realmente ocupado toda a área do Santo dos Santos, de parede a parede. Mas, quando o sumo-sacerdote ali entrava, havia espaço suficiente para que pudesse caminhar ao redor de toda a arca. A arca em si, milagrosamente, não ocupava nenhum espaço.

• Quando os levitas carregavam a arca não sentiam o menor peso sobre os ombros. Não apenas isso, mas a arca até os levantava e os transportava!

• D'us ordenou a Moshê que construísse uma segunda arca que sempre viajava adiante do povo de Israel durante os quarenta anos no deserto. Esta arca desprendia faíscas de fogo que matavam todas as serpentes venenosas e os escorpiões que apareciam no caminho.

As barras da arca

De ambos os lados da arca havia duas varas de madeira revestidas de ouro, que passavam por arcos e que possibilitavam o transporte da arca de um lugar a outro.

D'us deu uma ordem especial: as barras deveriam permanecer nos anéis o tempo todo. Não podiam ser removidos nunca, nem mesmo quando o povo judeu acampava. A eterna presença das hastes na arca simboliza o conceito de que a Torá não está vinculada à lugar algum. Onde quer que os judeus fossem, voluntariamente ou não, sua Torá também iria com eles, pois o meio de seu transporte está sempre atado à esta.

A cobertura da arca

A arca tinha uma coberta de ouro, chamada capôret. Era feita do mesmo bloco de ouro de que eram feitos os dois anjos, os keruvim.

Por que esta cobertura se chama capôret? Capôret deriva da palavra capará, expiação, indicando que este ouro expia pela transgressão do povo judeu de ter doado ouro para a construção do bezerro.

Os Keruvim - Os anjos de ouro

D'us ordenou a Moshê que pegasse uma grande pepita de ouro, e esculpisse tanto a cobertura da arca quanto os keruvim, anjos, que ficam sobre essa.

Os keruvim não eram esculpidos como elementos separados e então soldados a cobertura; mas emergiam da própria cobertura. Encaravam-se mutuamente, estendendo as asas sobre a arca.

Apesar de, maneira geral, ser proibido fazer estátuas, os keruvim eram exceção, uma vez que foram construídos sob uma ordem especial de D'us.

D'us anunciou a Moshê: "Minha Shechiná residirá entre os keruvim. Sempre que falar com você Minha voz emanará de lá."

Os keruvim nos dão uma lição sobre a proteção de D'us. A arca representa o estudo de Torá. D'us colocou anjos sobre a arca para demonstrar-nos que Seus anjos protegem aqueles que estudam a Torá.

As faces dos keruvim pareciam-se com a de duas crianças. Quando o povo judeu visitava o Templo Sagrado nas Festividades, a cortina divisória que cobria o Santo dos Santos ficava aberta. Podiam então ver os keruvim que se encontravam abraçados.

Dizia-se aos visitantes: "Vejam quão amados vocês são para o Todo-Poderoso!" Porém quando o povo de Israel não cumpria a vontade de D'us, as faces dos keruvim ficavam de costas uma para a outra.

O milagre dos keruvim que abraçavam-se mutuamente em sinal de aprovação Celestial, e viravam a face quando D'us ficava desgostoso com o povo judeu, provava ao povo a Providência Especial de D'us sobre eles. Esta visão, portanto, inspirava-os à teshuvá (arrependimento).

No momento da destruição do Templo Sagrado, quando os povos invadiram o Templo, encontraram, surpreendentemente, os keruvim abraçados um ao outro.

D'us estava, desta forma, demonstrando aos judeus que até a destruição foi motivada por Seu profundo amor por eles. Em Sua misericórdia, derramou Sua ira sobre paus e pedras, poupando assim o próprio povo da aniquilação.

Cada medida do Tabernáculo é importante

A Torá não somente descreve o Tabernáculo e seus objetos, mas também menciona o comprimento e largura de cada objeto.

A Torá enumera todas as medidas para nos ensinar que, já que todas as partes e objetos do Tabernáculo eram construídas exatamente segundo as medidas estipuladas por D'us, tinham uma santidade especial.

As medidas nos ensinam também várias lições importantes, por exemplo:

Todas as medidas da arca continham amot médias: o comprimento era de 2 1/2 amot, sua largura 1 1/2 amá, e a altura tinha 1 1/2 amá. Não tinha uma só medida de amot completa, enquanto que todos os demais objetos do Tabernáculo mediam amot completos.

A arca representa o estudioso de Torá. Um verdadeiro sábio nunca se orgulha de seus feitos, pois se sente incompleto; sabe que quanto mais estuda, tanto mais tem que estudar. Portanto, independentemente de quanta Torá tenha aprendido, é humilde. Para nos ensinar como deve comportar-se um erudito de Torá, D'us nos deu meias medidas para a arca, em sinal de que, mesmo depois de ter estudado muita Torá, estamos longe de conhecer a totalidade da Torá.

A mesa

Após a arca, D'us ordenou a Moshê; "Faça uma mesa, e ponha na seção côdesh do Tabernáculo. Sempre deve haver doze fornadas de pão sobre a mesa."

A mesa era feita de madeira e coberta de ouro. A borda superior estava magnificamente filetada a ouro. Duas varas de madeira recobertas de ouro passavam por aros de ambos lados da mesa. A mesa também possuía cinco prateleiras para acondicionar os pães.

Os pães da proposição

D'us instruiu Moshê: "Você deve colocar doze formas de pães sobre a mesa."

Estes pães têm o nome 'Hapanim' (faces) derivado do fato de que possuem "duas faces". Eram moldados em forma de uma matsá grossa e quadrada, com ambos extremos dobradas para cima.

Uma família de cohanim era encarregada de assar os pães. Assavam-nos em cada véspera de Shabat, em formas de ferro. Depois de assados, eram transferidos para moldes de ouro, e trazidos à mesa nestes. Eram então removidos do molde. Dois pães eram colocados diretamente sobre a mesa. Os outros dez eram colocados sobre cinco prateleiras sob a mesa, duas formas em cada prateleira.

D'us ordenou: "Que haja pães sobre a mesa constantemente!" A mesa nunca podia ficar vazia. Por conseguinte, os pães novos eram colocados antes dos velhos serem retirados. (Os pães permaneciam sobre a mesa mesmo quando a nação de Israel viajava.)

Os cohanim que estavam de turno no Tabernáculo comiam as fornadas velhas. Era difícil crer que este pão já tinha uma semana. Pois quando os pães eram retirados da mesa depois de uma semana, nunca estavam duros, rançosos ou mofados. Tinham o sabor de frescos como se tivessem acabado de sair do forno!

Sobre a mesa também se colocavam duas tigelas cheias de levoná (uma especiaria). Cada Shabat, antes que os cohanim comessem dos pães, as especiarias eram queimadas e desprendiam aromas deliciosos. Somente depois, era lhes permitido comer dos pães.

O que a mesa simbolizava

Quando D'us criou o mundo, trouxe o universo à existência a partir de um vácuo absoluto. Ou seja, criou algo do nada. Desde então, quando deseja realizar uma multiplicação miraculosa, Ele faz com que isto flua de algo já existente e não mais algo proveniente do nada.

A mesa era o meio através do qual a bênção dos alimentos fluía para o mundo inteiro. D'us, por isso, ordenou que esta jamais deveria ficar vazia, pois Sua bênção paira apenas numa matéria com substância.

Isto é ilustrado através do relato sobre o profeta Elishá, que disse a uma mulher pobre que ela deveria ter algo em casa sobre o qual a bênção de D'us pudesse pairar:

A viúva do profeta Ovadyá clamou a Elishá: "Meu marido morreu," disse-lhe, "e você sabe quão grande era seu temor a D'us. Foi forçado a emprestar dinheiro a juros; pois sustentava cem profetas que escondia em duas cavernas, para protegê-los da perseguição a que estavam expostos. Agora, seus credores vêm tomar meus dois filhos como escravos!"

"O que você tem em casa?" - perguntou-lhe Elishá.

"Não tenho nada, exceto uma jarra de óleo," replicou a mulher.

Elishá ordenou-lhe: "Vá e peça emprestado utensílios vazios de todos os vizinhos - muitos! Leve-os para casa e feche a porta, ficando em casa com seus dois filhos. Despeje desse óleo em cada recipiente, e separe os que estiverem cheios!" A mulher fez como Elishá instruíra. Os filhos trouxeram-lhe mais recipientes. Não importa o quanto despejasse, o óleo do recipiente original continuava fluindo. Encheu todos esses recipientes, e mandou seu filho trazer mais. "Não há mais recipientes!" - respondeu. Então o óleo parou de fluir. A mulher foi a Elishá e disse-lhe sobre o milagre. "Vá e venda o óleo," disse-lhe, "e pague seu débito. Você e seus filhos viverão do restante."

Ao recitar a bênção após as refeições, nunca deve-se deixar a mesa sem alimento algum, uma vez que a bênção de Cima não paira sobre uma mesa vazia.

Em outra manifestação mais visível deste milagre, o Talmud relata que um cohen que tivesse comido mesmo um pequeno pedaço do pão da proposição, sentir-se-ia totalmente satisfeito. O pão se tornava abençoado em suas entranhas.

Enquanto o Templo Sagrado existia, a mesa irradiava bênção para os alimentos da terra de Israel inteira. Mesmo quando o povo judeu semeava pouco, colhia enormes quantidades.

No Tabernáculo do deserto havia uma única mesa. O Rei Salomão colocou dez mesas no Templo Sagrado, pois havia recebido isto como tradição de Moshê.

No deserto, onde o povo de Israel era amplamente provido de alimento através da maná, precisava apenas de uma mesa. Em Israel, contudo, os judeus necessitavam de uma bênção maior para assegurar-lhes abundância. Por isso, D'us ordenou que fossem instaladas dez mesas no Templo Sagrado, para irradiar maior bênção às colheitas.

Como proceder agora que já não temos esta mesa

Hoje, não mais possuímos a mesa para trazer bênção sobre nosso alimento. Em seu lugar, a mesa na casa de cada um é sua fonte de bênção. Afortunado é o homem em cuja mesa encontram-se duas coisas: palavras de Torá e uma porção para o pobre.

Se uma pessoa conduz sua mesa dessa maneira, dois anjos aparecem ao final da refeição. Um exclama: "'Esta é a mesa posta perante D'us'. Que possa sempre desfrutar das bênçãos Celestiais!" O segundo anjo repete suas palavras e conclui: "Que possa esta mesa ser posta perante D'us neste mundo e no mundo vindouro!"

Ravá e o pobre homem "fino"

Quem dá de comer ao necessitado, não deve orgulhar-se achando que está tirando de suas posses para alimentá-lo. Na realidade, D'us é Quem provê a todos e Ele utiliza o indivíduo que pratica tsedacá (caridade) apenas como intermediário da Sua bondade.

Bateram à porta da casa de Ravá, um dos grandes Sábios. Um pobre estava de pé junto à porta, a mão estendida: "Dê-me algo de comer, por favor!" - suplicou. Ravá o convidou a entrar. "Serviremos comida logo," disse. "Que tipo de comida estás acostumado a comer?"

"Bem, como prato principal costumo comer galinha gorda, assada, e uma garrafa de vinho velho," respondeu o mendigo.

Ravá ficou surpreso: "Mas é comida fina", disse. "É cara. Não achas que fica mal desfrutar de comidas tão caras com dinheiro de caridade?"

O homem replicou: "Como a comida é de D'us, é Ele que usa as pessoas como Seus mensageiros para dar-me comida. D'us provê a todos no mundo do alimento que necessitam. Necessito uma galinha gorda e vinho velho para me manter saudável e bem, de modo que tenho direito de pedi-los."

Enquanto discutiam esta questão, bateram à porta. Entrou a irmã de Ravá. Não tinha visitado a casa do irmão pelos últimos treze anos. Trazia uma cesta para Ravá. Entregou-lhe a cesta, dizendo: "Trouxe-te um presente."

"Obrigado", disse Ravá, abrindo a cesta. Qual não foi sua surpresa ao ver que continha uma galinha assada, bem gorda, e uma garrafa de vinho velho!

Ravá virou-se para o mendigo e disse: "Devo-te desculpas. Esta comida foi claramente enviada a ti por D'us. Tinhas razão; D'us dá a cada um a comida que precisa. Tu confiaste n'Ele, e por isso Ele te enviou a comida. Senta-te e come."

Deste relato aprendemos que quando damos comida ou dinheiro a pessoas que necessitam, devemos considerarmo-nos os mensageiros de D'us, que distribuem Suas dádivas.

O candelabro

D'us ordenou a Moshê que colocasse uma menorá (candelabro) perto da mesa no Tabernáculo. Explicou a Moshê: "Será de ouro maciço e terá sete braços. Todos os braços terão três tipos de ornamentos:

• Taça

• Botão

• Flor

Toda a menorá, inclusive os ornamentos, deve ser feita de um bloco único de ouro sólido."

No alto de cada braço deveria haver uma lâmpada, um pequeno recipiente para conter o azeite e o pavio.

Moshê não sabia como fazer a menorá. D'us mostrou-lhe uma visão Celestial de uma menorá de fogo branco, vermelho, verde e preto. D'us também explicou-lhe sua construção. Não obstante, Moshê encontrou dificuldade em executar o comando de D'us.

Por isso, D'us disse a Moshê: "Tudo o que precisa fazer é atirar a barra de ouro no fogo. Dê-lhe um golpe com o martelo, e uma menorá pronta emergirá!" Moshê pegou um bloco de ouro, jogou-o no fogo e rezou: "Mestre do Universo! O ouro está no fogo! Faça com ele conforme Seu desejo!"

Imediatamente, uma menorá completa apareceu do fogo.

É assim que D'us tipicamente realiza milagres: primeiro, o Homem deve fazer o que pode, então D'us vem ajudá-lo. Similarmente, na abertura do Mar vermelho, D'us ordenou que Moshê abrisse as águas erguendo seu cajado. E foi apenas depois que Moshê o fez que D'us realizou o portentoso milagre. No Egito, e através dos anos, no deserto, Moshê realizou atos que resultaram em milagres. D'us é Quem realiza os milagres, porém Ele quer que o homem os inicie.

O milagre da luz do meio da menorá

Quando o cohen enchia as sete lâmpadas da menorá de azeite à tarde, vertia a mesma quantidade de azeite em cada uma. Na manhã seguinte, seis das luzes se haviam consumido, mas a luz do meio estava acesa. O cohen utilizava a luz do meio para acender as outras seis luzes. Então apagava a luz do meio e voltava a acendê-la. D'us milagrosamente mantinha constantemente acesa a luz do meio.

O que a menorá simbolizava

A menorá representava a sabedoria da Torá, que é comparada à luz.

Um judeu poderia crer que pode ser um fiel observante de mitsvot (preceitos), mesmo sem estudar Torá. Para ilustrar a falácia de tal raciocínio, Salomão comparou as mitsvot à luminárias. ("Pois a mitsvá é uma lamparina e a Torá é luz", Mishlê 6:23). Uma luminária não brilhará, a não ser que seja acesa. Similarmente, a pessoa não pode observar as mitsvot corretamente, a não ser que seu comportamento seja informado e iluminado pelo estudo da Torá. Àquele a quem falta conhecimento de Torá está fadado a tropeçar.

Um homem estava andando à noite num beco escuro e sombrio. Logo tropeçou numa pedra. Então caiu num poço aberto e teve diversas fraturas pelo corpo todo.

Somente aquele que estuda Torá porta uma brilhante luz que o alerta sobre os poços espirituais encontrados na jornada da vida.

É importante notar que a menorá ficava localizada fora dos Santo dos Santos. Isto demonstrava claramente que a arca e tudo que esta representa não requeriam luz. A Torá é sua própria luz.

A fim de obter ouro absolutamente puro para as menorot no Templo Sagrado, o Rei Salomão purificou o ouro mil vezes.

O Rei Salomão colocou dez menorot no Templo Sagrado, pois esta era a tradição que recebeu de Moshê. Havia, portanto, no total setenta lâmpadas no Templo Sagrado, pois cada menorá consistia de sete braços. Isto simbolizava que as setenta nações do mundo eram obrigadas a cumprir as Sete Leis de Nôach ordenadas por D'us à toda a humanidade.

O que aprendemos do fato que a Menorá foi talhada de um bloco sólido

Toda a menorá, inclusive os braços e adornos, era talhada de um grande bloco de ouro.

Isto nos sugere que todas as explicações da Torá dadas por todos os sábios de todas as gerações, estão contidas na Torá que D'us ensinou a Moshê. Não há nenhuma explicação que os sábios posteriores tenham transmitido que não esteja de alguma forma sugerida na Torá. Os sábios posteriores apenas revelaram o que se encontra na Torá. Para nos ensinar este conceito, D'us ordenou que todos os detalhes da menorá fossem talhados no mesmo bloco de ouro.

Mais ainda, a exigência de que a tão intricada menorá seja moldada de uma única pepita de ouro simbolizava a indivisibilidade da Torá. A vida judaica deve ser construída sobre um conjunto de valores. Não pode ser uma miscelânea de componentes e peças separadas, enxertadas juntas para servir à conveniência de qualquer um. Todas as áreas da vida devem derivar do mesmo conjunto de valores.

As tábuas que constituíam as paredes do Tabernáculo

As tábuas do Tabernáculo eram de madeira de acácia. Cada tábua foi folheada a ouro. Era cortada embaixo para encaixar-se em dois caixilhos de prata. As tábuas eram unidas por uma fileira superior e inferior de vigas transversais, que eram inseridas em anéis do lado exterior das paredes do Tabernáculo. Além disso, cada uma das tábuas superiores era conectada à seguinte através de um sistema de peças de madeira interconectáveis encaixando-se com perfeição. A parte inferior de cada viga se inseria em dois blocos de prata.

O que as vigas simbolizavam

Ao contrário das vigas normais de construções, que são deitadas horizontalmente, estas tábuas ficavam de pé sobre o solo verticalmente. Esta posição - alcançando, como se fosse, o alto, da terra em direção aos céu - simboliza o objetivo espiritual do homem, unir os reinos terreno e celestial, sua natureza inferior com seus mais elevados potenciais e aspirações.

O versículo descreve a posição das tábuas como permanecendo eretos. Os sábios interpretam este termo como sendo um símbolo da continuidade e uma garantia da sobrevivência judaica nas épocas mais difíceis. Apesar de nos parecer que a esperança de retornar à glória do passado findou, a Torá declara: "Madeira de acácia permanecendo ereta - eles permanecerão para sempre!"

As tábuas também eram unidas através de uma viga central que corria horizontalmente através de orifícios entalhados no centro das tábuas. A viga central unia e suportava miraculosamente toda a estrutura do Tabernáculo. Simboliza Mashiach que unirá todas as nações do mundo.

As paredes do Tabernáculo nunca se perderam

Chegou um momento em que as vigas, varas e blocos de prata do Tabernáculo não eram mais necessários. Isto aconteceu quando o Rei Salomão construiu o Templo Sagrado, cerca de quinhentos anos após o Tabernáculo ser erigido no deserto. Então, o que Salomão fez com as partes do Tabernáculo?

Nenhuma parte do Tabernáculo foi jogada fora. Todas as vigas e outras partes foram escondidas por Salomão no Templo Sagrado. Cada uma das partes era sagrada, pois havia sido confeccionada e doada por justos.

As coberturas do Tabernáculo

A cobertura superior do Tabernáculo consistia de diversas camadas de tapeçaria. Essas não apenas formavam o telhado, mas também desciam pelos lados.

A camada interior da tapeçaria, que compreendia o teto do Tabernáculo era de lã azul-celeste, de beleza estonteante. Era composta de dez peças costuradas entre si e formando dois grupos de cinco. Eram magníficas obras de arte, com figuras de leões e águias tecidas com fios multicolores. Se alguém olhasse para o teto do Tabernáculo, parecia que estava olhando para o céu. Como os dois grupos de cinco eram unidos por meio de laços e ganchos de ouro, quando se olhava para o teto, parecia também que havia estrelas brilhando.

A camada acima das cortinas azuis-celeste consistia de cortinas feitas de lanugem de cabra. D'us ordenou que as maravilhosas tapeçarias azuis-celeste fossem cobertas por uma camada de lanugem de cabra, a fim de nos ensinar uma lição. Devem tratar seus objetos de valor com cuidado a fim de evitar que se estraguem.

Parte desta lanugem caía sobre a entrada do Tabernáculo, de modo que a entrada parecia uma noiva cujo rosto estava coberto com um véu.

As cortinas de lanugem de cabra eram cobertas por mais uma tapeçaria, uma combinação de peles de carneiros tingidas de vermelhos e peles multicolores de tachash (unicórnio).

O que a cobertura simbolizava

Cobrindo as paredes e o espaço aéreo do edifício, a cobertura unificava tudo que havia dentro do Tabernáculo; significando que a arca, a mesa, a menorá e o altar não eram utensílios distintos e não-correlacionados, cada qual realizando sua tarefa separada. Eram, sim, partes de um todo unificado.

De fato, isto representa a filosofia da Torá na vida judaica: estudos, orações, negócios, e assim por diante não giram em órbitas separadas, mas trabalham juntos em direção a um único objetivo espiritual.

O altar de cobre para sacrifícios

D'us ordenou a Moshê: "Farás um altar de madeira de acácia. Deve ser quadrado".

Os sacrifícios eram oferecidos sobre este altar. Por isso era chamado do altar de sacrifícios de Olá. Também era denominado de:

• O Altar de Cobre - pois era recoberto de cobre.

• O Altar da Terra - pois era construído sendo oco por dentro, e devia ser enchido de terra sempre que o povo de Israel acampava.

• O Altar Exterior - pois estava localizado no pátio do Tabernáculo.

Dois traços decorativos circundavam o altar. Um era uma renda de cobre atada à este; e outro era uma borda entalhada na parede do altar. A renda dividia o altar ao meio, sendo primordial para seu funcionamento: pois sangue de algumas oferendas devia ser colocado na metade inferior do altar, enquanto o de outras, na metade superior.

Os milagres do altar

D'us ordenou a Moshê: "Um fogo deve arder sobre o altar constantemente!"

"Mestre do Universo," objetou Moshê, "o fogo não derreterá a camada de cobre, e então queimará o altar, que é feito de madeira?"

"Estas regras podem ser verdadeiras no mundo físico," respondeu-lhe D'us, "Mas não se aplicam em Meu reino. Reflita, nas esferas Celestiais, os anjos de fogo vivem na proximidade dos depósitos de neve e granizo. Contudo, nenhum prejudica o outro. Enquanto você estava no Céu, andou através de compartimentos de fogo, e Minhas Hostes Celestes queriam te queimar, e não obstante você nem se chamuscou. Eu lhe asseguro que, apesar do fogo constante, o altar não será afetado."

Havia ainda mais dois milagres que ocorriam em relação ao altar. Apesar de estar localizado no pátio do Tabernáculo, a céu aberto, a chuva nunca extinguiu seu fogo. Além disso, a coluna de fumaça que se despreendia dele subia aos Céus na forma de uma coluna perfeitamente ereta e não era dispersada pelo vento.

O que o altar simbolizava

O propósito do altar (mizbêach, em hebraico) está indicado em suas iniciais. Concede ao povo judeu:

M - Mechilá - perdão

Z - Zechut - mérito

B - Berachá - bênção

CH - Chayim - vida

O Templo Sagrado em Jerusalém ficava no Monte Moriyá. D'us fez com que o Altar de Cobre, ficasse num local muito especial sobre aquela montanha. Foi construído exatamente no mesmo local do qual D'us pegou terra com a qual criou o primeiro homem, Adão; onde a humanidade ofereceu seus primeiros sacrifícios através de Caim e Abel (filhos de Adão); onde Nôach (Noé) construiu um altar após o Dilúvio; e onde Avraham atou Yitschac com intenção de sacrificar seu filho ao Todo-Poderoso.

Porque o Tabernáculo continha tantos materiais preciosos

D'us ordenou ao povo judeu que fizesse o Tabernáculo utilizando ouro, prata e outros materiais preciosos, certamente não por necessitar de um lugar suntuoso.

Na realidade, Ele desejava que o Tabernáculo brilhasse por duas razões:

1 - Para que todo judeu que entrasse no Tabernáculo se impressionasse com a magnífica beleza. Assim, se comportaria respeitosamente e compreenderia que neste lugar sagrado morava a Shechiná.

2 - Para que os não-judeus sentissem um grande respeito pelos judeus quando ficassem sabendo do Tabernáculo que os judeus haviam construído. Pensariam: "Os judeus eram escravos no Egito, mas agora são muito ricos. Tiveram ouro e prata suficientes para construir uma morada maravilhosa. Também devem ter entre eles homens sábios e melhores artistas que qualquer outro povo, pois do contrário, como poderiam ter feito os objetos complexos do Tabernáculo e seus intricados desenhos?"

Atualmente, quando não possuímos o Tabernáculo nem o Templo Sagrado, devemos manter esta reverência em nossas sinagogas.



segunda-feira, 22 de junho de 2015

Moisés era ortodoxo?

Moisés era ortodoxo?


 Moshê era ortodoxo? Conservador? Ou reformista? Por falar nisso, D'us é ortodoxo, conservador ou reformista? É judeu ou gentio? Preto ou branco? Homem ou mulher? Obviamente, todas estas distinções humanas são completamente inaplicáveis quando se tenta definir o etéreo e o divino. O espírito não pode ser quantificado com descrições materiais.


Eis por que não reconheço a legitimidade do Judaísmo Reformista. Nem, por falar nisso, reconheço a legitimidade do Judaísmo Ortodoxo, ou Conservador, Ultra Ortodoxo, Reconstrucionista, Chassídico, Conservadoxo, Reformadoxo... Esqueci-me de algum?

Todos estes títulos criados pelo homem são resultado de seres humanos sendo atraídos pela mentalidade de "country club." Queremos fazer parte de um grupo. Mas inerente à esta mentalidade está estereotipar qualquer pessoa que "não faça parte" de nosso grupo identificável. Quantos de nós sentem-se desconfortáveis - ou são levados a isso - em certas "sinagogas" porque não se "ajustam?" Não nos vestimos de uma certa maneira, não pertencemos ao mesmo círculo e social e nível económico, e não conseguimos ler em hebraico com rapidez suficiente.
A verdadeira unidade, a verdadeira unicidade judaica, somente será possível se nos elevarmos acima deste clube da mentalidade mesquinha, e abraçarmos uns aos outros, independentemente da educação e método de criação, como devemos abraçar um irmão ou irmã, reconhecendo que somos todos filhos do mesmo D'us, e cada um de nós tem uma alma e um destino espiritual único.
                                     
O cumprimento da Torá e mitsvot não cria, elimina ou altera sua alma inerente. O que faz é avivar as chamas de sua alma e permitir que ela se manifeste em sua vida, permeie seu ser e se expresse, tornando reais seus recursos mais interiores. Não é diferente de qualquer talento potencial que ainda não tenha sido aproveitado.



O objetivo da vida é permitir que sua alma aflore a um nível consciente, e imbua sua personalidade e todas suas atividades com consciência, sensibilidade e refinamento mais elevados.
Assim que você permitir que isso aconteça, desejará apenas ser judeu, como Moisés.
                                   
Moisés, de Michelangelo
Em Roma, na Igreja San Pietro in Vincoli.




 Uma pequena curiosidade em relação a esta estátua:


"Conta-se que após terminar de esculpir a estátua de Moisés, Michelangelo passou por um momento de alucinação diante da beleza da escultura. Bateu com um martelo na estátua e começou a gritar: Porque não falas? (Perché non parli?) Segundo Ernest Fischer, no seu livro 'A necessidade da arte', esta obra não só personificava o ideal do homem do Renascimento (a corporificação em pedra de uma nova personalidade consciente de si mesma), como também se apresentava como um repto para que a sociedade de então encarnasse esse ideal - no fundo, o mesmo desejo de Moisés, ao trazer as tábuas da lei que deveriam reformar a sociedade do seu tempo."
                            
 Fontes:
Texto: http://www.pt.chabad.org/library/article_cdo/aid/1905087/jewish/Moiss-era-ortodoxo.htm
1ª Estátua: http://ponteoculta.blogspot.pt/2012/07/moises-e-cabala.html
2ª e Estátua e texto sobre a mesma: http://fernandes-milene.blogspot.pt/2010/06/foto-milene-fernandes-em-roma-fomos.html


quinta-feira, 18 de junho de 2015

Rosh Chodesh,



Rosh Chodesh
'Renova sobre nós este mês para o bem e para bênção, para exultação e para alegria, para salvação e para consolo, para sustento e alimento(recursos), para vida boa e para paz, para anulação do pecado e para perdão da transgressão. E seja este rosh chodesh, este INICIO deste mês para FIM de todas as nossas aflições(dificuldades).
Amen Sela.'





quinta-feira, 11 de junho de 2015

guilgul neshamot ( reencarnação de almas )

guilgul neshamot ( reencarnação de almas )
O tema de guilgul neshamot, reencarnação de almas, não é mencionado explicitamente na Torá. No Zôhar, por outro lado, em Parashat Mishpatim, os segredos da reencarnação são discutidos exaustivamente. São então mais detalhados pelo Rabi Yitschac Luria (Ari), em um livro dedicado a este assunto, Shaar Haguilgulim, o Portal da Reencarnação.
Há uma razão para não encontrarmos qualquer menção explícita de reencarnação no Tanach (somente por meio de insinuações e pistas). D'us deseja que o homem seja completamente livre para fazer aquilo que deseja, para que possa ser totalmente responsável por suas ações. Se alguém soubesse explicitamente que com certeza reencarnaria se deixasse de retificar suas ações, poderia permanecer indiferente e apático. Poderia deixar de fazer todo o possível para acelerar sua evolução pessoal. Acreditando que não poderia ter qualquer influência no curso de sua vida, talvez renunciasse à toda responsabilidade, e deixasse tudo nas mãos do "destino."
Em Shaar Haguilgulim, o Ari explica que Adam (Adão) tinha uma alma universal que incluía aspectos de toda a criação [i.e., todo anjo individual e todo animal individual - todos tiveram de dar uma parte da própria essência a Adam; apenas como um reflexo em miniatura de todo o universo ele poderia ser conectado a toda criação, e elevá-la ou rebaixá-la...]. Sua alma também incluía todas as almas da humanidade em uma unidade mais elevada. Eis por que até mesmo uma ação de sua parte poderia ter efeito tão poderoso. Depois que ele comeu da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal, sua alma foi fragmentada em milhares de milhares de centelhas (fragmentos e fragmentos de fragmentos), que subseqüentemente tornaram-se revestidas/encarnadas em todo ser humano que viria a nascer e está vivo agora. A função principal dessas almas-centelhas é efetuarem todas juntas a retificação que Adam deveria fazer sozinho.
Facilitando o trabalho
É importante entender a diferença entre uma grande alma universal toda abrangente em uma parte, por um lado, e parti-la em muitos pedaços, (espalhadas por diversos corpos) por outro lado. Há dois motivos para isso:
1 - Em uma grande alma toda abrangente, é difícil discernir as partes (as almas individuais) porque ainda estão conectadas a uma grande unidade. Este não é o caso quando toda e cada alma-centelha toma um corpo separado. Podemos então reconhecer a singularidade de cada uma e as características específicas de cada uma delas.
Ao final, todas as almas retornarão àquele nível mais elevado de Unidade do qual todas se originaram, mas em um nível mais elevado (i.e., retornando à Unidade mas conservando a individualidade especial pela qual trabalharam e adquiriram).
2 - A segunda razão ou diferença é que muitas almas diferentes desempenhando um papel pequeno mas importante para retificar a criação é "mais fácil" que quando todas estão juntas.
Por analogia, isso é como uma carga pesada que precisa ser movida de um lugar para outro. É mais fácil muitas pessoas fazerem sua parte e carregarem aquilo que conseguem de toda a carga, que para uma única pessoa tentar carregar tudo sozinha.
O mesmo aplica-se a Adam. Quando ele comeu da Árvore do Conhecimento, danificou todas as almas que eram parte dele. Sua alma unificada foi subseqüentemente separada em várias partes, cada uma destinada a nascer em um corpo diferente, de tal forma que toda e cada uma conseguiria consertar seu pequeno pedaço da grande alma de Adam da qual faz parte, de forma que ao final todos se reunissem novamente como uma só.
Baseado nisso, o Or Hachaim Hacadosh explica por que as gerações iniciais viveram centenas de anos. Somente quando as gerações diminuíram em estatura espiritual a duração da vida das pessoas baixou para 70 ou 80 anos. A razão para isso é porque as gerações anteriores tiveram almas muito amplas e abrangentes. Eles, portanto, precisavam de mais tempo em cada vida para consertar aquilo que era preciso. Quando não utilizaram suas vidas longas para este propósito, por exemplo, a geração do Dilúvio, suas almas foram diminuídas e fragmentadas em pessoas "menores" com menos iluminação de alma, a fim de fazer a obra de retificação "mais fácil" para esta pessoa. Eis por que a vida das pessoas tornou-se menor.
Do ponto de vista do sistema em geral, todas estas almas ainda fazem parte de uma grande alma que é dividida e encarnada em incontáveis corpos distintos, geração após geração.
Disso vemos que a alma é uma luz Divina que dá vida ao corpo, que por sua vez torna-se um veículo para a alma, capaz de revelar suas (i.e., do corpo) qualidades distintas. Isso é similar ao poder da eletricidade que flui em um aparelho e o liga. A corrente elétrica, em si, não pode ser vista. Podemos apenas percebê-la por intermédio do aparelho que estamos usando. Por exemplo, podemos conectar um aquecedor ou um ventilador, uma máquina de lavar ou uma secadora em uma tomada elétrica, e ver que as diferenças entre cada aparelho devem-se a ligeiras modificações em seus mecanismos - aquecer versus esfriar, lavar versus secar, - em vez de na corrente elétrica que os faz trabalhar.
Da mesma forma, podemos entender que todos os corpos diferentes que jamais existiram eram todos manifestações de uma grande alma. As diferenças entre elas está nos diferentes corpos nos quais encarnaram, pois nenhum corpo assemelha-se ao próximo(cada encarnação é completamente única). Eis por que nosso corpo deve ser enterrado para retornar ao elementos básicos dos quais é composto. A alma, por outro lado, que dá vida ao corpo, é eterna. Assim, os corpos de cada geração de almas que nascem são comparados aos muitos pares de vestes que são tiradas quando a pessoa sobe aos céus.
A Lei da Conservação da Energia
A física moderna chegou a conclusões similares. A energia é sempre conservada. Quando um objeto físico queima ou apodrece, a energia, ou configuração da energia, ou informação contida naquele objeto físico não é destruída. Simplesmente passa para uma outra forma. Isso é na verdade o mesmo que dissemos sobre as almas. Uma alma é vida e energia, como declara a Torá: "[D'us] soprou uma alma viva em suas narinas." De acordo com isso, vemos novamente que a soma total de encarnações de todas as gerações é realmente aquela de uma grande alma - Adam - que passa por muitos corpos. Em cada geração, e em cada corpo, assume uma forma diferente. No fim, qualquer mudança que ocorrer, ocorrerá nos corpos.
Mais de uma alma habitando um único corpo
Há um outro tipo de reencarnação que pode ocorrer quando a pessoa ainda está viva. O Ari chama esta forma de reencarnação de Ibur.
Acredita-se geralmente que a reencarnação ocorre depois que a pessoa deixa este mundo, após a morte do corpo, quando então, ou pouco depois, a alma transmigra para outro corpo. Ibur não funciona assim. Envolve receber uma alma nova (mais elevada) em algum ponto da vida da pessoa. Ou seja, uma nova alma vem até o coração da pessoa enquanto ainda está viva. A razão pela qual isso é chamado Ibur, gestação ou gravidez, é porque esta pessoa torna-se "grávida" com esta nova alma enquanto ainda está viva. Este fenômeno é a profunda explicação por trás de certas pessoas que passam por mudanças drásticas em sua vida. Passam por uma mudança mental sobre determinadas coisas ou mudam seu estilo de vida, e por meio disso ascendem ao próximo nível espiritual. Isso também é incluído sob o título geral de encarnação, porque estão agora abrigando uma nova alma [ou um aspecto de sua própria alma ou uma alma mais elevada da qual faz parte] a fim de ser um veículo para a retificação daquela alma. Isso é o que ocorre quando uma pessoa está pronta para avançar na evolução de sua alma.
Eis por que a alma tem cinco nomes, um mais elevado que o outro, nefesh, ruach, neshamá, chaya e yechidá. Segundo o Zôhar, os quatro níveis inferiores da alma geralmente entram numa pessoa durante sua vida em Ibur: Primeiro, a pessoa recebe nefesh ao nascer; então quando merece, recebe ruach; quando merece, recebe neshamá; quando merece, recebe chaya. Quanto mais alto o nível, mais rara é esta ocorrência. Muito poucos jamais mereceram chegar a neshamá, muito menos chaya. Ninguém jamais recebeu o nível mais elevado, yechidá. Adam o teria recebido, se não tivesse pecado.
Os nomes de personalidades bíblicas que voltaram em reencarnação
No Shaar Haguilgulim do Ari, encontramos muitos exemplos de almas transmigradas. Moshê, por exemplo, foi uma reencarnação de Hevel (Abel) e Shet (Seth), conforme seu nome indica (o Mem de Moshê representa Moshê, o Shin representa Shet, e o Hê representa Hevel). O sogro de Yaacov, Lavan, mais tarde é reencarnado como Bilam (durante a época de Moshê) e Naval (durante o tempo de David). Rabi Akiva foi uma reencarnação de Yaacov. Os dez irmãos de Yossef que o venderam foram castigados tendo de reencarnar em dez grandes tanaim, os dez mártires que foram mortos pelos Romanos. A realidade da reencarnação também pode nos ajudar a entender porque, D'us não o permita, criancinhas morrem. São almas que devem descer ao mundo por um breve tempo, para fazerem uma quantidade mínima de retificação. Em seguida estão livres para partir.
Reencarnação no Reino Mineral, Vegetal, Animal e Humano
Já mencionamos o princípio de que tudo contém um poder que lhe dá vida. Num ser humano, este poder é realmente Divino, sendo chamado de neshamá. Os animais também possuem uma alma, chamada de alma animalesca. As plantas e outros seres que crescem têm uma alma vegetativa. A matéria inerte também contém uma porção daquele poder, chamado nefesh.
Uma alma humana pode também encarnar nestas formas inferiores como punição por seus pecados. Em Shaar Hguilgulim, o Ari traz inúmeros exemplos dessas encarnações, nas quais a alma de uma pessoa que praticou o mal deliberadamente, dependendo da gravidade do pecado, entra em várias formas de matéria inerte ou orgânica, ou em animais. Somente após uma jornada longa e árdua, tal alma pode voltar e ser reencarnada como ser humano novamente, e por fim tornar-se purificada o suficiente para retornar à sua Fonte.
Publicado 18th September 2013 por Yitzhak Shulmey
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