quinta-feira, 30 de outubro de 2014

O Judaísmo é tão somente Judaísmo.

                 
     

"Está na moda o uso do nome Judaísmo "Ortodoxo", quando na verdade, o Judaísmo é tão somente Judaísmo."
"Está na moda o uso do nome Judaísmo "Ortodoxo", quando na verdade, o Judaísmo é tão somente Judaísmo."

Por Tzvi Freeman

"Então eu perguntei ao rabino que tipo de rabino ele é, e ele respondeu; Não-ortodoxo. Não-ortodoxo! Sim! O termo mais descritivo que já ouvi para o verdadeiro Judaísmo! A crença de que nada é da maneira que deveria ser, que tudo no mundo tem de mudar, que devemos ser diferentes de todos os outros. É isso que os judeus são – os kvetchers (reclamões) da história, recalcitrantes, insurgentes, revolucionários – e o que poderia ser mais não-ortodoxo do que isso?
As Nações Unidas resolveram que os judeus são estranhos porque insistem em existir.O Judaísmo não começou com o paradigma de todos os iconoclastas? Imagine Avraham quebrando os ídolos na casa do pai, desafiando o Rei Nimrod e todas as normas sociais de sua época. Imagine Moshê desafiando o faraó, ou Rabi Akiva e os Sábios desafiando o poderoso Império Romano. Isso é algo que você descreveria como comportamento “ortodoxo”?
Ser judeu é rebelar-se. Recusar-se a atender o telefone no Shabat é uma rebelião contra a tecnocracia. Manter-se casher é uma rebelião contra o consumismo. Levantar-se cedo pela manhã para se embrulhar num xale grande e branco, torcer correias de couro e colocar caixas sobre o braço e a cabeça, juntar-se a outros em fórmulas místicas e ler num rolo antigo, é uma rebelião flagrante contra tudo que é considerado normal na vida moderna.
Imagine Moshê desafiando o faraó, ou Rabi Akiva e os Sábios desafiando o poderoso Império Romano. Isso é comportamento “ortodoxo”?Você conhece a história do rabino que está de pé na rua procurando o décimo homem para seu minyan? Finalmente, ele encontra um judeu. Porém o judeu diz: “Desculpe, não faço parte da religião organizada.”
“Se isso é religião organizada,” exclama o rabino, “o que então estou fazendo na rua incomodando os pedestres?”
Os judeus jamais foram ortodoxos? Já houve um tempo em que suas opiniões e comportamento foram considerados normais? O faraó pensava que eram loucos porque exigiam direitos para os trabalhadores. Os romanos achavam que eles eram loucos porque não se livravam dos bebês doentes. A Igreja achava que eram perversos porque não se rendiam à fé da maioria. Os racionalistas os consideravam insanos por causa do seu misticismo, e os românticos os consideravam obtusos por causa do seu racionalismo. As Nações Unidas resolveram que os judeus são estranhos porque insistem em existir. Nesse ínterim, todos terminaram por adotar nossa inclinação, porém ainda continuamos sendo uma anomalia entre os povos. Simplesmente há muita coisa para os outros colocarem ainda em dia.
Meu rabino disse certa vez: “Rótulos são para camisas.”O Judaísmo jamais pode ser chamado de fora de moda, porque para começar, nunca esteve na moda.
Então, quem inventou esta contradição: “Judaísmo Ortodoxo”?
Vou lhe contar: Há duzentos anos, quando o Imperador Napoleão Bonaparte decidiu que era o Messias e que os judeus deviam ser liberados, ele designou diversos líderes da comunidade judaica para formar um Sanhedrin, uma alta corte de rabinos e eruditos, como tinha existido nos tempos antigos. Assim homenageados, eles começaram a convencer seus amigos a fazerem parte. Afinal, Napoleão era a onda do futuro. Isso era progresso.
Porém alguns rabinos não pensavam que era tamanho progresso. Napoleão, um Messias? E Paris é Jerusalém, certo? Portanto eles se recusaram. E por esta teimosa recusa em compreender o quanto eram retrógrados e não esclarecidos, foram tachados “vocês… vocês… seus RABINOS ORTODOXOS!”
“Ortodoxos, schmortodoxos,” responderam eles, “mas o sujeitinho com a mão por dentro da camisa não é o Messias!”
É mais ou menos da maneira que os hippies começaram a se denominar de “aberrações”. Algum fazendeiro em Woodstock olhou para esta juventude americana e cuspiu esse epíteto na frente das câmeras. Então eles disseram, por que se rebelar contra isso? E eles próprios se chamaram de “aberrações”.
Meu rabino disse certa vez: “Rótulos são para camisas.” Tudo bem, há outras coisas que podem levar rótulos. Como os templos reformistas, sinagogas conservadoras, bosques reconstrucionistas. Porém os judeus que você vai encontrar nesses locais têm apenas um rótulo: judeus. Porque “judeu” não é um termo comportamental. É um estado de ser, essencial. Não é onde você está, é de onde você faz parte.
Portanto se alguém lhe pedir para descrever os três tipos de judeus de hoje, responda conforme segue:
Há três tipos de judeus:
1 – Judeus que cumprem mitsvot.
2 – Judeus que cumprem mais mitsvot.
3 – Judeus que cumprem ainda mais mitsvot.
E isso porque um judeu mal consegue respirar sem cumprir uma mitsvá. Eles são simplesmente não-ortodoxos demais."
(Título original da matéria: "Não-Ortodoxo".)
                                               

quarta-feira, 29 de outubro de 2014



Você sabia que a profecia de Ezequiel 47 está mesmo se cumprindo nos dias de hoje?


                                                  
Há milhares de anos surgiu no sul de Israel uma depressão enorme, de aproximadamente 80 quilômetros de comprimento por 18 quilômetros de largura, com uma profundidade insondável, que desce aos abismos da Terra.
Aquela enorme cratera surgiu quando fogo e enxofre desceram do céu e devastaram as cidades impenitentes de Sodoma e Gomorra. A destruição daquelas cidades não é mito. Este fato foi confirmado por Jesus e também por arqueólogos. Que tipo de arma poderia ter sido usada para causar tamanha devastação? As outroras campinas verdejantes da região transformaram-se em uma paisagem estéril, sem vida, como nunca se viu em qualquer outro lugar do mundo!
Como que para ocultar aquele enorme buraco – considerado o lugar mais baixo da Terra –, Deus fez com que, por milhares de anos, o Rio Jordão despejasse ali as suas águas doces, até que se formasse um enorme lago com a mesma extensão da depressão: 80 km. Porém, como a concentração de sal ali é altíssima, toda água trazida pelo Rio Jordão é imediatamente transformada em uma água imprestável, dez vezes mais salgada do que a água de qualquer oceano! Naquelas águas salgadas, nem mesmo a mais resistente bactéria consegue sobreviver. Qualquer peixe eventualmente transportado pelas correntezas do Rio Jordão morre assim que deságua naquele lago de morte. Para que usemos uma linguagem mais compreensível para o nosso tempo, é como se ali houvesse uma “radiação invisível e misteriosa” que impede, até hoje, a vida naquele lugar. Por isso, aquele imenso lago é chamado de Mar Morto.
Porém,de  alguns anos para cá, de maneira inexplicável, BURACOS MISTERIOSOS
com cerca de 30 metros de diâmetro por 7 de profundidade, começaram a surgir nas praias salgadas e estéreis do Mar Morto. Buracos que surgem do nada e tragam o que estiver sobre o solo, inclusive casas. E de dentro deles, surpreendentemente,ÁGUAS DOCES PASSARAM A TRANSBORDAR! Águas que, apesar de brotarem de um solo extremamente salgado, CONSERVAM-SE DOCES E SAUDÁVEIS! Estes buracos misteriosos estão sendo chamados de “Bolaines” e, hoje, há centenas deles, espalhados por toda a extensão das praias do Mar Morto! E todos brotando e transbordando águas doces!
E este é o mistério: se toda água boa do Rio Jordão que abastece o Mar Morto morre assim que entra em contato com a região de Sodoma e Gomorra, como estes Bolaines transbordam águas que não se corrompem?

A Ciência não tem uma explicação para isto, mas a Palavra de Deus tem!

Quero que você, a partir deste trecho, leia este artigo com a Palavra de Deus aberta no livro de Ezequiel, capítulo 47. Veja o cumprimento desta profecia, que afirma que estas águas misteriosas saem do Santuário de Deus (Ez 47:1-10).

DEPOIS DESSAS instruções, ele me levou de volta à entrada do templo. Vi uma corrente de águas saindo dos alicerces do templo, passando à direita do altar, ou seja, pelo lado sul.
Então me levou para fora do templo, pela passagem externa norte. Paramos do lado de fora da porta leste, que estava fechada. A corrente de águas corria por baixo dela, na direção leste.
Meu guia e eu acompanhamos a corrente, indo para leste. Ele tinha na mão um fio; com esse fio, mediu 457 metros e então mandou que eu atravessasse o pequeno riacho. A água mal chegava aos meus tornozelos!
Continuamos andando em direção leste, e ele mediu mais 457 metros. Mandou-me atravessar o riacho mais uma vez, e a água já chegava aos meus joelhos. Depois de mais 457 metros, o riacho já era um riozinho cujas águas chegavam até à minha cintura.
Andamos mais 457 metros, sempre medidos pelo fio que meu guia levava. Aí, o riozinho já era um rio tão fundo e tão forte que só mesmo nadando eu seria capaz de atravessar!
 Meu guia me disse: "Filho do homem, preste bastante atenção e guarde na memória tudo que viu!" Depois ele me fez voltar, subindo o rio junto com ele.
Enquanto voltava, fiquei muito espantado! Às margens do rio havia muitas árvores, muitas mesmo!
O homem me disse: "Este rio corre na direção leste, atravessa o sertão da Judéia e deságua no Mar Morto. Ele transformará o Mar Morto, tornando suas águas puras e saudáveis.
Por onde este rio passar, a vida surgirá ricamente! Animais aparecerão em grandes grupos, e as plantas brotarão às margens do rio. No Mar Morto haverá muito peixe, porque as águas do rio tornarão puras as águas do mar.
 Às margens do Mar Morto, em En-Gedi e por aí afora até En-Eglaim, os pescadores apanharão peixes e estenderão suas redes ao sol, para secar. O Mar Morto dará tanto peixe quanto o Mar Mediterrâneo; peixes de todos os tipos!
A profecia no livro de Ezequiel diz que as águas incorruptíveis destes Bolaines transbordarão até encher o Mar Morto de vida. Esta profecia está se cumprindo diante dos nossos olhos:

“Estas águas saem para a região oriental, e descem à campina, e entram no mar; e sendo levadas ao mar, sararão as águas”. (Ez 47:8)



No Reino do Mashiach o Mar Morto será o Mar da Vida! A profecia de Ezequiel 47 diz: “E será que toda criatura vivente que vier por onde quer que entrarem este dois ribeiros viverá, e haverá muitíssimo peixe; porque lá chegarão essas águas e sararão, e viverá tudo por onde quer que entrar esse ribeiro.” (Ez 47:9)

No Milênio, pescadores se ajuntarão às margens do ex-mar morto e estenderão as suas redes para apanhar uma “multidão excessiva de peixe”. Isto é maravilhoso, porque hoje não há nem uma bactéria viva naquele mar! E também nas suas margens, hoje pedregosas e estéreis, “de uma de outra banda, subirá toda sorte de árvore…”. (Ez 47:10-12)
 “Este é o lugar do Meu Trono e o lugar da planta dos Meus pés, ONDE HABITAREI no meio dos filhos de Israel para sempre…”. (Ez 43:7). FONTE INTERNET

 pois o lugar para a Nova Jerusalém já esta sendo Preparado. Estou maravilhada com os mistérios da palavra de Deus que tem sido revelada neste tempo, pois já li várias vezes Ezequiel e nunca tinha notado como hoje a respeito das profecias de Ezequiel que esta agora se cumprindo no mar morto. 

                                          

Se D'S pode transformar o Mar Morto, imagina o que Ele pode fazer na sua vida!

domingo, 26 de outubro de 2014

Quão judeu é um convertido?

Quão judeu é um convertido? 
(Muitos esquecem desta prerrogativa mas é a verdadeira.)
Várias pessoas discutem se uma pessoa convertida é judia ou não. Existe uma grande discriminação contra um convertido, e várias pessoas consideram-no um judeu de segunda categoria.
Este sentimento é errado. No Talmud inclusive há uma citação que diz que os convertidos são mais queridos por Deus do que aqueles judeus que estavam aos pés do Monte Sinai, pois não precisaram de trovões e maravilhas para aceitarem a Torá.
Mas a maior prova de que um convertido é um verdadeiro judeu é o Rei David. Este foi considerado o maior rei dos judeus e o messias dele descenderá. Mas este grande rei era descendente de uma convertida, Ruth, a moabita, que converte-se (de acordo com um rito bem liberal, podemos dizer...) ao seguir sua sogra (Naomi, que era judia) para Israel.
Se o messias descende de uma convertida, quem somos nós para julgá-los não judeus?

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

O que é Cabalá



O Que É Cabalá?

  A Alma do Judaísmo, por Tzvi Freeman


RESPOSTA:

Dentro de seu corpo respira uma pessoa – uma alma. Dentro do corpo da prática judaica respira uma sabedoria interior – a alma do Judaísmo. Nós a chamamos de “Cabalá”, que significa “receber”. Assim como a prática judaica é recebida por meio de uma tradição antiga e ininterrupta da revelação no Sinai, assim é a sua alma.

Cabalá, então, é a sabedoria recebida, a teologia e a cosmologia nativas do Judaísmo.
Outro nome para Cabalá – mais revelador – é “Torat ha’Sod.” Comumente, é mal traduzido como “o ensinamento secreto”. A tradução correta, porém, contém o significado oposto: “o ensinamento do secreto.”

“O ensinamento secreto” significa que estamos tentando esconder algo de você.

“O ensinamento do secreto” significa que estamos tentando ensinar algo a você, abrir e revelar algo oculto.

Ora, você poderia dizer, se o segredo é ensinado, não é mais um segredo. Um segredo revelado, poderia parecer, é uma contradição.

Seria assim se estivéssemos discutindo um segredo artificial, que é secreto apenas porque é velado em segredo, porque outros não querem que você descubra. Os verdadeiros segredos, uma vez revelados, explicados, ilustrados, analisados e integrados em sua consciência, permanecem tão misteriosos quanto antes. Não – muito mais misteriosos, pois à medida que a ilha de conhecimento se expande, assim também sua praia sobre o infinito mar do desconhecido.

A vida tem muito desses mistérios: O que é amor? O que é mente? O que é vida? O que é existência? Como acontecem? De onde emergem? O que é a sua alma, a pessoa dentro do seu corpo? Você passa por todos esses a cada momento. Eles são você. E apesar disso, quanto mais você contempla as profundezas de seus mistérios, mais profundas as águas se tornam.

A Cabalá não é um ensinamento sagrado. É o ensinamento de um segredo.Os segredos mais profundos são aqueles conhecidos de todos, aqueles que aprendemos quando somos crianças pequenas, aceitamos como certo pelo resto da nossa vida, vivenciamos diariamente – e mesmo assim jamais conseguimos desvendar ou entender com nossa mente cognitiva.

Existe. As coisas existem. Eu existo. Estou vivo. A vida é a não-morte. Escuridão não é luz. Existe aquilo que é maior que eu.

A Cabalá mergulha nesses segredos e traz suas profundezas para a luz. Fornece metáforas para cura e crescimento na vida diária. É por isso que a experiência de estudar Cabalá é “Sim! Eu sabia essa verdade o tempo todo! Meu coração sabia, mas minha boca era incapaz de expressá-la!” As verdades da Cabalá pertencem a todo ser que sente.

Porém, acima de tudo, a Cabalá proporciona uma sensação do além; o conhecimento daquilo que não pode ser conhecido, a sabedoria do mistério, o entendimento daquilo que não entendemos. A Cabalá é o conhecimento do assombro.

Por que a Cabalá é tão secreta?

Ensinar um segredo é perigoso. O aluno está em perigo, pois pode acreditar que realmente entende. Um mistério jamais pode ser apresentado sem as coberturas da metáfora e da parábola. Talvez o estudante entenda a capa mas não consiga desvendar seu conteúdo, como aquele que mastiga a casca e descarta o interior do fruto.

O professor está em perigo, pois como pode saber se realmente entendeu? Vai ensinar muitos alunos, suas ideias serão popularizadas, a essência será perdida e seu significado será retorcido ao oposto da sua intenção.

A própria Cabalá está em perigo, pois uma vez que tenha perdido sua integridade, imediatamente deixa de ser “a sabedoria recebida”. Pode ser sábia, pode ser bela, porém não é mais Cabalá.

É por isso que, na maior parte do tempo, a Cabalá foi transmitida de mestre para alunos selecionados e de confiança, na maior confiabilidade. Quando foi escrita, os textos eram propositadamente crípticos e misteriosos, em enigmas sussurrados, parábolas e alusões obscurecidas. Às vezes, as restrições tinham de ser reafirmadas para impedir todos, exceto alguns poucos, de estudar Cabalá.

As águas desta fonte devem ser mantidas puras; devem continuar sendo águas vivas.Somente nas últimas centenas de anos os mestres começaram a revelar abertamente estas verdades. Os mestres chassídicos revelaram uma luz e forneceram um conjunto de metáforas que permite a todos abordarem aquela luz, trazendo a Cabalá ao domínio até da alma mais simples.

Mas mesmo assim, um guia é indispensável, e deve-se tomar muito cuidado para preservar a pureza dos ensinamentos.

Quem é este guia? Como você sabe que está recebendo águas puras, direto da fonte original?

Por um lado, água pura reflete claramente. Se a vida do professor não reflete seus ensinamentos, suas águas são impuras.

Depois, saiba que até Mashiach chegar, o caminho interior nunca é sem conflito. Se o ensinamento vem facilmente, não é o ensinamento interior.

E em terceiro: É verdade que você não precisa ser judeu para se embeber no doce vinho da Cabalá ou para aprender seus caminhos de cura. Mas a alma da Cabalá é diferente de uma alma humana – jamais pode ser arrancada de seu corpo, pois o casamento de alma e corpo é completo. A prática judaica e a Cabalá são uma só. Se você ouvir “Não tem nada a ver com o Judaísmo”, está ouvindo uma mentira.

Como o estudo de Cabalá pode me ajudar?

Cabalá é um aspecto da Torá, e Torá significa “orientação” ou “instruções”. Tudo na Cabalá é para ser uma instrução na vida. Estudamos Cabalá não apenas para atingir um ponto alto, mas porque precisamos de sua inspiração na vida cotidiana, e porque nos fornece direção e orientação prática.

Para o Cabalista, o supremo paraíso é aqui agora, porque a Luz Infinita está aqui agora.A Cabalá proporciona uma dimensão cósmica aos assuntos da vida humana de todos os dias. A doença é um reflexo da doença de amor da divina presença para a Luz Infinita. Os desafios da vida são as centelhas perdidas no ato primitivo da criação, vindas a você para serem consertadas e elevadas. Sua vida é uma missão, na qual você é direcionado para as centelhas divinas que pertencem unicamente à sua alma, pelas quais sua alma tem retornado muitas vezes a este mundo até que sejam todas reunidas.

Entender a dimensão cósmica significa que nada na vida é trivial. Tudo tem significado. Tudo se move rumo a um só propósito, com uma única meta. O entendimento permite que você aceite estes desafios e complete a jornada da sua alma.

Como a Cabalá difere de outros ensinamentos espirituais?

Há muitos ensinamentos espirituais sábios de pessoas em toda parte do globo. Em sua prática, as pessoas encontram transcendência do mundo material, esclarecimento e serenidade.

O foco da Cabalá não é a serenidade. Também não é o esclarecimento transcendental. Proporciona estes também, mas como um meio, não como meta. A meta da Cabalá é a ação inspirada. Qualquer que seja a sabedoria que o cabalista adquire, qualquer que seja o estado de êxtase ou união mística ao qual ele ascende, o resultado será sempre um ato de beleza no mundo físico.

Falando de outra forma: muitos mestres dirão a você para praticar boas ações e atos de bondade porque esta é uma pedra ao longo do caminho da consciência mais elevada. O cabalista lhe dirá que no momento da boa ação, você já está ali. O ato em si é a sua meta, à qual uma consciência mais elevada deve levar você.

Para o cabalista, o supremo paraíso é aqui agora, porque a Luz Infinita está aqui agora, e mais que qualquer reino espiritual, é onde a Luz Infinita anseia por ser descoberta. Nosso trabalho é descascar o fruto para revelar aquela luz dentro de cada artefato físico do mundo. Para iluminar não apenas a nós mesmos, mas todo ser vivo, e até a matéria inerte do nosso mundo.

Quando a Cabalá começou?

A revelação no Sinai foi a primeira e a suprema experiência da verdade interior.As histórias dos ancestrais são pintadas com uma paleta de visões místicas, revelações divinas e comunicação com seres não-físicos. Porém a Torá, incluindo a Cabalá, não é definida por aquelas visões. O evento central da narrativa judaica é a revelação em massa no Monte Sinai, quando “todo o povo viu os sons e a iluminação”.

Digamos que você viveu pouco tempo depois do evento. Digamos que você perguntou às pessoas que tinham estado lá: “Diga-me o que aconteceu.” O que elas diriam a você?

“Fomos instruídos a não ter outros deuses.”

“Fomos instruídos a honrar nossos pais, a não roubar nem matar.”

Não creio nisso.

Mais provavelmente, a resposta deles seria algo assim:

“Vimos todos os segredos do cosmos abertos à nossa frente. Vimos como cada coisa é gerada para ser a todo momento, vimos como não há realmente nada exceto um Criador, e tudo o mais são articulações de Sua vontade.”

Os próprios mandamentos – não ter outros deuses, honrar os pais, não roubar ou matar – são apenas o conteúdo daquela experiência. O meio, a experiência – isto foi o âmago da mensagem. Foi naquela experiência mística que nosso povo nasceu – a experiência de um mundo no qual “de toda direção, D'us falou com eles.” Eles viram toda a realidade como nada exceto as palavras de uma única, incognoscísvel origem de todas as coisas. E eles entraram em comunhão com aquela Fonte.

Por cerca de mil anos após o Sinai, a experiência judaica permaneceu definida pela profecia. A sabedoria era conhecida às pessoas através de videntes e profetas, homens e mulheres que se afastaram dos desejos e vaidades humanas para atingir uma visão clara dos reinos interiores. Porém nenhuma dessas visões forneceu uma nova revelação, acrescentando ou subtraindo coisa alguma da Torá. Estavam simplesmente afirmando, esclarecendo e sustentando a visão partilhada do Sinai.

A era de profecia acabou no início do período do Segundo Templo, mas a revelação Divina e a visão mística nunca partiram. Nem os rececptores daquela sabedoria se sentaram à beira da tradição judaica. Muitos, se não a maioria, dos mais conhecidos mestres da alma da Torá foram também os mestres estabelecidos sobre o corpo da prática da Torá. Rabi Akiva é considerado o pai da Mishná, e o Talmud e Sefer HaBahir descrevem suas jornadas místicas. Seu aluno, Rabi Shimon bar Yochai, foi responsável pela clássica obra cabalística, o Zohar, e suas opiniões permeiam toda seção do Talmud.

Às vezes, e em determinados lugares, a inquirição filosófica deixou de lado a tradição recebeida para dominar o pensamento judaico. Porém raramente foi considerada a teologia nativa, mas sim uma espécie de enxerto vindo de vinhas estranhas. As obras de filosofia ascendentes, lutando para criar uma única visão a partir de partes disparatadas. A Cabalá faz a conversão, começando com uma visão vívida, holística, e tentando transmitir aquela visão a outros. Apesar disso, especialmente após a expulsão da Espanha, o racionalismo e grande parte da terminologia dos filósofos se integrou à sabedoria holística da Cabalá. O resultado foi um florescimento e uma popularidade sem precedentes do pensamento cabalístico.

A investigação filosófica jamais foi considerada nossa teologia nativa. Porém a Cabalá mais tarde se beneficiou através da síntese com ela.Na era crítica quando a Halachá foi codificada e estabelecida (a partir da expulsão espanhola até a metade do Século 17), quase todos os eruditos sérios estavam mergulhados na Cabalá. Rabi Yosef Caro, autor do código padrão da Lei Judaica, o Shulchan Aruch; Rabi Moshê Isserles, cujos retoques tornaram aquele código aceitável ao Judaísmo askenazita; bem como a maioria dos comentaristas padrão daquele código, escreveram obras cabalísticas também. Até o popular sermão na sinagoga com frequência era revestido e enfeitado com referências cabalísticas.

Para a maior parte dos judeus de países muçulmanos, o Zohar é tão sagrado quanto o Livros dos Salmos. O Movimento Chassídico cresceu diretamente a partir da Cabalá. Os oponentes originais ao Movimento Chassídico, como Rabi Elijah de Vilna, foram mestres da Cabalá. Muitos dos comentários padrão estudados atualmente sobre os Cinco Livros de Moshê estão repletos de referências a ideias cabalísticas.

É por isso que tentar entender a experiência judaica sem entender a Cabalá é o mesmo que analisar o comportamento de uma pessoa sem saber o que se passa em sua mente. Os judeus notáveis das eras passadas que não provaram a Cabalá sentiam aquela alma interior intuitivamente dentro da Torá que eles estudavam, dentro de suas preces e dentro da prática das mitsvot. Em todas essas coisas, suas almas brilhavam vibrantemente. No decorrer dos séculos, à medida que o mundo se tornava mais estéril, materialista e confuso, aquela alma se tornou cansada e sentiu-se adormecida. Hoje, o caminho cecrto para uma pessoa que raciocina sentir a alma da experiência judaica é provar seus segredos íntimos. Hoje, o Judaísmo privado da Cabalá é um corpo privado de sua alma.

Hoje o estudo da cabala é vital por um motivo ainda mais importante – como um estágio essencial para a evolução definitiva da humanidade. Abordaremos isto depois.

Você pode ser criativo com a Cabalá?

Uma sabedoria recebida pareceria não deixar espaço para originalidade ou criatividade. O Zohar nos diz que aquele que cria as próprias ideias e as chama de Torá está criando um ídolo.

A comparação é significativa: como um ídolo é uma falsa representação de D'us, também essa ideia é uma falsa representação da sabedoria Divina, e “Ele e Sua sabedoria são um.”
Porém, como em outros campos da Torá, a Cabalá ferve com pensamento criativo e originalidade. Eis como Rabi Moshê Cordovero, um professor líder do Século 16 da escola racionalista-cabalista de Tzfat, explicava a necessidade e os parâmetros de originalidade na Cabalá:

O Livro da Formação diz: “Entenda com sabedoria; seja sábio com entendimento.”

O Cabalista é criativo, pode ter visões iluminadoras, porém tudo que ele ensina não passa de comentário sobre a tradição recebida.“Entender com sabedoria” significa investigar bem tudo que seu mestre ensinou a você na sabedoria das modalidades. Afinal, nesses assuntos transmitimos apenas um mero esboço. A partir deste esboço, cada pessoa deve entender uma ideia a partir de outra.

Você pode ver isto nas palavras de nossos Sábios quando eles disseram: “Este assunto é falado somente a um sábio que entende com sua própria mente.” A partir disto, você vê que uma pessoa deve usar a própria mente para comparar uma coisa com outra, e assim extrair uma ideia de dentro da outra. Dessa maneira ele terá uma mente procriativa e não uma estéril.

E ainda diz; “Seja sábio com entendimento”. Isso significa que quando você origina e analisa com o próprio intelecto para que possa entender, deve tomar cuidado para conceber a ideia e explicá-la dentro da estrutura da tradição dos rabinos e suas palavras verdadeiras. As ideias originais devem estar incluídas naquilo que você adquiriu, seja pouco ou muito.

Os cabalistas podem ter visões, mas eles não encontraram seus ensinamentos naquelas revelações. Sejam quais forem as visões que eles tiveram, veem aquelas como meras iluminações dos textos sagrados e dos ensinamentos que já receberam. Nesta maneira, a Cabalá permanece uma árvore da vida, com profundas raízes segurando-a firmemente no lugar, enquanto dá doces frutos novos a cada estação.

Quais são algumas ideias básicas da Cabalá?

Embora tudos se estendam a partir de uma só visão unificada, os temas que a Cabalá aborda são vastos e variados. Aqui estão alguns dos principais:

Luz Infinita:

Uma metáfora para D'us. D'us é incognoscível e sem forma, porém todas as formas se expandem a partir Dele. A ideia de luz ilimitada ajuda a comunicar essa ideia. Porém a essência de D'us está além até do infinito. E D'us é encontrado nas trevas assim como é encontrado na luz.

Luz e Recipientes:

Similar à ideia moderna de energia e matéria. O ato da criação é sustentado através de uma dinâmica de luz infinita comprimida em estados definidos de ser chamados “recipientes”, que então projetam a luz para criar uma infinidade de seres.

Dez Sefirot:

A conexão entre a Luz Infinita e uma criação finita deveria ser intransponível, e mesmo assim aqui estamos nós, decididamente projeções finitas daquela Luz Infinita. Este é o mistério das dez sefirot: como o Infinito interage com os mundos que gerou através de dez modalidades luminosas, A ordem das sefirot se move a partir do domínio intelectual através da emoção e desce até o âmbito do “domínio” – a esfera de realmente conseguir algo feito. Esta é a “divina imagem” na qual o ser humano é criado. Ao nos conhecermos como seres humanos, portanto, podemos descobrir o divino. E ao entender o divino, somos mais capazes de curar e nutrir o ser humano.

O Mistério do Alfabeto Hebraico:

Em hebraico, não há coisas, somente palavras. O nome hebraico de cada coisa contém sua força de vida essencial. O poder infinito do Criador é encontrado dentro de cada exemplo e objeto da criação; nada está fora dessa luz e nada é vazia dela. As vinte e duas letras do alfabeto hebraico expressam as articulações específicas daquela força criativa. Aquele que domina seus mistérios tem a chave para entender a natureza de cada coisa.

União de Opostos:

O universo inteiro é uma união dinâmica de macho e fêmea. A alma-vida do universo, conhecida como Shechiná, e a Luz Infinita, anseiam por se reunir, como a alma humana anseia por se reunir com sua origem dentro de D'us. O estudo de Torá e o cumprimento das mitsvot provocam essas uniões, permitindo assim que a luz nova e transcendental penetre no cosmos.

Tikun:

O mais notável dos cabalistas, Rabi Yitschak Luria, conhecido como “o Ari” (o leão), conseguiu explicar muitas passagens arcanas do Zohar por meio de uma doutrina de tikun, que significa “conserto”. Revertendo o modelo padrão, o Ari explicou que o mundo foi criado num estado quebrado, e o ser humano foi colcoado nele para recolher as peças espalhadas e consertar sua integridade. O resultado eventual é a união da existência finita com a Luz Infinita, além até daquilo que era no início da criação.

Como a Cabalá se encaixa no mundo moderno?

A Cabalá tem o potencial de amainar o conflito entre o frio mundo exterior que observamos e o cálido mundo interior do observador.Nos últimos cem anos, a ciência desnudou a complicada e pura vastidão do mundo físico numa maneira antes inconcebível. Descobrimos uma impressionante harmonia pela qual todo o universo físico é visto como uma singularidade, toda partículo integralmente relacionada a toda outra partícula, uma harmonia pela qual até a matéria e a energia em si mesmas são essencialmente uma única dinâmica.

A tecnologis nos deu meios para partilhar e examinar este conhecimento que era inimaginável há uma geração. Programar nossos próprios ambientes virtuais nos enriquece com uma metáfora pela qual podemos imaginar o que significa criar um mundo e sustentar sua existência a cada momento.

A humanidade deveria ser tomada por reverência e assombro, mas em vez disso temos sido deixados no frio. Ironicamente, em nossa busca pela unidade da lei fisiica, temos nos afastado daquela unidade, cavando um vácuo devastador entre o mundo difícil e material que nos cerca e o mundo suave e humano que arde no interior. Ao mediar este divórcio, nos mesmos nos tornamos órfãos.

A Cabalá cura esta ferida. Descreve o mundo ao redor na linguagem da nossa psique. Ela nos põe em contato com um mundo composto não de matéria crua, mas de mente inimaginável.

O cientistas descreve o universo dentro das dimensões de tempo e espaço, em termos que ele pode contar e mensurar. Porém nem tudo que conta pode ser contado. Uma das obras mais antigas da Cabalá, o Livro da Formação, descreve ainda outra dimensão: aquela da vida, consciência e alma. Tudo que existe no tempo e no espaço, aprendemos, é primeiro encontrado no fundo daquela dimensão interior.

É uma dimensão com a qual estamos intimamente familiarizados.

O artista olha para uma árvore e vê não uma estrutura celular de carbono, mas beleza, vida e magnificência. O amante da música escuta num quarteto de cordas não as vibrações das cordas de nylon e sua série de tons, mas a luta pela resolução dentro da alma do compositor. O crítico literário lê dentro das palavras do romance os pensamentos do autor, dentro dos pensamentos as atitudes, dentro das atitudes a percepção do mundo que gera tais atitudes, e dentro daquela percepção a persona do próprio autor.

Assim também, o cabalista vê dentro de cada exemplo da realidade não sua presença palpável e definida, mas uma energia divina sustentando toda a existência, sempre nova como a água da cachoeira é renovada a cada momento, gerando e regenerando cada detalhe do vácuo absoluto, imbuindo cada coisa com suas propriedades particulares e com vida, cada instante da existência em sua maneira particular. E dentro daquela dinâmica da criação, o cabalista vê o próprio D'us.

Como resultado, temos uma afinidade com este universo ao redor. Assim como sentimos dentro de nós mesmos camada sobre camada de personalidade, mais profundamente cada extrato da consciência, e ainda dentro de tudo isso uma indefinível essência do ser, também podemos perceber profundamente dentro do universo uma sentença infinitamente maior que a nossa, e uma essência que transcende o conhecimento e o saber juntos.

Na verdade, somos os filhos daquela essência incognoscível, nossas mentes um pálido reflexo de sua luz dentro das águas barrentas do mundo material, nossas almas seu próprio sopro dentro daqueles limites corpóreos.

Por que precisamos agora da Cabalá?

O franco estudo da Cabalá atualmente não é apenas porque precisamos da inspiração que ele fornece, mas porque este é um estágio vital na evolução do mundo.

Divulgar os ensinamentos da Cabalá numa forma que a mente possa entender prepara o mundo para a Era Messiânica.A suprema fase deste mundo é uma era messiânica na qual “a ocupação do mundo inteiro será apenas conhecer a D'us”. Isso não significa simplesmente saber que há um D'us, mas conhecer Seu universo como Ele o conhece, e a sabedoria por trás disso como aquela sabedoria é uma com Ele. A preparação para este tempo já começou, e estamos nela.

A obra principal da Cabalá, o Zohar, descreve uma era que espelhará o dilúvio de Nôach – dessa vez com um mundo inundado com sabedoria em vez de água:

“No seiscentésimo ano da vida de Nôach… todos os mananciais da grande profundeza se abriram, e as janelas do céu ficaram abertas…” – Bereshit, 7:11
Sobre isto, o Zohar declara:

“No 6º século do 6º milênio os portões da sabedoria sobrenatural serão abertos, como as fontes de sabedoria terrena, preparando o mundo para ser elevado ao sétimo milênio.”
O sexto século do sexto milênio do calendário judaico corresponde ao período de 1740-1840, na verdade um período de explosivos avanços em tecnologia e ciência. Ao mesmo tempo, os portões da sabedoria sobrenatural foram abertos através dos mestres chassídicos da Cabalá.

Agora é hora de partilhar ambas as sabedorias, a terrena e a celestial, para fundi-las como uma só e inundar o mundo até que seja cumprida a promessa do profeta:
“A terra ficará repleta com a consciência de D'us como a água cobre o oceano.” - Yeshayahu 11:9

Onde posso aprender a Cabalá autêntica?

Fale com seu rabino. Talvez ele esteja dando aulas sobre Cabalá, ou algum tópico a partir de uma perspectiva cabalística.


   

sábado, 18 de outubro de 2014

Quem é Judeu?

Quem é Judeu?

 Pergunta 1:
Quem é judeu

Resposta:
Nos últimos 3300 anos, a definição universal aceita por todos os judeus, sem exceção, é a da Halachá (Lei Tradicional da Torá):
  • Qualquer pessoa nascida de mãe judia é um judeu.
  • Um não-judeu pode se converter para se tornar judeu, mas somente de acordo com as condições da halachá, incluindo circuncisão (para o homem), imersão num micvê casher e a aceitação de todos os mandamentos da Torá. Outra condição haláchica: a conversão deve ser supervisionada por um Bet Din (Tribunal Rabínico) composto por eruditos, que se sujeitam à autoridade Divina da Halachá e a seguem em suas vidas cotidianas.
2. Pode qualquer não-judeu se tornar judeu?
Resposta:
Sim! Desde que seja sincero com o seu compromisso e o Bet Din estiver convencido de sua sinceridade.
3. Esta é a única maneira de se tornar judeu?
Resposta:
Sim. Este padrão haláchico tem sido aceito através da história judaica por todos os judeus, sem exceção, observantes ou não da Torá, pelo seu bisavô tanto quanto pelo meu. O único padrão para a conversão sempre foi o tradicional haláchico. Um assunto tão sério e profundo como conversão ao judaísmo obviamente exige um critério sério e universalmente aceito, que lhe concede autenticidade.
4. A Halachá aceita conversões do movimento Reformista ou Conservador?
Resposta:
A Halachá só reconhece uma conversão quando realizada de acordo com todas as suas regras. Mas isto não é uma questão de Ortodoxo em contra partida a Conservador ou Reformista. O que conta aqui não é o rótulo que se tenta dar a um determinado grupo, mas o processo da própria conversão: se um rabino ortodoxo realiza uma conversão não totalmente de acordo com a Halachá, então essa conversão não será reconhecida pela Halachá. A Halachá é o critério exclusivo para determinar como e quando um não-judeu pode se tornar judeu.
5. Por que os judeus que aceitam a Halachá não são tolerantes com os outros padrões?
Resposta:
Os judeus sempre acreditaram que a Halachá, como parte da Torá, foi dada por D’us. Alguém que acredita nisto, obviamente não pode aceitar concessões numa questão tão fundamental. Ou o processo da conversão é realizado de acordo com a Halachá e é portanto sancionada por D’us, ou ela não concorda com a Halachá e permanece obra humana.
Conversão implica numa mudança espiritual, por isso, para um judeu que acredita na origem Divina da Halachá a conversão só pode ser feita de acordo com as condições da Lei de D’us. Qualquer outra forma ou “fórmula” é desprovida de sentido.
6. A insistência no padrão haláchico não divide nosso povo?
Resposta:
Pelo contrário, ela é a única maneira de unir nosso povo. Insistir no contrário é demagógico e deliberadamente enganoso. Para capacitar um não-judeu a se tornar um membro do povo judeu, somente um padrão de conversão tem sido aceito e ainda o é por todos os judeus sem exceção – o Haláchico. Mesmo aqueles que não se sentem obrigados pela Halachá ainda aceitam como judeus aqueles convertidos pelo padrão haláchico. Uma simples analogia: certa vez perguntaram a Golda Meir por que as Forças Armadas de Israel só serviam alimentos casher, se há muitos soldados que não observam a cashrut. “Se a comida é casher”, ela respondeu, “aqueles que não se importam com a cashrut não perdem nada ao comê-la. Mas se a comida não for casher, aqueles que guardam cashrut serão forçados a ir a outro lugar…” Obviamente, um soldado que não observa cashrut, de modo algum compromete seus princípios ao comer alimentos casher. No nosso caso também, judeus que não se sentem obrigados pela Halachá podem ainda, em nome da unidade judaica, viver com o padrão estabelecido pela Torá para a conversão.
7. Os judeus ortodoxos consideram os outros judeus plenamente judeus?
Resposta:
Absolutamente! Qualquer um nascido de mãe judia permanece por toda a vida um membro total e completo do povo judeu, independente dos seus atos ou práticas, opiniões ou afiliações. Independente das suas ações, opiniões ou graus de comprometimento, todo e qualquer judeu é nosso irmão ou irmã em todos os aspectos. Isso está declarado no Talmud e reiterado nos Códigos da Lei haláchica de Maimônides, o Shulchan Aruch, etc. De acordo com a Torá, todo judeu, sem exceção, tem valor intrínseco e é um componente essencial do povo judeu, sem o qual a nação inteira não pode realizar seu pleno potencial.
8. Por que há uma ênfase tão grande a não realização de casamentos mistos?
Resposta:
Permanecemos muito firmes nesta questão, pois o que mais tem afastado nosso povo de suas raizes é o casamento misto e a assimilação. Nossa batalha é conservar dentro de cada judeu a chama judaica viva. Cada judeu é valioso, independente de quem seja. Temos a obrigação de lutar com todas nossas forcças pela sua sobrevivência, não apenas material mas espiritual. O que tem nos mantido vivos até hoje é a não assimilação e a transmissão de nossos valores em todas as gerações. Todo e qualquer judeu vale esta batalha!


© Copyright, all rights reserved. If you enjoyed this article, we encourage you to distribute it further, provided that you comply with Chabad.org's copyright policy.

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Moshê descreve a grandeza do povo judeu.

Moshê começou com louvores a D’us, descrevendo como Ele Se revelou no Har Sinai para outorgar a Torá. Moshê proclamou: "D’us foi ao povo judeu no Monte Sinai como um noivo que vai encontrar sua noiva. D’us ofereceu previamente a Torá a todas as nações gentias, mas elas se recusaram a aceitar."
Moshê proclamou: "A grandeza de D’us desafia a descrição. No Sinai, Ele levou com Ele apenas uma fração das hostes celestiais sob Seu comando, ao contrário de um ser humano que exibe toda sua riqueza no dia das bodas.

"Ele deu aos judeus Sua lei de fogo, a Torá, que Ele tinha gravado sobre as Tábuas com Sua mão direita."Por que a Torá é chamada de ‘uma lei de fogo’?
1 – A Torá existiu antes da criação do universo. Antes de ser entregue à humanidade, foi escrita perante D’us em fogo negro sobre fogo branco. Moshê então a escreveu com tinta sobre pergaminho.
2 – A Torá foi entregue em meio ao fogo: os anjos descendo com D’us ao Har Sinai estavam em chamas: a montanha estava em chamas; foi dado por D’us, que é chamado "um Fogo devorador"; e a face do agente de D’us (Moshê) reluziu por entre o fogo.
Moshê agora abençoou os judeus para que merecessem a vida eterna no Mundo Vindouro por terem aceitado a Torá. "D’us amava muito as tribos. Ele atou as almas dos tsadikim com Ele para a vida eterna. Eles a merecem, pois se colocaram ao pé do Monte Sinai e aceitaram o jugo da Torá."

terça-feira, 7 de outubro de 2014

SALMOS (TEHILLIM)

SALMOS (TEHILLIM)





Tehilim é o Livro dos Salmos. A palavra Tehilim significa louvou e por isso podemos realmente traduzi-lo como "O Livro dos Louvores". Louvor é o tema mais frequente nos Salmos.

D'us é louvado por Sua grandeza e glória e pela bondade e compaixão que demonstra a suas criaturas. A Torá é louvada como a expressão da vontade Divina e Tsiyon como a Terra Prometida.

Está escrito no início da Torá "este é o livro das gerações do homem".

O primeiro homem, Adam (Adão) foi criado no sexto dia da Criação, véspera do primeiro Shabat. Faltava apenas três horas para que o Shabat chegasse e atingisse a perfeição completa do mundo, quando então Adam falhou, desobedecendo um dos mandamentos de D'us, de não comer do fruto da árvore proibida.

Desta forma ele rebaixou o nível de todo o Universo com a sua caída. Ele então procurou através da visão que D'us havia lhe proporcionado sobre as gerações futuras, uma alma especial que pudesse enaltecer a D'us, em busca do perdão de seu pecado, a fim de trazer de volta a perfeição ao mundo.

Encontrou então o Rei David, que estava destinado a viver somente 3 horas. Adam perguntou a D'us: "Posso doar 70 anos de minha vida para esta alma?" D'us concordou. Então os nossos sábios no Midrash falam que Adam declarou: "Mestre do Universo, este que é tão lindo, o Rei David, eu presenteei ele com soberania, e também com Cânticos de Louvor para os 70 anos de sua vida. Para que ele possa cantar perante ti."

Na história do Rei David, seu exílio, perseguições, lutas e eventual triunfo, o povo judeu encontrou um exemplo para sua própria vida. O Livro dos Salmos, através dos tempos, serviu como uma infinita fonte de inspiração, coragem e esperança.

Mas nem todos os salmos foram compostos por David; alguns são de sua autoria, outros que compilou basearam-se nos cânticos de dez pessoas: Adam, Malkitsedek, Avraham, Moshê, Himan, Yedutun, Assaf, e os três filhos de Côrach, todos compostos por inspiração Divina.
Por que recitamos Salmos?

A resposta é simples: quanto maior a escuridão, maior será a revelação da luz. Neste mundo de tanta obscuridade em que nos encontramos hoje, nada mais apropriado do que carregar o maior instrumento contra o mal: um livro de Salmos. Em todas as épocas, o Sêfer Tehilim, Livro dos Salmos, tem sido ao mesmo tempo fonte de conforto e consolo aos angustiados e expressão de gratidão aqueles que recebem as bênçãos Divinas.

O livro de Tehilim é usado sempre quando uma pessoa deseja aproximar-se ou pedir algo a D'us. Possui 150 capítulos, que contêm louvor e súplicas a D'us, dividido em cinco partes, paralelas aos cinco livros de Moshê, e ainda subdividido em sete partes, uma para cada dia da semana, e ainda em 30 divisões, para cada dia do mês. Muitos judeus costumam recitar uma porção dos salmos a cada dia após as orações matinais, completando assim toda a seqüência no decorrer de uma semana, ou de um mês.

Apesar de terem sido escritos séculos atrás, os Salmos são perfeitamente pertinentes na atualidade. A luta para permanecer vinculados e próximos a D'us frente à opressão do mundano, ainda constitui-se na nossa batalha diária.

Este é o motivo da atração que os Salmos exercem. Há Salmos específicos recitados para diferentes ocasiões. Entre os costumes o de recitar diariamente o capítulo que corresponde a idade que a pessoa irá completar (aquele que tem 18 anos completos, por exemplo, lê diariamente o número 19, e ao completar 19, passa a ler o 20, e assim por diante). O Tehilim deve ser recitado todos os dias e permanentemente.

Há uma conhecida expressão que diz que se todo aquele que soubesse o real poder dos Salmos, não pararia um segundo sequer de recitá-lo.

Não somente os Salmos, mas todas as escrituras sagradas (Tanach), não devem ser recitadas na primeira metade da noite, ou seja, desde o pôr-do-sol até a meia-noite.

Peça aos Salmos

Salmo 01

Para um parto normal, para preservar a juventude, para os produtos da terra, para permanecer leal, para perseverança no bem.

Salmo 02

Para boa sorte, para desenvolver a intuição, para a clarividência, para o poder de cura, contra as guerras, contra as tiranias.

Salmo 03

Para se libertar das preocupações, contra inimigos, para ter fé em Deus, para dor de cabeça, dor de dente, dor de garganta.

Salmo 04

Para se livrar da insônia, para ganhar um processo, para diminuir as provações, contra as calúnias, para alcançar êxito, contra a raiva, contra as traições, contra o abandono.

Salmo 05

Proteção contra os inimigos, para receber favores de autoridades, contra a preguiça, contra a maldade, contra a fraude, contra a hipocrisia, contra ladrões, contra assassinos, contra doenças da língua.

Salmo 06

Para alívio de esgotamento, contra a dor, contra a tristeza, contra a melancolia, para fazer boa viagem, contra todas as doenças em especial as doenças dos ossos, do sangue, dos olhos, contra a congestão, contra hipertrofias, contra acusações injustas.

Salmo 07

Para desmascarar os inimigos, proteger dos fanfarrões e para resolver rapidamente qualquer situação de perigo, contra dores de cabeça, contra o cólera, contra a preguiça.

Salmo 08

Para receber favores em transações comerciais, contra doenças infantis e de animais.

Salmo 09

Ajuda a descobrir a vocação, para ter sonhos reveladores e para acabar com a impotência sexual, contra a violência, contra doenças graves e consideradas incuráveis, contra a pobreza.

Salmo 10

Para ajudar, quando tudo e todos parece estar contra, proteção nas viagens, contra dores nos olhos, proteção durante as tempestades, incêndios.

Salmo 11

Para quando se está desorientado, para acreditar em si, para aumentar a fé, contra a vaidade, contra a mentira, contra o orgulho, contra a ignorância, contra atos perversos, para se obter luz e pureza.

Salmo 12

Para proteção contra caluniadores e tagarelas; combater vícios, vista fraca, contra morte repentina, sustos, doenças nervosas.

Salmo 13

Para banir a depressão e a dúvida; contra a incredulidade, impiedade, amores impuros, tentações, doenças do coração e estômago, febres.

Salmo 14

Para escapar da pobreza, ganhar confiança e favor; obter caridade, amor do próximo; contra enganadores, caluniadores.

Salmo 15

Para ter coragem, ajudar a recuperar objetos perdidos e para vencer a depressão; contra o desespero, idiotismo, crianças atrasadas, enfermidades dos rins, reumatismos, gota, dores, febre.

Salmo 16

Para um sono repousante, prevenir vícios e para experimentar um grande contentamento. Para conhecer coisas ocultas, obter intuição apurada, força nas provas, contra a paralisia, apoplexia, fraqueza dos membros, dores, febres, intestinos, epilepsia, fecundidade.

Salmo 17

Para ser vitorioso em qualquer tipo de ação, restabelecimento da confiança quando sob pressão, para uma jornada segura. Contra inundações, orgulho, ignorância, peste, febre, doenças das mãos.

Salmo 18

Para proteção ao efetuar algo perigoso, contra drogas e vícios para vencer assaltantes e agressores. Para o desenvolvimento de dons naturais, mediunidade, conhecimento de ciências humanas e para após a cura de doenças.

Salmo 19
Para ter sucesso quando falar em público e para ter êxito nos estudos. Sorte.

Salmo 20

Para ter sucesso em negócios honestos, proteção contra perigos e sofrimentos de um dia, bom caráter, bom humor, tranqüilidade, paz de espírito, beleza de corpo e alma, contra perturbações, e perda de pessoas queridas.

Salmo 21

Para obter apoio daqueles que desfrutam de cargos de autoridade e para manter a paz matrimonial, proteção contra a tempestade em alto mar. Nas doenças mais cruéis, mais rebeldes, nos desesperos, nos sofrimentos morais mais intensos, no abandono total, nas traições, doenças do coração, do ventre, dos ossos, do peito, tuberculose, anemias, mordeduras, na ruína completa, contra possessões e aparições de espíritos.

Salmo 22

Para ajudar em situações extremas, para afastar a má sorte. Resignação nas provas e pedidos de bens temporários.

Salmo 23
Para ter paz de espírito e obter instruções nos sonhos, para pureza de coração, contra a blasfêmia e o falso juramento.

Salmo 24

Para obter uma graça, para obter força para enfrentar uma grande oposição, confiança em Deus, recuperação de herança, fortalecimento de amizades.

Salmo 25

Para achar pessoas desaparecidas, para se livrar da impopularidade, para receber força, contra perseguições, contra vinganças.

Salmo 26
Para obter absolvição quando condenado indevidamente, contra os perigos da terra e do mar, contra o medo, contra o susto, ladrões, inimigos, traições.

Salmo 27

Para vencer fobias, para ser aceito em lugar estranho, más companhias, ocasiões perigosas, para ser ouvida nas preces.

Salmo 28

Para se relacionar bem com os vizinhos, para fazer as pazes com quem brigamos, para ter fé em Deus, contra o orgulho.

Salmo 29

Para exorcizar um local como, residência, escritório, sala, etc., para vencer um espírito mal, para manter o respeito entre os pais e filhos, para ter saúde, nas doenças físicas, problemas de consciência, para uma velhice feliz.

Salmo 30

Para se recuperar de uma doença, proteção contra calúnias, para afastar olho gordo, contra perigos e armadilhas, ódio de vizinhos, confusão, traição e abandono, unir lares, amor aos estudos.

Salmo 31

Para vencer a depressão e o pesar, contra caluniadores, para remissão dos pecados, raiva, destruição de magias e privilégios.

Salmo 32

Para se livrar de afogamento, e para encobrir algo, para artistas, conservação da voz, fraternidade.

Salmo 33

Para vencer a infertilidade, a impotência, ajudar a desenvolver inteligência, para evitar a morte de uma criança, brandura, paciência, perseverança, insucesso nos negócios, prosperidade e doenças do ossos.

Salmo 34

Para se livrar de uma doença deformadora, obter favores de pessoas importantes, desenvolver a inteligência, proteção aos pobres e abandonados, viúvas e órfãos.

Salmo 35

Para sair vitorioso numa demanda judicial, num tribunal, proteção da casa.

Salmo 36

Para proteger nas mudanças, para a proteção dos animais domésticos e de estimação e para sai vitorioso numa demanda judicial, êxito nos negócios, transportes, contra a fome, maus jogadores,. para amizade firme, paz de espírito.

Salmo 37

Para obter boa publicidade, curar a caduquice e fortalecer a memória, para se livrar da bebida, febre, medula espinhal, abcessos, feridas, contusões, luxações, gagueiras, curativos, paralisia, rins, olhos, ouvidos, surdez, contra a calúnia, contra as magias, contra os maus espíritos.

Salmo 38

Para alcançar o perdão das nossas falhas e pedir proteção.

Salmo 39

Para desenvolver a inteligência, para obter orientação para o futuro. Calúnias, visões, manifestações espirituais, clarividência, profecias, dom da palavra.

Salmo 40

Para se livrar da ansiedade e de espíritos malignos. Sofrimentos morais, amores contrariados.

Salmo 41

Para obter alta do hospital, para recuperar a credibilidade após ter sido difamado. Perturbações da alma, desespero.

Salmo 42

Para alívio espiritual Perturbações da alma, proteção.

Salmo 43

Amor honesto.

Salmo 44

Para obter o perdão por não ter cumprido o que prometeu à alguém e proteção contra os inimigos. Beleza física e moral, iluminação espiritual, renovação do corpo.

Salmo 45

Para aumentar ou readquirir a harmonia conjugal. Provas e tribulações pessoais.

Salmo 46

Para obter a paz em sua casa, local de trabalho ou no seu país. Fé firme.

Salmo 47

Para celebrar um sucesso e obter êxito e o amor de alguém. Proteção da casa contra os maus espíritos.

Salmo 48

Para proteger a sua casa contra ladrões e vencer a inveja alheia. Sabedoria, prudência, refinar o pensamento, elevar-se sempre, afastar as ignorâncias.

Salmo 49

Proteção de animais domésticos.

Salmo 50

Perdão, conhecimento dos mistérios e coisas ocultas, pureza e poder da vontade.

Salmo 51

Contra feiticeiros, invejosos e caluniadores.

Salmo 52

Contra a maldade.

Salmo 53

Para ajudar a desenvolver a fé. Contra a maldade.

Salmo 54

Perseguições, inimizades, temor da morte, roubo, fraude, hipocrisia, falsas amizades.

Salmo 55

Contra um inimigo sem piedade.

Salmo 56

Tristeza moral, inquietação física.

Salmo 57

Falsidade, mentiras, enfeitiçamento, magia negra.

Salmo 58

Contra bandidos, assassinos.

Salmo 59

Recompensas.

Salmo 60

Heranças futuras.

Salmo 61

Perda de lugares e dignidade, contra maldições, abuso de confiança, roubos.

Salmo 62

Abundância, insônia.

Salmo 63

Calúnias, maldades, vinganças, línguas venenosas, invenções diabólicas.

Salmo 64

Para vocação, ação de graças.

Salmo 65

Voltar à vida depois de longa enfermidade, provas terríveis da vida, calamidade em fogo ou água.

Salmo 66

Justiça Universal.

Salmo 67

Prosperidade nas empresas, defesa para viúvas, órfãos e oprimidos, proteção de prisioneiros, viagem feliz, consolação dos desesperados, perturbação dos elementos, diminuição da pobreza.

Salmo 68

Idéias negras, agonia moral, abandono, doenças da garganta, perda de voz, loucura, denúncias injustas, embriaguez, traições.

Salmo 69

Pobreza, êxito nos negócios, pagamento de dívidas, empréstimos.

Salmo 70

Para ajudar a resolver problemas difíceis, amenizar os desgostos e o desespero e desenvolver a paciência. Proteção para crianças e velhos.

Salmo 71

Justiça igual para todos, paz universal, extinção da pobreza, liberdade verdadeira, pedir comodidade, abundância, prosperidade.

Salmo 72

Contra os maus, doença nos membros, paralisia, rins, coração, imbecilidade, idiotismo, anemia, tuberculose e vício.

Salmo 73

Contra fantasias, maus espíritos.

Salmo 74

Para ganho de processo.

Salmo 75

Trabalho e riqueza, renovação do mundo.

Salmo 76

Perturbação da alma, insônia, amor à prece e à meditação.

Salmo 77

Para uma velhice feliz.

Salmo 78

Para não haver guerra

Salmo 79

Para ajudar no sucesso profissional e reconhecimento do talento. Contra o ciúme.

Salmo 80

Música e harmonia, domínio dos idiomas, contra os sofrimentos.

Salmo 81

Proteção dos pobres, dos órfãos, contra as trevas.

Salmo 82

Contra explorações religiosas, contra incêndio.

Salmo 83

Amor à religião.

Salmo 84

Benção para a terra, jardins, etc.

Salmo 85

Súplica ardente para qualquer pedido, desenvolver qualidades do espírito e coração.

Salmo 86

Transformação do corpo, vitória da verdade.

Salmo 87

Para descobrir a verdade e coisas ocultas. Para doentes, aflitos, abandonados e pobres, traições e abandonos.

Salmo 88

Apaziguar orgulhosos e teimosos.

Salmo 89

Sucesso nos negócios e empreendimentos. Dignidade pessoal, altivez justa, prolongamento da vida, fraquezas humanas, desânimo, perturbação, sabedoria, calma nas provas, necessidade do trabalho, amor ao trabalho.

Salmo 90

Harmonia do lar e contra assaltos. Línguas perversas, visões más, pesadelos, insônia, ilusões, maus espíritos, vampiros, animais perigosos.

Salmo 91 http://tinyurl.com/y43r2ec

Bom para todos os assuntos. Deixar aberto, sempre.

Salmo 92

Exercício da força, agilidade.

Salmo 93

Bom para todos os assuntos. Deixar aberto, sempre.

Salmo 94

Alegria, ação de graças.

Salmo 95

Para limpeza energética e espiritual de ambientes particulares ou comerciais.

Salmo 96

Caridade, iluminação.

Salmo 97

Para a reconciliação conjugal. Harmonia.

Salmo 98

Fé em Deus, devoção dos anjos.

Salmo 99

Consciência pura.

Salmo 100

Vida reta, pura e honesta. Evitar os maus, livrar-se de malidicentes, vaidosos, ambiciosos e orgulhosos.

Salmo 101

Devem ser feitos juntos, para obter a fertilidade ou manter a saúde e curar as doenças.

Salmo 102

Ajuda nas decisões e manter o emprego; favorece os advogados. Cura da alma e do corpo, volta à vida, graças temporais, saber sofrer e crescer, perdão, união com os espíritos superiores.

Salmo 103

Para a fertilidade. Chuvas, ventos, raios, desabamentos e para colheita abundante.

Salmo 104

Ajuda a descobrir as verdades nos processos jurídicos. Contra fome, a sede, a escravidão, as trevas da ignorância, animais nocivos, prosperidade e riqueza.

Salmo 105

Devem ser feitos juntos, para obter a fertilidade ou manter a saúde e curar as doenças.

Salmo 106

Contra a fome, escolha de uma residência, opressão, desgosto, angústia, fecundidade, abundância em geral, contra enjôos.

Salmo 107

Contra os inimigos comuns.

Salmo 108

Livra dos opressores e confunde as energias negativas mandadas. Vitória sobre os mentirosos, caluniadores.

Salmo 109

Somos todos filhos de Deus.

Salmo 110

Sustento da alma humana.

Salmo 111

O bem traz a felicidade, a inveja é pecado.

Salmo 112

Deus proteção, contra a esterilidade.

Salmo 113

Devem ser feitos juntos, para obter a fertilidade ou manter a saúde e curar as doenças.

Salmo 114

Harmonizar a família em questões de heranças e encontrar um namorado. Pelo amor verdadeiro, contra o sofrimento físico e moral, pelas crianças.

Salmo 115

A fé e o amor, contra a mentira.

Salmo 116

Pela união universal.

Salmo 117

Força nas provações, prosperidade, santificação de festas.

Salmo 118

Para abrir os caminhos, ganhar os processos judiciais, encontrar um bom emprego. Pureza da vida, contra armadilhas perversas, nos arrependimentos, bondade e disciplina, inteligência.

Salmo 119

Para nos proteger de inimigos religiosos ou de alguma seita. Contra a crítica, pela união e pela paz.

Salmo 120

Bom para viagens, para não ter medo de enfrentar a vida. Contra o terror e maus sonhos.

Salmo 121

Justiça, paz, prosperidade.

Salmo 122

Dores nos olhos, imposições.

Salmo 123

Doenças do sangue. Tudo podemos com Deus.

Salmo 124

Proteção de Deus. Confiança na providência.

Salmo 125

Pelos prisioneiros, aflitos e os que choram.

Salmo 126

Proteção da família e da casa e saúde dos filhos.

Salmo 127

Honestidade, vida longa e feliz.

Salmo 128

Vitória sobre os inimigos.

Salmo 129

Pelos mortos, revelação de coisas ocultas, pelas almas sofredoras.

Salmo 130

Doenças dos olhos, o verdadeiro saber, segurança das crianças.

Salmo 131

Sono reparador, amor à Deus, auxílio dos pobres.

Salmo 132

Fraternidade universal, união, amor, concórdia.

Salmo 133

Consagração a Deus, bons exemplos.

Salmo 134

Consagração a Deus, bons exemplos.

Salmo 135

A mão de Deus, as grandezas da criação.

Salmo 136

Dureza do exílio, aspiração à vida superior.

Salmo 137

As riquezas vem de Deus.

Salmo 138

Deus está em tudo, vitória da luz sobre as trevas.

Salmo 139

Livra dos inimigos, confundir as pessoas que nos caluniam.

Salmo 140

Prudência no falar e reserva nas relações, confiança absoluta em, Deus, paciência.

Salmo 141

Proteção contra os inimigos.

Salmo 142

Infelicidade, desânimo, escolha de vocação, luzes espirituais, posição, casamento, viagem, amor honesto.

Salmo 143

Abundância de bens, beleza das casas, paz.

Salmo 144

Agiliza as respostas, combater as contrariedades, tomar decisões certas. Promessa de Deus.

Salmo 145

Confiança em Deus.

Salmo 146
Deus é poder.

Salmo 147

Contra ladrões, paz universal, abundância e prosperidade, para as crianças.

Salmo 148

Ação de graças.

Salmo 149
Vitória e fé.

Salmo 150

Harmonia universal, louvor a D'us

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

NORDESTE SHEL ZAHAV







NORDESTE SHEL ZAHAV - De Ouro.
(Bnei Anussim!)

Vento sopra nas nuvens, sobre o mar tranqüilidade
Com maestria e sutileza, borda nós de liberdade
O azul do oceano espelha semblante de gente
que é Goyaz, é povo forte, vindo ao novo continente

Professando em voz alta, a Torah de Israel
De sua boca sai o salmo, reverbera pelo céu
Proclamando a unidade, do Deus único e soberano
Vento seca em terra seca as lagrimas do marrano

Mas o vendaval soprou nas dunas, fronte ao mar tempestuoso
E Moldou com sua fúria, um formato pavoroso
Vermelho tinto o oceano, fervendo refletiu gente
Que para espalhar terror, chegou do velho continente
Para cravar a sua fé, como suprema verdade
sob as dunas soterrou, do judeu a identidade

Formas das nuvens dos céus, soterradas pelo pó
O judeu foi delatado, em hebraico Mossoró
Escapou sobrevivente, se tornou um Seridó
Agora é camponês, que na Judéia é Acari
Escondeu baixo da cruz, a estrela de David

Ocultou na carne seca, salgamento ritual
Sob as pedras da cruz, enterrou o memorial
A rua do Bom Jesus, cobre a rua dos Judeus
O chapéu do cangaceiro, disfarça quipa oh Deus !

Melodia do aboio
é o que sobra do salmista
No salmo noventa e um Mezuza é só uma pista
A toura ta na cocheira
em segredo é a Torah
Deu pra vê até o chifre
é o cabo de segura

Sob a batina do padre, o rabino se afoga
A sombra da igrejinha escurece a sinagoga
Dá verruga apontar, pras estrela lá do céu
é pretexto pra oculta, Shabat num escuro véu

No lugar de enlutado, a palavra é Avelino
Uma lagrima encarcera, o sorriso do menino
Encarcerada na risada
lágrima é alusão
Represada por barragem, que alude à inquisição

Mas como tudo é Maceió, quer dizer atos de Deus
após a Ceará, tempestade sobre os judeus,
a chuva convida o vento, que as dunas vai soprando
desvendando sob a areia
o semblante de um humano
ressuscitando das cinzas, os ossos secos do marrano

Das pedras do cemitério desvenda o memorial
tirando baixo da cruz a estrela nacional
Revela que carne seca é salgamento ritual
põe chapéu de cangaceiro com a estrela de David
vai a rua do Bom Jesus a dos Judeus encontra ali

La reconstroi o seu templo
cantando como salmista
No umbral da sinagoga Mezuza prega a vista
Lugar do touro é na cocheira
da Torah na sinagoga
Junto ao rabino abóia, ao Deus infinito roga
Vê a criança apontando pras estrelas la do céu
Recebendo o Shabat a noiva de Israel

Rasga o choro do enlutado nascimento do menino
que nasceu com o nome Brites sobreposto ao Avelino
É o retorno do marranos
depois de tantos anos
pelas mãos do pai do céu
à nação de Israel.

Autoria de More Ventura
Um abraço a todos os "Bnei Guiborim!" "Filhos Valentes"!
Judaísmo é atitude!
(compartilha? Vlw!)

domingo, 5 de outubro de 2014

Bati Legani

Bati Legani

O Maamar de Yud Shevat Traduzido


Maamar escrito pelo Rebe Anterior, Rabi Yossef Yitschac Schnersohn z”l e divulgado em Yud Shevat (10 de Shevat) de 5740. Neste mesmo dia o Rebe anterior faleceu. Tornou-se costume entre os chassidim estuda-lo nesta data.

Esperamos que esta tradução traga inspiração para aumentar o estudo da Torá e o cumprimento das Mitsvot e será mais um passo na propagação das fontes Chassidicas para fora.

(Tradução Livre)

Com a Ajuda de D’us
Shabát Parashát Bó – 10 de Shevat 5710

Aniversário do falecimento de sua venerável avó a Rabanit Tzidcanit Rivka, de abençoada memória, cujo mérito nos proteja.

“Vim ao meu jardim, minha irmã, minha noiva” [Cântico dos Cânticos V:1].
[O Midrash explica que o Cântico dos Cânticos não é um simples romance, mas uma metáfora que descreve o relacionamento entre D’us e o povo judeu]. E comenta o Midrash Rabá (ibid.): “Não está escrito ao jardim, mas sim, ao Meu jardim particular, ao lugar onde originalmente Minha essência foi revelada...”

E o Midrash continua: “No início da Criação, a essência da Divindade estava nos níveis inferiores. Porém, através do pecado da Árvore do Conhecimento, a Divindade transportou-se da Terra ao Firmamento, ao segundo e terceiro. E posteriormente, na geração do Dilúvio, do terceiro para o quarto. “Este fato pode ser visto no versículo: “Eu (Adão e Eva) ouviram a voz do Eterno D’us deslocando-se pelo jardim” [Gênesis III: 8]. Falou Rav Ava: Não está escrito “andando,” mas “deslocando-se;” o Midrash explica andando e saltando, andando e saltando.

O Midrash continua explicando que (após sete pecados que levaram a Divindade até o sétimo Firmamento) surgiram sete Tsadikim (justos) que trouxeram novamente a revelação da Divindade à Terra. Pelo mérito de Avraham, a Divindade desceu do sétimo ao sexto Firmamento; pelo de Yitschac, a Divindade desceu do sexto ao quinto Firmamento, até que Moshê, que é o sétimo dos justos (e o Midrash Vayicrá Rabá 29:11 diz que todos os sétimos são queridos) mereceu revelar novamente a Divindade na Terra.

E o principal da revelação da Divindade encontrava-se no Beit Hamicdásh (Templo Sagrado), conforme está escrito: “E que eles me façam um Santuário e Eu repousarei dentro deles” [Êxodus XXV: 8]. Não está escrito “dentro dele” (Santuário), mas sim, – “Dentro deles”; isto significa, dentro de cada um. [A Divindade não se restringe ao Templo, mas pode ser encontrada no coração de cada judeu. Cada judeu tem em si o potencial para ser um templo para a Divindade.]

E este é o significado do versículo: “Os justos herdarão a Terra e habitarão nela para sempre” [Salmos XXXVIII : 29] – onde “os justos herdarão a Terra” refere-se ao Gan Éden (Paraíso ). Por quê? Porque os justos fazem repousar (isto é, atraem ) a característica de “Ele habitará eternamente, exaltado e sagrado [é Seu Nome]” de forma revelada, neste mundo material.

Através da revelação da Divindade no Templo e, mais particularmente, através da revelação da Divindade no coração de cada judeu, podemos entender a interpretação do versículo:.
“Vim ao meu jardim, ao Meu jardim particular,” ao local onde se encontrava Sua essência no início, pois a essência da Divindade encontrava-se nos níveis inferiores.

O principal propósito da Criação e concretização dos mundos é que o Santíssimo, Bendito seja, desejou ter uma moradia nos níveis inferiores; que haja uma revelação de Divindade em baixo, através do trabalho do homem de submissão e conversão de sua natureza física.
Que a alma que provém dos níveis espirituais, desça para vestir-se no corpo material e na alma animal. E estes ocultarão e esconderão a luz da alma divina e, apesar disso, a alma há de agir, provocando a refinação e purificação do corpo, da alma animal e também de seu quinhão no mundo. E este é o significado de “E que eles me façam de cada um, através do Trabalho de refinamento pela maneira de submissão e conversão de sua natureza física.”

O Tanya (mencionando o Zohar, parte II, pág. 128) nos traz: “quando a Sitra Achra [termo cabalístico que designa as forças opostas à Santidade] é submetida, revela-se a Glória do Santíssimo, Bendito seja, por todos os mundos.” A expressão “ por todos os mundos” refere-se ao nível da luz Divina que ilumina a todos os mundos igualmente, ou seja, a luz envolvente de todos os mundos (O Hassovêv Col Almin).

Há distinções de níveis espirituais nos mundos; os mundos superiores não se assemelham aos inferiores. Nos mundos superiores a luz brilha de forma revelada, enquanto nos mundos inferiores, a luz não brilha com tal revelação. Em alguns níveis a luz surge de forma oculta e escondida.

O midrash [Pirkê de Rabi Eliezer, cap. 18] refere-se a esses diferentes níveis em seu comentário sobre o versículo: “Minha Mão estabeleceu a Terra e Minha Direita alçou os Céus” [Isaías XLVIII : 13], dizendo: “Estendeu Sua Direita e criou os Céus e estendeu Sua Esquerda e criou a Terra.” [Como se sabe, na tradição judaica é dada maior importância à mão direita do que à esquerda.] O Midrash explica que a mão direita indica luz e maior revelação. Este é o significado de “Sua Direita alçou os Céus,” onde o termo “Céus” refere-se aos mundos superiores, cuja revelação ocorre de uma maneira “direita”, ou seja, uma grande intensidade da luz e a própria luz encontra-se sob forma revelada. E o termo “Terra” refere-se aos mundos inferiores, caracterizados por uma maneira “esquerda,” onde a luz não se encontra de uma forma revelada e a própria luz vem sob o aspecto oculto e escondido.

Podemos entender melhor esse conceito, compreendendo a diferença entre os quatro níveis espirituais descritos no versículo: “Tudo o que se chama pelo Meu Nome e para Minha Glória, Eu o criei, Eu o formei e até Eu o executei” [Isaías XLIII: 7], que são os quatro mundos Abyá (Atsilut, Beriá, Yetsirá e Assiyá). [O mundo de Atsilut não tem existência própria; é apenas uma radiação da energia Divina]. A Luz Divina em Atsilut não é como em Byá; atsilut é a revelação do oculto, enquanto em Byá, isto não ocorre. O termo Atsilut vem da expressão “Etsló,” – que significa próxima d’Ele, “perto;” o termo Atsilut também provém da linguagem “salvar,” pois Atsilut, apesar de constituir um mundo, classifica-se como parte dos Mundos Infinitos. Porém em Beriá isto não ocorre; já é o começo da existência de alguma coisa a partir do nada e assim é dito: “Tudo o que se chama pelo Meu Nome e pela Minha Glória”, que Meu Nome e Minha Glória ainda estão unidos a Mim. Isto se refere ao mundo de Atsilut (Emanação), que é mundo da união e englobamento, no qual a luz encontra-se no ápice de sua revelação, não sendo sequer comparável à maneira de como se encontra em Byá.

E mesmo em Byá, há diferenças nos graus de revelação das luzes, como se encontram no mundo de Beriá (Criação)e nos mundos de Yetsirá (Formação) e Assiyá (Ação).

Entretanto, tudo o que dissemos é válido em relação à luz que vem dar vida aos mundos de uma maneira “Preenchedora de todos os mundos” (Or Hamemalê Col Almin), mas quando se trata da luz que está acima de um relacionamento com os mundos, ou seja, o tipo de luz envolvente de todos os mundos, que vem de forma envolvente e abrangente para os mundos, esta brilha em todos os mundos da mesma forma. E é isto que o Zóhar se refere como o termo “por todos os mundos”, ou seja, que a revelação da luz é por todos os mundos de maneira igual. A revelação desta luz envolvente de todos os mundos (Sovev Col Almin) vem através do trabalho de refinamento do homem, através da submissão de sua natureza física e conversão desta em santidade, como está escrito no Zóhar: “quando a Sitrá Achrá é submetida.

“Quando através de seu esforço há a submissão das forças do “outro lado,” ou seja, opostas à santidade e a conversão da escuridão em luz, então a virtude da luz provém precisamente da escuridão; ou seja, quando a escuridão transforma-se em luz, então temos a virtude da luz. Para que esta luz brilhe de forma tão revelada, até que ilumine realmente em baixo; isto é, que a luz se propague de tal maneira, que seu modo de propagação ocorra em todos os mundos por igual.

Assim explicamos: “Quando se submete a Sitrá Achrá, revela-se a Glória do Santíssimo, Bendito seja, por todos os mundos,” sob o aspecto da luz envolvente de todos os mundos, cuja maneira de propagação é envolvente e abrangente em todos os mundos por igual, logo ilumina em baixo assim como em cima. E assim se explica: “E que eles Me façam um Santuário e Eu repousarei dentro deles,” dentro de cada um, através do trabalho de submissão de sua natureza física e conversão da escuridão em luz. Através disso, traz-se a revelação de uma forma superior de luz, pois propaga-se a Glória do Santíssimo, Bendito seja, por todos os mundos, uma vez que ilumina e revela-se a luz envolvente.

SINOPSE: O principal da Divindade está nos níveis inferiores. Explica-se que o propósito da Criação dos mundos é que haja uma moradia nos níveis inferiores e isto se faz através da submissão da natureza física (Itcáfia) e sua conversão em santidade (Ithapcha), o que traz a luz envolvente, que se encontra igualmente em todos os mundos.

2 )

O trabalho no Tabernáculo e no Templo centrava-se no serviço de refinamento da submissão da natureza física, que traz e eleva até a conversão de escuridão em luz. Portanto, um dos trabalhos que havia no Templo era o serviço dos Corbanót (sacrifícios). Trazer um sacrifício não era apenas um ato físico. Ao contrário, a participação dos Cohanim e dos Leviyim nos seus serviços, sua música e seu cântico demonstrou que a principal importância do sacrifício era espiritual.

Na esfera pessoal, do serviço de um homem para D’us, a idéia de um sacrifício expressa-se através do versículo: “Um homem que aproximar de vocês um sacrifício ao Eterno, do animal, do gado, etc.” [leviticos I:2], onde a princípio cabe perguntar: se a intenção era simplesmente elucidar as leis do Corban, deveria ter dito: “Um homem de vocês que aproximar um sacrifício ao Eterno, esta e aquela será a lei da oferenda de um sacrifício e seus estatutos;” por que está escrito “Um homem que aproximar de vocês etc.?” A transposição da frase mostra-nos que a intenção do versículo não é apenas descrever os detalhes de como trazer sacrifícios no serviço espiritual da alma do homem.

O termo Corban [cuja origem em hebraico é Carov = perto] tem por objeto a aproximação das forças e dos sentidos. Assim podemos interpretar o versículo da seguinte maneira: “Se um homem quer se aproximar da Divindade, então de vocês será o sacrifício para o Eterno; de vocês e em vocês depende a questão de ser um sacrifício para D’us, ou seja, ser próximo do Todo Poderoso. [A responsabilidade, e a possibilidade de ser uma oferenda ao Eterno, de aproximar-se da Divindade, depende da própria pessoa.]

Mesmo que a pessoa conheça a si mesma e entenda até que degrau ela rebaixou sua alma com atos impróprios e compreenda como estes atos causaram uma separação genuína entre ela e a Divindade, a pessoa nunca deve perguntar: “Como me aproximarei de D’us?” Pois ela deve saber que a proximidade da Divindade depende “de vocês;” de vocês é que depende tudo, ou seja, da própria pessoa.

E cada indivíduo de Israel pode dizer: “Quando alcançarão meus feitos, os de meus ancestrais Avraham, Yitschac e Yaacov?” [Tana Dvê Eliyáhu Rabá, Cap. 25.] Não há nenhuma limitação, impedimento e obstrução de subir e chegar a aproximar-se da Divindade. “D’us nunca sobrecarrega suas criaturas” [Avodá Zará 3a] e revela-se e ilumina a cada qual segundo sua força e capacidade, como encontra-se no Midrash Rabá [Números XII : 3] “E quando eu peço, não peço segundo Minha forças, mas segundo as forças deles,” segundo a força de cada indivíduo. Como D’us exige apenas de acordo com o potencial de cada um, não há obstáculos que nos impeçam de atingir o nível mais elevado.

Este é o sentido de: “Um homem que aproximar,” pois para o homem aproximar-se da Divindade, depende “de vocês;” de vocês a coisa depende, ou seja, “de vocês é o sacrifício para o Eterno,” pois de vocês aproximarão um sacrifício para D’us.

O pretendido aqui não é somente o sacrifício do animal, mas de vocês, ou seja, do animal que está no coração do homem, que é a alma animal. O versículo continua: “do gado e do rebanho,” referindo-se aos graus específicos que existem na alma animal, pois cada pessoa tem uma tarefa diferente no refinamento pessoal.

Há pessoas cuja alma animal é um touro chifrador, dono dos mais grosseiros hábitos; assim como há quem seja como um rebanho (carneiro), que apesar de ser um animal, é de natureza mais dócil (conforme se encontra analisado pormenorizadamente no Cuntrass Hatefilá 5660). O versículo termina com as palavras: “Eles oferecerão os seus sacrifícios” que cada pessoa deve trazer seu sacrifício, pois cada pessoa tem sua própria e única tarefa de refinamento pessoal.

Quando uma oferenda material era trazida ao Templo, era sacrificada no altar. O Talmud relata que o fogo do altar que consumia a oferenda vinha de cima sob a forma de um leão (Rashi explica: uma brasa que caiu dos céus nos dias do rei Salomão e que estava sobre o altar) e o Zóhar declara: “O leão que consome os sacrifícios.”

Este fogo dos céus também tem sua função no que se refere as serviço de uma pessoa individual.

Há um fogo de cima, que é a labareda que se encontra na alma Divina de cada judeu, conforme a passagem: “As labaredas dela são labaredas de fogo, a chama de D’us [Cântico dos Cânticos VIII : 6]. E encontra-se no Midrash Rabá (trazido no Yalcut): “Como o fogo de cima, onde o fogo não faz com que as águas se evaporem, nem as águas apagam o fogo;” o que significa que na natureza da alma Divina há labaredas de fogo, isto é, amor à Divindade que, da mesma forma que o fogo de cima, as águas não o apagam. [Conforme está escrito no Cântico dos Cânticos VIII : 7: “Águas abundantes não poderão apagar o amor e rios não o afogarão”].

O termo “águas abundantes” significa a multiplicidade de empecilhos nas preocupações com o sustento e confusões diversas em problemas distintos – que perturbam a pessoa no estudo da Torá e no serviço Divino [as orações]. E apesar de tudo isto, mesmo os rios não as afogarão, nenhuma dificuldade ou problema poderá apagar o fogo da alma de um judeu, pois as labaredas de amor, que estão na alma Divina, são semelhantes ao fogo que está em cima, ao qual as águas não apagam.

[Da mesma forma que a oferenda material era consumida pelo fogo Divino no altar, similarmente na esfera pessoal, a oferenda, isto é a alma animal de cada pessoa, deve ser consumida por sua labareda Divina.] E nisto precisa-se aproximar-se a alma animal para que também ela tenha amor pela Divindade, conforme está escrito: “E amarás ao Eterno teu D’us com todo teu coração” (Deuteronômio VI : 5) [normalmente a palavra em hebraico usada para designar coração é Libchá e a Torá usou Levavchá, isto é, duplicou a letra Veit. Isto é interpretado pelo Talmud da seguinte maneira (Berachót 54a)], “com tuas duas inclinações;” para que não apenas a alma Divina, mas também a alma animal chegue a amar D’us, através da investidura da alma Divina na alma animal.

A alma animal, por natureza, não tem conhecimento nem sentimentos pela Divindade. Porém, com a investidura da alma Divina na alma animal e da concentração em uma meditação Divina que a alma animal também possa captar, faz-se a aproximação da alma animal (e conforme está escrito em outro local, forma-se uma impressão geral gravada na alma animal de que Divindade é também algo compreensível e captável etc.).

Sua natureza animal é transformada e consumida pelo fogo da alma Divina [como oferenda no Templo era consumida pelo fogo no altar]. Após este trabalho, “muita colheita pode ser feita através da força do boi” [provérbio XIV : 4], [a alma animal contribui com sua força e potência para o serviço Divino].

[No Templo, um dos propósitos da oferenda era o refinamento do mundo.] Os sacrifícios materiais faziam com que as faíscas Divinas encontradas nos reinos mineral vegetal e animal fossem refinadas e elevadas. Similarmente, através da aproximação espiritual, refina-se a alma animal e converte-se a escuridão da alma animal em luz

. Através deste serviço “Eles Me farão um Templo e Eu repousarei dentro deles,” isto é, dentro de cada indivíduo. E isto é conseguido através de seu trabalho na submissão de sua natureza física e principalmente por trazer sua conversão em santidade. Portanto diz o Zóhar: “Quando a Sitra Achrá é submetida, revela-se a Glória do Santíssimo, Bendito seja, por todos os mundos,” sob o aspecto de luz e revelação que é a luz envolvente de todos os mundos etc.

SINOPSE: Explica o objeto dos sacrifícios no trabalho do homem que aproxima, que deve ser de vocês um sacrifício. O fogo em cima e o fogo em baixo, o amor da alma Divina e da alma animal. O amor da alma animal vem através da investidura da alma Divina na alma animal.

3)

Através da explicação acima, podemos entender por que o Tabernáculo era feito exatamente de tábuas de Shitim, visto que o serviço do Tabernáculo e do Templo era principalmente o de converter a escuridão em luz através dos sacrifícios (e particularmente através da oferenda do incenso). Através deste serviço no Templo, brilhava uma revelação de Divindade em todo o mundo.

O Templo e o Tabernáculo eram composto por madeira de Shitim, cuja origem etimológica – “Shitá” significa desvio, ou seja, qualquer desvio do caminho central para algum lado, para cima ou para baixo, chama-se “Shitá”. Da mesma forma, temos o significado de Shtut (tolice) que é o desvio do conhecimento e da sabedoria, sendo este o caminho equilibrado e o desvio dele chama-se Shtut.

Existe a tolice que provém da impureza, conforme a Torá descreve o adultério no versículo: “ao desviar-se sua esposa” [Números V :12], [usando uma palavra derivada de Shitá], ao que Rashi comenta: “desviou-se dos caminhos de pudor.” E também está – escrito [quando o povo de Israel saiu do Egito rumo à Terra de Israel]: “E acamparam em Shitim” (onde cometeram pecados de idolatria e libertinagem) que também exprime a idéia de um desvio para o lado oposto da santidade.

Nossos Sábios, de abençoada memória, comentam no Talmud: “Um homem não peca a não ser que entre nele um espírito de tolice (Shtut).” Este espírito provém do lado oposto da santidade e é o espírito das “cascas” que encobre a verdade.

O espírito é chamado de tolice porque é similar a [inclinação pelo mal que é chamado] “o rei velho e desvairado.” E este espírito oculta a luz e a revelação, pois a realidade é que a Divindade é a verdade e a vida, conforme está escrito: “E o Eterno D’us verdadeiro é o D’us vivo” [Yermyiahu X : 10]. O espírito de Shtut é denominado “casca” pois oculta a verdade e a vitalidade Divina; assim como a casca encobre o fruto, o espírito de Shtut encobre, esconde e oculta a luz da revelação Divina. Por este motivo, a pessoa chega a pecar, pois cabe a princípio perguntar: como pode um judeu chegar a pecar? Isto ocorre somente porque o indivíduo não percebe que através do pecado ele se separa da Divindade; ao contrário, ele pensa que ainda permanece em seu judaísmo.

Porém, se ele soubesse a verdade, que através do pecado o judeu torna-se separado da Divindade, então ele não pecaria de modo algum, Ao contrário, por sua natureza, nenhum judeu não quer, nem pode separar-se da Divindade. A prova disto é, que quando o judeu é testado e obrigado a algum ato de apostasia, na qual é óbvio que ele se torna separado da Divindade, ele é capaz de arriscar sua vida e receber sobre si toda espécie de sofrimentos e mesmo sacrificar-se para santificar o nome do Supremo D’us.

Este fato pode ser observado sensivelmente, mesmo nas camadas mais baixas, nos mais frívolos e nos pecadores de Israel, que estão prontos a sacrificar suas vidas para santificar o nome de D’us. Por quê?

Porque neste momento ele sabe e sente que este ato o separará de D’us. Nenhum judeu não quer, nem pode separar-se do D’us de Israel.

Mas, cometendo os outros pecados, o judeu não sente a separação causada entre ele e D’us; parece-lhe que ele continua em seu judaísmo, como antes de pecar. Esse sentimento falso provém do espírito de Shtut, da Sitrá Achrá, que encobre a luz e a revelação da Divindade, até que estas não sejam sentidas. Explicando melhor: o espírito de Shtut provoca no homem a insensibilidade; a intensidade da vontade por desejos e a efervescência da alma animal causam a frieza e a insensibilidade em assuntos espirituais. A pessoa pode estar tão tomada por prazeres e vontades grosseiros e materiais, que sua sensibilidades espiritual encontra-se no auge do ocultamento, até que se torna totalmente insensível. Ele não sente mais a satisfação, a doçura, o bem e a grandeza do cumprimento das Mitsvot (Mandamentos Divinos).

A pessoa não sente a baixeza da situação devido ao seu distanciamento de D’us causado por seu pecado, que decorre da cobertura da alma animal sobre a alma Divina.

A essência da alma Divina é Divindade [este fundamento aplica-se até os níveis mais baixos da alma, porém principalmente à sua essência], principalmente a faísca Divina que está dentro dela e ligada a seu corpo específico.

Através da alma Divina, a pessoa sente todos os assuntos Divinos e é sensível a qualquer coisa que não seja Divindade; isto é, não quer algo que não seja reveladamente Divindade, muito menos algo oposto à Divindade. Frente a algo que seja oposto à Divindade, fugirá como quem foge do perigo e como uma pessoa que foge da morte. A alma Divina sabe que a morte espiritual é muito mais séria do que a morte material; logo, todo seu anseio e vontade volta-se, à Divindade e a fazer receptáculos para a Divindade.

A grosseria, o materialismo e a existência da alma animal encobrem, ocultam e escondem o sentimento da alma Divina; em termos mais simples, o prazer do mundo [Olam (mundo) em hebraico é relacionado com a palavra Heelêm (ocultamento)] encobre e oculta o sentimento Divino.

Ocorre exatamente o oposto do propósito da criação dos Mundos, quando D’us quis que Ele tivesse uma moradia nos níveis inferiores, através do trabalho do homem no corpo e na alma animal. O homem foi posto exatamente neste mundo pra refiná-lo e purificá-lo; porém na prática, deu-se o oposto o mundo oculta a luz da verdade para o homem e este embrutece-se e materializa-se tanto, até perder toda a sua sensibilidade em ramos espirituais devido à ação da alma animal. A alma animal é firmemente fixada e enraizada em assuntos mundanos, sendo estes objetivos de sua existência. Neles ela medita, pensa e fala vivamente e com entusiasmo. Esses sentimentos, especificamente o prazer que a alma animal desfruta, negam o sentimento espiritual. Este estado é causado pela frieza da alma animal e sua insensibilidade a assuntos espirituais. Pois a alma animal é animalesca na essência de sua existência, conforme seu próprio nome nos mostra: “alma animal,” cuja vitalidade e sensibilidade está em assuntos animalescos.

Podemos ver na prática, que há pessoas que, além de serem isentas de sabedoria da Torá e de maneiras adequadas, seus atos são literalmente como os de animais. Eles pisam e gozam dos assuntos espirituais, dos quais não têm sequer uma idéia, como um animal que pisa sem discernir se em terra, em madeira ou em um corpo humano. Isto provém da falta de sensibilidade, pelo fato do animal ser desprovido de conhecimento (incluído entre estes, estão aqueles que escolhem diversos caminhos, dizendo que este mandamento eles decidem cumprir e algum outro eles não querer cumprir).

Esse atos provêm da audácia e frieza da alma animal e do espírito de tolice. Estes escondem e ocultam a luz da verdade até o grau que a pessoa chega a pecar e ocorre exatamente o oposto do propósito da criação dos mundos. O propósito supremo da criação é para refinar o mundo e fazer dele um receptáculo para a Divindade. Ao invés disto, a alma animal efetuou exatamente o oposto. Não apenas o mundo não foi refinado e purificado, mas também encobriu-se a luz da verdade. E este é o espírito de Shtut que encobre a verdade.

SINOPSE: Explica que o espírito de tolice, a intensidade do prazer da alma animal em geral, ocultam a verdade e causam insensibilidade em relação à Divindade e à grandeza das mitsvot e a baixeza atingida com o afastamento delas.

4)

Entretanto, como se encontra acima, a alma animal encobre a alma Divina; o espírito de tolice esconde e oculta a luz da verdade e da revelação de alma Divina. Em todo caso, este encobrimento afeta apenas os atributos emocionais da alma Divina mas não a sua essência. [A essência da alma Divina não é atacada pelo espírito da tolice.]

[A metáfora dada pela Torá para a alma explica por que os atributos emocionais da alma Divina podem ser afetados e sua essência não:] Conforme está escrito: “Yaacov é a corda de Sua herança”[Deuteronômio XXXII : 9], a ligação do judeu com D’us é comparada com uma corda composta de 613 fios. A corda é a alma que liga o judeu ao Eterno, como está escrito no Tanya (cap. 51): “A alma possui 613 forças.”

Essa metáfora pode ser melhor entendida segundo as palavras de nossos Sábios: “Cada pessoa deve dizer: (para mim foi criado o mundo)” [Sanhedrin 37a] O termo “mundo ” em hebraico tem o mesmo significado que a palavra ocultamento. O mundo oculta e não revela Divindade.

O significado das palavras de nossos Sábios é que cada pessoa deve perceber que a criação do mundo, do ocultamento da Divindade, foi para ela, para que a própria pessoa refine e eleve o mundo.

[Portanto, o universo é estruturado como o macrocosmo do homem.] O homem possui 248 órgãos e 365 veias num total de 613. Esta estrutura é paralela ao universo e seus mundos espirituais. Por isto, também a alma possui 613 forças, das quais dependem as 613 Mitsvot (preceitos). Essas 613 forças são comparadas aos 613 fios da corda que liga o homem a D’us e estabelece unidade entre eles. E como numa corda, onde uma extremidade está presa em baixo, similarmente ocorre com a corda da alma: a extremidade superior está ligada a D’us – em termos Cabalísticos esta é a ligação entre a letra Hei do final do nome de D’us, com as três primeiras letras Yud, hei e Vav – e a outra extremidade está ligada em baixo. Esta se refere ao reflexo da alma que se reveste no corpo para dar-lhe vida.

Através desta explicação, podemos entender o versículo: “Yaacov é a corda de Sua herança.” Através da corda da alma, mesmo os níveis mais baixos que são comparados com calcanhares, estão aptos a realizar seu potencial como herança de D’us. A alma liga-nos à essência Divina e eles estão no ápice da ligação.

A heresia ou um pecado cuja pena é Caret (corte) afetam a totalidade da ligação, tocam no íntimo da essência da alma. E está escrito: “Os seus pecados separam entre vocês e seu D’us” [Isaías LIX : 2], significando: sua Divindade, a Divindade que está em sua alma específica. A essência da alma é realmente Divina e não há coisa alguma que esconda ou oculte a essência da alma. Portanto, quando algo toca na essência da ligação de sua alma e que pode ficar através deste ato separado de D’us, nenhum judeu não quer nem pode ficar separado da Divindade.

Como estes atos afetam a essência da ligação, a sensibilidade do judeu submerge. Porém, outros pecados cujas penas não são tão severas, são apenas fios particulares de uma corda grossa; por isto, a pessoa não sente tanto a quebra destes.

Ao transgredir um dos preceitos de D’us, seja positivo ou negativo, um fio de corda de ligação é rompido (essa capacidade particular da alma perde completamente sua ligação com D’us), enfraquecendo, toda a corda.

Porém, sendo apenas rompidos fios particulares enquanto a essência da ligação encontra-se intacta, a pessoa não sentirá tanto. Neste caso, as emoções da alma animal encobrem e ocultam as emoções da alma Divina até que a pessoa não consegue sentir a luz e a vitalidade Divina. Isso faz com que o indivíduo peque. Significa que o espírito de tolice da Sitra Achra encobre e oculta a luz da verdade, até que a pessoa torna-se insensível à espiritualidade, a fundando-se mais e mais até que chega a transgredir as proibições da Torá. Tudo isso provém do espírito de tolice que foi explicado acima.

SINOPSE: O espírito de tolice só encobre as emoções da alma Divina, mas não a sua essência, nem a essência de sua ligação com D’us.

5)

Da mesma forma como o homem pode desviar-se do caminho central de uma maneira abaixo da lógica (que denomina-se tolice das “cascas”), assim existe o desvio acima da lógica, que é a banalização da santidade.

O Talmud nos conta [Ketubót 17a] que nos casamentos, Rav Yehuda Bar Ilay pegava um ramo de murta e dançava em frente à noiva. Rav Shmuel Bar Yitschac dançava com três (Rashi – fazendo malabarismo). Rav Zeira criticou-o dizendo que seu comportamento não estava de acordo com a honra do Sábios.

Quando faleceu, um pilar de fogo irrompeu, separando-o dos que o cercavam. Então Rav Zeira retirou sua critica. [No Talmud são recordadas três versões diferentes sobre a retratação de Rav Zei]

Uma diz; seu ramo(o ramo de murta com o qual ele dançava) ajudou-o; a outra diz: sua extravagância (enquanto dançava ele se fazia de palhaço) ajudou-o; a terceira diz: sua concepção (seu comportamento e sua conduta) ajudou-o. Essa alegria extremada está acima da lógica e adquire um nível elevado e maravilhoso.

[Por que os Sábios se comportaram desta maneira?]
O Talmud [Sotá 17a] traz: “Quando um homem e uma mulher merecem, a Divindade paira entre eles” e explica: A palavra homem em hebraico é “Ish;” se a letra “Yud” cair, podemos ler “Esh” que significa fogo. A palavra mulher em hebraico é “Ishá;” se a letra “Hei” cair, podemos ler “Esh” (fogo). As letras “Yud” e “Hei”combinam-se formando o nome de D’us. Quando um homem e uma mulher merecem [quando concebem o casamento de modo apropriado], a Divindade paira entre eles.

[Os Sábios estavam conscientes do alto nível – adquirido no casamento, logo seu contentamento era enorme.] A união Divina no casamento é grande e infinita, portanto o casamento é chamado de “uma estrutura eterna”. Por isso, o contentamento dos Sábios não poderia ser limitado por restrições de boas maneiras. Também o pilar de luz, que ele recebeu por seu comportamento, tinha um alto nível; foi um sinal óbvio da revelação Divina.

[A necessidade da alegria da santidade, de um comportamento que transcende o intelecto, é descrito na passagem] “A luz do Ein Sof (Infinito) não pode ser captada pelo pensamento.” A essência Divina transcende todos os limites de compreensão. Há muitos níveis espirituais, refinados e abstratos que podem ser captados pelo pensamento, mas algo que nem é ligado ao pensamento (a essência Divina), não pode ser captada nem pelo intelecto mais elevado.

O Tanya [cap. 18] expressa este conceito como segue: “Em relação a D’us, que está acima da inteligência e conhecimento, que não pode ser compreendido, todos os homens são tolos, como está escrito [Salmos LXXIII: 22-23]: “E eu sou um bobo e ignorante. Eu sou como uma besta em Tua frente, mas eu estou continuamente conTigo,” significando que “porque eu sou um bobo e como uma besta, estou continuamente conTigo.”

Para chegar à essência Divina, a pessoa deve anular sua vontade, o que também é um ato que transcende os limites do conhecimento; por isto, também é chamado de Shtut (tolice).

[No Livro dos Reis encontramos um conceito similar.] O profeta é mencionado como sendo um homem louco, como está escrito: “Por que este homem louco veio?” [Reis II, IX, 1]. Estes termos foram usados porque durante a revelação profética a pessoa deve transcender toda a concepção mundana do material, totalmente além de seu entendimento e sentimento, adquirindo um nível de anulação acima de qualquer limite de entendimento [e só então ele é um receptáculo para a profecia].

Logo, durante a revelação profética, os profetas deviam remover suas vestes, como está escrito no versículo: “E ele (Shaul) também tirou suas vestes e profetizou” [Samuel I, XIX: 24]. [O remover das vestes representou um alto nível espiritual.] As vestes vieram apenas depois e em conseqüência do pecado da Árvore do Conhecimento. Antes do pecado, a Torá afirma: “E estavam os dois nus e não se envergonharam” {Bereshit II:25].

[Antes do pecado, o homem era instintivamente bom; ele era motivado apenas nessa direção. Após o pecado ele “conheceu o bem e o mal”]; porém seus pensamentos mesclaram-se com estas duas forças. [O bem não é mais tão facilmente distinguível do mal], mas mistura-se com ele. Apenas depois que o pecado causou estes sentimentos, Adam e Chava puseram roupas. A raiz profunda desses sentimentos é a própria personalidade da pessoa, seu comportamento com o mundo do intelecto e das emoções.

Para adquirir a profecia, a pessoa deve tirar suas vestes, que é exatamente o desligamento da própria consciência racional e emocional. Ou seja, estar em estado de anulação de suas forças e sentidos, como Maimônides explica nas leis de Vessodê Hatorá (cap. VII, art. I): “Um dos princípios fundamentais da fé é saber que D’us concede profecia a homens. A profecia vem apenas a um homem sábio, que seja forte, isto é, que sobrepuja seus desejos e estes não o dominam. “E por isso, este nível chama-se tolice da santidade, que é o desvio acima do intelecto e da lógica, e não abaixo destes.

[Através do entendimento dos dois níveis de tolice (Shtut), podemos entender porque o Santuário foi construído de madeira de Shitim.] Como consta anteriormente, o objetivo do serviço no Santuário e no Templo era transformar a escuridão em luz, ao ponto em que a própria escuridão brilharia; neste caso, transformar o espírito de tolice (abaixo da lógica) para tolice de santidade. E por isso o Santuário era feito exatamente de madeira de Shitim; um claro exemplo de como transformar o comportamento abaixo da razão em comportamento que transcende a razão.

Através disto podemos entender a interpretação: “E vocês Me farão um Santuário e Eu repousarei dentro deles” – dentro de cada indivíduo. Através do serviço do homem de refinamento pessoal, que traz a transformação da escuridão em luz; ou seja, através de seu esforço de transformar o sub-racional em supra-racional.

[Para explicar o conceito em um nível prático, no comportamento cotidiano do homem:] Há certas coisas que a pessoa faz sem pensar, só porque todos as fazem. Estas coisas são como leis inalteráveis, pois assim é o costume do mundo, como algumas regras de boas maneiras, etc. Este comportamento deve ser elevado de baixo da razão para cima da razão, Por exemplo: comer e dormir são atividades fixas e regulares; também quando é necessário ocupar-se de negócios, são atividades inalteráveis para a maior parte das pessoas. Em contraposição, o tempo fixo para o estudo de Torá e para a reza é adiado e não é regular e, por alguns, é ignorado completamente.

Quando a pessoa faz um balanço pessoal e questiona até que ponto seu comportamento está correto, principalmente sabendo que ela não controla o tempo que viverá, como diz o Midrash [Devarim Rabá 9:3]: “O homem não tem controle para dizer [ao anjo da morte]: Eepere-me até que eu faça meus balanços e cuide da minha família, etc.” Quando a pessoa faz apenas uma avaliação, naturalmente perguntará: Como é possível gastar toda a energia de sua alma em coisas completamente fúteis e esquecer-se totalmente do propósito da descida de sua alma?

Ela deve saber que isto só é possível devido ao espírito de tolice que encobre a verdade. E este será seu trabalho – o de transformar essa tolice: e se esforçará e fixará tempo para o estudo de Torá e então: “Eu repousarei dentro deles,” a revelação Divina brilhará em sua alma.

Este é o significado de (como traz o Zohar): Quando a Sitra Achra é submetida, quando a tolice da alma animalesca e a excitação por prazeres mundanos for transformado em santidade através do cumprimento da Torá e mitsvot, então ‘revela-se a Glória do Santo, bendito seja, por todos os mundos: “A luz envolvente de todos os mundos brilhará e se revelará.”

SINOPSE: Explica que há também a tolice de santidade, desvio acima dos limites da razão e conhecimento, similar à transcendência do intelecto e emoção pessoal requerida para a profecia. O Santuário era feito de tábuas de Shitim, demonstrando como o Shtut, a tolice abaixo da lógica, pode ser transformada em tolice de santidade. E assim cabe a cada pessoa em seu serviço.





Targum Faz Rute

Targum Rute Tradução de Samson H. Levey Capítulo 1. 1- Aconteceu nos dias do juiz de juízes que havia uma grande fome na terra de I...