A quem interessar possa.
Encontrei o assento de batismo de um Francisco, filho de um PEDRO GUARDÊS DE MOURA e de Joana Maria da Conceição, no dia 05/07/1844, em Caicó-RN, sendo padrinhos Francisco Ramos de Barros solteiro, e Maria Manuela da Conceição casada.
O pai desta criança não passaria despercebido, visto que é homônimo do pai do Francisco Pereira de Moura, paraibano preso pela Inquisição em 1733, depois de sua primeira esposa, Guiomar Nunes, ser queimada viva da fogueira por culpas de judaísmo.
Francisco Pereira de Moura, era filho de Ana Estácia da Rocha de Souto e Manoel Guardês Pereira (feitor de Engenho), neto materno de Águeda de Souto e Amaro da Costa Carneiro Quaresma, e neto paterno de Pedro Guardês de Moura (feitor de gados) e NN, pais de seus tios paternos Gaspar Viegas e Simão Guardês.
Mariana Carneiro, irmã inteira de Ana Estácia da Rocha de Souto, foi casada com Cosme Viegas e foram os pais do Cosme Viegas de Mendonça, pai da Maria da Conceição de Mendonça esposa do Thomaz de Araújo Pereira, casal conhecido como o "Adão e Eva do Seridó". Este último casal fez seu ninho na sesmaria São Pedro, então pertencente ao Município de Acari-RN.
Francisco Pereira foi preso com 40 anos de idade, era ourives e latoeiro, vivia no Engenho Santo André na Cidade da Paraíba, era amigo de todos os demais cristãos-novos judaizantes e amigo pessoal do Fernando Henriques Alves, também queimado vivo na fogueira, e que deixou quando foi preso ao amigo, seu livro de Salmos de David como presente.
Francisco Pereira escapa da fogueira alegando ser cristão-velho e pai de oito filhos da sua primeira esposa chamados, "Estevão, Antonio, Francisco, João, Gonçalo, José, Ana e outra menina que nasceu estando a dita sua mulher presa em Pernambuco; todos cristãos-novos. Sendo Estevão o mais velho, tendo dezesseis anos de idade."
Mesmo diante de tantas denúncias de judaísmo contra ele, é libertado dos cárceres 2 anos e meio depois. Informa na mesa inquisitorial que era batizado e crismado na Capela do Engenho do Meio, sendo seu padrinho o Coronel João Peixoto de Vasconcelos, o mesmo que efetuou as prisões destes cristãos-novos, de casa em casa